Você está na página 1de 3

RELATÓRIO SISTEMÁTICO

Bela Vista Pb, 15 de março de 2023.

IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO

NOME:
Guilherme Barroso Silva (12 anos)
Gustavo Barroso Silva (12 anos)
FILIAÇÃO: Maria José Lima Barroso e Erimar do Nascimento Silva

ENDEREÇO: Sítio Alvorada

O Centro de Referência da Assistência Social - Cras, após intervenções realizadas,


como visita domiciliar, entrevistas, plano de acompanhamento familiar e estudo social, vem
por meio deste relatório apresentar informações sobre os adolescentes supracitados, que estão
em situação de negligência e trabalho infantil.
O núcleo familiar em questão é composto pela mãe, a senhora Maria José Lima
Barroso, o senhor Erimar do Nascimento Silva e os filhos do casal, Gabriel Barroso Silva (19
anos) e os gêmeos Guilherme Barroso Silva (12 anos) e Gustavo Barroso Silva (12 anos), que
moram juntos na mesma residência, o casal tem uma filha, Gabriela Barroso Silva (15 anos),
que reside com a avó paterna no município vizinho.
A família reside no sítio Alvorada, uma localidade distante da zona urbana, em uma
casa própria, com energia elétrica, mas sem água encanada e o banheiro fora da casa. A
localidade conta com Escola, Unidade Básica de Saúde e a comunidade está muito envolvida
com a prática de futebol amador, o que traz um entretenimento e uma sociabilidade para a
localidade.
Sobre a renda, a família tem uma pequena propriedade, onde plantam feijão e criam
porcos, além disso recebe um valor do Programa Auxílio Brasil. Vivem de forma modesta,
porém não estão em situação de risco social ou insegurança alimentar.
Em relação as questões de saúde, a família é referenciada na Unidade Básica de Saúde,
que fica próxima a residência e não há nenhum comprometimento de clínico. Por outro lado, o
senhor Erimar é alcoolista, “quando não está trabalhando está bebendo”, relatou a esposa em
atendimento.
Uma questão a ser destacada, é a situação educacional dos adolescentes, Guilherme e
Gustavo que, em visita institucional a Escola que estudam, a professora informou que já os
encaminhou para o atendimento especial, para que eles possam acompanhar a série que
estudam, mas a genitora ainda não os levou. Já Gabriel, não terminou o ensino médio e
trabalha junto com o pai na propriedade.
Ato contínuo, esta equipe técnica apreendeu que Guilherme e Gustavo deixaram de
frequentar a o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, ao ser indagada sobre o
motivo, a genitora comunicou que por estar na fase de colheita do feijão, os garotos acordam
cedo para ajudar o pai e o irmão e por isso não têm tempo de frequentar o SCFV. A senhora
Maria José, deixa transparecer que não tem autoridade para com os filhos, ficando as decisões
a cargo do esposo, mas principalmente, do filho mais velho, Gabriel.
Nesse sentido, considerando o risco de evasão escolar, a prática de trabalho infantil e a
negligência identificada, a equipe técnica em visita domiciliar, realizou algumas orientações,
tal qual reafirmou a importância dos adolescentes retornarem ao SCFV e iniciarem o
acompanhamento educacional indicado pela professora.
Diante do exposto, a família será encaminhada ao Centro de Referência Especializado
de Assistência Social - Creas para que possa ser inserida no Serviço Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos – Paefi, para que possa ser acompanhada no sentido de
dissipar as violações de direitos identificadas.

___________________________________________
Xxxxxxxxx
Assistente Social CressPb 909099

___________________________________________
Xxxxxxxxx
Psicóloga CRP/Pb 000888

PARECER SOCIAL
Diante da situação de trabalho infantil a que estão expostos os adolescentes Guilherme
Barroso Silva (12 anos) e Gustavo Barroso Silva (12 anos) é importante considerar que:
segundo o artigo 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente, "é proibido qualquer trabalho a
menores de quatorze anos de idade" e ficou explicito essa violação de direitos aos irmãos.
Conseguinte a isto, os adolescentes estão sendo negligenciados em relação as questões
educacionais, pois a família ignora o encaminhamento da escola para um atendimento
especializado aos alunos. De forma, que essa negligência sobre os estudos deve ser
considerada também como um risco de evasão escolar.
Nesse sentido, de garantia de direitos e interrupção das violações identificadas, sugere-
se que a família seja inserida no Paefi e os adolescentes, acolhidos pelos serviços, projetos,
programas e benefícios da Política de Atendimento, estabelecido no artigo 86 do Estatuto da
Criança e Adolescente.

___________________________________________
Xxxxxxxxx
Assistente Social CressPb 909099

i
BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do Adolescente.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266>. Acesso em: 15 de
março de 2023.

Você também pode gostar