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EXPERIMENTOS

Baseados no livro
Análise Química Quantitativa, 7.ª Edição
Daniel C. Harris

1. Calibração da Vidraria Volumétrica 19. Medida Espectrofotométrica em Microescala de Ferro em


2. Determinação Gravimétrica de Cálcio como CaC2O4  H2O Alimentos pelo Método da Adição-Padrão
3. Determinação Gravimétrica de Ferro como Fe2O3 20. Medição Espectrofotométrica de uma Constante de
4. Avaliação Estatística de Indicadores Ácido-Base Equilíbrio
5. Preparação de Ácidos e Bases Padrões 21. Análise Espectrofotométrica de uma Mistura: Cafeína e
6. Empregando um Eletrodo de pH em uma Titulação Ácido- Ácido Benzóico em um Refrigerante
Base 22. Padronização de Mn2 por Titulação com EDTA
7. Análise de uma Mistura de Carbonato e Bicarbonato 23. Medindo Manganês em Aço por Espectrofotometria com
8. Análise de uma Curva de Titulação Ácido-Base: Gráfico de Adição-Padrão
Gran 24. Medindo Manganês em Aço por Absorção Atômica
9. Análise de Nitrogênio pelo Método Kjeldahl Usando uma Curva de Calibração
10. Titulação com EDTA de Ca2 e Mg2 em Águas Naturais 25. Propriedades de uma Resina de Troca Iônica
11. Síntese e Análise de Decavanadato de Amônio 26. Análise de Enxofre em Carvão por Cromatografia de Íons
12. Titulação Iodimétrica de Vitamina C 27. Análise de Monóxido de Carbono na Descarga de
13. Preparação e Análise Iodométrica de Supercondutor de Automóveis por Cromatografia a Gás
Alta Temperatura 28. Análise de Aminoácidos por Eletroforese Capilar
14. Titulação Potenciométrica de Haleto com Ag 29. A Composição do ADN por Cromatografia Líquida de Alta
15. Análise Eletrogravimétrica de Cobre Eficiência
16. Medida Polarográfica de uma Constante de Equilíbrio 30. Análise de Comprimidos Analgésicos por Cromatografia
17. Titulação Coulométrica de Cicloexeno com Bromo Líquida de Alta Eficiência
18. Determinação Espectrofotométrica de Ferro em Tabletes 31. Análise de Ânions em Água Potável por Eletroforese
de Vitamina Capilar

Experimentos
Os experimentos apresentados aqui ilustram as principais técnicas analíticas descritas no livro-
texto, Análise Química Quantitativa. Os procedimentos estão organizados na mesma ordem com
que os tópicos estão descritos no livro-texto. Você é convidado a baixar estas instruções da in-
ternet e reproduzi-las livremente para o uso em seu laboratório. Referências de muitos experi-
mentos adicionais publicados nos últimos anos no Journal of Chemical Education1 estão listadas
no endereço eletrônico onde estes experimentos podem ser encontrados: Você pode buscar ex-
perimentos por palavras-chave no índice do Journal of Chemical Education em http://jchemed.
chem.wisc.edu/. Alguns dos experimentos estão condicionados à disponibilidade de padrões ou
amostras desconhecidas fornecidas por empresas comerciais.2

1. Você pode procurar experiências através de palavras-chave no índice do Journal of Chemical Education em http://jchemed.
chem.wisc.edu/
2. Thorn Smith Inc., 7755 Narrow Gauge Road, Beulah, MI 49617. Tel.: 231-882-4672; e-mail: www.thornsmithlabs.com. Estão
disponíveis as seguintes amostras para serem analisadas: liga de Al-Mg (para Al, Mg), liga de Al-Zn (para Al, Zn), minério
de Sb (para Sb), metais (para Sn, Cu, Pb, Zn), carbonato de cálcio (para Ca), ferro fundido (para P, Mn, S, Si, C), cimento
(para Si, Fe, Al, Ca, Mg, S, perda por ignição), minério de Cr (para Cr), minério de Cu (para Cu), óxido de cobre (para Cu),
sulfato de ferro amoniacal (para Fe), minério de Fe (para Fe), óxido de ferro (para Fe), calcário (para Ca, Mg, Si, perda por
ignição), sulfato de magnésio (para Mg), minério de Mn (para Mn), metal monel (para Si, Cu, Ni), prata-níquel (para Cu, Ni,
Zn), óxido de níquel (para Ni), rocha fosfática (para P), hidrogeno ftalato de potásio (para H), ligas de prata (para Ag, Cu,
Zn, Ni), carbonato de sódio anidro (soda ash) (para Na2CO3), antimônio solúvel (para Sb), cloreto solúvel, oxalato solúvel,
fosfato solúvel, sulfato solúvel, aços (para C, Mn, P, S, Si, Ni, Cr, Mo), minério de Zn (para Zn). Padrões primários também
são disponíveis: hidrogeno ftalato de potássio (para padronizar NaOH), As2O3 (para padronizar I2), CaCO3 (para padronizar
EDTA), Fe(NH4)2(SO4)2 (para padronizar dicromato ou permanganato), K2Cr2O7 (para padronizar tiossulfato), AgNO3,
Na2Co3 (para padronizar ácidos), NaCl (para padronizar AgNO3), Na2C2O4 (para padronizar KMnO4).

Experimentos 1
Embora estes procedimentos sejam seguros quando executados com cuidado, todo experimen-
to químico é potencialmente perigoso. Qualquer solução que desprenda fumaça (tal como HCl
concentrado) e todos os solventes não-aquosos devem ser manipulados em uma capela. A pipe-
tagem de líquidos nunca deve ser efetuada diretamente com a boca. Respingos na pele devem
ser removidos imediatamente com água em abundância e depois lavados com água e sabão; o
responsável pelo laboratório deve ser imediatamente notificado para uma possível providência.
Produtos químicos tóxicos não devem ser descartados diretamente nas pias. Deve existir um pro-
cedimento para tratar e armazenar cada produto químico que for utilizado.

1
Calibração da Vidraria Volumétrica
Uma característica importante do bom analista é a sua habilidade em extrair os melhores dados
possíveis de seu equipamento. Para este propósito, é necessário calibrar sua própria vidraria vo-
lumétrica (buretas, pipetas, balões, etc.) para medir os volumes exatos que são contidos ou trans-
feridos. Este experimento também promove a melhora na manipulação de vidraria volumétrica.
O procedimento para a calibração de uma bureta de 50 mL é descrito no final do Capítulo 2 do
livro-texto.
Outras vidrarias volumétricas também podem ser calibradas pela medida da massa de água
que elas contêm ou transferem. Pipetas de vidro e micropipetas plásticas podem ser calibradas
pesando-se a água que elas transferem. Já um balão volumétrico pode ser calibrado pesando-se
o mesmo vazio e então preenchendo-o até a marca com água destilada. Faça cada procedimento
num mínimo de duas vezes. Compare seus resultados com as tolerâncias listadas nas tabelas do
Capítulo 2 do livro-texto.

2
Determinação Gravimétrica de
Cálcio como CaC2O4  H2O1
O íon cálcio pode ser analisado por precipitação com oxalato em solução básica para formar
Ca2C2O4  H2O. O precipitado é solúvel em solução ácida porque o ânion oxalato é uma base fraca.
Cristais grandes do produto relativamente puro e facilmente filtrado são obtidos se a precipitação
é executada lentamente. Isto pode ser feito dissolvendo-se Ca2 e C 2 O2
4 em solução ácida e ele-
vando-se gradualmente o pH pela decomposição térmica da uréia (Reação 27-2 no livro-texto).

REAGENTES
Solução de oxalato de amônio: Prepare 1 L de solução contendo 40 g de (NH4)2C2O4 e 25 mL de
HCl 12 M. Cada estudante precisará de 80 mL desta solução.
Amostras desconhecidas: Prepare 1 L de solução contendo 15-18 g de CaCO3 mais 38 mL de HCl
12 M. Cada estudante necessitará de 100 mL desta solução.

PROCEDIMENTO
1. Seque três funis de vidro sinterizados de porosidade média por 1-2 horas a 105°C. Deixe-os
esfriar por 30 minutos em um dessecador e depois os pese. Repita o procedimento com pe-
ríodos de aquecimento de 30 min até que as pesagens sucessivas concordem dentro de 0,3
mg. Use uma folha de papel ou uma pinça-tesoura, e não seus dedos, para manipular os funis.
Um método alternativo para secarmos o cadinho e o precipitado é por meio de um forno de
microondas.2 Um forno de microondas de cozinha de 900 W seca o cadinho a peso constante
em dois períodos de aquecimento de 4 e de 2 min (com períodos de 15 min para resfriamento
depois de cada ciclo). Você precisará experimentar com o seu próprio forno para encontrar os
tempos de aquecimento mais apropriados.

1. C. H. Hendrickson and P. R. Robinson, J. Chem. Ed. 1979, 56, 341.


2. R. Q. Thompson and M. Ghadiali, J. Chem. Ed. 1993, 70, 170.

2 Experimentos
2. Use pequenas porções da amostra para lavar/enxaguar uma pipeta aferida de 25 mL e descarte
os líquidos das lavagens. Use um pipetador de borracha, não a sua boca, para aspergir o líqui-
do. Transfira exatamente 25 mL da amostra para cada um de três béqueres de 250 a 400 mL e
dilua cada um com 75 mL de HCl 0,1 M. Adicione 5 gotas de solução do indicador vermelho
de metila (Tabela 11-4 no livro-texto) a cada béquer. Este indicador é vermelho abaixo de pH
4,8 e amarelo acima de pH 6,0.
3. Adicione 25 mL de solução de oxalato de amônio a cada béquer enquanto agita com um
bastão de vidro. Remova o bastão e o limpe dentro do béquer. Adicione 15 g de uréia sólida
a cada amostra, cubra cada uma delas com um vidro de relógio e aqueça lentamente por 30
min até que o indicador vire para amarelo.
4. Filtre cada uma das soluções através de um funil pesado, usando sucção (Figura 2-14 no livro-
texto). Adicione 3 mL de água gelada ao béquer e use um policial de borracha para ajudar a
transferir o sólido remanescente para o funil. Repita este procedimento com pequenas porções
de água gelada até que todo o precipitado seja transferido. Finalmente, use porções de 10 mL
de água gelada para lavar cada béquer e use esta água sobre o precipitado.
5. Seque o precipitado, primeiro por sucção com uma trompa d’água durante 1 min e a seguir, em
uma estufa a 105°C durante 1-2 h. Repita o aquecimento até que o filtro atinja peso constante.
O produto é um pouco higroscópico e, por isso, apenas um filtro de cada vez deve ser retirado
do dessecador e a pesagem deve ser feita rapidamente. Alternativamente, o precipitado pode
ser seco em um forno de microondas, inicialmente por 4 min, seguidos por outros períodos de
2 min, com um resfriamento de 15 min antes da pesagem. Com esse procedimento, a água de
cristalização não é perdida.
6. Calcule a molaridade média de Ca2 na solução desconhecida ou o peso percentual médio de
Ca no sólido desconhecido. Relate o desvio-padrão e o desvio-padrão relativo ( s / x  desvio-
padrão/média).

3
Determinação Gravimétrica de Ferro como Fe2O31
Uma amostra contendo ferro pode ser analisada por precipitação do óxido hidratado a partir de
solução alcalina, seguida de uma queima do precipitado de modo a formar Fe2O3:

Fe3  (2  x)H 2O Base


 → FeOOHxH 2O( s) 3H

FeOOHxH 2O 900°C
 → Fe2 O3 ( s)
O óxido hidratado gelatinoso pode reter impurezas. Deste modo, o precipitado inicial é dissolvido
em ácido e precipitado novamente. Uma vez que a concentração de impurezas é menor durante a
segunda precipitação, o processo de oclusão é diminuído. Amostras sólidas desconhecidas podem
ser preparadas a partir de sulfato de ferro e amônio.

PROCEDIMENTO
1. Leve três cadinhos de porcelana e suas respectivas tampas a peso constante por aquecimento
ao rubro por 15 min em um bico de Bunsen (Figura 1). Resfrie por 15 min em um dessecador
e pese cada cadinho. Repita o procedimento sucessivamente até as pesagens concordarem
dentro de 0,3 mg. Certifique-se de que todas as substâncias oxidáveis na superfície do cadinho
tenham sido queimadas e removidas.

Cadinho
Anel metálico

Triângulo
Figura 1 Posicionando um cadinho
Bico de Bunsen sobre um bico de Bunsen.

1. D. A. Skoog and D. M. West, Fundamentals of Analytical Chemistry, 3d. ed. (New York: Holt, Rinehart and Winston,
1976).

Experimentos 3
2. Cuidadosamente, pese três porções da amostra desconhecida contendo Fe suficiente para pro-
duzir 0,3 g de Fe2O3. Dissolva cada amostra em 10 mL de HCl 3 M (com aquecimento, se
necessário). Se houver impurezas insolúveis presentes, filtre com um papel-filtro quantitativo
e lave-o bem com água destilada. Adicione 5 mL de HNO3 6 M ao filtrado e aqueça-o por al-
guns minutos para garantir que todo o ferro é oxidado a Fe(III).
3. Dilua a amostra a 200 mL com água destilada e adicione amônia 3 M com agitação constante
até que a solução se torne básica (basicidade determinada por papel de tornassol ou papel
indicador de pH). Faça a digestão do precipitado por aquecimento durante 5 min e deixe o
precipitado sedimentar. (Reagentes básicos não devem ser armazenados em frascos de vidro
porque eles, lentamente, dissolverão o vidro. Se a amônia de um frasco de vidro é usada, ela
pode conter partículas de sílica e por isso deve ser previamente filtrada.)
4. Decante o líquido sobrenadante através de um papel-filtro sem cinzas com alta porosidade
(Whatman 41 ou Schleicher and Schuell faixa preta, como nas Figuras 2-15 e 2-16 no livro-tex-
to). Não verta o líquido de uma altura maior do que 1 cm a partir do topo do funil. Se uma nova
precipitação é desejada, vá para a Etapa 5. Lave o precipitado repetidas vezes com NH4NO3 a
1% m/m até que pouco ou nenhum Cl seja detectado no sobrenadante filtrado. (Teste o Cl
acidificando alguns mililitros do filtrado com 1 mL de HNO3 diluído e adicione algumas gotas
de AgNO3 0,1 M.) Finalmente, transfira o sólido para o filtro com a ajuda de um policial de
borracha conjuntamente com o líquido quente. Passe para a Etapa 6 se uma nova precipitação
não é necessária.
5. Lave por duas vezes o material gelatinoso com 30 mL de uma solução aquosa de NH4NO3 fer-
vente a 1% m/m, decantando o sobrenadante através do filtro. A seguir, ponha o papel-filtro de
volta no béquer com o precipitado, adicione 5 mL de HCl 12 M para dissolver o ferro e reduza
o papel-filtro a pequenos pedaços com o auxílio de um bastão de vidro. Com agitação, adicione
amônia e precipite novamente o ferro presente. Decante através de um funil com uma nova
folha de papel-filtro sem cinzas. Lave o sólido repetidamente com NH4NO3 a 1% m/m, quente
até que pouco ou nenhum íon Cl seja detectado no filtrado sobrenadante. A seguir, transfira
o sólido para o filtro com a ajuda de um policial de borracha e mais líquido quente.
6. Deixe o filtro escorrer durante a noite, se possível, protegido da poeira. Cuidadosamente retire
o papel do funil, dobre-o (Figura 2) e transfira-o para um cadinho de porcelana que esteja a
massa constante.

1. Aplaine o 2. Dobre nos 3. Dobre a parte


papel cantos de cima

Figura 2 Dobrando um papel-filtro


e posicionando-o dentro de um
cadinho para a queima. A dobradura
do papel deve ser feita de modo que
todo o material caiba e se adapte à 4. Ponha dentro do
base do cadinho. Seja cuidadoso de cadinho com a ponta
modo a não rasgar o papel. para baixo

7. Seque o cadinho cuidadosamente com uma pequena chama, como mostrado na Figura 1. A
chama deve ser dirigida para a parte de cima do cadinho com a sua tampa semi-aberta. Deve-
se evitar projeções do material. Depois que o papel-filtro e o precipitado estão secos, queime o
papel-filtro aumentando a temperatura da chama. O cadinho deve estar ao ar livre para evitar
a redução do ferro pelo carbono. (A tampa do cadinho deve estar em uma boa posição para
abafá-lo, se por acaso o papel-filtro inflamar.) Qualquer resíduo de carbono no cadinho ou na
sua tampa deve ser queimado dirigindo-se a chama em sua direção. O cadinho deve ser sem-
pre manipulado com uma pinça-tesoura. Finalmente, o produto deve ser fortemente aquecido
por 15 min com toda a chama do bico de Bunsen dirigida para a base do cadinho onde o Fe2O3
está localizado.

4 Experimentos
8. Resfrie o cadinho rapidamente ao ar e depois no dessecador por 30 min. Pese o cadinho e a
tampa até peso constante (dentro de 0,3 mg) com aquecimentos repetidos.
9. Calcule a porcentagem em massa de ferro em cada amostra, a média, o desvio-padrão e o des-
vio-padrão relativo ( s/x ).

4
Avaliação Estatística de Indicadores Ácido-Base
Este experimento apresenta o uso de indicadores e os conceitos estatísticos de média, desvio-
padrão, teste Q e teste t.1 Será feita uma comparação da exatidão de diferentes indicadores na
localização do ponto final da titulação da base “tris” com ácido clorídrico:
(HOCH2)3CNH2  H  (HOCH2)3CNH3
Triidroximetilaminometano [também conhecido
como Tris(hidroximetil)amonometano]

REAGENTES
HCl 0,1 M: Cada aluno utilizará aproximadamente 500 mL dessa solução não-padronizada. Este
volume deve ser oriundo de uma mesma solução do ácido, preparada em quantidade suficiente
para que toda a classe possa efetuar a análise.
Tris: Deve ser disponível na pureza de padrão primário, em forma de pó (4g/aluno).
Indicadores: Azul-de-bromotimol (AB), vermelho-de-metila (VM), verde-de-bromocresol (VB),
alaranjado-de-metila (AM) e eritrosina (E), armazenados em frascos do tipo conta-gotas. Para
a preparação dos indicadores consultar a Tabela 11-4 do livro-texto.

As mudanças de cor para a titulação de tris com HCl são


AB: azul (pH 7,6)  amarelo (pH 6,0) (o ponto final é o desaparecimento do verde)
VM: amarelo (pH 6,0)  vermelho (pH 4,8) (o ponto final é o desaparecimento do laranja)
VB: azul (pH 5,4)  amarelo (pH 3,8) (o ponto final é verde)
AM: amarelo (pH 4,4)  vermelho (pH 3,1) (o ponto final é o primeiro aparecimento do laranja)
E: vermelho (pH 3,6)  laranja (pH 2,2) (o ponto final é o primeiro aparecimento do laranja)

PROCEDIMENTO
Cada aluno deverá executar o procedimento escrito a seguir com um dos indicadores, de modo
que cada indicador seja avaliado por pelo menos quatro alunos.
1. Calcule a massa molecular do tris e a massa necessária para reagir com 35 mL de solução de
HCl 0,10 M. Pese esta quantidade de tris dentro de um frasco de 125 mL.
2. É uma boa prática rinsar a bureta com a solução a ser utilizada na titulação para remover tra-
ços de impurezas ou de reagentes utilizados anteriormente. Para isso, lave a bureta de 50 mL
consecutivamente com três porções de 10 mL de HCl 0,1 M, descartando adequadamente estas
soluções de lavagem. Durante as lavagens, sacuda e gire a bureta, de modo que a solução de
lavagem entre em contato com toda a parede da bureta, e depois descarte a solução de lava-
gem fazendo-a passar pela da torneira da bureta. Após a rinsagem, encha a bureta com solução
de HCl 0,1 M até próximo da marcação do zero, aguarde um minuto para a acomodação do
líquido e anote a leitura o mais próximo possível de 0,01 mL.
3. A primeira titulação deve ser executada rapidamente, com o intuito de permitir uma locali-
zação aproximada do ponto final. Adicione 20 mL do HCl da bureta ao frasco e agite para
dissolver a tris. Adicione 2-4 gotas do indicador e titule com alíquotas de 1 mL de HCl para
determinar o ponto final.
4. Pelos resultados da primeira titulação, calcule quanto de tris é necessário para que as próxi-
mas titulações venham a consumir 35-40 mL de HCl. Pese a quantidade calculada de tris em
um frasco limpo. Complete a bureta para perto da marcação do zero e anote a leitura. Repita
a titulação como na Etapa 3, porém use uma gota de cada vez nas proximidades do ponto fi-
nal. Quando estiver muito próximo do ponto final, use menos que uma gota de cada vez. Para
fazer isto, deixe pender cuidadosamente na ponta da bureta uma fração de uma gota e toque,

1. D. T. Harvey, J. Chem. Ed. 1991, 68, 329.

Experimentos 5
então, a ponta da bureta no interior da parede do frasco de titulação. Cuidadosamente, incline
o frasco de titulação de forma que a solução atinja a fração de gota deixada na parede, agitando
a seguir para misturar a solução. Anote o volume total de HCl necessário para atingir o ponto
final da titulação, utilizando a precisão máxima permitida pela bureta. Calcule a massa real
de tris com a equação de empuxo 2-1 do livro-texto (massa específica da tris  1,327 g/mL).
Calcule a molaridade do HCl.
5. Repita a titulação para obter pelo menos seis medidas acuradas da molaridade do HCl.
6. Use o teste Q (Seção 4-6 do livro-texto) para decidir se algum resultado deverá ser despre-
zado. Registre os valores considerados como válidos, a sua média, o seu desvio-padrão e seu
desvio-padrão relativo ( s/x ).

