àquele que tem poder sobre grandes áreas, como os líderes romanos do passado. O rei, por sua vez, é o termo utilizado para aquele que governa regiões mais bem delimitadas, e seu poder é passado aos herdeiros. No entanto, nem sempre esses critérios são válidos.
"Os conceitos e a aplicação dos termos
império, imperador, reinado e rei são muito fluidos e dependem do clima ideológico de Réplica da coroa usada por D. Pedro II, certos países em determinados tempos", que fica guardada desde 1943 no explica a professora Elizabeth Parreiras, Museu Imperial de Petrópolis. Foto: Divulgação coordenadora do departamento de História da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
A professora cita, como exemplo da flexibilidade desses termos, a Inglaterra
durante o século 19 e parte do 20. "Era um vastíssimo império colonial. Dizia- se que ?o sol não se põe no império inglês? de tão vasto que ele era e, no entanto, o monarca recebia o título de rei ou rainha", diz. Na Espanha e em Portugal, no século 15, quando esses países detinham o domínio sobre boa parte do mundo, os governantes eram chamados de reis.
O Japão, por outro lado, é um país de pequenas dimensões - exceto durante a
Segunda Guerra Mundial, quando se expandiu um pouco na Ásia - e o monarca recebe o título de imperador. O Brasil também não se tornou império após a proclamação da Independência em 7 de setembro de 1822 apenas por sua extensão continental. Tornar-se império era uma forma de mostrar a Portugal que não haveria continuidade em relação ao seu governo. Se D. Pedro I fosse rei, ao título poderia estar implícita sua condição de herdeiro do trono português. Dessa maneira, D. Pedro foi proclamado o primeiro imperador do Brasil.