Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES - CFP


UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS – UACS
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
HISTÓRIA DO BRASIL IV

VITORIA DUARTE BEZERRA

FICHAMENTOS DISSERTATIVOS: FRENTE NEGRA/LEGIÃO NEGRA E


TRABALHADORES LIVRES E ESCRAVOS

CAJAZERIAS – PB
AGOSTO DE 2022
DOMINGUES, Petrônio. Frente Negra/Legião Negra: In: SCHWARCZ, Lilia Moritz;
GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018. 8fls. [PDF – Img 249-256].

A Frente Negra Brasileira e as suas estruturas (p. 249-250).

A frente negra brasileira fora organização política criada no ano de 1931, após o fim da
Revolução de 1930 em um momento onde o surgimento de organizações políticas e de
diferentes correntes ideológicas desabrochavam. A frente negra brasileira ou FNB era um
lugar de lutas identitárias dos negros por direitos de exercer sua sociabilidade política, já
que desde o fim do regime escravagista brasileiro em 1889, as populações negras do
brasileiras foram excluídas ou tiveram sua incorporação a sociedade através da
disseminação de imagéticos preconceituosos. Os objetivos gerais da organização era a
união do negro, a sua elevação e completa integração a vida nacional (p. 250), além desses
objetivos a FBN era estruturada por um Grande Conselho, que formava a parte central da
FBN, com o presidente no comando adjunto de conselheiros e de um secretário geral e um
Conselho auxiliar/Administrativo, ademais pode-se encontrar também diversos
departamentos que auxiliavam os membros da organização em várias áreas da comunidade.
DOMINGUES, Petrônio. Frente Negra/Legião Negra: In: SCHWARCZ, Lilia Moritz;
GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018. 8fls. [PDF – Img 249-256].

Das mulheres na Frente Negra Brasileira ao fim da organização em 1937. (p, 251-253).
A FBN era uma organização divida em variados departamentos que ficavam a cargo da
organização de atividades, assim como, no auxilio da população negra e dos seus membros.
As suas divisões não eram formadas apenas por homens, mas também, obteve uma forte
participação feminina, como os grupos das chamadas Rosas Negras, mulheres que se
vestiam de branco, usavam luvas e sustentavam uma rosa preta no peito (p. 251). Existia a
comissão denominada a Cruzada Feminina. A primeira se responsabilizava por organizar
atividades, como saraus e festivais, já o segundo, voltava-se para o campo da educação e da
cultura da identidade (p. 251).
A frente também se construía também através dos usos de símbolos identitários, como por
exemplo, bandeiras, hinos, produção de documentos de identidades e até uma milícia. A
organização se expandia cada vez e contava com um número expressivo de agregados e de
delegações espalhadas por diversas regiões. Segundo Petrônio Domingues (2018, p. 252):
Muitos dos afro-brasileiros despertaram para os problemas raciais da sociedade
brasileira por conta do trabalho efetuado pela FBN. Fato curioso é que a orientação
político-ideológica da FBN era de um viés nacionalista autoritário, onde sua logo se
familiarizava muito com as dos Integralistas (movimento fascista brasileiro), onde se
evocava as palavras – Deus, Pátria, Raça e Família.
A Frente Negra Brasileira apesar de expressiva, foi acometida pelo mesmo problemas que
agrediu aos mais variados grupos políticos do Brasil no tempo em que aproxima as eleições
de 1938, com o golpe de Estado por Getúlio Vargas e a implementação do Estado Novo, a
FBN fora fechada no ano de 1937.
DOMINGUES, Petrônio. Frente Negra/Legião Negra: In: SCHWARCZ, Lilia Moritz;
GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018. 8fls. [PDF – Img 249-256].

A organização militar: A Legião Negra. (p. 254-256).