ANÁLISE DOS DADOS


Organize os dados obtidos pela classe e preencha a Tabela 1, que mostra dois possíveis resultados.
A quantidade sx é o desvio-padrão de todos os resultados obtidos por vários alunos. O desvio-pa-
drão acumulado, sP, é obtido a partir do desvio-padrão reportado por cada aluno. Se dois alunos
encontram o ponto final em valores diferentes, cada resultado pode ser bastante reprodutível, mas
as molaridades obtidas individualmente pelos alunos serão diferentes. Juntos, eles vão produzir
um valor alto para sx (porque seus resultados individuais são muito diferentes), porém um valor
pequeno para sP (porque cada um dos resultados é reprodutível individualmente).
Selecione o par de indicadores que forneceram molaridades médias de HCl mais afastadas entre
si. Use o teste t (Equação 4-8 do livro-texto) para decidir se as molaridades médias são significativa-
mente diferentes entre si, no intervalo de confiança de 95%. No cálculo do desvio-padrão acumulado
para a Equação 4-8, os valores de s1 e s2 na Equação 4-9 do livro-texto são os valores de sx (e não sP)
na Tabela 1. Uma condição para a aplicação das Equações 4-8 e 4-9 é que o desvio-padrão dos dois
conjuntos de medidas não devem ser “significativamente diferentes” entre si. Utilize o teste F da
Seção 4-4 do livro-texto para decidir se os desvios-padrão são ou não significativamente diferentes.
Caso eles sejam significativamente diferentes, use as Equações 4-8a e 4-9a para o teste t.
Selecione o par de indicadores que forneceram as segundas molaridades mais afastadas ente si e use
o teste t novamente para decidir se este segundo par de resultados é significativamente diferente.

Tabela 1 Dados acumulados


Molaridade
Número de Número de média do Desvio-padrão
medidas alunos HCl (M)a relativo (%)
Indicador (n) (S) (x ) sx (M)b 100 sx / x sp (M)c
AB 28 5 0,095 65 0,002 25 2,35 0,001 09
VM
VB 29 4 0,086 41 0,001 13 1,31 0,000 99
AM
E
a. Calculada a partir de todos os valores que não foram descartados pelo teste Q.
b. sx  Desvio-padrão de todas as n medidas (graus de liberdade  n  1)
c. sp  Desvio-padrão acumulado para S alunos (graus de liberdade  n  S). Calculado com a equação
s12 ( n1  1)  s2 2 ( n2  1)  s32 ( n3  1)  …
sp 
nS
onde há um termo no numerador para cada aluno usando aquele indicador.

REGISTRANDO OS RESULTADOS

Dados Individuais do Aluno

Massa verdadeira Molaridade


Massa de tris da corrigida para o Volume de HCl calculada de
Experimento balança (g) empuxo (g) (mL) HCl (M)
1
2
3
4
5
6

6 Experimentos
Baseado no teste Q, algum resultado de molaridade deverá ser descartado? Em caso afirmativo,
qual?
Valor médio dos resultados mantidos: _______________________
Desvio-padrão: _________________________________________
Desvio-padrão relativo (%): _______________________________

Dados Agrupados da Classe


1. Junte a sua cópia da Tabela 1 com todos os valores preenchidos.
2. Compare as duas molaridades mais distintas na Tabela 1. (Mostre seus testes F e t e faça as
conclusões.)
3. Compare as duas segundas molaridades mais distintas na Tabela 1.

5
Preparação de Ácidos e Bases Padrões
Procedimentos para preparação de HCl 0,1 M padrão e NaOH 0,1 M padrão são descritos no final
do Capítulo 11 do livro-texto. Amostras desconhecidas de carbonato de sódio e hidrogeno ftalato
de potássio podem ser analisados utilizando-se os procedimentos descritos naquela seção.

6
Empregando um Eletrodo de pH em uma
Titulação Ácido-Base
Neste experimento você empregará um eletrodo de pH para acompanhar o andamento de uma
titulação ácido-base. Você observará como o pH varia lentamente durante a maior parte da re-
ação e, rapidamente, próximo do ponto de equivalência. Você calculará as derivadas primeira
e segunda da curva de titulação para localizar o ponto final. A partir da massa desconhecida
de ácido ou de base e do número de moles do titulante, você pode calcular a massa molecular
da substância desconhecida. A Seção 11-5 do livro-texto fornece os fundamentos para esta ex-
periência.

REAGENTES
NaOH 0,1 M padrão e HCl 0,1 M padrão: Do Experimento 5.
Indicadores verde-de-bromocresol e fenolftaleína: Veja a Tabela 11-4 no livro-texto.
Tampões para calibração do pH: pH 7 e pH 4. Use padrões comerciais.
Amostras desconhecidas: Amostras desconhecidas devem ser guardadas em um dessecador pelo
professor.
Sugestões de substâncias desconhecidas ácidas: hidrogenoftalato de potássio (Tabela 11-5, MF
204,23), ácido 2-(N-morfolino)etanossulfônico (MES, Tabela 9-2, MF 195,24), cloridrato de imi-
dazola (Tabela 9-2, MF 104,54, higroscópico), hidrogenoiodato de potássio (Tabela 11-5, MF
389,91).
Sugestões de substâncias desconhecidas básicas: tris (Tabela 11-5, MF 121,14), imidazola (MF 68,08),
hidrogenofosfato dissódico (Na2HPO4, MF 141,96), glicinato de sódio (pode ser encontrado em
catálogos de produtos químicos como glicina, sal de sódio hidratado, H2NCH2CO2NaxH2O, MF
97,05  x(18,015)). No caso do glicinato de sódio, um dos objetivos da titulação é determinar o
número de águas de hidratação a partir da massa molecular.

PROCEDIMENTO
1. A partir de informações do seu professor, pese com exatidão uma massa de substância des-
conhecida (5-8 mmol) e dissolva-a em água destilada em balão volumétrico de 250 mL. Dilua
até a marca e misture bem.
2. Seguindo as instruções de seu medidor de pH, calibre o aparelho e o eletrodo de vidro utili-
zando os tampões com pH próximos a 7 e a 4. Rinse bem os eletrodos com água destilada e
enxugue-os com um lenço de papel antes de imergi-los em uma nova solução.

Experimentos 7
3. A primeira titulação é estimativa, de modo que você possa saber o ponto final aproximado
na próxima titulação. A partir da titulação estimativa, pipete 25,0 mL da solução contendo a
substância desconhecida para um frasco de 125 mL. Caso esteja titulando um ácido desconhe-
cido, adicione 3 gotas do indicador fenolftaleína e titule com NaOH 0,1 M padrão, por meio
de uma bureta de 50 mL, até aparecimento de cor rosa no ponto final. Na hipótese de titular
uma base desconhecida, adicione 3 gotas do indicador verde-de-bromocresol e titule com HCl
0,1 M padrão até surgimento de cor verde no ponto final. Adicione 0,5 mL de titulante a cada
vez de modo que possa estimar o volume de equivalência a menos de 0,5 mL. Próximo do ponto
final, o indicador muda temporariamente de cor com a adição do titulante. Caso reconheça este
fato, você pode reduzir a taxa de adição e estimar o ponto final a menos de algumas gotas.
4. Agora chegou a hora de fazer a titulação cuidadosa. Pipete 100,0 mL da solução do desconhe-
cido para um béquer de 250 mL contendo um agitador magnético. Posicione o(s) eletrodo(s)
no líquido de modo que o agitador não se choque contra ele(s). Caso empregue um eletrodo
combinado, o orifício pequeno próximo à base deve ser imerso na solução. Este orifício é a
ponte salina para o eletrodo de referência. Deixe o eletrodo em equilíbrio por 1 min, sob agi-
tação, e registre o pH.
5. Adicione uma gota do indicador e comece a titulação. O volume de equivalência será 4 vezes
maior do que aquele obtido na Etapa 3 Adicione alíquotas de 1,5 mL do titulante e registre
o volume exato, o pH e a cor 30 s após cada adição. Quando estiver a menos de 2 mL do ponto
de equivalência, adicione o titulante em incrementos de 2 gotas. Quando estiver a menos de 1
mL, adicione o titulante a incrementos de 1 gota. O ponto de equivalência tem a variação mais
rápida do pH. Adicione mais 5 alíquotas de 1,5 mL do titulante e registre o pH após a adição
de cada uma delas.

ANÁLISE DOS DADOS


1. Construa um gráfico de pH contra o volume de titulante. Assinale em seu gráfico onde foi ob-
servada a mudança de cor do indicador.
2. Seguindo o exemplo da Tabela 11-3 e da Figura 11-6 do livro-texto, calcule a derivada primeira
(o coeficiente angular, pH/V) para cada ponto a menos de 1 mL do volume de equiva-
lência. A partir de seu gráfico, estime o volume de equivalência o mais exato possível, como
mostrado na Figura 1.
3. Seguindo o exemplo na Tabela 11-3, calcule a derivada segunda (o coeficiente angular, (coe-
ficiente angular)/V). Prepare um gráfico como o da Figura 11-7, e localize o volume de equi-
valência o mais exato possível.
4. Retorne ao seu gráfico obtido na Etapa 1 e assinale onde as mudanças de cor do indicador fo-
ram observadas. Compare o ponto final do indicador com os pontos finais estimados a partir
das derivadas primeira e segunda.
5. A partir do volume de equivalência e da massa da substância desconhecida, calcule a massa
molecular da substância desconhecida.

Ve é estimado como Ve é estimado entre os


estando a meio caminho pontos 2 e 3, mas está
entre os pontos muito mais próximo do
experimentais. ponto 2.
Derivada primeira

Derivada primeira
Derivada primeira

Volume Volume Volume


Figura 1 Exemplos de localização (a) Curva simétrica com um (b) Curva simétrica sem (c) Curva assimétrica. A
da posição do máximo da derivada máximo evidente. máximo. maioria dos dados reais
primeira de uma curva de titulação. se enquadra neste perfil.

8 Experimentos
7
Análise de uma Mistura de Carbonato e Bicarbonato
Este procedimento envolve duas titulações. Primeiro, a alcalinidade total ( [HCO3  2[CO32 ])
é medida titulando-se a mistura com HCl padrão até o ponto final verde, indicado pelo verde-
de-bromocresol:
HCO3  H  H2CO3
CO2
3  2H  H2CO3
Uma alíquota é separada da amostra desconhecida e é tratada com NaOH padrão para conver-
ter HCO3 em CO2 3 :
HCO3  OH  CO2 3  H2O
A seguir todo o carbonato é precipitado com BaCl2:
Ba2  CO2
3  BaCO3(s)
O excesso de NaOH é titulado imediatamente com HCl padrão para determinar quanto de HCO3
estava presente. A partir da alcalinidade total e da concentração de bicarbonato é possível calcu-
lar a concentração original de carbonato.

REAGENTES
Solução-padrão de NaOH 0,1 M e solução-padrão de HCl 0,1 M: Do experimento 5.
Água livre de CO2: Aqueça 500 mL de água destilada para expelir o CO2 presente e transfira a água
para uma garrafa plástica de 500 mL. Feche a garrafa cuidadosamente e espere a água resfriar à
temperatura ambiente. Mantenha o frasco sempre bem fechado quando este não estiver em uso.
Solução aquosa de BaCl2 a 10% m/m: 35 mL/aluno.
Indicadores verde-de-bromocresol e fenolftaleína: Veja Tabela 11-4 no livro-texto.
Amostra desconhecida: O sólido desconhecido (2,5 g/estudante) pode ser preparado a partir de car-
bonato de sódio e bicarbonato de potássio. A amostra desconhecida deve ser armazenada em um
dessecador e não deve ser aquecida. O aquecimento de 50-100°C converte NaHCO3 em Na2CO3.

PROCEDIMENTO
1. Em um pesa-filtro fechado, previamente tarado, pese cuidadosamente entre 2,0-2,5 g da amostra
desconhecida, transferindo praticamente todo o material sólido por meio de um funil para um
balão volumétrico de 250 mL. O pesa-filtro deve ser novamente pesado para determinar-se a
quantidade exata de amostra transferida. Continue com este processo até que a massa desejada
do reagente tenha sido transferida para o funil. Lave o funil algumas vezes com pequenas porções
de água livre de CO2 para dissolver a amostra. Remova o funil, dilua até a marca e misture bem.
2. Alcalinidade total: Pipete uma alíquota de 25,00 mL de solução da amostra desconhecida para
um Erlenmeyer de 250 mL e titule com HCl padrão de concentração 0,1 M, usando verde-
de-bromocresol como indicador como no Experimento 5 para a padronização de HCl. Repita
este procedimento com mais duas alíquotas de 25,00 mL.
3. Teor de bicarbonato: Pipete 25,00 mL de amostra desconhecida e 50,00 mL de NaOH padrão
0,1 M para um frasco de 250 mL. Misture e adicione por meio de uma proveta 10 mL de BaCl2
10% m/m. Misture novamente de modo a precipitar todo o BaCO3, adicione 2 gotas de fe-
nolftaleína e titule imediatamente a mistura com solução-padrão de HCl 0,1 M. Repita este
procedimento com mais duas porções de 25,00 mL da amostra desconhecida.
4. A partir dos resultados da Etapa 2, calcule a alcalinidade total e seu desvio-padrão. A partir
dos dados da Etapa 3 calcule a concentração de bicarbonato e seu desvio-padrão. Usando os
desvios-padrão como uma estimativa da incerteza, calcule a concentração de carbonato (e a
sua incerteza) na amostra. Expresse a composição do sólido desconhecido tal como K2CO3
63,4% (0,5%) p/p e NaHCO3 36,6% (0,2%) p/p.

8
Análise de uma Curva de Titulação
Ácido-Base: Gráfico de Gran
Neste experimento, titularemos uma amostra pura de hidrogenoftalato de potássio (Tabela 11-5
do livro-texto) com NaOH padrão. O gráfico de Gran (você deve ler sobre este assunto na Seção

Experimentos 9
11-5 do livro-texto) será utilizado para determinação do ponto de equivalência e do valor de Ka.
Os coeficientes de atividade são usados nos cálculos deste experimento.

PROCEDIMENTO (DE FÁCIL REALIZAÇÃO)


1. Seque cerca de 1,5 g de hidrogenoftalato de potássio a 105°C por 1 h e deixe esfriar por 20 min
em dessecador. Pese com exatidão 1,5 g, anote a massa e dissolva esta quantidade em água
num balão volumétrico de 250 mL. Complete o volume e misture bem.
2. Seguindo as instruções do medidor de pH utilizado, calibre o equipamento com soluções-
tampão padrão com valores de pH em torno de 7 e 4. Após o término da calibração, rinse
bem o eletrodo com água destilada e seque-o com um pano limpo, antes de mergulhá-lo na
solução.
3. Pipete 100 mL da solução de ftalato para um béquer de 250 mL, contendo uma barra de agi-
tação magnética. Posicione o eletrodo no béquer de forma que a barra de agitação não o atin-
ja, enquanto se movimenta. O pequeno orifício perto do bulbo do eletrodo combinando de
pH deve estar imerso na solução. O orifício é a ponte salina do eletrodo de referência. Com o
eletrodo imerso e sob agitação espere 1 minuto para o sistema atingir o equilíbrio. Após isto,
anote o valor do pH.
4. Adicione 1 gota do indicador de fenolftaleína (Tabela 11-4 do livro texto) e titule com solu-
ção-padrão de NaOH 0,1 M. Adicione a base em alíquotas de 1,5 mL até que o volume total
adicionado esteja a 4 mL do volume de equivalência teórico. Anote o volume e o pH, 30 s após
cada adição. Após isto, adicione alíquotas de 0,4 mL até estar a 1 mL do ponto de equivalência
teórico. A partir deste ponto adicione 1 gota de base de cada vez até ultrapassar o ponto rosa
de viragem por alguns centésimos de mililitro. (Anote o volume no qual a cor rosa é observa-
da.) Adicione, então, mais cinco alíquotas de 1 mL.
5. Faça o gráfico de pH versus Vb (volume adicionado de base). Localize o volume de equivalên-
cia (Ve) como o ponto de inclinação máxima ou derivada segunda nula, conforme descrito na
Seção 12-5. Compare este resultado com o ponto de equivalência teórico e com o observado
através da fenolftaleína.

CÁLCULOS (COMEÇA O TRABALHO!)


1. Faça um gráfico de Gran (um gráfico de Vb10pH versus Vb) utilizando os dados coletados no in-
tervalo entre 0,9Ve e Ve. Trace uma linha através da parte linear da curva e extrapole até a abs-
cissa para encontrar Ve. Use este valor de Ve para os cálculos a seguir. Compare este valor com
aqueles encontrados através da fenolftaleína e com o estimado do gráfico de pH versus Vb.
2. Calcule a inclinação (o coeficiente angular) do gráfico de Gran e utilize a Equação 11-5 para
calcular Ka para o hidrogenoftalato de potássio da seguinte forma: A inclinação do gráfico de
Gran é Ka HP /P2. Nesta equação, P2 é o ânion ftalato e HP é o íon hidrogenoftalato.
Como a força iônica muda ligeiramente à medida que a titulação prossegue, mudam igualmente
os coeficientes de atividade. Calcule a força iônica em 0,95Ve e utilize este valor “médio” de
força iônica para calcular os coeficientes de atividade.

Exemplo Cálculo de Coeficientes de Atividade


Calcule HP e P2 , em 0,95 Ve na titulação de 100,0 mL de hidrogenoftalato de potássio
0,020 0 M com NaOH 0,100 M.

Solução O ponto de equivalência é 20,0 mL, logo 0,95Ve  19,0 mL. As concentrações de
H e OH são desprezíveis comparadas com as concentrações de K, Na, HP e P2, cujos
valores são
 100 mL 
[K ]    (0, 020 0 M)  0, 016 8 M
 119 mL 
 19 mL 
[Na ]    (0,100 M)  0, 016 0 M
 119 mL 
 100 mL 
[HP ]  (0, 050)   (0, 020 0 M)  0, 000 84 M
 119 mL 
 100 mL 
[P 2 ]  (0, 95)   (0, 020 0 M)  0, 0160 M
 119 mL 
A força iônica é

10 Experimentos
1
 ∑ ci zi2
2
1
 [(0, 016 8)  12  (0, 016 0)  12  (0, 000 84)  12  (0, 016 0)  2 2 ]  0, 048 8 M
2

Para estimar HP e P2 em   0,048 8 M, faça a interpolação na Tabela 8-1. Nessa tabela,
encontramos que o raio do P2 hidratado — íon ftalato, C6 H 4 (CO 22 )2 — é 600 pm. O raio do
HP não está listado, mas vamos supor que ele seja igual a 600 pm também. Um íon com carga
2 e um raio de 600 pm possui   0,485 em   0,05 M e   0,675 em   0,01 M. Inter-
polando entre estes valores, estimamos P2  0,49 quando   0,048 8 M. Da mesma forma,
estimamos HP  0,84 para esse mesmo valor de força iônica.

3. A partir da medida da inclinação do gráfico de Gran e dos valores de HP e P2, calcule pKa.
Escolha, então, um ponto experimental perto de Ve e outro perto de Ve. Utilize a Equação 9-18
para calcular pKa com cada ponto. (Para isso, deverão ser calculados [P2], [HP], P2 e HP
em cada ponto.) Comparar o valor médio de pKa deste experimento com o valor de pK2 para
o ácido ftálico listado no Apêndice G.

9
Análise de Nitrogênio pelo Método Kjeldahl
A análise de nitrogênio pelo método Kjeldahl é amplamente usada para medir o teor de nitro-
gênio em compostos orgânicos puros e em substâncias complexas, tais como o leite, o cereal e a
farinha. A digestão em H2SO4 fervente com um catalisador converte o nitrogênio orgânico em
NH4 . A solução é, então, tornada básica, e o NH3 liberado é destilado para dentro de uma quanti-
dade conhecida de HCl (Reações 7-3 até 7-5 do livro-texto). O HCl que não reagiu é titulado com
NaOH para determinar quanto do HCl foi consumido pelo NH3. Como a solução a ser titulada
contém tanto HCl quanto NH4 , escolhemos um indicador que permite a titulação do HCl sem
iniciar a titulação do NH4 . O verde-de-bromocresol, com uma faixa de transição entre os valores
de pH 3,8 e 5,4, atende plenamente este requisito.
A digestão no método Kjeldahl captura os nitrogênios de aminas (NR2) ou amidas
(C(O)NR2) (onde R pode ser H ou um grupo orgânico), mas não oxida o nitrogênio de
grupos, tais como nitro (NO2) ou azo (NN), que precisam ser primeiramente reduzidos
para aminas ou amidas.

REAGENTES
Solução-padrão de NaOH e solução-padrão de HCl: Do Experimento 5.
Indicadores verde-de-bromocresol e fenolftaleína: Veja a Tabela 11-4 no livro-texto.
Sulfato de potássio: 10 g/estudante.
Pérolas de ebulição cobertas com selênio: Os grânulos Hengar cobertos de selênio são convenien-
tes. Catalisadores alternativos são 0,1 g de Se, 0,2 g de CuSeO3, ou um cristal de CuSO4.
H2SO4 concentrado (98% p/p): 25 mL/estudante.
Amostras desconhecidas: As amostras desconhecidas são a acetanilida pura, o ácido N-2-hidroxie-
tilpiperazina-N-2 etanossulfônico (tampão HEPES, Tabela 9-2 no livro-texto), o tris(hidroxi
metil)aminometano (tampão tris, Tabela 9-2), ou os sais de amônia do ácido p-toluenossulfô-
nico, a glicina, ou o ácido nicotínico. Cada estudante necessita de uma quantidade de amostra
suficiente para produzir 2-3 mmol de NH3.

