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Seleção de diapositivos sobre o problema da natureza dos juízos morais

Material complementar – 4
problema da natureza
dos juízos de valor morais

Há valores (morais) universais?


Há juízos de valor (morais) objetivos?

subjetivismo
(acerca de valores)

nenhum valor
é universal

não existem
factos morais
(bem/mal ou i/moral são
convenções da cultura)
» VALORES E JUÍZOS: DEFINIÇÕES E TIPOS
• Conceitos fundamentais
– Valores [ definição mínima ]

– influenciam e orientam as nossas ações


– tornam inteligível e dão sentido à nossa vida; é o que nos leva a ter
preferência e interesse por certas coisas, pessoas, situações...
» tipos de valores [ eis três (entre muitos) tipos de valores: ]
– v. éticos (morais): in/correto, in/justo, bom/mau, des/leal, in/tolerável…
– v. estéticos: belo/feio, des/elegante, gracioso, criativo, harmónico…
– v. religiosos: sagrado/profano, fé, milagroso, santo, perfeito, divino...
– Juízos [ definição mínima ]

– um juízo é uma proposição (aquilo que é expresso por uma frase declarativa
com sentido e que pode ser V. ou F.) do tipo “X é A”
– X = objeto, ação, atividade + A = valor (moral, estético, etc.)
– “estudar [atividade] é bom [v. moral]”; “este quadro [objeto] é belo [v. estético]”

» tipos de juízos
– juízo de facto e juízo de valor
» JUÍZOS E VALORES – CLASSIFICAÇÕES (I)

• Há critérios para avaliar juízos? [classificação de juízos ]

– juízos objetivos
– valor de verdade (V/F) é independente das crenças (opiniões,
contraste inclinações, etc.) dos sujeitos e das culturas (costumes, normas, etc.)
– “A parede é branca” (V: a parede é branca); “A Terra é plana” (F); “2+2=4” (V)

– j. subjetivos
– V/F depende das crenças dos sujeitos ou das culturas
– “Eu acho que as guerras são erradas”; “O sufrágio [direito ao voto] universal é justo”

– juízos descritivos
contraste
– j. acerca de como as coisas são ou acontecem
– “A pena de morte ainda é praticada em alguns países”; “O caldo verde leva couve”

– j. normativos (ou prescritivos) [norma=padrão, regra geral; como algo deve ser]
– j. acerca de como as coisas devem ser ou acontecer (ou como nós
gostaríamos que fossem ou acontecessem) [normatividade: explícita ou implícita]
– “A pena de morte devia ser completamente abolida”; “Discriminar é imoral”
» JUÍZOS E VALORES – CLASSIFICAÇÕES (II)
• Classificação adicional de juízos de valor:
– juízo de valor transCULTURAL
• juízo acerca de diferentes culturas
Ex: “Alguns costumes dos ESQUIMÓS e dos WARI’ são incorretos”
[os esquimós abandonavam os mais velhos e doentes; os wari’ comiam os mortos]

– juízo de valor transTEMPORAL


• juízo acerca de diferentes épocas
Ex: “A cultural ocidental ATUAL é melhor do que as culturas MEDIEVAIS”

• Há critérios para avaliar valores? [ classificação de valores ]


– valor absoluto (ou universal)
– valor independente de pessoas, culturas ou épocas
contraste
(ou seja, valor para todas as pessoas e para todas as culturas e épocas)
– valor relativo
– valor para uma pessoa ou conjunto de pessoas ou época
» JUÍZOS DE FACTO E DE VALOR – CARACTERIZAÇÃO INICIAL

• Juízos de facto [factos são propriedades (características) objetivas da realidade]

• exprimem uma descrição (relato) da realidade

• V/F é independente de qualquer perspetiva (pessoal, cultural, social, etc.)

• Juízos de valor (morais)


• exprimem uma apreciação (avaliação) da realidade (X é justo, bom, errado, etc.)

• V/F depende da posição filosófica adotada


» JUÍZOS DE FACTO E DE VALOR – CARACTERIZAÇÃO E CONTRASTE
• Juízos de facto [factos são propriedades (características) objetivas da realidade]

• exprimem uma descrição (relato) da realidade


- são totalmente (ou puramente) descritivos
- descrevem a realidade; informam; enunciam estados de coisas no mundo
(se descrevem como o mundo é, então são V; se não descrevem, então são F)
• V/F é independente de qualquer perspetiva (pessoal, cultural, social, etc.)
- não avaliam a realidade; não exprimem preferências (são neutros e imparciais)

• Juízos de valor (morais)


