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Um dos avanços mais representativos na área Biofarmacotécnica foi a criação

do Sistema de Classificação Biofarmacêutico (SCB). Tal sistema foi criado por


Amidon e colaboradores em 1995, e baseia-se nas propriedades fundamentais
que regem a absorção de fármacos, principalmente permeabilidade e
solubilidade. De acordo com tais características o SCB divide os fármacos em
quatro classes: Classe I (fármacos de alta solubilidade e alta permeabilidade);
Classe II (fármacos de baixa solubilidade e alta permeabilidade); Classe III
(fármacos de alta solubilidade e baixa permeabilidade); e Classe IV (fármacos
de baixa solubilidade e baixa permeabilidade).
A permeabilidade refere-se à capacidade de passagem do fármaco
através da parede do trato gastrintestinal humano, e inclui a resistência
aparente ao transporte de massa através da membrana intestinal. Fármacos de
alta permeabilidade são, geralmente, aqueles estáveis nas condições do trato
gastrintestinal e que apresentam biodisponibilidade absoluta maior que 90 %,
ou aqueles para os quais a permeabilidade foi determinada experimentalmente.
Nas últimas décadas, têm-se estudado outras vias de administração de
fármacos, mas a via oral ainda continua sendo preferencial. Isto ocorre devido
à sua conveniência, baixo custo e maior aderência ao tratamento pelo paciente.
Os compostos para serem administrados oralmente devem ter adequada
solubilidade aquosa e permeabilidade intestinal, de forma a atingir sua
concentração terapêutica na circulação sistêmica.
A ineficácia clínica observada com o uso de alguns medicamentos, além
de episódios de intoxicação, deu origem às investigações relacionadas à
biodisponibilidade de produtos farmacêuticos. Estudos mostraram que
variações na formulação ou na técnica de fabricação podem gerar diferenças
substanciais na absorção e, conseqüentemente, na resposta terapêutica dos
fármacos. Essas modificações podem ser monitoradas in vitro pelo perfil de
dissolução, por meio da quantificação da fração de fármaco dissolvido e in
vivo pela sua concentração plasmática, ambas em função do tempo. Os
dados in vivo permitem determinar a biodisponibilidade do fármaco.
PARAISO, R. L . M. Determinação da solubilidade e permeabilidade de
fármacos conforme o Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB).
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2012. Disponível em:
<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-15072013-
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maio. 2023.

‌ RIES, A. T.; HASS, L. M.; PEREIRA, D. C. A BIOFARMÁCIA E OS


F
PRINCÍPIOS DA CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA. Salão do
Conhecimento, 2012.

SOUZA, J. DE; FREITAS, Z. M. F.; STORPIRTIS, S. Modelos in vitro para


determinação da absorção de fármacos e previsão da relação
dissolução/absorção. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 43, n. 4,
p. 515–527, dez. 2007.

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