DIGESTÃO
1. Seque sua amostra desconhecida a 105°C por 45 minutos e pese, de forma exata, uma quanti-
dade que produzirá 2-3 mmol de NH3. Coloque a amostra em um frasco Kjeldahl seco de 500
mL (Figura 7-2 do livro-texto), de maneira que a menor quantidade possível fique grudada nas
paredes. Adicione 10 g de K2SO4 (para aumentar a temperatura de ebulição) e três pérolas de
ebulição cobertas de selênio. Derrame 25 mL de H2SO4 a 98% m/m, de forma a arrastar para
baixo qualquer sólido das paredes. (CUIDADO: O H2SO4 concentrado ataca a pele. Se houver
qualquer contato do ácido com sua pele, enxágüe imediatamente o local com bastante água,
seguido de sabão e água).

Experimentos 11
2. Em uma capela, fixe com uma garra o frasco em um ângulo de 30° para longe de você. Aqueça
suavemente com um bico de Bunsen até que a formação de espuma cesse e a solução se torne
homogênea. Continue suavemente a ebulição por 30 minutos adicionais.
3. Resfrie o frasco ao ar por 30 minutos e, então, em um banho de gelo por 15 minutos. Lenta-
mente, e com agitação constante, adicione 50 mL de água destilada resfriada em gelo. Dissol-
va qualquer sólido que tenha cristalizado. Transfira o líquido para um balão de destilação de
3 bocas de 500 mL, mostrado na Figura 1. Lave o frasco Kjeldahl cinco vezes com porções de
10 mL de água destilada, e derrame as águas de lavagem para dentro do balão de destilação.

Saída de água

Condensador
Seletor de
passagem
Funil de gasosa
adição

Rolha de
borracha
Torneira
Entrada de água

Funil de vidro
de haste longa

Balão de
500 mL
Béquer receptor
Pérolas de de 400 mL
ebulição

Figura 1 Aparelhagem para a Bico de


destilação Kjeldahl. Bunsen

DESTILAÇÃO
1. Monte a aparelhagem da Figura 1 e vede bem as conexões. Pipete 50,00 mL de solução-padrão
de HCl 0,1 M para dentro do béquer receptor e fixe o funil abaixo do nível do líquido.
2. Adicione 5-10 gotas do indicador fenolftaleína ao balão de três bocas mostrado na Figura 1 e
assegure a vedação das rolhas. Derrame 60 mL de solução de NaOH 50% m/m dentro do funil
de adição e goteje este conteúdo dentro do balão de destilação em um período de 1 minuto
até que o indicador se torne rosa. (CUIDADO: O NaOH 50% m/m ataca a pele. Enxágüe abun-
dantemente com água qualquer derramamento sobre a sua pele.) Não permita que o último
1 mL passe através da torneira, pois o gás não pode escapar do balão. Feche a torneira e aque-
ça suavemente até que dois terços do líquido tenham sido destilados.
3. Remova o funil do béquer receptor antes de remover o bico de Bunsen do balão (para evitar
a sucção do destilado de volta para o condensador). Rinse bem o funil com água destilada e
recolha esta água de rinsagem dentro do béquer. Adicione 6 gotas da solução do indicador
verde-de-bromocresol ao béquer e cuidadosamente titule com a solução-padrão de NaOH
0,1 M até a cor azul indicadora do ponto final. Você está olhando para o primeiro aparecimento
da cor azul-clara. (Pratique anteriormente as titulações com HCl e NaOH para se familiarizar
com o ponto final.)
4. Calcule a % m/m do nitrogênio na amostra desconhecida.

12 Experimentos
10
Titulação com EDTA de Ca2 e Mg2 em Águas Naturais
Os íons metálicos multivalentes mais comuns em águas naturais são o Ca2 e o Mg2. Neste ex-
perimento, encontraremos a concentração total dos íons metálicos que reagem com o EDTA, e
assumiremos que ela é igual à concentração de Ca2 e Mg2. Em um segundo experimento, o Ca2
é analisado separadamente após a precipitação de Mg(OH)2 com uma base forte.

REAGENTES
Tampão (pH 10): Adicione 142 mL da solução aquosa de NH3 28% m/m a 17,5 g de NH4Cl e di-
lua a 250 mL com água.
Indicador de negro-de-eriocromo T: Dissolva 0,2 g do indicador sólido em 15 mL de trietanola-
mina mais 5 mL de etanol absoluto.
Solução de NaOH 50% m/m: Dissolva 100 g de NaOH em 100 g de H2O em um frasco plástico de
250 mL. Armazene esta solução em frasco tampado firmemente vedado. Quando você remover
a solução com uma pipeta, tente não perturbar o Na2CO3 precipitado.

PROCEDIMENTO
1. Seque o Na2H2EDTA  2H2O (MF 372,24) a 80°C por 1 hora e resfrie em dessecador. Pese, de
forma exata, 0,6 g e dissolva esta massa, com aquecimento, em 400 mL de água em um balão
volumétrico de 500 mL. Resfrie até a temperatura ambiente, dilua até a marca, e misture bem.
2. Pipete uma alíquota da amostra desconhecida para dentro de um balão de 250 mL. Uma alí-
quota de 1,000 mL de água do mar ou uma alíquota de 50,00 mL de água potável é normalmen-
te adequada. Se você usar 1,000 mL de água do mar, adicione 50 mL de água destilada. Para
cada alíquota, adicione 3 mL de tampão pH 10 e 6 gotas do indicador negro-de-eriocromo T.
Titule com EDTA a partir de uma bureta de 50 mL e observe quando a cor muda de verme-
lho-vinho para azul. Pratique várias vezes para achar o ponto final através da adição de uma
pequena quantidade de água potável e da titulação com mais EDTA. Guarde uma solução no
ponto final para usar na comparação de cor em outras titulações.
3. Repita a titulação com três alíquotas para encontrar um valor exato para a concentração total
de Ca2  Mg2. Realize uma titulação em branco com 50 mL de água destilada e subtraia o
valor do branco de cada resultado.
4. Para a determinação do Ca2, pipete quatro alíquotas da amostra desconhecida para dentro
de balões limpos (adicionando 50 mL de água destilada se você estiver usando 1,000 mL de
água do mar). Adicione 30 gotas de NaOH 50% m/m a cada solução e agite por 2 minutos para
precipitar o Mg(OH)2 (que pode não estar visível). Adicione 0,1 g de azul-de-hidroxinaftol
sólido a cada balão. (Este indicador é usado porque permanece azul em valores mais altos de
pH do que o negro-de-eriocromo T.) Titule uma alíquota rapidamente para encontrar o ponto
final; pratique para achá-lo várias vezes, se necessário.
5. Titule as outras alíquotas cuidadosamente. Após atingir o ponto final de cor azul, deixe cada
alíquota descansar por 5 minutos, com agitação ocasional, de forma que qualquer Ca(OH)2
precipitado possa redissolver. Então, titule de volta até o ponto final de cor azul. (Repita este
procedimento se a cor azul retornar para vermelho após o descanso.) Realize uma titulação
em branco com 50 mL de água destilada.
6. Calcule a concentração total de Ca2 e Mg2, assim como as concentrações individuais de cada
íon. Calcule o desvio-padrão relativo das titulações replicadas.

11
Síntese e Análise de Decavanadato de Amônio1
As espécies presentes em uma solução de V5 dependem do pH e da concentração (Figura 1). O
íon decavanadato (V10 O6
28 ), que será isolado neste experimento com um sal de amônio, consiste
em 10 octaedros VO6 compartilhando os seus lados (Figura 2).

1. G. G. Long, R. L. Stanfield, and F. C. Hentz, Jr., J. Chem. Ed. 1979, 56, 195.

Experimentos 13
Em ácido Em ácido
forte forte
ácido acético,
álcool

MF

Precipitado

log (Concentração de vanádio, M)

Figura 1 Diagrama de fases para o vanádio(V) aquoso como uma função da concentração total de
vanádio e do pH. [De J. W. Larson, J. Chem. Eng. Data 1995, 40, 1276.] A região marcada como “precipitado”
provavelmente se refere à do hidróxido de vanádio.

Depois de preparar este sal, vamos determinar o conteúdo de vanádio através de uma titula-
ção redox e NH4 pelo método Kjeldahl. Na titulação redox, V5 será primeiramente reduzido a
V4 com ácido sulfuroso e então titulado com permanganato padrão (Prancha 9, no Encarte em
Cores do livro-texto).

V10O6
28  H2SO3  VO
2
 SO2

VO2  MnO4  VO2  Mn2


azul violeta amarelo incolor

REAGENTES
Figura 2 Estrutura do ânion V10 O28
6
,
consistindo em octaedros VO6 Metavanadato de amônio (NH4VO3): 3 g/estudante.
compartilhando as arestas uns com os
outros. Há um átomo de vanádio no
Solução aquosa de ácido acético a 50% em volume: 4 mL/estudante.
centro de cada octaedro. Etanol a 95%: 200 mL/aluno.

KMnO4: 1,6 g/estudante ou prepara-se KMNO4 0,02 M (300 mL/estudante) para uso pela classe.
Oxalato de sódio (Na2C2O4): 1 g/estudante.
H2SO4 0,9 M: (1 L/estudante) Adiciona-se lentamente 50 mL de H2SO4 concentrado: (96-98%
m/m) a 900 mL de H2O e dilui-se a 1L.
H2SO4 1,5 M: (100 mL/estudante) Adiciona-se lentamente 83 mL de H2SO4 concentrado: (96-98%
m/m) a 900 mL de H2O e dilui-se a 1L.
Bissulfito de sódio (NaHSO3): 2 g/estudante.
HCl padrão 0,1 M: (75 mL/estudante) Do Experimento 5.
NaOH padrão 0,1 M: (75 mL/estudante) Do Experimento 5.
Indicador fenolftaleína: Veja Tabela 12-4 no livro-texto.
Indicador verde-de-bromocresol: Veja Tabela 12-4 no livro-texto.
NaOH 50% m/m: 60 mL/aluno. Mistura-se dissolvendo-se 100 g de NaOH com 100 mL de H2O.

14 Experimentos
SÍNTESE
1. Aqueça 3,0 g de metavanadato de amônio (NH4VO3) em 100 mL de água com agitação cons-
tante (mas sem ebulição) até que a maior parte do sólido tenha se dissolvido. Filtre a solução
e adicione 4 mL de ácido acético a 50% em volume sob agitação.
2. Adicione 150 mL de etanol 95% sob agitação e resfrie a solução em um refrigerador ou em
um banho de gelo.
3. Depois de manter a temperatura de 0-10°C por 15 min, filtre o produto laranja com sucção e
lave-o com duas porções de 15 mL de etanol 95% gelado.
4. Seque o produto ao ar (protegido da poeira) por 2 dias. O rendimento típico é de 2,0-2,5 g.

ANÁLISE DE VANÁDIO COM KMnO4


Preparação e padronização de KMnO41 (veja Seção 16-4 no livro-texto)
1. Prepare uma solução de permanganato 0,02 M dissolvendo 1,6 g de KMnO4 em 500 mL de água
destilada. Aqueça cuidadosamente por 1 hora, cubra e deixe a solução resfriar durante a noite.
Filtre através de um funil de vidro sinterizado limpo, descartando os primeiros 20 mL de filtrado.
Armazene a solução em um frasco limpo e escuro. Evite que a solução toque a tampa do frasco.
2. Seque oxalato de sódio (Na2C2O4) a 105°C durante 1 hora, resfrie em dessecador e pese três
amostras de 0,25 g em frascos de 500 mL ou béqueres de 400 mL. A cada um, adicione 250
mL de H2SO4 0,9 M que tenha sido recentemente aquecido e resfriado à temperatura am-
biente. Agite com um termômetro para dissolver a amostra e adicione 90-95% da quantidade
teórica da solução de KMnO4 necessária para a titulação. (Isto pode ser calculado da massa
de KMnO4 utilizada para preparar a solução de permanganato. A reação química é dada pela
Equação 7-1 do livro-texto.)
3. Deixe a solução à temperatura ambiente até que ela fique sem cor. A seguir aqueça-a a 55-60°C
e complete a titulação adicionando KMnO4 até que uma tênue cor rosa persista. Quando próxi-
mo do final da titulação, proceda lentamente, esperando 30 s para que cada gota perca sua cor.
4. Como um branco, titule 250 mL de H2SO4 0,9 M até a mesma cor rosa tênue. Subtraia o volu-
me do branco para cada volume de titulação. Calcule a molaridade média do KMnO4.

ANÁLISE DE VANÁDIO
1. Pese cuidadosamente duas amostras de 0,3 g de decavanadato de amônio em frascos de 250
mL e dissolva cada uma delas em 40 mL de H2SO4 1,5 M (com aquecimento, se necessário).
2. Na capela, adicione 50 mL de água e 1 g de NaHSO3 a cada amostra agitando para a dissolu-
ção. Depois de 5 min, aqueça a solução cuidadosamente por 15 min para remover o SO2.
3. Titule a solução quente com KMnO4 padrão 0,02 M, usando uma bureta de 50 mL. O ponto
final é detectado quando a cor amarela do VO2 escurece, persistindo a cor por 15 s devido ao
excesso de MnO4 .
4. Calcule a % m/m média de vanádio no decavanadato de amônio e compare seu resultado com
o valor teórico.

ANÁLISE DO ÍON AMÔNIO PELO MÉTODO DE DESTILAÇÃO DE KJELDAHL


1. Monte o equipamento da Figura 1 do Experimento 9, vedando as rolhas de modo a termos
conexões isoladas do ar. Pipete 50,00 mL de HCl padrão 0,1 M para o béquer, prendendo o
funil em uma posição abaixo do nível do líquido.
2. Transfira 0,6 g de decavanadato de amônio, cuidadosamente pesado, para um balão de três
bocas e adicione 200 mL de água. Adicione 5-10 gotas do indicador fenolftaleína (Tabela 11-4
do livro-texto) fechando as tampas do balão. Adicione, pelo funil de adição, por um período
de 1 min, 60 mL de NaOH 50% m/m, até a virada do indicador para a cor rósea. (Cuidado:
NaOH a 50% m/m é muito corrosivo. Todos os respingos na pele devem ser imediatamente
lavados com água em abundância.) Não adicione o 1 mL final pela torneira, de modo a evitar
o escape de gases do balão. Feche a torneira e aqueça suavemente o balão até que dois terços
do líquido tenham destilado.
3. Remova a ponta do condensador do béquer que recebeu o destilado antes de desligar o bico
de Bunsen (para evitar o refluxo do destilado pelo condensador, de volta para o balão). Lave
bem a ponta do condensador com água destilada, adicionando as águas de lavagem ao destila-
do coletado no béquer. Adicione ao béquer 6 gotas de solução do indicador verde-de-bromo-
cresol (Tabela 11-4), titulando cuidadosamente com NaOH padrão 0,1 M até o ponto final de
cor azul. Devemos observar o primeiro aparecimento de uma fraca coloração azul persistente.

1. R. M. Fowler and H. A. Bright, J. Res. National Bureau of Standards, 1935, 15, 493.

Experimentos 15
(É interessante fazermos antes deste experimento algumas titulações com HCl e NaOH, de
modo a adquirirmos prática com a identificação do ponto de viragem de uma titulação.)
4. Calcule a porcentagem em peso de nitrogênio no decavanadato de amônio.

12
Titulação Iodimétrica de Vitamina C1
O ácido ascórbico (vitamina C) é um agente redutor moderado que reage rapidamente com o
íon triiodeto (veja Seção 16-7 no livro-texto). Neste experimento, nós vamos gerar um excesso
conhecido de I3 pela reação do iodato com iodeto (Reação 16-18), efetuar a reação com o ácido
ascórbico, e então fazer uma titulação de retorno do excesso de I3 com tiossulfato (Reação 16-19
e Prancha 10, no Encarte em Cores).

Preparação e Padronização de Solução de Tiossulfato


1. Prepare o indicador goma de amido misturando 5 g de amido solúvel com 5 mg de HgI2 em
50 mL de água. Derrame a pasta em 500 mL de água fervente, e ferva até que a solução esteja
clara.
2. Prepare Na2S2O32 0,07 M dissolvendo 8,7 g de Na2S2O3  5H2O em 500 mL de água recente-
mente fervida contendo 0,05 g de Na2CO3. Armazene esta solução em frasco âmbar firmemente
fechado. Prepare KIO3 0,01 M pesando exatamente 1 g do reagente sólido e dissolvendo-o
em balão volumétrico de 500 mL. A partir da massa de KIO3 (MF 214,00), determine a con-
centração molar da solução.
3. Padronize a solução de tiossulfato como segue: pipete 50,00 mL de solução de KIO3 para um
frasco. Adicione 2 g de KI sólido e 10 mL de H2SO4 0,5 M. Titule imediatamente com tios-
sulfato até que a solução tenha perdido quase completamente a coloração (amarela-pálida).
Então, adicione 2 mL do indicador goma de amido e complete a titulação. Repita a titulação
com dois volumes adicionais de 50,00 mL de solução de KIO3. A partir das estequiometrias
das Reações 16-18 e 16-19, determine a concentração molar média de tiossulfato e o desvio-
padrão relativo.

Análise da Vitamina C
A vitamina C comercial presente em comprimidos de 100 mg pode ser empregada. Execute as
seguintes análises três vezes, e encontre o valor médio (e o desvio-padrão relativo) para a quan-
tidade de vitamina C (em miligramas) por comprimido.
1. Dissolva dois comprimidos em 60 mL de H2SO4 0,3 M, empregando um bastão de vidro para
auxiliar na fragmentação do sólido. (Parte do material excipiente do comprimido não se dis-
solverá.)
2. Adicione 2 g de KI sólido e 50,00 mL de KIO3 padrão. Então titule com tiossulfato padroni-
zado como acima. Adicione 2 mL do indicador goma de amido próximo do ponto final.

13
Preparação e Análise Iodométrica de
Supercondutor de Alta Temperatura3
Neste experimento você determinará o teor de oxigênio no óxido misto de ítrio, bário e cobre
(YBa2Cu3Ox). Este material é um exemplo de sólido não-estequiométrico, no qual o valor de x é
variável, mas próximo de 7. Parte do cobre na fórmula YBa2Cu3O7 está em um número de oxi-
dação elevado não-usual, Cu3. Este experimento descreve a síntese do YBa2Cu3Ox (que tam-

1. D. N. Bailey, J. Chem. Ed. 1974, 51, 488.


2. Uma alternativa para padronizar soluções de Na2S2O3 é preparar NaS2O3 anidro (padrão primário) com refluxo de 21 g de
Na2S2O3  5H2O com 100 mL de metanol por 20 min. Então filtre o sal anidro, lave com 20 mL de metanol, e seque a 70°C
por 30 min. [A. A. Woolf, Anal. Chem. 1982, 54, 2134.]
3. D. C. Harris, M. E. Hills, and T. A. Hewston, J. Chem. Ed. 1987, 64, 847. Sínteses alternativas de YBa2Cu3Ox são descritas
por C. D. Cogdell, D. G. Wayment, D. J. Casadonte, Jr., and K. A. Kubat-Martin, J. Chem. Ed. 1995, 72, 840 e P. I. Djurovich
and R. J. Watts, J. Chem. Ed. 1993, 70, 497.

16 Experimentos
bém pode ser adquirido) e apresenta dois procedimentos alternativos para avaliar a quantidade
de Cu3 presente. O método iodométrico é baseado nas reações do Boxe 16-2 do livro-texto. O
método mais refinado de titulação do complexo cobre-citrato1 elimina muitos erros experimen-
tais associados à metodologia mais simples do processo iodométrico, e fornece resultados mais
exatos e precisos.

Preparação do YBa2Cu3Ox
1. Coloque em um gral 0,750 g de Y2O3, 2,622 g de BaCO3 e 1,581 g de CuO (razão atômica
Y:Ba:Cu  1:2:3). Triture bem a mistura com um pistilo por 20 min e transfira o pó para um
cadinho de porcelana. Aqueça numa mufla ao ar a 920-930°C por 12 h ou mais. Desligue a mu-
fla e deixe a amostra resfriar lentamente dentro da mufla. Esta etapa de resfriamento lento é
primordial para obter-se um conteúdo de oxigênio correspondente à faixa x  6,5-7 na fórmula
YBa2Cu3Ox. O cadinho pode ser removido quando a temperatura estiver abaixo de 100°C.
2. Remova lentamente a massa sólida negra do cadinho, e triture em um gral com pistilo até ob-
ter um pó fino. Esse pó pode agora ser usado para o experimento, mas um material de melhor
qualidade é obtido se o pó for aquecido novamente a 920-930°C e resfriado lentamente como
na Etapa 1. Se o pó obtido na Etapa 1 for verde em vez de preto, aumente a temperatura da
mufla em 20°C e repita a Etapa 1. O produto final deve ser preto, do contrário não se trata do
composto desejado.