• exprimem uma apreciação (avaliação) da realidade (X é justo, bom, errado, etc.)
- subjetivistas : todos os j. de v. são expressões de preferências, opiniões (etc.) pessoais
- relativistas: todos os j. de v. são expressões de hábitos, normas, costumes (etc.) culturais
- objetivistas: alguns j. de valor são descritivos e objetivos (outros são subjetivos ou normativos)

• V/F depende da posição filosófica adotada


- subjetivistas: V/F depende apenas das preferências e inclinações do sujeito
- relativistas: V/F depende apenas de costumes, hábitos, normas, etc. da cultura
- objetivistas: alguns j. são V/F independentemente de perspetivas (pessoais ou culturais)
» JUÍZOS DE VALOR VS. J. DE FACTO: DISTINÇÃO DISPUTÁVEL
• Os juízos de valor são difíceis de caracterizar, ou melhor, a
sua interpretação filosófica é muito disputada
– [i] para SUBJETIVISTAS e RELATIVISTAS:
– «juízos de valor não podem ser juízos de facto»
• há uma distinção (há uma separação real e absoluta) entre juízos de valor e de facto
• um juízo de valor NÃO PODE ser objetivo nem puramente descritivo
• quem defende esta separação (quem diz: “gostos [valores] não se discutem [porque não há
verdades morais objetivas]!”) compromete-se com o subjetivismo ou com o relativismo

– [ii] para OBJETIVISTAS:


– «juízos de valor podem ser juízos de facto»
• não há uma distinção ou separação absolutas entre juízos de valor e juízos de facto
• ALGUNS juízos de valor SÃO TOMADOS COMO juízos objetivos e descritivos [factos morais]
– exemplo: considerando a liberdade como um valor absoluto ou universal, o juízo moral
“a escravatura é errada” seria objetivo e descritivo (expressa uma prop. objetivamente V)

– [iii] qualquer juízo moral (“X é in/justo, bom/mau, etc.”) é um juízo de valor
• mas qual é a natureza, ou seja, o que é (e o que justifica) esse juízo?
• esse juízo descreve um facto moral? É uma construção (criação ou escolha) pessoal? Cultural?
» TESES FACTUAIS: EXISTEM DIFERENTES CULTURAS E OPINIÕES
• Há (existem ou deviam existir) valores universais (absolutos)?
• Há (existem) juízos morais objetivos? (Ou esses juízos são todos subjetivos?)
- NÃO [relativistas e subjetivistas]: nenhum valor é universal; nenhum j. moral é objetivo
- SIM [objetivistas]: alguns valores são universais; alguns juízos morais são objetivos
• Teses factuais (2 teses verdadeiras para as 3 posições filosóficas – 2 factos indisputáveis)
– diversidade cultural: “culturas diferentes têm diferentes códigos”
[ códigos sociais, religiosos, políticos, éticos, etc.; ou seja, ao longo do tempo e em todo o mundo,
diferentes culturas têm tido e continuam a ter crenças, costumes, hábitos e práticas diferentes ]
• todas as posições filosóficas em disputa aceitam que a diversidade cultural é
factual (ou seja, dizem que a diversidade cultural é uma tese verdadeira)
– a diversidade cultural é uma tese antropológica (descritiva) que serve de ponto de apoio (e é
talvez o suporte ou argumento mais simples) para construir a posição teórica relativista
– o argumento da diversidade cultural é um dos mais usados para defender a posição relativista; há
outras bases argumentativas possíveis (o arg. da tolerância, etc.)

– desacordo de opiniões: “as pessoas têm opiniões e inclinações diferentes”


• todas as posições em disputa concordam: o desacordo de opiniões é factual (tese V.)
– a disputa está na seguinte questão: qual a extensão dessas discordâncias? Ou
seja, como se interpretam filosoficamente tais discordâncias?
» HÁ VALORES UNIVERSAIS? NÃO = SUBJETIVISMO
• Q: Há juízos morais objetivos? não → subjetivismo
– slogan (subjetivista): “todos os valores são (e devem ser) relativos ao sujeito, ou seja,
todos os valores são criações ou escolhas pessoais”
– “os juízos morais são (e devem ser considerados) subjetivos (dependem de escolhas pessoais)”

• Fundamentos do subjetivismo [de J.-P. Sartre (“em ética só há opiniões”)]


