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avançada em segurança na Internet, para até então 90 (noventa) milhões de compradores,
atuante em mais de 150 (cento e cinquenta) mil negócios on-line, o que realça o seu alto
nível de atuação nas relações de compra e venda pela internet.
Trata-se de ação em que a parte Autora alega ter sido negativada sem o
conhecimento do débito.
Por esta razão, ajuizou a presente demanda na qual requer liminarmente a exclusão
do seu nome dos cadastros restritivos de crédito, bem como, indenização por danos morais.
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-
MÉRITO
Excelência, a parte autora aduz estar negativada por dívida que desconhece,
entretanto, cabe esclarecer, que a Autora está com um atraso superior a 90 dias visto que a
fatura em aberto se refere ao mês de maio de 2023:
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Ora Excelência, o próprio Autor confessa a dívida pela qual vem sendo cobrado,
assim, indubitavelmente tem ciência de que o débito é legítimo e, como cediço, o
inadimplemento enseja em cobranças. Pois bem, claramente esta Requerida está
apenas exercendo regularmente seu dever de credora, enquanto o Autor permanecer
em mora, receberá cobranças por esta dívida.
Caso seja a vontade do Autor quitar a pendência e cessar as cobranças, cabe a ele
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Ora, como o devido respeito, o autor se preocupa com as legitimas cobranças, mas não
se preocupa em saldar sua dúvida, que certamente pode ser renegociada se for o caso. Uma
verdadeira inversão de valores!
O autor sequer contatou a
plataforma ou a empresa de cobranças no
intuito de renegociar sua dívida ou algo
nesse sentido e propõe a presente
demanda no intuito de não mais ser
cobrado e assim permanecer
tranquilamente em mora.
Cumpre ainda esclarecer que a dívida
do Autor permanece em aberto por mais de
03 meses, razão pela qual o débito foi
encaminhado para empresas de cobrança
especializadas neste ramo.
Assim sendo, tendo em vista que esta Ré não está realizando nenhuma cobrança
Funcionamento Da Plataforma Mercado Livre E
indevida em face da parte Autora, inexistem provas de qualquer irregularidade cometida por
Mercado Pago
esta Requerida que enseje o dever de indenizar, desta forma, é imperioso o julgamento
improcedente de todos os requerimentos da parte autora.
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O Mercado Pago, por sua vez, é a pessoa jurídica de direito privado que atua como
Instituição de Pagamento Emissora de Moeda Eletrônica, devidamente autorizada pelo
Banco Central do Brasil, e que oferece diversas funcionalidades a seus usuários.
E sob esta ótica deve ser esclarecido que os vendedores de produtos anunciados no
Mercado Livre não são prepostos da empresa.
Cumpre esclarecer como funciona o Mercado Pago, visando elucidar este D. Juízo e
trazer mais elementos para o correto deslinde do feito.
O serviço prestado pelo Mercado Pago é de pessoa jurídica de direito privado que
atua como Instituição de Pagamento Emissora de Moeda Eletrônica, devidamente autorizada
pelo Banco Central do Brasil, e que oferece diversas funcionalidades a seus usuários.
Com um amplo portfólio, o Mercado Pago facilita o acesso aos meios de pagamento
com solidez e segurança, contribuindo para a democratização do comércio e oferecendo
uma melhor experiência de compra e venda para seus usuários, consoante é possível se
verificar pelas informações constantes do próprio site do Mercado Pago.
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A atividade de prestação de serviços de pagamento realizada pelo Mercado Pago
no Brasil é regulada pela Lei nº 12.865/2013, Resolução do Conselho Monetário
Nacional – CMN nº 4.282/2013, bem como Circulares do Banco Central - BC nºs 3.680,
3.681 e 3.682/2013, dentre outras normas aplicáveis, não sendo classificada como serviço
bancário ou de câmbio.
Destarte, o Mercado Pago deve observar todas as diretrizes contidas nas normas
supramencionadas, em especial os procedimentos a serem adotados para gerenciamento de
riscos, com o objetivo de garantir aos seus usuários confiabilidade, qualidade e segurança
nos serviços de pagamento oferecidos (art. 3º, V e VI da Resolução nº 4.282/2012 – CMN).