Análise Iodométrica
1. Tiossulfato de Sódio e Indicador Amido. Prepare Na2S2O3 0,03 M conforme descrito no Ex-
perimento 12, empregando 3,7 g de Na2S2O3  5H2O em vez de 8,7g. A solução indicadora de
amido é a mesma empregada no Experimento 12.
2. Cu2 Padrão. Pese exatamente 0,5-0,6 g de fio de cobre dentro de um balão volumétrico de
100 mL. Numa capela, adicione 6 mL de água destilada e 3 mL de ácido nítrico a 70% m/m;
ferva suavemente sobre placa aquecedora até a dissolução total do sólido. Adicione 10 mL de
água destilada e ferva suavemente. Adicione 1,0 g de uréia ou 0,5 g de ácido sulfâmico e fer-
va por 1 min para destruir HNO2 e óxidos de nitrogênio que poderiam interferir na titulação
iodométrica. Resfrie até a temperatura ambiente e dilua até a marca com HCl 1,0 M.
3. Padronização de Na2S2O3 com Cu2. A titulação deve ser conduzida o mais rapidamente possível
sob atmosfera de N2, porque o íon I é oxidado a I2 em solução ácida pelo oxigênio atmosférico.
Use um béquer de corpo alto de 180 mL (ou um béquer-padrão de 150 mL) com uma rolha de
cortiça, contendo dois orifícios, que se ajusta frouxamente no topo do béquer. Um orifício serve
para a entrada do gás inerte e o outro para a bureta. Pipete 10,00 mL de Cu2 padrão, transfira
para o béquer e purgue com N2. Remova a cortiça o tempo suficiente para introduzir 10 mL de
água destilada contendo 1,0-1,5g de KI (recentemente dissolvido) e inicie a agitação magnética.
Além da cor negra referente ao iodo em solução, estará presente o sólido CuI em suspensão. Titule
com solução de Na2S2O3 a partir de uma bureta de 50 mL, adicione 2 gotas de solução de goma de
amido exatamente antes da desaparição do último vestígio de coloração do I2. Caso o amido seja
adicionado muito antes, pode haver uma ligação irreversível entre o I2 e o amido, de modo que o
ponto final se torna difícil de detectar. Você pode desejar praticar esta titulação várias vezes para
aprender a distinguir as cores do I2 e do I2/amido da coloração do CuI(s) em suspensão. (Alter-
nativamente, podem ser empregados eletrodos de Pt ou de calomelano no lugar do amido para
eliminar o critério subjetivo de coloração na busca do ponto final.2) Repita esta padronização mais
duas vezes e determine a concentração molar média do Na2S2O3 a partir dos três experimentos.
4. Supercondutor – Experimento A. Dissolva uma massa da amostra de YBa2Cu3Ox em pó, pe-
sada exatamente entre 150 e 200 mg, em 10 mL de HClO4 1,0 M em um béquer de titulação
numa capela. (Recomenda-se o ácido perclórico porque ele é inerte diante da reação com o
supercondutor, que poderia oxidar HCl a Cl2. Empregamos HCl no lugar de HClO4 sem que
houvesse uma interferência significativa na análise. As soluções de HClO4 não devem ser fer-
vidas à secura devido ao risco de explosão.) Ferva suavemente por 10 min, de modo que a Re-
ação 1 no Boxe 16-2 seja completa. Resfrie até a temperatura ambiente, cubra com a tampa
de dois orifícios e inicie o fluxo de N2. Dissolva 1,0-1,5 g de KI em 10 mL de água destilada e
adicione imediatamente esta solução no béquer. Titule rapidamente sob agitação magnética
como descrito na Etapa 3. Repita este procedimento mais duas vezes.
5. Supercondutor – Experimento B. Coloque uma massa de amostra exatamente pesada entre
150 e 200 mg no béquer de titulação e inicie o fluxo de N2. Dissolva 1,0-1,5 g de KI em 10 mL

1. E. H. Appelman, L. R. Morss, A. M. Kini, U. Geiser, A. Umezawa, G. W. Crabtree, and K. D. Carlson, Inorg. Chem. 1987, 26,
3237.
2. P. Phinyocheep and I. M. Tang, J. Chem. Ed. 1994, 71, A115.

Experimentos 17
de HClO4 1,0 M e adicione imediatamente esta solução no béquer de titulação. Agite magne-
ticamente por 1 min, de modo que as Reações 3 e 4 do Boxe 16-2 ocorram. Adicione 10 mL
de água e complete a titulação rapidamente. Repita este procedimento mais duas vezes.

CÁLCULOS
1. Suponha que a massa mA é analisada no Experimento A e o volume VA de tiossulfato padrão
é necessário para a titulação. As quantidades correspondentes no Experimento B são mB e VB.
Se estabelecermos que o estado de oxidação médio do Cu no supercondutor é 2  p, mostre
que p é dado por
V /m  VA /mA
p B B (1)
VA /mA

e x, na fórmula YBa2Cu3Ox, se relaciona a p por meio da expressão


7 3
x  (2  p) (2)
2 2
Por exemplo, se o supercondutor contém um Cu e dois Cu , o número de oxidação médio
3 2

do cobre é 7/3, e o valor de p será 1/3. Ao substituir p por 1/3 na Equação 2 obtém-se x  7. A
Equação 1 não depende do fato de a estequiometria dos metais ser exatamente Y:Ba:Cu 1:2:3,
mas a Equação 2 exige esta estequiometria exata.
2. Use os resultados médios dos Experimentos A e B para calcular os valores de p e de x nas
Equações 1 e 2.
3. Suponha que a incerteza na massa de supercondutor analisada é 1 na última casa decimal. Cal-
cule os desvios-padrão das Etapas 3, 4 e 5 da análise iodométrica. Usando estes desvios-padrão
como incertezas em volume, calcule as incertezas nos valores de p e x nas Equações 1 e 2.

Titulação de Cobre Complexado por Citrato2


Este procedimento mede diretamente o Cu3. A amostra é inicialmente dissolvida em um reci-
piente fechado em HBr 4,4 mol/L, onde o Cu3 oxida Br a Br3 :
11  1
Cu3  Br  CuBr42  Br3 (3)
2 2
A solução é transferida para um frasco contendo um excesso de íons I, citrato e NH3 suficiente
para neutralizar a maior parte da acidez. O Cu2 é complexado pelo citrato, não sendo mais redu-
zido a CuI(s). (Isto elimina o problema da titulação iodométrica de ter que ser feita na presença
de um sólido colorido.) O Br3 da Reação 3 oxida I a I3 :
Br3  3I  3Br  I3 (4)
e o I é titulado com tiossulfato.

3
Nossa experiência com a análise iodométrica é de que a precisão na determinação do con-
teúdo de oxigênio no Yba2Cu3Ox é 0,04 no valor de x. A incerteza é reduzida para 0,01 pelo
procedimento da titulação do cobre complexado por citrato.

PROCEDIMENTO
1. Prepare e padronize a solução de tiossulfato de sódio como descrito nas Etapas 1 a 3 da aná-
lise iodométrica na seção anterior.
2. Coloque uma massa exatamente pesada de 20 a 50 mg de amostra do supercondutor em um
frasco vial de 4 mL com tampa rosqueada em Teflon e adicione 2,00 mL de HBr 4,4 M resfria-
do sob gelo por meio de uma pipeta. (O HBr é preparado diluindo-se 50 mL de HBr a 48%
m/m em 100 mL.) Tampe firmemente e agite suavemente o frasco por 15 min, enquanto ele se
aquece até atingir a temperatura ambiente. (Emprega-se um motor para girar a amostra len-
tamente por 15 min.)
3. Resfrie de volta a solução a 0°C e transfira-a cuidadosamente para o béquer de titulação (usado
na padronização do tiossulfato) contendo uma solução, resfriada sob gelo, recentemente prepa-
rada com 0,7 g de KI, 20 mL de água, 5,0 mL de citrato trissódico 1,0 M e cerca de 0,5 mL de NH3
28% m/m. A quantidade exata de NH3 deve ser o bastante para todo o ácido presente na amos-
tra, a menos de 1 mmol. Ao calcular a quantidade de ácido, lembre que cada mol de YBa2Cu3Ox
consome 2x mol de HBr. (Você pode estimar que x está próximo de 7.) Lave o frasco vial com
3 alíquotas de 1 mL de HBr 2 M para completar a transferência quantitativa para o béquer.
4. Adicione 0,1 mL de solução de amido 1% m/m e titule com Na2S2O3 0,1 M padrão, sob fluxo
vigoroso de N2, utilizando uma seringa Hamilton de 250 mL para liberar o titulante. O ponto
final é caracterizado pela mudança de coloração de azul-escuro (I2-amido) para azul-verde-
claro do complexo Cu2-citrato.

18 Experimentos
5. Faça uma reação em branco com CuSO4 no lugar do supercondutor. O número de moles de
Cu no branco deve ser o mesmo presente no supercondutor. Num experimento típico, 30
mg de YBa2Cu3O6,88 consumiram aproximadamente 350 L de Na2S2O3 e o branco consumiu
10 L de Na2S2O3. Se houver tempo disponível, faça mais dois ensaios em branco. Subtraia o
valor médio do branco do titulante na Etapa 4.
6. Repita a análise com duas novas amostras do supercondutor.

CÁLCULOS
1. A partir da quantidade de tiossulfato necessária para titular o I3 liberado na Reação 4, en-
contre o número médio de moles de Cu3 por grama de supercondutor (1 mol S2O2 3  1 mol
Cu3) e o desvio-padrão para as suas três amostras.
2. Definindo R como sendo (mol de Cu3)/(g de supercondutor), mostre que z na fórmula
YBa2Cu3O7z é
1 - 666, 20 R
z (5)
2 - 15, 999 R
onde 666,20 é a massa formal de YBa2Cu3O7 e 15,999 4 é a massa atômica do O.
3. Usando seu valor médio de R e usando o seu desvio-padrão como estimativa de incerteza,
calcule o valor médio de z e a sua incerteza. Encontre o valor médio de x e a sua incerteza
na fórmula YBa2Cu3Ox. Se você estiver mesmo disposto a enfrentar este desafio, deve usar a
Equação C-1 no Apêndice C do livro-texto para a propagação da incerteza na Equação 5.

14
Titulação Potenciométrica de Haleto com Ag
Misturas de haletos podem ser tituladas com solução de AgNO3 conforme descrito na Seção 7-5
do livro-texto. Neste experimento, você empregará a aparelhagem na Figura 7-9 do livro-texto
para monitorar a atividade do íon Ag à medida que a titulação é conduzida. A teoria das medi-
das potenciométricas é descrita na Seção 15-2 do livro-texto.
Cada estudante receberá um frasco vial contendo 0,22-0,44 g de KCl e 0,50-1,00 g de KI (am-
bos pesados com exatidão). O objetivo é determinar a quantidade de cada sal na mistura. Um
tampão de hidrogenossulfato 0,4 M (pH 2) deve estar disponível no laboratório. Ele é preparado
titulando H2SO4 1 M com NaOH 1 M até um pH próximo de 2,0.

PROCEDIMENTO
1. Verta cuidadosamente a sua amostra desconhecida em um béquer de 50 ou 100 mL. Dissolva
o sólido em 20 mL de água e transfira a solução para um balão volumétrico de 100 mL. Rin-
se o frasco da amostra e o béquer diversas vezes com pequenas porções de água e transfira as
águas de lavagem para o balão. Dilua até a marca e misture bem.
2. Seque 1,2 g de AgNO3 a 105°C por 1 h e resfrie em dessecador por 30 min sob exposição mí-
nima à luz. Uma certa descoloração é normal (e tolerável neste experimento), mas deve ser
minimizada. Pese exatamente 1,2 g e dissolva em balão volumétrico de 100 mL.
3. Monte a aparelhagem da Figura 7-9 do livro-texto. O eletrodo de prata é simplesmente um fio
de prata com 3 cm de comprimento soldado ao fio de cobre. (Eletrodos sem muita elaboração
podem ser preparados alojando-se a conexão em um tubo de vidro selado com resina epó-
xi na parte inferior. Apenas a prata deve projetar-se além da resina epóxi.) O fio de cobre é
ajustado a uma conexão que se acopla à entrada do eletrodo de referência de um medidor de
pH. O eletrodo de referência para esta titulação é um eletrodo de vidro conectado de forma
usual ao aparelho. Caso se empregue um eletrodo combinado de pH, não se utiliza o conector
da referência do eletrodo combinado. O eletrodo de prata deve ser inserido dentro do béquer
de 100 mL de modo que a junção Ag/Cu se mantenha seca por toda a titulação. A barra de
agitação não deve tocar nos eletrodos.
4. Pipete 25,00 mL da amostra desconhecida no béquer, adicione 3 mL de tampão de bissul-
fato e inicie a agitação magnética. Registre o nível inicial de AgNO3 em uma bureta de 50
mL e adicione 1 mL do titulante no béquer. Ligue o medidor de pH na escala de milivolt e
registre o volume e a voltagem. É conveniente (mas não essencial) fixar a leitura inicial em
800 mV pelo ajuste do aparelho.
5. Titule a solução com alíquotas de 1 mL até que tenham sido adicionados 50 mL do titulante
ou que você possa distinguir claramente dois pontos finais potenciométricos. Você não preci-
sa permanecer mais do que 15-30 s em cada ponto. Registre o volume e a voltagem em cada

Experimentos 19
ponto. Faça um gráfico de milivolts versus mililitros para encontrar as posições aproximadas
(1 mL) dos dois pontos finais.
6. Coloque o medidor de pH na posição modo de espera (“standby”), remova o béquer, rinse
bem os eletrodos com água e enxugue-os cuidadosamente com um lenço de papel. (Haletos
de prata aderidos ao eletrodo de vidro podem ser removidos deixando o eletrodo de molho
em solução concentrada de tiossulfato de sódio. Esta limpeza rigorosa não é necessária en-
tre as Etapas 6 e 7 deste experimento. Os haletos de prata no béquer de titulação podem ser
recuperados e convertidos de volta a AgNO3 puro pelo emprego do procedimento descrito
por E. Thall, J. Chem. Ed. 1981, 58, 561.) Limpe o béquer e monte a aparelhagem de titulação
novamente. O béquer não precisa ser seco.
7. Agora faça uma titulação exata, empregando alíquotas de 1 gota próximo dos pontos finais
(e alíquotas de 1 mL nas demais regiões). Você não precisa mais do que 30 s por ponto para o
equilíbrio.
8. Prepare um gráfico de milivolts versus mililitros e localize os pontos finais como na Figura 7-8
do livro-texto. O ponto final do I é considerado como a interseção das duas linhas pontilha-
das na Figura 7-8. O ponto final do Cl é o ponto de inflexão na segunda quebra. Calcule a
quantidade de KI e de KCl (em miligramas) no sólido desconhecido.

Análise de Cl em Cursos de Água, Lagos ou Água Salgada


Uma variante do procedimento anterior pode resultar num projeto de análise ambiental para a
turma. Por exemplo, pode-se estudar mudanças nas correntes como função da estação ou de chu-
vas recentes. Pode-se estudar a estratificação de águas em lagos. As medidas respondem a todos os
íons que precipitam com Ag, sendo que o Cl é, de longe, o íon dominante em águas naturais.
Podem ser usados os eletrodos da Figura 7-9, ou pode-se construir uma combinação menos
elaborada de eletrodos mostrada na Figura 1.1 O eletrodo indicador na Figura 1 é um fio liso de
prata em contato com a solução do analito. A câmara interna (referência) da combinação do ele-
trodo contém um fio de cobre mergulhado em solução de CuSO4. O eletrodo interno mantém
um potencial constante porque a concentração de Cu2 na solução é constante. A solução faz o
contato elétrico pelo septo, onde uma parte do fio deixa espaço suficiente para que a solução flua
suavemente do eletrodo para a solução externa de amostra.

PROCEDIMENTO
1. Colete água de cursos de água, lagos ou do oceano. Para evitar crescimento bacteriano, os
frascos plásticos devem ser cheios até o topo e firmemente fechados. Recomenda-se refrige-
ração.
2. Prepare uma solução de AgNO3 4 mM com uma concentração exatamente conhecida como na
Etapa 2 no início deste experimento. Um aluno pode preparar reagente suficiente para cinco
pessoas utilizando 0,68 g de AgNO3 em balão volumétrico de 1 L.
3. Meça por meio de uma proveta 100 mL de amostra de água natural e introduza o volume
em um béquer de 250 mL. Posicione o eletrodo combinado da Figura 1 ou o par de eletro-
dos da Figura 7-9 do livro-texto no béquer, de modo que a barra de agitação não atinja os
eletrodos.
4. Efetue uma titulação aproximada adicionando incrementos de 1,5 mL do titulante à amos-
tra desconhecida, e leia a diferença de potencial após 30 s até a escala de milivolt. Prepare
um gráfico de diferença de potencial versus volume de titulante para localizar o ponto final,
que não será tão abrupto como aqueles na Figura 7-8 do livro-texto. Se necessário, ajuste o
volume da amostra desconhecida nas etapas futuras de modo que o ponto final é atingido
em 20-40 mL. Se você precisar de menos amostra desconhecida, complete a diferença com
água destilada.
5. Realize uma titulação mais cuidadosa com uma amostra desconhecida recente. Adicione de
uma vez três quartos do volume do titulante necessário para atingir o ponto de equivalência.
A seguir, adicione incrementos de 0,4 mL (8 gotas de uma bureta de 50 mL) do titulante até
que você esteja 5 mL além do ponto de equivalência. Deixe 30 s (ou mais, se necessário) para
que a diferença de potencial se estabilize após cada adição. O ponto final é a parte mais abrupta
da curva, que pode ser estimada pelo método mostrado na Figura 1 do Experimento 6.
6. Calcule a concentração molar e em partes por milhão (g/mL) de Cl na amostra desconhe-
cida. Use os dados de diversos experimentos com a mesma amostra para achar a média e o
desvio-padrão da concentração de Cl em ppm.

1. G. Lisensky and K. Reynolds, J. Chem. Ed. 1991, 68, 334; R. Ramette, Chemical Equilibrium (Reading, MA: Addison-Wesley,
1981), p. 649.

20 Experimentos
Figura 1 Eletrodo combinado
construído com um tubo de vidro de
8 mm de diâmetro externo. Remova
Tubo que se contrai o isolamento de duas extremidades
com o calor de dois fios de cobre. Um fio liso de Cu
penetra dentro do tubo de vidro. Um
fio de prata soldado no outro fio de
Fio de Cu
Tubo de vidro Cu é deixado fora do tubo de vidro. A
montagem é mantida unida no topo
por um tubo que se contrai com o
Fio de Cu
calor. Quando pronto para uso, insira
um fio de algodão na base, do tubo
e encaixe uma junta esmerilhada
14/20 embebida com CuSO4 0,1 M
sobre a base de modo que parte
do fio fique dentro e outra parte de
para o fora. Após adicionar CuSO4 0,1 M na
voltímetro ou parte interna do tubo, o eletrodo está
potenciômetro pronto para uso.

CuSO4 0,1 M

Fio de prata

Fio Septo de borracha

15
Análise Eletrogravimétrica de Cobre
A maioria dos compostos contendo cobre pode ser eletrolisada em solução ácida, com deposição
quantitativa de Cu no catodo. As Seções 17-1 e 17-2 do livro-texto discutem esta técnica.
Os alunos podem analisar uma própria preparação (como a do acetilsalicilato de cobre1) ou
trabalhar com amostras desconhecidas preparadas a partir de CuSO4  5H2O ou de Cu metálico.
No último caso, o metal deve ser dissolvido em HNO3, 8 M, fervido para remover o HNO2, neu-
tralizado com amônia, e acidificado ligeiramente com uma solução de H2SO4 (usa-se papel de
tornassol para testar a acidez). As amostras devem estar livres de cloreto e de ácido nitroso.2

PROCEDIMENTO
1. Manuseie o catodo de tela de platina com um lenço de papel, tocando apenas na haste fina,
para remover depósitos prévios, rinse com água e álcool, seque a 105°C por 5 min, resfrie por
5 min e pese exatamente. Caso o eletrodo contenha alguma graxa, ele pode ser aquecido ao
rubro em um combustor antes do tratamento acima.3
2. A amostra deve conter 0,2-0,3 g de Cu em 100 mL. Adicione 3 mL de H2SO4 a 98% m/m e
2 mL de HNO3 8 mol/L recentemente fervido. Coloque o catodo de modo que o topo fique
5 mm acima do nível de líquido após o início da agitação magnética. Ajuste a corrente a 2 A, o
que deve requerer uma diferença de potencial de 3-4 V. Quando a cor azul do Cu(II) tiver de-
saparecido, adicione um pouco de água destilada de modo que uma nova porção da superfície
de platina seja exposta à solução. Caso não ocorra deposição adicional de Cu na nova super-

1. E. Dudek, J. Chem. Ed. 1977, 54, 329.


2. J. F. Owen, C. S. Patterson, and G. S. Rice, Anal. Chem. 1983, 55, 990, descreve procedimentos simples para a remoção de
cloreto de amostras de Cu, Ni e Co antes da análise eletrogravimétrica.
3. Alguns metais como Zn, Ga e Bi formam ligas com a Pt e não devem ser depositados diretamente na superfície de Pt. O
eletrodo deve ser primeiramente recoberto com Cu, seco e então usado. Alternativamente, pode-se empregar a Ag no
lugar da Pt para a deposição destes metais. Os anodos de platina são atacados pelo Cl2 formado na eletrólise de soluções
de Cl. Para evitar o ataque do cloreto, pode-se empregar 1-3 g de um sal de hidrazínio (por 100 mL de solução) como
despolarizador anódico, porque a hidrazina é mais prontamente oxidada que o Cl: N2H4  N2  4H  4e.