Após o fim da Republica Velha e a Revolução de 1930, o número de organizações politicas


começou a nascer, assim como a Frente Negra Brasileira, outras organizações que
mobilizaram a população negra foram surgindo, como a denominada Legião Negra. A
Legião Negra fora fundada em meio a Revolução Constitucionalista de 1932 influenciada
pelas ideologias contrárias ao governo varguista herdado desde 1930, a Legião era
composta por homens negros de inclinação militar, ou seja, a Legião Negra era uma
organização armada. Um dos seus objetivos era participação ativa dos homens negros em
busca da defesa por regime democrático e uma nova constituição. Este sujeito ativo na
construção da nacionalidade segundo Domingues (p. 254) via essa participação para o fim
da desigualdade entre negros e brancos e que era algo existente na constituição. Seus ideais
de “liberdade” no movimento atraíram várias pessoas, inclusive mulheres que foram
participar da frente como soldados em prol da luta na qual se referia a Revolução de 1932.
As ações dos militares da Legião Negra estavam atreladas em batalhas campais e guerrilhas
na mata fechada/montanhas. (p. 255). O seu fim fora quase igual a todos movimentos
contrários a Vargas em 1932, a derrota da elite paulista também influenciou no fim da
Legião Negra.
CORD, Marcelo Mac; SOUZA, Robério S. Trabalhadores livres e escravos. In:
SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e
liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 7fls. [PDF – Img 428-434]
O Brasil após 1888: Liberdade, “modernidade” e “progresso” ou esquecimento para as
populações negras? (428-431).
Em 13 de maio de 1888 aconteceu no Brasil a abolição da escravatura, a Lei Áurea. O
Brasil fora o ultimo país da América-Latina a abolir a escravidão. O fim desse regime de
violência e trabalho forçado, para alguns marcavam o inicio da modernização e da
civilização do país, por conta que houve a imigração de uma mão-de-obra considerada
“assalariada” de maioria branca. Sabemos que apesar da liberdade esses trabalhadores,
antes escravos, e agora libertos não foram recebidos pela sociedade para incorporar essa
“mudança” para um sistema assalariado de um país que ainda vivia de uma economia
agrária como principal vetor, sobretudo com o imaginário reforçado historicamente pela
memória social, de que os negros eram incapazes de se adaptar ao capitalismo. Constrói-se
em torno dos homens negros, as falácias que os colocava como preguiçosos. O que
acontecia diversas vezes com esses homens libertos era outras formas de trabalho
compulsório.
Mesmo antes da abolição, os negros escravizados buscavam por sua autonomia chegando a
trabalhar em outras locações como em ferrovias e mantendo contato com aqueles que já se
encontravam em liberdade, em outras palavras, se mesclava trabalhadores livres e escravos.
O que nos traz um ponto importante sobre os imaginários de modernização e civilização
eram frívolos, pois não houve uma transição para um novo sistema de trabalho após 1888,
já que as diversas formas de trabalho compulsório existiram antes do fim da escravização e
depois, por que não havia uma regulamentação sobre o sistema do trabalho feita pelo
Estado.
CORD, Marcelo Mac; SOUZA, Robério S. Trabalhadores livres e escravos. In:
SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e
liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 7fls. [PDF – Img 428-434]
O trabalho compulsório anterior a 1888: mão-de-obra livre e escrava. (p.432-434).

As ferrovias eram as principais vias de trabalho compulsório e entre os anos de 1856 e1857
existia estabelecimentos/fábricas que usavam a combinação de mão-de-obra livre e escrava,
além da mão-de-obra estrangeira. Por exemplo a Fundição, Maquinas e Estaleiros da
Ponta da Areia no Rio de Janeiro, um dos maiores empreendimentos industriais e que
segundo os autores Cord e Souza (p.432) – que no ano de 1855 empregava-se 281 homens-
livres, 117 era de mão-de-obra brasileira e 164 era estrangeira, além disso existia 130 que
vinham de mão-de-obra escrava.
Este sistema de trabalho compulsório ocasionava acidentes nas obras, o que era algo a ser
pensar justamente pelo que acontecia depois com esse trabalhador negro após os acidentes.
Se percebemos que durante o Brasil oitocentista não havia regulamentação no trabalho de
escravizados nesses canteiros de obra, provavelmente eles não recebiam auxilio para a sua
saúde.
REFERÊNCIAS
DOMINGUES, Petrônio. Frente Negra/Legião Negra: In: SCHWARCZ, Lilia Moritz;
GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018. 8fls. [PDF – Img 249-256].
CORD, Marcelo Mac; SOUZA, Robério S. Trabalhadores livres e escravos. In: SCHWARCZ,
Lilia Moritz; GOMES, Flávio (Org.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo:
Companhia das Letras, 2018. 7fls. [PDF – Img 428-434]

Você também pode gostar