As diversas áreas do cerébro carregam consigo diversas funções do nosso corpo, ele é
um orgão de extrema importância para todas as funções básicas e avançadas que
exercemos no dia a dia. Tendo em vista os comprometimentos característicos e específicos do TEA como a dificuldade de linguagem, dificuldade de se relacionar, recusa do contato, manipulação repetitiva dos objetos e olhar vazio, buscamos entender o que acontece de diferente no cerébro de uma pessoa Autista e quais áreas do cerébro estão relacionadas a essas diferenças.
O cérebro de uma pessoa autista apresenta falha de comunicação entre os neurônios,
dificultando o processamento de informações. As neurociências têm relacionado o TEA com um tipo especifico de neurônio, os neurônios espelho foram ligados a várias modalidades do comportamento humano tais como imitação, teoria da mente, aprendizado de novas habilidades e leitura da intenção em outros humanos (RIZZOLATTI, FOGASSI, & GALLESE, 2006). No autismo nota-se modificações no funcionamento nas áreas de interação social, comunicação e comportamento, por isso, a disfunção dos neurônios espelho podem estar envolvidas com a gênese do TEA. Há também um aumento de neurônios em áreas diferentes do cérebro o que trás um raciocínio em que o aumento de volume seja pelo aumento de celulas neuronais dando a pensar que isso traria melhoria cognitiva, porém o processo do desenvolvimento é algo muito regulado para termos uma quantidade específica, pois tendo o número maior de neurônios possivelmente os mesmos podem não ser tão saudáveis e eficazes nas conexões.
O cerébro Autista também apresenta alterações principalmente no corpo caloso, que
é responsável por facilitar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro e o cerebelo, que está envolvido com as atividades motoras, como o equilíbrio e a coordenação.
O Hipocampo é uma estrutura bilateral, localizada nos lobos temporais, pertencente
ao sistema límbico e é uma estrutura alinhada a formação da memória, exerce também importante papel na navegação espacial (Stephan, 1983). Crianças com Autismo apresentam um maior volume do hipocampo direito do que não autistas (Nacewicz, Dalton, Johnstone, Long, McAuliff, Oakes& Davidson, 2006 apud Moraes, 2014, p.5). A amigdala é uma estrutura complexa adjacente ao hipocampo, envolvida no processamento de emoções e do medo. A amigdala coordena respostas fisiológicas com base nas informações cognitivas, isso porque ela liga áreas do córtex com o sistema hipotalâmico e os sistemas do tronco encefálico que coordenam respostas metabólicas (Maren, 1996). A amigdala em crianças com autismo é inicialmente maior, entretanto, não continua a crescer com o desenvolvimento da idade. Foi encontrado correlação entre o volume da amigdala e a gravidade do quadro clínico (Nacewicz, Dalton, Johnstone, Long, McAuliff, Oakes& Davidson, 2006; POLŠEK ET AL., 2011 apud Moraes, 2014, p.5). O Corpo Mamilar está relacionado ao hipotálamo. Lesões nesta região têm sido correlacionadas com a perda de capacidade de navegação espacial em várias espécies. Sugere-se que em autistas a hipoativação dessa região seja relacionada ao prejuízo da capacidade de aprendizagem espacial (Kumar, Woo, Birrer, Macey, Fonarow, Hamilton & Harper, 2009 apud Moraes, 2014, p.5).
Há Alterações no volume e desenvolvimento da região do córtex entorrinal de
pessoas autistas que diz respeito as numerosas fibras ligadas ao processamento da informação advinda dos aspectos sensoriais e motores. Através de estudos foram descobertas também algumas informações relevantes sobre o que diz ao tamanho da circunferência da cabeça das crianças autistas a partir dos 12 anos de idade, sendo o mesmo desproporcional a altura e peso da criança comparado a uma criança com cérebro neuro típico. Além disso, alguns estudos retrospectivos também perceberam que há um crescimento craniano(circunferência da cabeça) e encefálico acelerado e significante em autistas durante o período de um a dois anos, deixando claro que não significa que todas as pessoas que possuem uma circunferência parecida possua também o TEA, tendo em vista também outras causalidades.
O cérebro autista apresenta também prejuízo em dois principais neurotransmissores:
a serotonina que é responsável pelo controle de humor, percepção sensorial, apetite e etc; E o glutamato que atua na plasticidade sináptica, no aprendizado e na memória. Ambos são neurotransmissores exitatórios.