Experimentos 21
fície em 15 min sob corrente de 0,5 A, a eletrólise está completa. Caso se observe deposição,
continue a eletrólise e teste novamente a reação para verificar o seu término.
3. Sem desligar a fonte de alimentação, baixe o béquer enquanto lava o eletrodo com um frasco
lavador. A corrente pode então ser desligada. (Se a corrente for interrompida antes de remo-
ver o catodo do líquido e eliminar o ácido, parte do Cu pode redissolver-se.) Lave o catodo
suavemente com água e álcool, seque a 105°C por 3 min, resfrie em dessecador por 5 min, e
pese.

16
Medida Polarográfica de uma Constante de Equilíbrio1
Neste experimento, você determinará a constante global de formação (p) e a estequiometria da
reação do oxalato com Pb2:
[Pb(C 2O4 )2p2 p ]
Pb2  pC 2O24   Pb(C 2O4 )p22 p p 
[Pb 2 ][C 2 O24 ] p
onde p é um coeficiente estequiométrico. Isso será feito medindo-se o potencial polarográfico de
meia onda de soluções contendo Pb2 e quantidades variáveis de oxalato. Espera-se que a mu-
dança do potencial de meia onda, E1/2  [E1/2(observado)  E1/2(para Pb2 na ausência de
oxalato)] obedeça à equação
RT pRT
E1/2   lnp  ln[C 2O42 ] (1)
nF nF
onde R é a constante dos gases, F é a constante de Faraday, e T é a temperatura em kelvins. Você
deve medir a temperatura do laboratório no momento do experimento ou então utilizar uma cé-
lula com controle termostático.
Considera-se que uma reação de eletrodo é reversível quando ela é rápida o bastante para
manter o equilíbrio na superfície do eletrodo. A forma de uma onda polarográfica reversível é
dada por

RT  I 
E  E1/2  ln (2)
nF  I d - I 

onde I é a corrente e Id é a corrente de difusão (a corrente no platô da onda).

PROCEDIMENTO
1. Pipete 1,00 mL de Pb(NO3)2 0,020 M para dentro de cada um de cinco balões volumétricos
de 50 mL, identificados de A a E, e adicione uma gota de Triton X-100 a 1% m/m a cada um
deles. A seguir adicione as seguintes soluções e dilua até a marca com água. O KNO3 pode ser
vertido cuidadosamente a partir de uma proveta. O oxalato deve ser pipetado.
A: Não adicione nada. Dilua até a marca com KNO3 1,20 M.
B: Adicione 5,00 mL de K2C2O4 1,00 M e 37,5 mL de KNO3 1,20 M.
C: Adicione 10,00 mL de K2C2O4 1,00 M e 25,0 mL de KNO3 1,20 M.
D: Adicione 15,00 mL de K2C2O4 1,00 M e 12,5 mL de KNO3 1,20 M.
E: Adicione 20,00 mL de K2C2O4 1,00 M.
2. Transfira cada solução para uma célula polarográfica, remova o oxigênio borbulhando N2 por
10 min, e registre o polarograma de 0,20 a 0,95 V (versus E.C.S.). Determine a corrente
residual, usando os mesmos parâmetros e uma solução contendo apenas KNO3 1,20 M (mais
uma gota de Triton X-100 a 1% m/m). Registre cada polarograma numa escala suficientemente
expandida para permitir medidas exatas.
3. Para cada polarograma, faça um gráfico de E versus ln[I/(Id  I)], usando 6-8 pontos para cada
gráfico. Certifique-se de ter subtraído a corrente residual em cada potencial. De acordo com
a Equação 2, E  E1/2 quando ln[I/(Id  I)]  0. Use esta condição para localizar E1/2 em cada
gráfico.

1. W. C. Hoyle and T. M. Thorpe, J. Chem. Ed. 1978, 55, A229.

22 Experimentos
4. Faça um gráfico de E1/2 versus ln[C2 O 2
4 ]. A partir do coeficiente angular, use a Equação 1
para encontrar p, o coeficiente estequiométrico. Então use o coeficiente linear para encontrar
o valor de p. Use o método dos mínimos quadrados para encontrar os desvios-padrão dos
coeficientes angular e linear. A partir dos desvios-padrão, encontre as incertezas em p e p, e
expresse cada uma delas com o número correto de algarismos significativos.

17
Titulação Coulométrica de Cicloexeno com Bromo1
Este experimento é descrito na Seção 17-3, e a aparelhagem é mostrada na Figura 17-8. Você pode
usar uma fonte de potência coulométrica convencional ou os circuitos na Figura 1.2 Um cronô-
metro é manualmente acionado no momento em que o interruptor do gerador é ligado. Alter-
nativamente, um interruptor de pólo duplo pode ser empregado para iniciar simultaneamente o
circuito gerador e o relógio elétrico.

PROCEDIMENTO
1. O eletrólito é uma mistura 60:24:16 (vol/vol/vol) de ácido acético, metanol e água. A solução
contém KBr 0,15 M e 0,1 g de acetato mercúrico em 100 mL. (Este último catalisa a reação
entre o Br2 e o cicloexeno.) Os eletrodos devem estar cobertos com o eletrólito. Inicie a agita-
ção magnética de forma vigorosa (mas sem que a solução respingue), e ajuste a diferença de
potencial do circuito detector em 0,25 V.
2. Produza Br2 com o circuito gerador até que a corrente do detector seja 20 A. (A corrente do
gerador é 5-10 mA.)
3. Pipete 2-5 mL de amostra desconhecida (contendo 1-5 mg de cicloexeno em metanol) e trans-
fira para o frasco e coloque o relógio ou o coulômetro na posição 0. A corrente do detector cai
a quase 0 porque o cicloexeno consome o Br2.
4. Ligue o circuito gerador e simultaneamente comece a marcar o tempo. Quando a reação estiver
em curso, meça a diferença de potencial (E) através de um resistor de precisão (R  100,0 
0,1 ) para encontrar a corrente exata (I) que flui pela célula (I  E/R). Continue a eletrólise
até que a corrente do detector suba para 20 A. Pare então o coulômetro e registre o tempo.
5. Repita o procedimento mais duas vezes, e encontre a concentração molar média (e o desvio-
padrão relativo) do cicloexeno.
6. Ao terminar, certifique-se de que todos os comandos estão desligados. Deixe de molho os ele-
trodos geradores em HNO3 8 M para dissolver o Hg depositado durante a eletrólise.

(Fundo de escala 1V)

mV
(Fundo de escala de 25-50 A)

A
Resistor de precisão
100 
Bateria de Pilha seca
raio “B” de Célula de 1,5 V ou 1000  Célula
45 V pilha de Hg
de 1,35 V
Interruptor Interruptor

(a) (b)

Figura 1 Circuitos para titulações coulométricas. (a) Circuito gerador. (b) Circuito detector.

1. D. H. Evans, J. Chem. Ed. 1968, 45, 88.


2. Um circuito de corrente constante para eletrodos geradores em coulometria é dado por J. Swin, E. Earps, L. M. Reed, and
D. Paul, J. Chem. Ed. 1996, 73, 679. Um circuito amplificador operacional para o detector e um circuito para a coulometria
de potencial controlado é dado por E. Grimsrud and J. Amend. J. Chem. Ed. 1979, 56, 131.

Experimentos 23
18
Determinação Espectrofotométrica de
Ferro em Tabletes de Vitamina1
Neste procedimento, o ferro de um suplemento vitamínico é dissolvido em ácido, reduzido a Fe2
com hidroquinona, e complexado com o-fenantrolina, formando um complexo fortemente colo-
rido (Prancha 14, no Encarte em Cores do livro-texto).

Hidroquinona Quinona

o-Fenantrolina
máx  508 nm

REAGENTES
Hidroquinona: Solução recém-preparada contendo 10 g/L em água. Estocar em frasco âmbar.
Citrato trissódico: 25 g/L em água.
o-Fenantrolina: Dissolver 2,5 g em 100 mL de etanol e adicionar 900 mL de água. Estocar em
frasco âmbar.
Padrão de Fe (0,04 mg Fe/mL): Preparar dissolvendo 0,281 g de Fe(NH4)2(SO4)2  6H2O, grau ana-
lítico, em água num balão volumétrico de 1 L contendo 1 mL de H2SO4 a 98% m/m.

PROCEDIMENTO
1. Coloque um tablete de suplemento vitamínico contendo ferro em frasco de 125 mL ou béquer
de 100 mL e aqueça suavemente (em capela) com 25 mL de HCl 6 M por 15 min. Filtre a so-
lução diretamente para balão volumétrico de 100 mL. Lave o béquer e o filtro diversas vezes
com pequenas porções de água para uma transferência quantitativa. Deixe esfriar a solução,
dilua até a marca e misture bem. Dilua 5,00 mL desta solução a 100 mL em outro balão volu-
métrico. Caso o rótulo indique que o tablete contém 15 mg Fe, use um volume de 10,00 mL
em vez de 5,00 mL.
2. Pipete 10,00 mL de solução-padrão de Fe, transfira para um béquer e determine o pH (com
papel indicador ou eletrodo de vidro). Adicione a solução de citrato de sódio gota a gota até
que o pH chegue a 3,5. Conte o número de gotas necessário. (Serão necessárias cerca de 30
gotas.)
3. Pipete uma alíquota de 10,00 mL de padrão de Fe recém-preparado em balão volumétrico de
100 mL e adicione o mesmo número de gotas da solução de citrato necessárias na Etapa 2.
Adicione 2,00 mL de solução de hidroquinona e 3,00 mL de solução de o-fenantrolina, dilua
até a marca com água, e misture bem.
4. Prepare mais três soluções empregando 5,00, 2,00 e 1,00 mL de padrão de Fe e prepare um
branco que não contenha Fe. Use a solução de citrato de sódio na proporção do volume de
solução de Fe. (Se 10 mL de Fe requerem 30 gotas de solução de citrato, 5 mL de Fe necessi-
tam de 15 gotas da solução de citrato.)
5. Encontre quantas gotas de solução de citrato são necessárias para levar o pH da solução de
10,00 mL de ferro presente no tablete de suplemento vitamínico da Etapa 1 para 3,5. Serão

1. R. C. Atkins, J. Chem. Ed. 1975, 52, 550.

24 Experimentos
necessários cerca de 3,5 ou 7 mL de citrato, se forem diluídos 5 ou 10 mL da solução desco-
nhecida na segunda parte da Etapa 1.
6. Transfira 10,00 mL de solução da Etapa 1 para balão volumétrico de 100 mL. Adicione a quan-
tidade necessária de solução de citrato determinada na Etapa 5. Então, adicione 2,00 mL de so-
lução de hidroquinona e 3,0 mL de solução de o-fenantrolina; dilua até a marca e misture bem.
7. Deixe as soluções em repouso por pelo menos 10 min. A seguir meça a absorbância de cada
solução a 508 nm. (A cor é estável de modo que todas as soluções podem ser preparadas e as
absorbâncias medidas de uma só vez.) Use água destilada na cubeta de referência e subtraia
a absorbância do branco da absorbância dos padrões de Fe.
8. Faça um gráfico de absorbância versus microgramas de Fe nos padrões. Encontre os coefi-
cientes angular e linear (e os desvios-padrão) pelo método dos mínimos quadrados. Calcule a
concentração molar de Fe(o-fenantrolina)2 3 em cada solução, e encontre a absortividade mo-
lar média (, na Lei de Beer) a partir das quatro absorbâncias. (Recorde que todo o ferro foi
convertido ao complexo com o-fenantrolina.)
9. Usando a curva de calibração (ou seus parâmetros dos mínimos quadrados), determine o nú-
mero de miligramas de Fe no tablete.

19
Medida Espectrofotométrica em Microescala de Ferro
em Alimentos pelo Método da Adição-Padrão1
Este experimento em microescala utiliza a mesma química do Experimento 18 para a determi-
nação de ferro em alimentos como brócolis, ervilhas, couve-flor, espinafre, feijões e castanhas. É
possível estabelecer um projeto para comparar vegetais processados (enlatados e congelados) e
frescos. As instruções são fornecidas para pequenos volumes, mas o experimento pode ser am-
pliado para que se empregue a aparelhagem disponível. A Seção 5-3 do livro-texto descreve o
método da adição-padrão.

REAGENTES
HCl 2,0 mol/L: 15 mL/aluno. Dilua 165 mL do ácido concentrado (37% m/m) para 1 L.
Hidroquinona: 4 mL/aluno; preparado como no Experimento 18.
Citrato trissódico decaidratado: 4 g/aluno.
o-Fenantrolina: 4 mL/aluno; preparado como no Experimento 18.
Fe padrão (40 g Fe/ml): 4 mL/aluno; preparado como no experimento 18.
HCl 6 mol/L: Dilua 500 mL de HCl 37% m/m a 1 L com água destilada. Estocar em frasco e reu-
tilizar várias vezes para deixar cadinhos de molho.

PROCEDIMENTO
1. Encha um cadinho limpo de porcelana com HCl 6 M na capela e deixe em repouso por 1 h para
remover traços de ferro oriundos de usos anteriores. Rinse bem com água destilada e seque.
Após pesar o cadinho vazio, adicione 5-6 g de amostra de alimento finamente picada e pese
novamente para obter a massa do alimento. (Alguns alimentos, como ervilhas congeladas, não
devem ser picados porque perderão seu conteúdo normal de líquido nesse procedimento.)
2. Esta etapa necessita de 3 h, de modo que você pode executar outras tarefas de laboratório
nesse período. Aqueça cuidadosamente o cadinho em um bico de Bunsen numa capela (Ex-
perimento 3, Figura 1). Use uma chama baixa para secar a amostra, tendo o cuidado de evitar
que ela respingue. Aumente a temperatura para carbonizar a amostra. Mantenha a tampa do
cadinho e pinças próximas a ele. Caso a amostra venha a arder em chamas, use as pinças para
colocar a tampa no cadinho para abafar a chama. Após carbonização, use a chama mais quente
possível (o fundo do cadinho tem que estar rubro) para a ignição do sólido preto, convertendo-
o em cinza branca. Continue a carbonização até que todos os traços pretos desapareçam.
3. Após resfriar o cadinho até a temperatura ambiente, adicione 10,00 mL de HCl 2,0 M por
meio de uma pipeta e agite suavemente com movimentos circulares por 5 min para dissolver
a cinza. Filtre a mistura através de um pequeno filtro e recolha o filtrado num vial ou pequeno
frasco. Você precisa recuperar mais que 8 mL para as análises.

1. Idéia baseada em P. E. Adams, J. Chem. Ed. 1995, 72, 649.

Experimentos 25
4. Pese 0,71 g de citrato trissódico decaidratado para cada um de 4 balões volumétricos de
10 mL. Pipete com uma pipeta volumétrica de 2 mL ou uma micropipeta de 1 mL, 2,00 mL
de solução de cinza para cada um dos balões. Adicione 4 mL de água destilada e agite com
movimentos circulares para dissolver o citrato. A solução terá um pH próximo a 3,6. Por meio
de uma micropipeta, adicione 0,20 mL de solução de hidroquinona e 0,30 mL de solução de
o-fenantrolina em cada um dos balões.
5. Identifique os balões volumétricos de 0 a 3. Não adicione padrão de Fe no balão 0. Com uma
micropipeta, adicione 0,250 mL de padrão de Fe ao balão 1. Introduza 0,50 mL de padrão de
Fe ao balão 2 e 0,750 mL ao balão 3. Os quatro balões contêm agora 0; 1; 2 e 3 g Fe/mL, além
do Fe proveniente do alimento. Dilua as soluções até a marca com água destilada, misture bem
e deixe 15 min para que a cor se desenvolva por completo.
6. Prepare um branco misturando 0,71 g de citrato trissódico decaidratado, 2,00 mL de HCl
2,0 M, 0,20 mL de solução de hidroquinona, 0,30 mL de solução de o-fenantrolina e dilua a 10
mL. O branco não necessita de balão volumétrico.
7. Determine a absorbância de cada solução em 512 nm em uma célula de 1 cm contendo água
destilada na célula de referência. Antes de cada medida, remova todo o líquido da cubeta com
uma pipeta Pasteur. A seguir use 1 mL da solução seguinte (por meio de uma pipeta Pasteur
limpa e seca) para lavar a cubeta. Remova e descarte a solução de lavagem. Repita a lavagem
mais uma vez com nova porção de solução e descarte o líquido de lavagem. Finalmente, adi-
cione a sua nova solução na cubeta para a medida da absorbância.
8. Subtraia a absorbância do branco para cada leitura e faça um gráfico como o da Figura 5-6 do
livro-texto para encontrar a concentração de Fe na solução desconhecida. Calcule o percen-
tual em massa de Fe no alimento. Use a Equação 5-10 do livro-texto para estimar a incerteza
desse percentual.

20
Medição Espectrofotométrica de uma
Constante de Equilíbrio
Neste experimento, utilizaremos o diagrama de Scatchard, descrito na Seção 19-2 no livro-texto,
para encontrar a constante de equilíbrio para a formação de um complexo entre o iodo e a piri-
dina em cicloexano:1

Complexo
iodo-piridina
Ambas as substâncias I2 e I2  piridina absorvem radiação visível, mas a piridina é incolor. A aná-
lise das mudanças espectrais associadas com a variação da concentração de piridina (com concen-
tração total de iodo constante) nos permitirá calcular K para a reação. O experimento é melhor
executado com um registro de um espectrofotômetro, mas medições em comprimento de onda
fixo podem ser usadas.

PROCEDIMENTO
Todas as operações devem ser realizadas em uma capela de exaustão, inclusive as transferências
de soluções para dentro e para fora da cubeta espectrofotométrica. Somente uma cubeta dotada
de tampa, contendo a solução cujo espectro será medido, pode ser retirada da capela. Não der-
rame solvente em suas mãos ou respire os vapores. As soluções utilizadas devem ser descartadas
dentro da capela em um vasilhame de rejeitos e não dentro da pia.
1. As seguintes soluções-estoque devem estar disponíveis no laboratório:
(a) Piridina 0,050-0,055 M em cicloexano (40 mL para cada estudante, com a concentração
conhecida de forma exata).
(b) I2 0,012 0-0,012 5 M em cicloexano (10 mL para cada estudante, com a concentração co-
nhecida de forma exata).

1. Para os valores de literatura da constante de equilíbrio para a reação entre I2 e piridina, veja S. S. Barton and R.H. Pottier,
J. Chem. Soc. Perkin Trans. II 1984, 731.

26 Experimentos
2. Pipete os seguintes volumes de soluções-estoque para dentro de seis balões volumétricos de
25 mL, rotulados de A-F, dilua até a marca com cicloexano, e misture bem.

Solução-estoque Solução-estoque
Balão de piridina (mL) de I2 (mL)
A 0 1,00
B 1,00 1,00
C 2,00 1,00
D 4,00 1,00
E 5,00 1,00
F 10,00 1,00

3. Utilizando cubetas de vidro ou quartzo, registre uma linha de base, entre 350 e 600 nm, com
o solvente em ambas cubetas de amostra e de referência. Subtraia a absorbância da linha de
base de todas as futuras absorbâncias. Se possível, registre todo o espectro, incluindo a linha
de base, em uma única página de gráfico. (Se for utilizado um instrumento de comprimento de
onda fixo, primeiro encontre as posições de dois máximos de absorbância na solução E. Então,
faça todas as medições nestes dois comprimentos de onda.)
4. Registre o espectro de cada solução de A-F ou meça a absorbância em cada máximo se um
instrumento de comprimento de onda fixo estiver sendo utilizado.

ANÁLISE DOS DADOS


1. Meça, em cada espectro, a absorbância nos comprimentos de onda dos dois máximos. Certifi-
que-se de subtrair a absorbância do branco em cada medida.
2. A análise deste problema segue a da Reação 19-10 do livro-texto, na qual P é o iodo e X é a piridina.
Como uma primeira aproximação, admita que a concentração de piridina livre é igual à concentra-
ção total de piridina na solução (pois [piridina] >> [I2]). Prepare um gráfico de A/[piridina livre]
contra A (um diagrama de Scatchard), utilizando a absorbância no máximo de I2  piridina.
3. A partir do coeficiente angular (da inclinação) do gráfico, calcule a constante de equilíbrio uti-
lizando a Equação 19-16 do livro-texto. A partir do coeficiente linear (da interseção), calcule
ε ( εPXεX).
4. Agora, refine os valores de K e ε. Utilize ε para encontrar εPX. A seguir, utilize a absorbân-
cia no comprimento de onda do máximo de I2  piridina para encontrar as concentrações da
piridina ligada e livre em cada solução. Faça um novo diagrama de A/[piridina livre] contra
A, utilizando os novos valores da [piridina livre]. Encontre um novo valor de K e ε. Se ne-
cessário, realize um outro ciclo de refinamento.
5. Utilizando os valores de concentração da piridina livre do seu último refinamento e os valores
de absorbância no máximo do I2, prepare outro diagrama de Scatchard e veja se você consegue
o mesmo valor de K.
6. Explique por que um ponto isosbéstico é observado neste experimento.

21
Análise Espectrofotométrica de uma Mistura:
Cafeína e Ácido Benzóico em um Refrigerante1
Neste experimento usaremos a absorbância no ultravioleta (Figura 1) para medir as duas espécies
principais presentes em refrigerantes. A cafeína é adicionada como estimulante e o benzoato de
sódio é um conservante.

Cafeína Ácido benzóico (pKa  4,20)


MF 182, 18 MF 122,12

1. V. L. McDevitt, A. Rodriguez, and K. R. Williams, J. Chem. Ed. 1998, 75, 625.

Experimentos 27
Todas as soluções contêm HCl 0,010 M, de modo que o benzoato de sódio está protonado for-
mando ácido benzóico. A cafeína não apresenta alcalinidade apreciável, estando na forma neu-
tra a pH 2.