1. não existem valores universais (ou absolutos)
• os valores (morais, etc.) são meras expressões de preferências pessoais (de cada indivíduo)
2. os juízos de valor (morais, etc.) são subjetivos
• tais juízos são V/F apenas em função da avaliação do sujeito (não há avaliações objetivas)
3. não há uma essência (natureza) humana anterior à existência (aqui e agora)
• o ser humano é liberdade (máx.); ele é o que escolher e criar para si (valores, ações, etc.)
• Argumentos a favor
– S. torna possível a liberdade genuína (qualquer imposição moral limitaria a minha liberdade)
– S. promove a tolerância entre pessoas com convicções morais diferentes
• Há amplo desacordo sobre j. de valor, sobretudo, j. morais (compare-se com os j. de facto (ciência));
não há maneira objetiva (inquestionável) de resolver conflitos morais (de saber quem tem razão)
• Argumentos contra (críticas ou objeções)
– Não é verdade que discordemos acerca de todos os valores morais (ex.: homicídio é errado, etc.)
– S. permitiria que qualquer juízo moral fosse verdade (infalível): ninguém erraria moralmente
– S. retiraria todo o sentido à argumentação moral: de nada valia discutir ética racionalmente
» HÁ VALORES UNIVERSAIS? NÃO = RELATIVISMO
• Q: Há juízos morais objetivos? não → relativismo
– slogan (relativista cultural): “todos os valores são (e devem ser) relativos à
cultura, ou seja, todos os valores são construções ou convenções culturais”
– “os juízos morais são (e devem ser considerados) subjetivos (dependem da cultura)”

• Fundamentos do relativismo cultural [‘RC’; de Ruth Benedict]


1. não existem valores universais (ou absolutos)
2. não há qualquer ponto objetivo (exterior à nossa cultura) a partir do qual
possamos ajuizar as (outras) diferentes culturas 3. Não há qualquer natureza ou
racionalidade humana, isto é,
… acerca de 1.: não existe um formato universal
- todos os juízos de valor são subjetivos (uma essência) de ser humano
- qualquer j. de valor é V/F consoante a cultura (depende inteiramente de normas sociais)
- os factos morais não existem; os valores são convenções e determinações das culturas
… acerca de 2.:
- cada cultura é um todo autónomo e vale inteiramente por si
- todas as perspetivas culturais são igualmente valiosas (nenhuma é superior ou inferior)
- ninguém pode sair da sua “pele cultural” e ajuizar objetivamente outras culturas
(atuais ou passadas) [ou seja, não é possível elaborar juízos transculturais (entre várias culturas)
nem transtemporais (entre várias épocas)]
» HÁ VALORES UNIVERSAIS? SIM = OBJETIVISMO
• Q: Há juízos morais objetivos? sim → objetivismo
– slogan (objetivista [geral]): «há juízos de valor (morais, etc.) objetivos»
– slogan (universalista suave): «alguns valores são (e devem ser) universais»
[ universalismo radical (ou absolutismo): «todos os valores são universais» ]

• Fundamentos do objetivismo [ou “universalismo suave”; de James Rachels]


1. alguns valores são universais (ou absolutos)
2. devemos criticar ou elogiar culturas e comportamentos (incluindo as nossas ações
e cultura) segundo os valores universais (que se baseiam em boas provas ou boas razões)
3. Há uma racionalidade humana universal (somos capazes de ser racionais e
… acerca de 1.: responsáveis; devemos justificar e criticar ações e comportamentos)
- existem factos morais; alguns valores são independentes de opiniões pessoais, culturas
ou épocas: tais valores devem aplicar-se a todas as pessoas em todos os lugares
- logo, alguns juízos de valor são objetivos e descritivos (são objetivamente V ou F; ex.,
“a violência gratuita é tolerável” ou “o infanticídio é aceitável” são objetivamente F)
- Rachels admite, porém, que nem todos os valores são universais: alguns são relativos ao
indivíduo ou à cultura (estes são aceitáveis caso não colidam com valores universais)
- Rachels sugere valores universais: “cuidar das crianças”; “não matar”; “não mentir”
… acerca de 2. (e 3.):
- os valores universais são valores racionais: próprios da racionalidade humana
- há perspetivas culturais corretas e incorretas (baseadas em melhores ou piores razões)
- boas razões (provas) são razões informadas (envolvem factos e conhecimento) e imparciais
» HÁ VALORES UNIVERSAIS? SIM = OBJETIVISMO
• Q: Há juízos morais objetivos? sim → objetivismo
– slogan (objetivista [geral]): «há juízos de valor (morais, etc.) objetivos»
– slogan (universalista suave): «alguns valores são (e devem ser) universais»
[ universalismo radical (ou absolutismo): «todos os valores são universais» ]

