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DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROF. José Genivaldo Martires
ANO; 9º B
Referência bibliográfica
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania. 4. ed. — São Paulo: FTD, 2018,
v. 04, p. 58-63.
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OS NEGROS NO PÓS-ABOLIÇÃO
A imprensa negra
Antes e depois da Abolição, a comunidade negra nunca deixou de lutar por
direitos, criando jornais próprios: a chamada imprensa negra.
Segundo o historiador Flávio Gomes, os primeiros periódicos editados por negros são do
final do século XIX. O Treze de Maio (1888), A Pátria (1889), O Exemplo (1892), que
circulou em Porto Alegre, foram alguns deles. Depois vieram vários outros, como O
Baluarte (1903), A Pérola (1911), O Menelick (1915), O Alfinete (1918), O Kosmos
(1922) e O Clarim da Alvorada (1924).
Nas primeiras décadas do século XX, o tema predominante desses jornais era a
denúncia do racismo, da falta de oportunidades e da violência experimentada pela
população negra brasileira. Esses jornais publicavam também matérias sugerindo
comportamentos à população negra, estimulando sua autoestima e valorizando suas
formas de associação e participação política. Além disso, homenageavam personalidades
negras, a exemplo de Luís Gama e José do Patrocínio, elevando-as ao estatuto de heróis,
e também divulgavam os bailes e salões onde se permitia a entrada de negros.
Os negros se encontravam em salões alugados para bailes, onde exibiam suas
danças, elegância de gestos e modos que convinham aos “homens e mulheres de cor”, na
linguagem da época. Esses espaços de lazer atraíam e uniam a comunidade negra. Era
comum clubes brasileiros barrarem a entrada de negros, o que levou militantes a propor
a criação de espaços de lazer reservados a negros.
Frente Negra Brasileira
Em 1931, foi fundada a Frente Negra Brasileira, um movimento nacional de luta
contra o racismo. Seus fundadores, Francisco Lucrécio, Raul Joviano e José Correia Leite,
eram todos negros. A sede da entidade ficava na Liberdade, bairro do centro de São Paulo.
Seus integrantes eram respeitados paulistanos, pois a Frente Negra só admitia em suas
fileiras pessoas que dessem provas de honestidade na vida pessoal.
A questão da instrução esteve desde o começo na agenda do Movimento Negro: a
Frente Negra Brasileira já promovia cursos de alfabetização de adultos. Houve inclusive
a proposta de criar uma escola, o Liceu Palmares, para ministrar cursos aos associados da
Frente, equivalente aos que hoje são oferecidos no Ensino Fundamental e Médio.
[...]Em pouco tempo, a Frente Negra reunia cerca de 600 mil filiados, espalhados
por vários estados brasileiros. Seus dirigentes resolveram então transformá-la em partido
político. Em 1936, os frente-negrinos tiveram seu pedido aprovado. Não chegaram,
porém, a disputar eleições. É que, em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas instalou
no país uma ditadura, mandando fechar todos os partidos políticos, entre eles a Frente
Negra Brasileira.
ATIVIDADE AVALIATIVA