1,6
Todas as soluções contêm HCl 0,010 M

1,4

1,2

1,0 Ácido benzóico


8,74 mg/L

Absorbância
0,8
Refrigerante
“Mountain Dew”
0,6 com diluição 1:50
Cafeína a
10,88 mg/L

0,4

0,2

0,0
200 220 240 260 280 300

Comprimento de onda (nm)

Figura 1 Absorção no ultravioleta do ácido benzóico, da cafeína e de uma solução 1:50 do refrigerante
americano “Mountain Dew”. Todas as soluções contêm HCl 0,010 M.

Vamos nos restringir a refrigerantes que não sejam dietéticos, pois o aspartame que substitui
o açúcar nestas bebidas apresenta uma pequena absorbância no ultravioleta que interfere neste
experimento. Também evitaremos bebidas muito coloridas, pois os corantes apresentam absorbân-
cia considerável na região do ultravioleta. Soda limonada e outros refrigerantes pouco coloridos
são os mais adequados para este experimento. Sem dúvida sempre teremos alguma absorbância
na região do ultravioleta, devido aos corantes presentes no refrigerante, o que contribui para um
erro sistemático nesse experimento.
O procedimento que descreveremos inclui a construção de curvas de calibração. O experimento
pode ser simplificado registrando-se apenas um espectro para a cafeína (20 mg/L), apenas outro
para o ácido benzóico (10 mg/L) e assumindo que a Lei de Beer é obedecida. O experimento pode
ainda ser expandido para o uso de Cromatografia Líquida de Alta Performance (CLAE) e/ou
eletroforese capilar para a obtenção de medidas independentes da cafeína e do ácido benzóico
(e aspartame em refrigerantes dietéticos).1

REAGENTES
Soluções-estoque: Uma solução precisamente conhecida, contendo 100 mg/L de ácido benzóico
em água e outra contendo 200 mg/L de cafeína devem ser disponíveis.
HCl 0,10 M: Dilui-se 8,2 mL de HCl 37% m/m em 1 L.

PROCEDIMENTO
1. Padrões de calibração: Prepare soluções de ácido benzóico contendo 2, 4, 6, 8 e 10 mg/mL em
HCl 0,010 M. Para preparar uma solução de 2 mg/mL, misture em um balão volumétrico de
100 mL 2,00 mL de ácido benzóico padrão e 10,0 mL de HCl 0,10 M e complete até a marca
com água. Use 4, 6, 8 e 10 mL de ácido benzóico para preparar os outros padrões. De maneira
similar prepare os padrões de cafeína contendo 4, 8 , 12, 16 e 20 mg/mL em HCl 0,010 M.
2. Refrigerante: Aqueça 20 mL de refrigerante presente dentro de um béquer em uma placa
de aquecimento para expelir o CO2 e filtre o líquido quente em um papel-filtro para remover
todas as partículas sólidas. Após resfriar até a temperatura ambiente, pipete 4,00 mL para um
balão volumétrico de 100 mL. Adicione 10,0 mL de HCl 0,10 M e dilua até a marca. Prepare
uma segunda amostra contendo 2,00 mL de refrigerante em vez de 4,00 mL.

28 Experimentos
3. Verificando a Lei de Beer: Registre, inicialmente, uma linha-base na região do ultravioleta, de
350 a 210 nm, com água nas cubetas da amostra e da referência (1,00 cm de caminho óptico).
Registre o espectro de ultravioleta de cada um dos dez padrões com água na cubeta de refe-
rência. Observe o comprimento de onda do pico de absorbância para o ácido benzóico ()
e o comprimento de onda para o pico de absorbância da cafeína (). Meça a absorbância de
cada padrão em ambos os comprimentos de onda e subtraia a absorbância da linha-base (se o
seu instrumento não fizer isto automaticamente). Prepare um gráfico de calibração da absor-
bância versus concentração (M) para cada composto em cada um dos dois comprimentos de
onda. Cada gráfico construído deve incluir o ponto zero. O coeficiente angular da reta, obtida
pelo método dos mínimos quadrados, corresponde à absortividade molar no comprimento de
onda considerado.
4. Amostra desconhecida: Meça o espectro de absorção no ultravioleta de diluições 2:100 e 4:100
do refrigerante. Com a absorbância nos comprimentos de onda  e , use a Equação 19-6
do livro-texto para encontrar as concentrações de ácido benzóico e da cafeína no refrigerante
original. Mostre os resultados de ambas as soluções diluídas.
5. Amostra sintética desconhecida: Se seu professor preferir, obtenha o espectro de uma mistura
sintética desconhecida de ácido benzóico e cafeína preparada por ele. Use a Equação 19-6 do
livro-texto para encontrar as concentrações de cada componente na amostra sintética desco-
nhecida.

22
Padronização de Mn2 por Titulação com EDTA
Os Experimentos 22-24 ilustram uma seqüência na qual estudantes (1) preparam e padronizam
uma solução de Mn2 por titulação com EDTA e então (2) usam este padrão na análise de Mn
em aço por meio de duas técnicas instrumentais.1

REAGENTES
MnSO4  H2O: (1 g/estudante) Este material não é um padrão primário.
EDTA: Na2H2EDTA  2H2O, 1 g/estudante.
NH3 0,50 M/Tampão NH4 1,1 M (pH 9,7): Mistura-se 6,69 g de NH4Cl (MF 53,49) mais 16,86 g
de NH3 aquoso a 28% (MF 17,03) com suficiente quantidade de água para se chegar a um
volume de 250 mL.
Cloridrato de hidroxilamina: (NH3OHCl, MF 69,49) 1 g/estudante. (CUIDADO: Não respire a
poeira de NH3OHCl; evite o contato com a pele e os olhos.)
Indicador calmagita: Dissolva 0,05 g em 100 mL de H2O.

PROCEDIMENTO
1. EDTA padrão 0,05 M: Seque Na2H2EDTA  2H2O (MF 372,25) a 80°C durante 1 hora e dei-
xe resfriar em um dessecador. Cuidadosamente, pese 0,93 g do EDTA seco e dissolva-o com
aquecimento em 400 mL de água destilada em um balão volumétrico de 500 mL. Resfrie à
temperatura ambiente e preencha com água até a marca indicada.
2. Mn2 solução estoque: Em um frasco plástico limpo, com tampa de rosca, prepare uma solução
contendo 1,0 mg de Mn/mL (0,018 M), dissolvendo 0,77 g de MnSO4  H2O (MF 169,01)
em 250mL de água, provenientes de uma proveta. Como a solução final ainda será padroniza-
da, não há necessidade de grande exatidão durante esta preparação.
3. Lave uma pipeta de 50 mL várias vezes com pequenos volumes da solução estoque de Mn2 e
descarte o líquido em um frasco para resíduos. A seguir pipete 50,00 ml da solução estoque de
Mn2 para um balão volumétrico de 250 mL. Adicione 0,80 g de cloridrato de hidroxilamina
ao balão e agite para a dissolução do sólido. Adicione 150 mL de água e agite para misturar
o conteúdo. Dilua até a marca com água, tampe o balão firmemente e o inverta cerca de 20
vezes para misturar bem a solução. Esta solução contém Mn2 em uma concentração 0,003 6
M. O agente redutor hidroxilamina mantém o manganês no estado de oxidação 2.

1. Adaptado de San Jose State University Laboratory Manual para um curriculum descrito por S. P. Perone, J. Pesek, C. Stone,
and P. Englert, J. Chem. Ed. 1998, 75, 1444.

Experimentos 29
4. Lave uma pipeta de 50 mL várias vezes com pequenas quantidades da solução diluída de Mn2
preparada na Etapa 3. Pipete 50 mL da solução diluída de Mn2 para um Erlenmeyer de 250
mL. Adicione 10 mL do tampão pH 9,7 (medidos em uma proveta) e adicione 3-5 gotas do in-
dicador calmagita. O pH da solução resultante deve estar em torno de 9,2. Titule com EDTA
padrão usando uma bureta de 50 mL e observe o ponto final quando a cor muda de vermelho-
vinho para azul.
5. Repita a Etapa 4 duas vezes de modo a obter um total de três titulações. O Erlenmeyer deve
estar limpo, porém não necessita estar seco para cada titulação.
6. A partir da molaridade e do volume de EDTA padrão necessários para a titulação calcule a
molaridade e o desvio-padrão da solução estoque original de MnSO4 0,018 M. Expresse a
sua resposta com um número apropriado de algarismos significantes.

23
Medindo Manganês em Aço por Espectrofotometria
com Adição-Padrão
Os experimentos 22-24 ilustram uma seqüência na qual (1) estudantes preparam e padronizam uma
solução de Mn2 e, então, (2) utilizam este padrão na análise de Mn em aço por duas diferentes
técnicas instrumentais.1 Neste experimento, o aço é dissolvido em ácido e o Mn é oxidado para o
íon permanganato de cor violeta, e sua absorbância é medida com um espectrofotômetro:
2Mn2  5IO4  3H2O  2MnO4  5IO3  6H
Periodato Permanganato Iodato
(incolor) (incolor) (violeta) (incolor)
máx  525 nm

O aço é uma liga de ferro que tipicamente contém 0,5% m/m de Mn mais numerosos outros
elementos. Quando o aço é dissolvido em ácido nítrico a quente, o ferro é convertido a Fe(III). A
interferência espectrofotométrica do Fe(III) na medição do MnO4 é minimizada pela adição de
H3PO4, que forma um complexo com o Fe(III) aproximadamente incolor. A interferência causa-
da por outras impurezas coloridas é eliminada pela subtração da absorbância de um reagente em
branco da absorbância da amostra desconhecida. Uma quantidade apreciável de Cr interferirá
com o presente procedimento. O carbono do aço é eliminado através da oxidação com peroxi-
dissulfato (S2O82):
C(s)  2S2O2
8  2H2O  CO2(g)  4SO2
4  4H

REAGENTES
Ácido nítrico 3 M: (150 mL/estudante) Dilua 190 mL de HNO3 70% m/m a 1 L com água.
Ácido nítrico 0,05 M: (300 mL/estudante) Dilua 3,2 mL de HNO3 70% m/m a 1 L com água.
Hidrogenossulfito de amônio: (0,5 mL/estudante) NH4HSO3 45% m/m em água.
Periodato de potássio (KIO4): 1,5 g/estudante.
Amostra desconhecida: Aço, 2 g/estudante.

PROCEDIMENTO
1. O aço pode ser utilizado como recebido ou, se parecer estar coberto com óleo ou graxa, este
deve ser lavado com acetona e seco a 110°C por 5 minutos, e resfriado em dessecador.
2. Pese amostras duplicadas de aço o mais próximo de 0,1 mg dentro de béqueres de 250 mL.
A massa de aço deve ser escolhida de forma a conter 2-4 mg de Mn. Por exemplo, se o aço
contém 0,5% m/m de Mn, uma amostra de 0,6 g conterá 3 mg de Mn. Seu instrutor deve di-
zer quanto aço utilizar.
3. Dissolva cada amostra de aço separadamente em 50 mL de HNO3 3 M, em ebulição suave
em capela e com o béquer coberto por um vidro de relógio. Se permanecerem partículas sem
se dissolver, pare a ebulição depois de 1 h. Substitua o HNO3 à medida que ele evapora.

1. Adaptado de San Jose State University Laboratory Manual para o currículo descrito por S. P. Perone, J. Pesek, C. Stone,
and P. Englert, J. Chem. Edu. 1998, 75, 1444.

30 Experimentos
4. Solução-padrão de Mn2 (0,1 mg de Mn/mL): Enquanto o aço estiver dissolvendo, pipete
10,00 mL de solução-padrão de Mn2 (0,1 mg de Mn/mL) do Experimento 22 para dentro
de um balão volumétrico de 100 mL, dilua até a marca com água, e misture bem. Você utili-
zará esta solução nos Experimentos 23 e 24. Mantenha a solução tampada e envolva a tampa
com Parafilm ou fita de teflon, de maneira a minimizar a evaporação.
5. Resfrie os béqueres da Etapa 3 por 5 minutos. Então, cuidadosamente adicione 1,0 g de
(NH4)2S2O8 ou K2S2O8 e ferva por 15 minutos de forma a oxidar o carbono a CO2.
6. Se traços de cor rosa (MnO4 ) ou precipitado marrom (MnO2) forem observados, adicione
6 gotas de NH4HSO3 45% m/m e ferva por 5 minutos para reduzir todo o manganês para
Mn(II):

2MnO4  5HSO3  H  2Mn2  5SO2


4  3H2O
MnO2(s)  HSO3  H  Mn2  SO2
4  H2O

(A proposta de remoção das espécies coloridas neste momento é que a solução da Etapa 6
irá, eventualmente, servir como um reagente colorimétrico em branco.)
7. Após o resfriamento das soluções até próximo da temperatura ambiente, filtre cada solu-
ção quantitativamente através de papel-filtro #41 para dentro de um balão volumétrico de
250 mL. (Se um precipitado gelatinoso estiver presente, utilize papel-iltro #42.) Para comple-
tar uma transferência “quantitativa”, lave o béquer muitas vezes com pequenos volumes de
HNO3 0,05 M quente e passe as águas de lavagem através do filtro, de maneira a arrastar o
líquido do precipitado para dentro do balão volumétrico. Finalmente, deixe o balão volumé-
trico resfriar até a temperatura ambiente, dilua até a marca com água, e misture bem.
8. Transfira 100 mL de solução de cada balão volumétrico de 250 mL para frascos Erlenmeyer
limpos e secos e tampe os frascos firmemente. Rotule estas soluções A e B e guarde-as para
a análise de absorção atômica no Experimento 24. Para prevenir a evaporação, é uma boa
idéia selar a tampa com umas poucas camadas de Parafilm ou fita de teflon.
9. Realize as análises espectrofotométricas a seguir com uma das soluções de amostra desco-
nhecida preparadas na Etapa 7:
a. Pipete 25,00 mL de líquido do balão volumétrico de 250 mL da Etapa 7 para dentro de
cada um de três béqueres de 100 mL limpos e secos, designados “branco”, “amostra”, e
“adição-padrão”. Adicione 5 mL de H3PO4 85% m/m (de uma proveta) dentro de cada
béquer. Então, adicione solução-padrão de Mn2 (0,1 mg/mL da Etapa 4, transferido atra-
vés de pipeta) e KIO4 sólido, do seguinte modo:

Béquer Volume de Mn2 (mL) Massa de KIO4 (g)


Branco 0 0
Amostra desconhecida 0 0,4
Adição-padrão 5,00 0,4

b. Ferva suavemente o conteúdo dos béqueres de amostra desconhecida


e de adição-padrão por 5 minutos para oxidar Mn2 a (MnO4 ). Continue a fervura, se ne-
cessário, até que o KIO4 se dissolva.
c. Transfira quantitativamente o conteúdo de cada um dos três béqueres para dentro de
balões volumétricos de 50 mL. Lave cada um dos béqueres muitas vezes com pequenas
porções de água e transfira esta água para o balão volumétrico correspondente. Dilua
cada conteúdo dos balões até a marca com água e misture bem.
d. Encha uma cubeta de 1,000 cm de caminho óptico com solução de amostra desconhecida
e outra cubeta com solução de branco. É sempre uma boa idéia lavar a cubeta algumas
vezes com pequenas quantidades de solução a ser medida e descartar as lavagens.
e. Meça a absorbância da amostra em 525 nm com a solução do branco na cubeta de refe-
rência. Para melhores resultados, meça a absorbância em vários comprimentos de onda
para localizar o máximo de absorbância. Utilize este comprimento de onda para as me-
didas subseqüentes.
f. Meça a absorbância da adição-padrão com a solução de branco na cubeta de referência.
A absorbância da adição-padrão será 0,45 unidade de absorbância maior do que a ab-
sorbância da amostra desconhecida (baseado na adição de 0,50 mg de padrão de Mn2
a amostra desconhecida).
10. Repita a Etapa 9 com a outra solução de amostra desconhecida de aço da Etapa 7.

ANÁLISE DOS DADOS


1. A partir da concentração conhecida do padrão de Mn na Etapa 4, calcule a concentração de
Mn adicionado no balão volumétrico de 50 mL contendo a adição-padrão.

Experimentos 31
2. Todo o Mn2 é convertido a MnO4 na Etapa 9. A partir da diferença de absorbância da adi-
ção-padrão e da amostra desconhecida, calcule a absortividade molar do MnO4 . Calcule a
absortividade molar média das Etapas 9 e 10.
3. A partir da absorbância de cada amostra desconhecida e da absortividade molar média do
MnO4 , calcule a concentração de MnO4 em cada 50 mL de solução de amostra desconhecida.
4. Calcule a porcentagem em massa de Mn em cada amostra de aço e a faixa percentual relativa
de seus resultados:
100  [% m/m no aço 1 - % m/m no aço 2]
Faixa de % relativa 
% m/m média

24
Medindo Manganês em Aço por Absorção Atômica
Usando uma Curva de Calibração
Este experimento complementa os resultados da análise espectrofotométrica no Experimento
23.1 A princípio, a análise espectrofotométrica e a análise por absorção atômica deveriam dar o
mesmo resultado para a porcentagem em massa de Mn na amostra de aço. Use o Mn2 que você
padronizou no Experimento 22 como o padrão para a análise por absorção atômica.

REAGENTES
Ácido nítrico 0,05 M: (600 mL/estudante) Dilui-se 3,2 mL de HNO3 70% m/m em 1 L de água.
Amostra desconhecida de aço: Soluções A e B da Etapa 8 do Experimento 23.
Manganês padrão: 0,1 mg Mn/mL da Etapa 4 do Experimento 23. Esta concentração corres-
ponde a 100 g/mL  100 ppm.

CURVA DE CALIBRAÇÃO
1. Prepare soluções-padrão contendo 1, 2 , 3, 4 e 5 ppm de Mn ( g Mn/mL). Use a solução-
padrão contendo 100 ppm de Mn da Etapa 4 do Experimento 23. Pipete 1,00 mL do padrão
para um balão volumétrico de 100 mL e dilua a 100 mL com HNO3 0,05 M de modo a preparar
um padrão de 1 ppm. Semelhantemente, pipete 2,00; 3,00; 4,00 e 5,00 mL para outros balões e
dilua cada um deles a 100 mL com HNO3 0,05 M. Calcule a concentração de Mn em g/mL em
cada padrão. (O propósito do HNO3 é fornecer íons H para competir com o Mn2 por sítios
de ligação na superfície do vidro. Sem excesso de ácido, uma fração de íons do metal de uma
solução diluída pode ser perdida para a superfície do vidro. Para evitar a adição de impurezas
metálicas usa-se uma solução diluída do ácido mais puro disponível.)
2. Meça o sinal de absorção atômica de cada um dos cinco padrões da Etapa 1. Use uma lâmpada de
catodo oco para Mn e um comprimento de onda de 279,48 nm. Meça cada padrão três vezes.
3. Meça o sinal de absorção atômica de um branco (HNO3 0,05 M). Usaremos este sinal mais
tarde para estimar o limite de detecção do Mn. Para este propósito, meça um branco em sepa-
rado sete vezes e calcule o desvio-padrão e o desvio médio das sete medidas.

MEDIDA DA AMOSTRA DESCONHECIDA


1. Imediatamente após medir os pontos na curva de calibração, meça o sinal de absorção atô-
mica das soluções desconhecidas de aço A e B provenientes da Etapa 8 do Experimento 23.
Meça a absorção de cada solução três vezes. (Se os sinais oriundos de A e B estiverem fora
da região da calibração, faça as diluições necessárias, de modo que as novas soluções obtidas
estejam dentro da faixa de calibração. As diluições devem ser feitas precisamente com pipetas
volumétricas e balões volumétricos.)

ANÁLISE DOS DADOS


1. Construa um gráfico para calibração, incluindo o branco e 5 padrões (7 leituras do branco e
3  5  15 leituras dos padrões, perfazendo um total de n  22 pontos). Determine, pelo mé-
todo dos mínimos quadrados, o coeficiente angular e a interseção da reta ajustada a estes va-

1. Adaptado de San Jose State University Laboratory Manual para um curriculum descrito by S. P. Perone, J. Pesek, C. Stone,
and P. Englert, J. Chem. Ed. 1998, 75, 1444.