• Fundamentos
“A escravatura édo objetivismo
moralmente [ou–“universalismo
correta” suave”; de JamesFALSO
juízo moral objetivamente Rachels]
- a1.ideiaalguns
de quevalores
a escravatura aumenta
são universais (oua absolutos)
prosperidade económica (de toda a sociedade)
não é imparcial porque não considera a posição dos próprios escravos
2. devemos criticar ou elogiar culturas e comportamentos (incluindo as nossas ações
e cultura) segundo os valores universais (que se baseiam em boas provas ou boas razões)
“O racismo é tolerável” – juízo moral objetivamente FALSO
3. Há uma racionalidade humana universal (somos capazes de ser racionais e
- a…ideia de que pessoas
acerca de 1.: de certas etnias são menos inteligentes é contrária aos factos:
responsáveis; devemos justificar e criticar ações e comportamentos)
a ciência mostra que as diferenças de inteligência não se correlacionam com a cor da pele
- existem factos morais; alguns valores são independentes de opiniões pessoais, culturas
ou épocas: tais valores devem aplicar-se a todas as pessoas em todos os lugares
“Discriminar
- homossexuais
logo, alguns juízos de valor são objetivos– ej.descritivos
é intolerável” m. objetivamente VERDADEIRO
(são objetivamente V ou F; ex.,
- discriminar“apessoas
violênciadevido
gratuitaàéorientação
tolerável” ou “o infanticídio
sexual causa-lhes é aceitável” são objetivamente
dificuldades desnecessárias F)
- - as suas
Rachels admite,
opções porém,em
sexuais quenada
nem todos
afetamos negativamente
valores são universais: alguns
as outras são relativos ao
pessoas
indivíduo ou à cultura (estes são aceitáveis caso não colidam com valores universais)
Verdades- morais
Rachels(factos
sugere valores universais:
morais): “cuidar
em geral, das crianças”;
direitos humanos “não matar”; “nãoémentir”
(a escravatura errada;
…oacerca
racismode é2.errado;
(e 3.):a discriminação (sexual ou de outra natureza) é errada; etc.);
- RACHELS:
James os valores universais
cuidar das sãocrianças
valores racionais: próprios
(continuação da da racionalidade
sociedade humana
cessaria); dizer a
verdade- (comunicação seria
há perspetivas impossível);
culturais proibição
corretas contra
e incorretas homicídio
(baseadas (sociedade
em melhores colapsaria)
ou piores razões)
- boas razões (provas) são razões informadas (envolvem factos e conhecimento) e imparciais
» VANTAGENS: RC E OBJ. + EXEMPLO (SOBRE AS TRÊS POSIÇÕES)
Se não aceitarmos o RC, seremos intolerantes.
• Vantagens imediatas do RC Mas não devemos ser intolerantes. Logo, devemos aceitar o RC.

– tolera qualquer cultura ou tradição cultural por mais estranhos que pareçam
– bloqueia a imposição dos nossos valores em culturas que não os aceitam
– não julga: “aquela sociedade é bárbara!”; “fulano é mesmo selvagem!”; “só a minha cultura é boa!”

• Vantagens imediatas do objetivismo


– considera a humanidade sem distinções: qualquer pessoa é racional e responsável
– defende a universalidade e imparcialidade dos direitos humanos (um ideal em construção)
– favorece a comunicação e a partilha entre culturas diferentes

• Exemplo → eis um juízo de valor moral: “A PENA DE MORTE É INJUSTA”


– questões: este j. é moralmente correto ou incorreto? É V ou F? Como se justifica?
– SUBJETIVISMO (Sartre)
• teste = o juízo é uma ação avaliada como correta pelo (respetivo) INDIVÍDUO?
sim, então o j. é correto (e, por isso, é V) --- não, o j. é incorreto (e, por isso, é F)
– RC (Benedict):
• teste = o juízo é uma ação normal e aceitável na (respetiva) CULTURA?
sim, então o j. é correto (logo, é V) --- não, o j. é incorreto (é F)
– OBJETIVISMO (Rachels):
• teste = o juízo satisfaz ou respeita os valores UNIVERSAIS?
não (no caso de aceitarmos Rachels ou outro objetivista), então o juízo é objetivamente F
» RACHELS (OBJETIVISMO) CONTRA RC
• Rachels critica o RC usando um ataque duplo
• ataque I: o argumento mais usado pelo RC (o arg. da diversidade
cultural) é inválido
– eis, diz Rachels, o argumento da diversidade cultural:
A: culturas diferentes têm códigos diferentes [prem. da diversidade cultural]
B: (logo) não há princípios morais objetivos
– Rachels defende que a conclusão [B] não se segue da premissa [A]
– ou seja, A é factual e descritivo (“há diferenças culturais”); B é metafísico (é uma
tese acerca da natureza da moralidade: “nenhum valor moral é universal”)
• seria o mesmo que argumentar (ataque por analogia): “há culturas com diferentes opiniões acerca da
forma da terra, logo, não há qualquer verdade objetiva ou absoluta acerca da forma da terra” – ora,
as culturas e os grupos podem (sem saber) errar [[falácia do apelo à maioria]]