Pretende a parte autora ser ressarcida por supostos danos morais que teria
experimentado em decorrência da situação narrada na exordial.
Como já dito, cabe à parte autora provar os fatos constitutivos do seu direito, e não
há nenhum documento ou fato que demonstre ter a parte Ré agido de forma contrária aos
serviços que disponibiliza, e que tais condutas teriam culminado nos danos morais alegados.
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Exa., a parte autora além de ser devedor confesso e não demonstrar
minimamente sua vontade de quitar sua dívida, ainda pretende receber valores do
credor! Mais uma vez, beira o inacreditável a propositura da presente demanda!
Para justificar a indenização por danos morais ter-se-ia que admitir que a parte
autora sofreu profundos abalos em razão dos eventos descritos, sentimentos que fujam à
frustração cotidiana e às vicissitudes da vida em sociedade, o que, decerto, não foi o caso.
É evidente que não há nos fatos narrados pela parte autora nada que se possa
entender como extraordinário, ou provocador de qualquer angústia real. Ainda que se
pudesse reconhecer que a situação causou à parte autora algum incômodo, não se
afigura possível efetivamente enquadrá-los na rubrica de “dano moral”, considerando
que meros aborrecimentos não podem ser considerados danos à personalidade,
conforme já assentou há muito tempo o Superior Tribunal de Justiça:
Já está pacificado no STJ que os danos morais pressupõem ofensa de ordem não
patrimonial, excluindo os meros incômodos ou aborrecimentos cotidianos, devendo ser
comprovado que o fato atingiu a esfera personalíssima da parte autora:
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cujos fundamentos não apresentam contrariedade ao acórdão recorrido. 4.
Recurso especial não conhecido. (RECURSO ESPECIAL Nº 1.465.636 - MG
(2014/0162556-4) Relator MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Recorrente
LUIZ CLÁUDIO RIBEIRO MENDES Recorrido EBAZAR.COM.BR LTDA
Interessado MERCADOLIVRE. COM ATIVIDADES DE INTERNET LTDA)”
(grifo nosso)
DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Contudo, se por acaso se entender pela ocorrência do dano moral, o que se admite
apenas por argumentação, vale ressaltar que a reparação deve ser cabível na medida exata
extensão do dano sofrido.
Além disso, qualquer prejuízo que a parte Autora possa alegar foi causado por sua
própria conduta, não podendo imputar tal fato a esta empresa Ré.
Pela narrativa da inicial, não se pode concluir que tenha a parte autora padecido
de dor psíquica a justificar a indenização pleiteada, pois não relata especificamente nenhum
acontecimento vexatório.
Dessa forma e por esses relevantes aspectos novamente suscitados, não se pode
admitir que seja o instituto reparatório do dano moral aproximado da famigerada hipótese de
enriquecimento sem causa, impondo-se a fixação da eventual e improvável condenação (o
que se admite apenas por hipótese) em valor condizente com a razoabilidade e com a
relevância dos fatos especificamente relatados neste caso.
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O CPC/2015 consagrou a Teoria do Ônus da Prova Dinâmico 1, isto é, cabe ao
magistrado determinar o ônus da elaboração de cada prova com base em quem possui a
maior facilidade de produzi-la.
A não comprovação pela parte autora do mínimo constitutivo do seu direito fere a
regra estabelecida no inciso I do artigo 373 do CPC/2015, que estabelece que o ônus da
prova incumbe a autora quanto a fato constitutivo do seu direito.
Vale esclarecer que as próprias provas colacionadas pela parte autora em sua
peça inaugural afastam qualquer responsabilidade da parte Ré.
REQUERIMENTOS
(i) Seja a ação julgada improcedente em sua totalidade, face à inexistência de vício
na prestação dos serviços da parte Ré;
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Nestes termos,
Pede deferimento.
Bahia, 13 de novembro de 2023
EDUARDO CHALFIN
OAB/BA 45.394
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