32 Experimentos
lores, bem como seus desvios-padrão (Seção 4-7 do livro-texto), representando esta reta no
gráfico. Expresse a equação da curva de calibração na forma y(sy)[m(sm)]x  [b(sb)],
onde y é o sinal de absorbância e x é a concentração de Mn em ppm.
2. Use o valor médio de três leituras para cada amostra desconhecida de modo a calcular a con-
centração de Mn nas soluções A e B.
3. Calcule a incerteza na concentração de Mn em cada amostra desconhecida com a Equação
4-27 no livro-texto. Como você mediu cada amostra três vezes, o primeiro termo dentro do ra-
dical na Equação 4-27 deve ser 1/3. Na Equação 4-27, existem 22 valores de xi para os pontos
na curva-padrão.
4. Das concentrações de Mn (e incertezas) nas soluções A e B, calcule % m/m de Mn (e sua in-
certeza) para as duas amostras de aço em duplicata.
5. A incerteza de Mn em % m/m é definida pelo desvio-padrão correspondente. Determine, para
cada uma das amostras de aço analisadas, o intervalo de confiança de 95% para a % m/m de
Mn. Suponha, por exemplo, que a % m/m de Mn no aço é de 0,433, com um desvio-padrão de
0,011. (Os números em subscrito não são significativos, mas são mantidos para evitar erros de
arredondamento.) O desvio-padrão foi obtido a partir de três determinações repetidas, de uma
solução de aço dissolvido. A equação para o intervalo de confiança é   x  ts / n , onde
 é a média real, x é a média determinada, s é o desvio-padrão, n é o número de medidas (3
neste caso) e t é a distribuição t de Student para um intervalo de confiança de 95% e n  1 
2 graus de liberdade. Na Tabela 4-2 do livro-texto encontramos t  4,303. Conseqüentemente, o
intervalo de confiança de 95% é 0,433  ts / n  0,433  (4,303)(0,011)/ 3  0,433  0,027.
6. Use o teste t (Equação 4-8 do livro-texto) para comparar entre si os dois resultados da absor-
ção atômica. Eles são significantemente diferentes no nível de confiança de 95%?
7. Utilize o valor da % m/m média de Mm para as duas amostras e os desvios-padrão corres-
pondentes (Equação 4-9 do livro-texto) para estimar um intervalo de confiança de 95% em
torno do valor médio. O valor da % m/m média de Mn, determinado por espectrofotometria
no Experimento 23 corresponde ao intervalo de confiança de 95%, determinado a partir de
resultados de absorção atômica? (Não podemos usar o teste t para comparar os Experimen-
tos 23 e 24, pois não temos amostras suficientes no Experimento 23 para determinarmos um
desvio-padrão. De outra maneira, usaríamos o teste t.)
8. Limite de detecção: O limite de detecção de um método analítico é a concentração mínima
de analito que pode confiavelmente ser distinguida de 0. Critérios estatísticos diferentes para
a palavra “confiável” levam a diferentes definições para o limite de detecção. Se você mediu
pontos em uma curva-de calibração, uma definição comum de limite de detecção é

yB  3sB
Limite de detecção (ppm) 
m

onde yB é a leitura da absorbância atômica média para o branco, sB é o desvio-padrão para o


branco e m é o coeficiente angular determinado pelo método dos mínimos quadrados da cur-
va da calibração (absorbância/ppm). Neste experimento foi medida uma solução de branco
sete vezes. Use o desvio médio e o desvio-padrão dessas sete leituras para calcular o limite de
detecção. (Se você subtraiu o valor médio do branco de cada leitura de absorbância quando
você construiu a curva-padrão, então yB  0.)

25
Propriedades de uma Resina de Troca Iônica1
Neste experimento serão exploradas as propriedades de uma resina de troca catiônica, que é cons-
tituída por um polímero orgânico contendo muitos grupos sulfônicos ácidos (SO3H). Quando
um cátion, como o Cu2, por exemplo, é percolado pela resina, o cátion se liga fortemente pelos
grupos sulfonato e um H é liberado para cada carga positiva que se liga à resina. O cátion que
fica ligado à resina pode ser deslocado da resina pela percolação de grande excesso de H ou de
outro cátion pelo qual a resina tenha alguma afinidade.

1. Parte deste experimento foi retirada de M. W. Olson and J. M. Crawford, J. Chem. Ed. 1975, 52, 546.

Experimentos 33
Resina Resina

Entrada Saída

Na primeira parte do experimento quantidades conhecidas de NaCl, Fe(NO3)3 e NaOH serão


passadas pela resina que se encontra na forma H. A liberação de H obtida pela passagem de
cada cátion será determinada através de titulação com NaOH.
Na segunda parte será analisada uma amostra impura de sulfato de vanadila (VOSO4  2H2O).
Este sal, comercialmente fornecido, contém VOSO4, H2SO4 e H2O. Será preparada uma solução
com uma massa conhecida do reagente comercial. O teor de VO pode ser determinado espec-
troscopicamente e o teor total de cátions (VO e H) pode ser determinado por troca iônica.
Analisadas conjuntamente, estas determinações permitem encontrar as quantidades de VOSO4,
H2SO4 e H2O na amostra.

REAGENTES
NaCl 0,3 M: Um frasco contendo 5–10 mL, por aluno, com concentração conhecida com exatidão.
Fe(NO3)3  6H2O 0,1 M: Um frasco contendo 5–10 mL, por aluno, com concentração conhecida
com exatidão.
VOSO4: O grau de pureza normalmente disponível (usualmente designado como “purificado”)
é utilizado para este experimento. Os alunos podem preparar suas próprias soluções e medir
a absorbância em 750 nm, ou um frasco de uma solução estoque (25 mL por aluno) pode ser
fornecida. A solução estoque deve conter 8 g/L (pesados com exatidão) e identificada com a
respectiva absorbância.
NaOH 0,02 M: Cada aluno deve preparar esta solução pela diluição precisa de 1/5 da solução-
padrão 0,1 M de NaOH.

PROCEDIMENTO
1. Prepare uma coluna cromatográfica utilizando um tubo de vidro de 15 cm de comprimento e
0,7 cm de diâmetro, com uma rolha na parte inferior contendo um pequeno orifício para saída
dos eluentes. Acondicione uma pequena quantidade de lã de vidro acima da rolha para reter
a resina. Utilize um pequeno tubo de vidro para servir de ligação de saída, ao qual deve-se
conectar um tubo plástico flexível que permita fechar o fluxo de eluente da coluna. (Alterna-
tivamente uma coluna cromatográfica provida de torneira ou disco de vidro poroso, ou ainda
Bastão uma bureta de diâmetro compatível, podem ser utilizadas neste experimento). Encha a colu-
de vidro
na com água, feche a saída para verificar e eliminar possíveis vazamentos. Após isto, drene a
coluna até deixar 2 cm de água e feche a coluna novamente.
2. Misture 1,1 g da resina de troca catiônica Bio-Rad Dowex 50W-X2 (100/200 mesh) em 5 mL
Mistura de de água e transfira para a coluna (Figura 1). Caso toda a resina não possa ser transferida de
fase sólida uma só vez, espere que parte da resina transferida sedimente, remova uma parte do líquido
Mistura de e solvente
resina e água
sobrenadante com uma pipeta e transfira o resto da resina. Caso a coluna deva ser guardada
derramada contendo resina para uso posterior, a parte superior deve ser protegida da atmosfera e conter
pela parede água acima do nível da resina. (Quando o experimento terminar, a resina pode ser retirada da
da coluna
coluna, lavada com HCl 1 M e água e reutilizada posteriormente.)
3. O procedimento geral para análise da amostra é o seguinte:
a. Para gerar a forma da resina saturada em H passe 10 mL de HCl 1M pela coluna. Colo-
que a amostra líquida na coluna, derramando-a pelas paredes, de forma a não perturbar a
resina.
Quantidade b. Lave a coluna com 15 mL de água. Utilize os primeiros mililitros para lavar as paredes da
de solvente coluna e permitir que a água penetre na resina, antes de continuar a lavagem. (Diferente-
no fundo mente da maioria das outras resinas de cromatografia, a que é utilizada neste experimento
da coluna
Disco antes da retém água quando ela funciona “seca”. Normalmente, não se deve deixar que o líquido
poroso transferência caia abaixo da parte superior da fase sólida numa coluna cromatográfica.)
da resina
c. Coloque um frasco limpo de 125 mL na saída da coluna e pipete a amostra na coluna.
Saída
fechada
d. Após o reagente ter passado para o interior do leito da resina, lave com 10 mL de água,
com pinça coletando todo o eluato.
e. Adicione três gotas de indicador fenolftaleína (Tabela 11-4 do livro-texto) ao frasco e titule
Figura 1 Transferindo a fase com padrão de NaOH 0,02 M.
estacionária para a coluna 4. Analise alíquotas de 2,000 mL de NaCl 0,2 M e de Fe(NO3)3 0,1 M, seguindo os procedimen-
cromatográfica. tos da Etapa 3. Calcule o volume teórico de NaOH necessário para cada titulação. Caso não

34 Experimentos
seja encontrado um volume com tolerância de 2% comparado com o volume teórico, repita a
análise.
5. Passe 10,0 mL da solução de NaOH 0,02 M pela coluna como descrito na Etapa 3 e analise o
eluato.
6. Analise 10,00 mL de solução de VOSO4 como descrito na Etapa 3.
7. Utilizando a absortividade molar do íon vanadila (ε  18,0 M1 cm1 em 750 nm) e os resul-
tados da Etapa 6, expresse a composição de sulfato de vanadila na forma:
(VOSO4)1,00(H2SO4)x(H2O)y.

26
Análise de Enxofre em Carvão por
Cromatografia de Íons1
Quando carvão é queimado o enxofre presente é convertido a SO2(g), que é oxidado posterior-
mente a H2SO4 na atmosfera. Chuvas carregadas com o H2SO4 são nocivas à vida vegetal (chuva
ácida). A medida do teor de enxofre do carvão é, portanto, crucial para minimizar a ocorrência
de chuva ácida causada pela atividade humana. Este experimento mede o enxofre no carvão atra-
vés do aquecimento do carvão com um fundente (Seção 28-2 do livro-texto) contendo Na2CO3 e
MgO, em presença de ar, que converte o enxofre a Na2SO4. O produto é dissolvido em água e o
íon sulfato é medido por cromatografia de íons. Embora cada aluno receba uma amostra de car-
vão para análise, deve-se considerar como tendo sido obtida uma amostra representativa de um
carregamento inteiro de carvão que está sendo fornecido a uma usina.

REAGENTES
Carvão: 1 g/aluno. O carvão pode ser obtido de companhias de geração de energia termoelétrica
ou de usinas metalúrgicas. O carvão também pode ser obtido como Material de Referência
Padrão.2
Fundente: 4 g/aluno. 67% MgO/33% Na2CO3 (% em massa).
HCl 6 M: 25 mL/aluno.
Indicador de fenolftaleína: Consultar a Tabela 11-4 do livro-texto.
Sulfato de amônio: Reagente sólido para preparação de padrões.

PROCEDIMENTO
1. Transforme o carvão em um pó fino usando um gral e pistilo. Misture 1 g do carvão (pesado
com exatidão) com 3 g do fundente em cadinho de porcelana. Misture bem com auxílio de
uma espátula e sedimente a mistura, batendo o fundo do cadinho gentilmente contra uma su-
perfície de madeira. Cubra a mistura cuidadosamente com 1 g de fundente adicional. Tampe
o cadinho e coloque-o em um forno tipo mufla. Ligue o forno e ajuste a temperatura em 800°C,
deixando a amostra pernoitar na temperatura de 800°C. A reação está completa quando todas
as partículas negras tiverem desaparecido. Um queimador pode ser usado no lugar do forno
mufla, embora o queimador não possa ser deixado funcionando sem supervisão adequada
durante o pernoite da reação.
2. Após resfriamento até a temperatura ambiente, coloque o cadinho em um béquer de 150 mL
e adicione 100 mL de água destilada. Aqueça o béquer em uma placa de aquecimento até per-
to da ebulição e deixe por 20 min para dissolver o máximo possível do sólido. Filtre o líquido
diretamente em um balão volumétrico de 250 mL, com um funil com papel-filtro. Lave o ca-
dinho e o béquer três vezes com alíquotas de 25 mL de água destilada, passando as alíquotas
pelo filtro transferindo-as para o balão volumétrico. Adicione 5 gotas do indicador de fenolf-
taleína ao balão volumétrico e neutralize com HCl 6 M até o desaparecimento da coloração
rosa. Complete o volume para 250 mL e homogenize bem.
3. Pipete 25,00 mL da solução de sulfato a partir do balão volumétrico da Etapa 2 para um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume para preparar uma diluição de 1:4 para a cro-

1. E. Koubek and A. E. Stewart, J. Chem. Ed. 1992, 69, A146.


2. Padrões contendo de 0,5–5% em massa de S são disponíveis no Standard Reference Materials Program do NIST
(SRMINFO@enh.nist.gov).

Experimentos 35
matografia de íons. Injete uma amostra dessa solução em um cromatógrafo de íons1 para se
certificar de que a concentração encontra-se em uma faixa razoável para a análise. Caso seja
necessário, prepare a diluição adequada para o equipamento a ser utilizado.
4. Supondo que o carvão contenha 3% de enxofre em massa, calcule a concentração de SO2 4 na
solução da Etapa 3. Utilizando sulfato de amônio e vidraria adequada, prepare cinco padrões
contendo 0,1; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 vezes a concentração calculada de SO2
4 .
5. Analise todas as soluções por cromatografia de íons. Prepare uma curva de calibração com os
padrões, fazendo um gráfico da área do pico versus a concentração de SO2 4 . Use o método de
mínimos quadrados para encontrar a concentração de SO2 4 na amostra desconhecida. Calcule
a porcentagem em massa de S no carvão.

27
Análise de Monóxido de Carbono na Descarga de
Automóveis por Cromatografia a Gás2
O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e altamente venenoso, emitido por motores
de veículos automotores devido à combustão incompleta do combustível a CO2. Um carro bem
regulado com catalisador emite 0,01% em volume de CO, enquanto um carro com manutenção
inadequada pode emitir até 15% em volume de CO! Neste experimento serão coletadas amostras
do gás da descarga para medição do teor de CO por cromatografia a gás. Um possível projeto
envolvendo toda a classe seria comparar diferentes tipos de automóveis e os diferentes estados
de manutenção dos veículos. A emissão de CO tem seu maior valor dentro dos primeiros poucos
minutos após a partida do motor frio. Após o aquecimento, um veículo bem regulado emite mui-
to pouco CO para ser detectado por meio de um cromatógrafo de baixo custo. O CO pode ser
medido em função do tempo após o momento da partida do motor.
A análise cromatográfica é feita a 50-60°C com uma coluna empacotada de 2 m de comprimen-
to contendo peneira molecular 5A com hélio como gás de arraste e detecção por condutividade
térmica. A coluna deverá ser purgada periodicamente desconectando-se do detector e passando
hélio por 30 h. A purga após 50-100 injeções dessorve H2O e CO2 da peneira molecular.

REAGENTES
Padrão de CO: Cilindro contendo 1% em volume de CO em N2, com a exatidão, teor de umidade
e volume adequados.

PROCEDIMENTO
1. Prenda uma mangueira resistente ao calor ao cano de descarga do automóvel, de forma que
não haja vazamento na ligação. (Cuidado: Evite inspirar os gases da descarga. O ideal é utilizar
uma máscara para gases provida de traquéia.) Colete os gases na saída da mangueira utilizan-
do uma bolsa plástica de 0,5 L com espessura de parede reforçada, com sistema de selamento
adequado para coleta de gases (sacos plásticos com zíper plástico do tipo utilizado para conter
alimentos poderão ser utilizados). Purgue bem as bolsas plásticas com os gases da exaustão
para depois fechá-las hermeticamente. Deixe os gases coletados resfriar até atingirem a tem-
peratura ambiente para serem analisados.
2. Injete uma amostra de 1 mL de ar no cromatógrafo utilizando uma seringa para injeção de
gases e faça os ajustes necessários de temperatura e/ou vazão de gás, de forma que o N2 seja
eluído em 2 min. Os picos do O2 e N2 deverão ser observados.
3. Injete 1,00 mL do padrão de CO 1% em volume em N2. Um modo de obter a amostra de gás
do cilindro, que obrigatoriamente tem que estar dentro de uma capela de exaustão, é conectar
uma mangueira ao cilindro e conectar um tubo de vidro com uma rolha de soro à outra extre-
midade da mangueira (Figura 1). Coloque uma agulha na rolha de soro e lenta e cuidadosa-
mente abra a válvula do cilindro para purgar a mangueira. Introduza a seringa para gases na
rolha de soro, remova a agulha e lentamente admita o gás na seringa. Feche a válvula do cilin-

1. Por exemplo, a cromatografia pode ser feita com 25-50 L de amostra numa coluna analítica Dionex Ionpac AS5, com
4 mm de diâmetro e 250 mm de comprimento e uma pré-coluna AG5, utilizando solução (Na2CO3 2,2 mM/NaHCO3
2,8 mM) como eluente a 2,0 mL/min, com supressão de íons. O íon sulfato é eluído perto de 6 min e é detectado pela sua
condutividade num ajuste de escala total de 30 microsiemens. Muitas combinações de colunas e eluentes são adequadas
para esta análise.
2. D. Jaffe and S. Herndon, J. Chem. Ed. 1995, 72, 364.

36 Experimentos
Figura 1 Coletando a amostra de
Agulha Rolha de soro uma mistura-padrão de gases de um
cilindro. Remover a agulha quando
admitir o gás na seringa. Não abrir
demasiadamente a válvula do
cilindro, de maneira que a pressão
Válvula do
Seringa faça os tubos desconectarem-se.
cilindro
(CUIDADO: Somente manusear o CO
em uma capela de exaustão.)

Tubo de vidro

dro para evitar o aumento de pressão na mangueira. Injetando-se o padrão no cromatógrafo,


deve ser observado um pico do CO em cerca de três vezes o tempo de retenção do N2. Ajuste
a atenuação do detector de forma que o pico de CO esteja próximo do máximo da escala.
4. Injete duas amostras de 1,00 mL de cada coleta de descarga e meça a área do pico. Calcule a
% em volume do CO nas amostras pela média das áreas dos picos:

% em volume de CO na amostra Área do pico da amostra/atenuação do detector



% em volume de CO no padrão Áreea do pico do padrão/atenuação do detector

28
Análise de Aminoácidos por Eletroforese Capilar1
Neste experimento uma proteína será hidrolisada com HCl para separá-la em seus aminoácidos
constituintes. Após a adição de um padrão interno, os aminoácidos e o padrão interno serão de-
rivatizados (convertidos quimicamente) para uma forma que absorve fortemente em 420 nm.

Naftaleno- Aminoácido Produto derivatizado


2,3-dicarboxaldeído (máx  420 nm)
(NDA MF 184,19)

A mistura será então separada por eletroforese capilar e a quantidade de cada componente será
medida em relação à quantidade do padrão interno. O objetivo é encontrar o número relativo de
cada aminoácido na proteína.

REAGENTES
Proteína: 6 mg/aluno. Usar uma proteína pura como lisozima ou citocromo c. O conteúdo de ami-
noácidos deve estar disponível na literatura para comparação dos resultados.2
HCl 6 M: Diluir 124 mL de HCl concentrado (37% m/m) a 250 mL com água destilada.
NaOH 0,05 M: Dissolver 0,50 g de NaOH (MF 40,00) a 250 mL com água destilada.
NH3 1,5 M: Diluir 26 mL de NH3 (28% m/m) a 250 mL com água destilada.

1. P. L. Weber and D. R. Buck, J. Chem. Ed. 1994, 71, 609.


2. Para lisozima da clara de ovos de galinha, o conteúdo de aminoácidos é
S10T7H1G12A12(E2Q3)Y3(D8N13)V6M2I6L8F3R11K6C8W8P2
(R. E. Canfield and A. K. Liu, J. Biol. Chem. 1965, 240, 2000; D. C. Philips, Scientific American, maio de 1966.) Para o
citocromo c de cavalos, a composição é
S0T10H3G12A6(E9Q3)Y4(D3N5)V3M2I6L6F4R2K19C2W1P4
(E. Margoliash and A. Schejter, Adv. Protein Chem. 1996, 21, 114.) Ambas as proteínas estão disponíveis na Sigma
Chemical Co.

Experimentos 37
KCN 10 mM: Dissolver 16 mg de KCN (MF 65,12) a 25 mL com água destilada.
Tampão de borato (pH 9,0): Para preparar 20 mM de tampão, dissolver 0,19 g de tetraborato de
sódio (Na2B4O7  10H2O, MF 381,37) a 70 mL com água destilada. Usando um eletrodo de pH,
ajustar o pH para 9,0 com HCl 0,3 M (uma diluição de 1:20 de HCl 6 M com água destilada)
e diluir a 100 mL com água destilada.
Tampão de corrida (borato 20 mM – dodecilsulfato de sódio 50 mM, pH 9,0): Preparar este tampão
da mesma forma que o tampão de borato, porém adicionando 1,44 g de CH3(CH2)11OSO3Na
(MF 288,38) antes de ajustar o pH com HCl.
Aminoácidos: Preparar 100 mL de solução-padrão contendo todos os 15 aminoácidos da Figura
1, cada um em concentração próxima a 2,5 mM em NaOH 0,05 M como solvente. A Tabela
10-1 do livro-texto fornece a massa molecular dos aminoácidos.
Padrão interno de ácido -aminoadíptico: Preparar uma solução 5 mM dissolvendo 40 mg de
HO2C(CH2)3CH(NH2)CO2H (MF 161,16) em 50 mL de água destilada.
Naftaleno-2,3-dicarboxaldeído (NDA): Preparar uma solução 10 mM dissolvendo 18 mg de NDA
em 10 mL de acetonitrila.
Absorbância em 420 nm

Tempo (min)

Figura 1 Eletroferograma da mistura-padrão de aminoácidos derivatizados com NDA com adição do


padrão interno, todos na mesma concentração, a partir de P. L. Weber and D. R. Buck, J. Chem. Ed. 1994, 71,
609. As abreviações dos aminoácidos são dadas na Tabela 10-1 do livro-texto. O padrão interno, designado
por X, é o ácido -aminoadíptico. U é um pico não identificado. A hidrólise ácida converte Q em E e N em D,
por isso Q e N não são observados. A determinação da lisina (K) não é confiável porque seu derivado com
NDA é instável. Cisteína (C) e triptofano (W) são degradados durante hidrólise ácida e não são observados.
Prolina (P) não é uma amina primária e, por isso, não reage com NDA para formar um produto detectável.