• ataque II: supondo que a posição do RC é certa, daí seguir-se-iam


várias consequências indesejáveis (ou inconvenientes)
– c1: impediria a crítica de costumes que achamos moralmente inferiores [>conformismo]
• mas nós temos certas intuições contra, por ex., a escravatura e o genocídio (são práticas erradas)
– c2: permitiria decidir temas morais com base apenas nas normas da cultura
• a moralidade seria coisa fácil; mas algumas decisões morais são complexas e desafiam normas
– c3: a ideia de progresso moral e os reformadores (Gandhi, King, etc.) estariam errados
• mas nós pensamos que a sociedade está muito longe de ser perfeita
» CRÍTICAS AO OBJETIVISMO

• Críticas (objeções ou réplicas) ao objetivismo (acerca de valores [morais, etc.])

– não há boas ou más maneiras de discutir ética (são esforços e razões inúteis;
não há certezas em ética: há amplos desentendimentos) [[réplica de subjetivistas]]

– as ditas consequências indesejáveis do RC são verdades ‘amargas’ que temos


de aceitar [[réplica de relativistas]]

– agir de maneira imparcial (como se fossemos santos morais*, ou seja, pessoas


rigorosamente imparciais do ponto de vista moral) nem sempre é desejável:
teríamos de deixar de privilegiar familiares ou amigos (a quem damos mais
apoio e atenção do que a estranhos) [[argumento de Susan Wolf (objetivista)]]
[* santo = “pessoa que executa qualquer ação com a máxima bondade possível”;
juízo moral objetivo = “j. m. imparcial”; logo, um santo moral só pensaria em ética
(para ele, só existem valores morais) e ele só executaria ações objetivamente boas
• > apesar de seria uma teoria interessante não é uma perspetiva inteiramente
desejável – em rigor, é impraticável: quem está preparado para tratar – agindo de
modo puramente imparcial (objetivo) - um completo desconhecido como se fosse um
amigo ou familiar próximos?
» SÍNTESE: FACTOS; VALORES; JUÍZOS
START

experiência do ser humano TIPOS (CATEGORIAS OU REGIÕES) DE VALORES

éticos ou morais (bem/mal, correto/errado, etc.)


estéticos (belo/feio; elegante/deselegante, etc.)
FACTOS VALORES religiosos (sagrado/profano; etc.)
lógicos (verdadeiro/falso; etc.) [e outros tipos]
juízos
[ j. são proposições (“X é A”) ]
Q1: Há valores (morais) universais?

JUÍZOS DE FACTO: JUÍZOS DE VALOR: Q2: Há juízos de valor (morais) objetivos?


descrevem a realidade avaliam a realidade

juízo de FERRAMENTAS PARA TRATAR DO PROBLEMA:


“O céu é verde” “Mentir é errado”
valor moral
- VALORES UNIVERSAIS/RELATIVOS
- JUÍZOS OBJETIVOS/SUBJETIVOS
RC S O - JUÍZOS DESCRITIVOS/NORMATIVOS
RC S O - JUÍZOS DE VALOR TRANSCULTURAIS
- JUÍZOS DE VALOR TRANSTEMPORAIS
j. de valor é V ou F?
j. de facto é FALSO!
(quem ou o que justifica?)
(observação da realidade)
outros juízos de valor são j. subjetivos

juízos de facto: V/F é V/F V/F V/F é independente O


independente de alguns juízos de valor são
depende depende de opiniões p. ou juízos objetivos e descritivos
opiniões pessoais ou da cultura do sujeito de costumes cult.
de costumes culturais

juízos de facto = todos os juízos de valor são juízos subjetivos S


juízos objetivos +
todos os juízos de valor são juízos subjetivos RC
juízos descritivos
» EXERCÍCIOS [ V OU F ]

TEORIAS RELATIVISMO
SUBJETIVISMO OBJETIVISMO
Teses CULTURAL

A ideia de progresso moral


(cultural e social) faz sentido F F V

O bem e o mal são definidos e


determinados por cada cultura V F F

Os direitos humanos devem ser


aplicados universalmente F F V

As culturas podem errar


moralmente F V V

Em termos éticos, qualquer


sujeito é infalível F V F

Há verdades morais universais


(como há verdades científicas) F F V

Valores e preferências individuais


morais não se discutem F V F

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