Hidrólise da Proteína
1. Coloque um septo de borracha em um tubo de vidro (17  55 mm) selado em uma das extre-
midades e faça vácuo com auxílio de uma agulha. Dissolva 6 mg de proteína em 0,5 mL de HCl
6 M num pequeno frasco. Purgue a solução com N2 por 1 min para remover O2 e imediatamente
transfira o líquido com uma seringa para o tubo evacuado. Adicione 0,5 mL de HCl novo ao frasco,
purgue e transfira também para o tubo. Aqueça o fundo do tubo contendo o líquido a 100°-110°C
em banho de óleo por 18-24 h, de preferência protegido por um escudo de segurança.
2. Após resfriamento até a temperatura ambiente, remova o septo e transfira o líquido para
um frasco de 25 mL de fundo redondo. Evapore a solução até a secura com aquecimento
leve e aspiração com trompa d’água. Rinse o tubo de hidrólise com 1 mL de água destila-
da, adicione ao frasco e leve à secura novamente. Dissolva o resíduo em 1,0 mL de NaOH
0,05 M e filtre com um filtro de seringa com tamanho de poro de 0,45 m. A concentração
total de todos os aminoácidos nesta solução é 50 mM.

Derivatização
3. Usando uma micropipeta, coloque 345 L de tampão de borato 20 mM num pequeno
frasco tipo vial com tampa rosqueada. Adicione 10 L da solução-padrão de aminoácidos.

38 Experimentos
Adicione então 10 L do ácido -aminoadíptico 5 mM (padrão interno), 90 L de KCN
10 mM e 75 L de naftaleno-2,3-dicarboxaldeído 10 mM. A coloração amarelo-esverdeada
do produto aminoácido-NAD deverá aparecer em minutos. Após 25 min adicione 25 L
de NH3 1,5 M para reagir com o excesso de NAD. Aguarde 15 min para iniciar a eletrofo-
rese.
4. Coloque 345 L de tampão de borato 20 mM num pequeno frasco tipo vial com tampa ros-
queada. Adicione 10 L da solução de proteína hidrolisada preparada na Etapa 2. Adicio-
ne então 10 L do ácido -aminoadíptico 5mM (padrão interno), 60 L de KCN 10 mM e
50 L de naftaleno-2,3-dicarboxaldeído 10 mM. Após 25 min adicione 25 L de NH3 1,5 M
para reagir com o excesso de NAD. Aguarde 15 min para iniciar a eletroforese. (Tempos pre-
cisos de análise reduzem variações entre o padrão e a amostra desconhecida.)

Eletroforese e Análise dos Resultados


5. (Cuidado: A eletroforese utiliza uma alta voltagem perigosa de 20-24 kV. Certifique-se de se-
guir todos os procedimentos de segurança.) A eletroforese é conduzida com um capilar de
sílica não recoberto de 50 m de diâmetro interno e detecção espectrofotométrica em 420
nm. Pré-condicione a coluna através da injeção de 30 L de NaOH 0,1 M e purgue 15 min
após com 30 L de água destilada seguida de 30 L de tampão de corrida. A coluna deve
ser recondicionada da mesma maneira após 3-4 corridas.
6. Injete 3 nL da mistura-padrão de aminoácidos da Etapa 3. O resultado obtido deve ser se-
melhante ao da Figura 1. Meça a área de cada pico (ou a altura, caso um integrador de áreas
não seja disponível). Repita a injeção e meça novamente as áreas.
7. Calcule o quociente

Área do pico do aminoácido


Área do pico do padrão inteerno

para cada aminoácido na mistura-padrão. (Use a altura se a área dos picos não for disponível.)
Prepare uma tabela mostrando as áreas relativas de cada pico em cada injeção da solução-
padrão e calcule o quociente médio das duas injeções para cada aminoácido.
8. Injete 3 nL da solução de proteína hidrolisada e derivatizada na Etapa 4 e calcule o mesmo
quociente da Etapa 7. Repita a injeção e calcule a média do quociente para ambas as inje-
ções.
9. A concentração do padrão interno no hidrolisado de proteína é conhecida a partir do volume
e concentração do padrão de interno utilizados na Etapa 4. Calcule a concentração de cada
aminoácido no hidrolisado de proteína usando a Equação 5-11 do livro-texto.
10. Calcule a relação molar dos aminoácidos na proteína. Caso não haja erro experimental, pode-
se dividir todas as concentrações pela menor delas. Pelo fato de que a menor concentração
apresenta um erro relativo significativo, escolha um aminoácido com concentração duas ou
três vezes maior que a concentração do aminoácido menos concentrado. Defina esta concen-
tração exatamente como 2 ou 3. Calcule as molaridades dos outros aminoácidos relativamen-
te ao aminoácido escolhido. O resultado será uma fórmula como S10,6T6,6H0,82G12,5A11,2E5,3Y3
D19,8V6,1M2,2I5,7(L  F)11,5.

29
A Composição do ADN por Cromatografia
Líquida de Alta Eficiência1
Este experimento ilustra a análise quantitativa por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).
Como ele utiliza somente solvente aquoso, não há rejeito perigoso para ser descartado.
O material genético, o ácido desoxirribonucléico, é um polímero feito de quatro nucleotídeos
C, T, A e G:

1. S. M. Wietstock, J. Chem. Ed. 1995, 72, 950.

Experimentos 39
Citosina
Desoxirribose

2-Desoxicitidina 5-monofosfato (C) Timidina 5-monofosfato (T)

2-Desoxiadenosina 5-monofosfato (A) 2-Desoxiguanosina 5-monofosfato (G)

Na fita dupla do ADN, C é ligado por ligação hidrogênio a G e A é ligado por ligação hidrogê-
nio a T. Por isso, as concentrações de C e G são iguais e as concentrações de A e T são iguais. O
ADN de diferentes organismos apresenta diferentes quantidades relativas de (C  G) e (A 
T). Quando o ADN é hidrolisado pela enzima nuclease P1, ele é quebrado de forma limpa nos
quatro nucleotídeos.

REAGENTES
Solução-padrão de nucleotídeo: O padrão deve conter quantidades pesadas de forma exata de
monofosfatos de nucleotídeos1 em concentrações de 20 mM. As massas moleculares dos áci-
dos livres são C - 307,2, T - 322,2 A, A - 331,2, G - 347,2. Coloque as quantidades requeridas
dos ácidos sólidos em um balão volumétrico de 5 mL e adicione 2 mL de água e 1,6 mL de
NaOH 0,10 M (2 mol de NaOH por mol de nucleotídeo). Dissolva o sólido, dilua até a mar-
ca com água, misture bem, e armazene o padrão em um refrigerador. (O volume do padrão
muda quando é resfriado, mas isto não é importante. Somente as concentrações relativas dos
nucleotídeos no padrão são importantes nesse experimento.)
ADN hidrolisado: Os volumes das soluções de ADN e nuclease P1 devem ser o mínimo reque-
rido para o número de pessoas executando o experimento. Prepare uma solução contendo
1 mg/mL de ADN de timo de bezerro (ou outro).1 Dissocie o ADN em fita simples através do
aquecimento a 100°C por 10 minutos e então resfrie imediatamente em gelo. Prepare nuclea-
se P11 com uma concentração final de 5 unidades/mL2 em tampão de acetato de sódio 50 mM
(pH 5,3) contendo ZnCl2 0,06 mM. Misture 20 L de solução de ADN com 20 L da solução
de nuclease em um microtubo com a parte inferior cônica. Aqueça o microtubo a 50°C por 1
hora e analise-o imediatamente ou armazene-o em refrigerador.
Eluente para CLAE: Prepare o tampão de fosfato de potássio 0,010 M através da dissolução de
0,010 mol de K2HPO4 em 800 mL de água, titulando com HCl 1 M até pH 7,2, e diluindo a 1,00 L.

CROMATOGRAFIA
1. Uma variedade de colunas de sílica-C18 pode funcionar bem neste experimento. Uma coluna
de 0,46  15 cm com partículas de 5 m ou uma coluna de 0,46  25 cm com partículas de
10 m é razoável. Equilibre a coluna com 20 volumes de coluna vazia de tampão de fosfato
0,010 M (pH 7,2), em uma vazão de 1,2 mL/min, antes de começar a cromatografia. Estabeleça
uma linha de base plana com um detector de ultravioleta em, ou nas proximidades, de 260 nm.

1. Sigma, Caixa Postal 14508, St. Louis, MO, 63178 Telefone: 800-325-3010. www.sigma-aldrich.com
2. Para a nuclease P1, uma unidade é definida como a quantidade que liberará 1,0 mol de nucleotídeos ácidos solúveis de
ácido ribonucléico de levedura, por minuto, em pH 5,3, a 37°C. O preparado comercial tem, pelo menos, 200 unidades/mg
de nuclease P1.

40 Experimentos
2. Injete 10 m do padrão de nucleotídeos. Você deve observar uma clara separação de todos
os quatro picos (C  T  G  A) em um tempo de eluição de 5-10 minutos. Meça as áreas
de todos os quatro picos, de preferência através de integração em computador. De forma al-
ternativa, você pode estimar a área dos picos a partir da fórmula: área do pico gaussiano 
1,064  altura do pico  w1/2, onde w1/2 é a largura a meia altura (Figura 23-9 do livro-texto).
Expresse as áreas de C, T, e A em relação à área de G, que será definida como 1,000. Repita o
procedimento com uma segunda injeção e meça as áreas relativas. Liste as áreas relativas dos
picos em cada corrida cromatográfica e as médias das duas corridas cromatográficas.
3. Injete 10 m de ADN hidrolisado e meça as áreas relativas dos picos. Repita o processo uma
segunda vez. Liste as áreas relativas em cada corrida cromatográfica e a média das duas cor-
ridas cromatográficas.

CÁLCULOS
1. A partir das áreas médias dos picos das duas corridas cromatográficas de padrão, calcule o fa-
tor de resposta para C, T e A em relação a G. Por exemplo, o fator de resposta para C é obtido
através da equação

área de C  área de G 
F 
concentração de C  concentração de G 

AC A 
F G
[C]  [G] 

As equações serão similares para T e A. Estamos utilizando G como um padrão interno.


2. A partir das áreas médias dos picos das duas injeções de ADN hidrolisado, calcule as concen-
trações relativas [C]/[G], [T]/[G] e [A]/[G] utilizando os fatores de resposta das misturas pa-
drões. Qual é o valor teórico de [C]/[G]? Qual é a relação teórica entre [T]/[G] e [A]/[G]?
3. Calcule a fração de nucleotídeos que é C  G através da aplicação da expressão
[C] [G]

Fração de C  G: [C]  [G] [G] [G]

[C]  [G]  [A]  [T] [C]  [G]  [A]  [T]
[G] [G] [G] [G]
Para o ADN de timo de bezerro, o valor da literatura da fração de C  G é 0,42.

30
Análise de Comprimidos Analgésicos por
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência1
Os medicamentos para dor de cabeça vendidos sem prescrição, tais como Excedrin ou Vanquish,
contêm misturas de acetaminofeno e aspirina visando ao alívio e cafeína como estimulante. Este
experimento descreve as condições de separação e medição para os componentes através da cro-
matografia líquida de alta eficiência (CLAE). As instruções são dadas para a medição da cafeína,
mas qualquer um ou todos os componentes podem ser medidos.

Cafeína Aspirina
(ácido acetilsalicílico) Acetaminofeno

1. G. K. Ferguson, J. Chem. Edu. 1988, 75, 467.

Experimentos 41
REAGENTES
Solvente para CLAE: Os solventes orgânicos devem ser manuseados em uma capela de exaustão.
Todos os solventes neste experimento devem ser de grau CLAE. Misture 110 mL de acetoni-
trila, 4,0 mL de trietilamina, e 4,0 mL de ácido acético em um balão volumétrico de 2 L e dilua
até a marca com água de grau CLAE. Filtre através de um filtro de 0,45 m e armazene em
um frasco âmbar tampado firmemente.
Solução-estoque de cafeína (100 g/mL): Dissolva 1,000 g de cafeína em 50 mL em 50 mL de
solução para CLAE em um balão volumétrico de 100 mL com suave aquecimento (na cape-
la). Resfrie até a temperatura ambiente e dilua até a marca com solvente para CLAE. Dilua
10,00 mL a 100 mL com solvente para CLAE em um balão volumétrico para obter uma con-
centração de 1 000 g/mL. Dilua mais uma vez para obter uma concentração de 100 g/mL.
Amostras de acetaminofeno e de aspirina: Prepare duas soluções, cada uma contendo um dos ana-
litos em uma concentração de 50 g/mL em solvente para CLAE. Filtre através de um filtro
de seringa de náilon de 0,22 m e armazene em frasco âmbar tampado.

PROCEDIMENTO
1. Padrões de análise quantitativa de cafeína: Dilua a solução estoque de 100 g/mL a 50, 10 e
5 g/mL com solvente para CLAE. Filtre 3 mL de cada solução através de filtro de seringa
de 0,22 m para dentro de microtubo (dotado de tampa) tampado. Filtre 3 mL da solução
de 100 g/mL para dentro de um quarto microtubo.
2. Preparação da amostra: Pulverize o comprimido de analgésico, até obter um pó fino, com au-
xílio de gral e pistilo. Dissolva 0,5 g (pesado exatamente) em 50 mL de solvente para CLAE
com suave aquecimento. Resfrie até a temperatura ambiente e dilua até o volume com solvente
para CLAE. Dilua 10,00 mL desta solução a 100 mL com solvente para CLAE em um balão
volumétrico. Filtre 3 mL da solução diluída através de um filtro de seringa de 0,22 m para
dentro de um microtubo.
3. Condições para a cromatografia: Utilize uma coluna de 2,1 mm de diâmetro  10 cm de com-
primento de sílica-C18 com tamanho de partícula de 5 m e detecção por ultravioleta em
254 nm. Com uma vazão de 1,5 mL/min, cada corrida cromatográfica é completada em 4 mi-
nutos.
4. Curva de calibração: Injete 10 L de cada padrão de cafeína (5, 10, 50 e 100 g/mL) dentro
do aparelho de CLAE e meça a área do pico. Repita este processo mais duas vezes e utilize
as áreas médias das três corridas cromatográficas para construir uma curva de calibração de
área contra concentração. Calcule o coeficiente angular (inclinação) e o coeficiente linear (in-
terseção) da reta de mínimos quadrados que passam pelos pontos.
5. Análise qualitativa: Registre um cromatograma de 10 L da solução do comprimido de analgé-
sico. Então, misture duas gotas da solução do comprimido com duas gotas da solução de cafeína
de 50 g/mL em um tubo de ensaio ou microtubo. Injete 10 L da mistura no cromatógrafo e
observe quais os picos que crescem. Repita o processo de novo com a adição de acetaminofe-
no 50 g/mL e aspirina 50 g/mL e identifique que picos no analgésico são do acetaminofeno
e de aspirina.
6. Análise quantitativa: Injete 10 L da solução do comprimido de analgésico e meça a área do
pico da cafeína. Repita este processo mais duas vezes e calcule a média das três injeções. Uti-
lizando sua curva de calibração, determine a concentração de cafeína na solução e a porcen-
tagem em massa da cafeína no comprimido original.

31
Análise de Ânions em Água Potável por
Eletroforese Capilar1
Cloreto, sulfato e nitrato são os ânions em maior concentração em água pura. Fluoreto está pre-
sente em concentrações menores e às vezes é adicionado à água potável em um nível de 1,6 ppm
como ajuda na prevenção de cáries dentárias. Neste experimento serão analisados os três ânions
presentes em maior concentração por eletroforese capilar. Projetos possíveis para toda a classe

1. S. Demay, A. Martin-Girardequ, and M.-F. Gonnord, J. Chem. Ed. 1999, 76, 812

42 Experimentos
são a comparação de águas de diferentes fontes (casas, lagos, rios e oceanos) e várias águas potá-
veis engarrafadas e comercializadas.
O equipamento a ser utilizado deve ser similar ao apresentado na Figura 26-7 do livro-texto.
As dimensões adequadas do capilar são um diâmetro de 75 m e um comprimento de 40 cm,
da entrada até o detector (comprimento total  50 cm). Em virtude de os ânions apresentarem
pouca absorção no ultravioleta em comprimentos de onda acima de 200 nm, adiciona-se o ânion
cromato (CrO2 4 ) ao tampão e utiliza-se detecção indireta em 254 nm. O princípio da detecção
indireta é explicado na Figura 26-30.
Uma outra condição importante para uma separação bem-sucedida neste experimento é a re-
dução do fluxo eletroosmótico para permitir uma boa separação dos ânions baseada nas suas di-
ferentes mobilidades eletroforéticas. Em pH 8, o fluxo eletroosmótico é tão rápido que os ânions
são varridos do injetor para o detector muito rapidamente para serem bem resolvidos entre si.
Para reduzir o fluxo eletroosmótico, pode-se reduzir o pH para protonar alguns dos grupos –O
da parede. Alternativamente, neste experimento o que é feito é a adição do surfactante catiônico,
o íon tetradeciltrimetilamônio, CH3(CH2)13N(CH3)3, que é atraído pelos grupos –O da parede,
neutralizando parcialmente sua carga negativa. Este surfactante catiônico é abreviado MFO,
significando “modificador de fluxo osmótico”.

REAGENTES
Tampão de corrida: CrO24 4,6 mM  MFO 2,5 mM em pH 8. Dissolva 1,08 g de Na2CrO4 

4H2O (MF 234,02) mais 25,0 mL de hidróxido de tetradeciltrimetilamônio1 100 mM em


800 mL de água grau CLAE. Coloque um eletrodo de pH na solução e adicione ácido bórico
sólido (H3BO3) (sob agitação magnética) para reduzir o pH para 8,0. Dilua para 1,00 L com
água grau CLAE, misture bem, filtre em papel-filtro de 0,45 m e guarde em geladeira em
frasco plástico bem vedado. Desgaseifique antes do uso.
Padrões quantitativos: Prepare uma solução estoque contendo 1 000 ppm de Cl, 1 000 ppm de
NO3 e 1000 ppm de SO2 4 , pela dissolução dos seguintes sais em 1,000 L de água grau CLAE:
2,103 g de KCl (MF 74,55), 1,631 g de KNO3 (MF 101,10) e 1,814 g de K2SO4 (MF 174,26).
(As concentrações se referem à massa dos ânions. Por exemplo, 1 000 ppm de sulfato significa
1 000 g de SO24 por mL de solução, e não 1 000 g de K2SO4.) Dilua a solução estoque com
água grau CLAE para obter os padrões com concentrações 2, 5, 10, 20, 50 e 100 ppm dos ânions.
Armazene as soluções em frascos plásticos bem vedados.
Padrões para análise quantitativa: Prepare quatro soluções separadas de 1,00 L, cada uma conten-
do apenas um ânion em uma concentração de 50 ppm. Para isto, dissolva 0,105 g de KCl,
0,082 g de KNO3, 0,091 g de K2SO4 e 0,153 g de KF (MF 58,10) em 1,00 L.

PROCEDIMENTO
0. CUIDADO: A eletroforese utiliza alta voltagem muito perigosa. Certifique-se de que todos os pro-
cedimentos de segurança do equipamento estejam sendo seguidos.
1. Para preparar o capilar para a sua primeira utilização, lavá-lo com NaOH 1 M por 15 min,
seguido de NaOH 0,1 M por 15 min e a seguir de tampão de corrida por 15 min. Neste experi-
mento, lave sempre a coluna com tampão de corrida por 1 min entre as injeções de amostras.
2. Identificação dos picos: Injete uma mistura de 50 ppm de Cl, NO3 e SO2 4 pela aplicação de
uma pressão de 0,3 bar por 5 s. Insira então o final do capilar com a amostra de volta no tam-
pão de corrida e execute a separação por 5 min em 10 kV, com o capilar termostatizado em
cerca de 25°C. O potencial deve ser positivo no injetor e negativo no detector. O detector deve
estar ajustado em 254 nm. Após a corrida, lave a coluna por 1 min com tampão de corrida.
Misture a solução de 50 ppm contendo todos os ânions com um volume idêntico da solução
de 50 ppm de Cl e execute uma eletroforese desta mistura. O pico do Cl deverá ter o dobro
do que apresentou na primeira corrida. Repita este procedimento com adições de NO3 , SO2 4
e F. Este procedimento identifica a qual ânion corresponde cada pico e indica a localização
do pico do F na análise das amostras.
3. Curvas de calibração: Injete cada uma das misturas-padrão, partindo da concentração mais
baixa para a mais elevada (2, 5, 10, 20, 50 e 100 ppm) e meça a área de cada pico em cada cor-
rida. Repita a seqüência mais duas vezes e use as áreas médias dos picos em cada concentração
para construir uma curva de calibração para cada ânion. Calcule a melhor reta pelo método
dos mínimos quadrados para o ajuste do gráfico da área dos picos versus a concentração de
cada ânion.

1. O hidróxido de tetradeciltrimetilamônio 100 mM (número de catálogo WAT049387) é fornecido pela Waters Corp. (www.
waters.com). O surfactante é vendido com o nome comercial de “Osmotic Flow Modifier” OFMOH.

Experimentos 43
4. Amostras desconhecidas: Faça três vezes a injeção de cada amostra desconhecida de água e
meça a área dos picos. Utilize a média das áreas de cada pico e as curvas de calibração para
encontrar a concentração dos ânions nas amostras. No caso de analisar amostras de águas com
alto teor de sais, elas deverão ser diluídas por um fator de 100 com água grau CLAE, para
fazer com que as concentrações dos ânions sejam reduzidas para as faixas de concentrações
observadas em águas puras.

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