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Trabalhador autônomo é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem
vínculo empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A
prestação de serviços é de forma eventual e não habitual.
Também podemos dizer que os autônomos possuem um nível de estresse
superior aos subordinados, pois além de se preocuparem com as tarefas que
executam, há uma preocupação pela falta de estabilidade, medo da mudança e de não
crescerem em suas carreiras.
Glowinkowski e Cooper (1987), inclui aspectos relacionados à falta de
estabilidade no trabalho, ao medo de obsolescência frente às mudanças e às poucas
perspectivas de promoções e crescimento na carreira.
Estresse é, na verdade, uma noção tomada da física que significa tensão. Então,
estresse ocupacional é um conjunto de perturbações (alto padrão de exigência pessoal,
medo e frustração) que caracterizam o desequilíbrio físico e psíquico, que ocorrem no
ambiente de trabalho, incluindo os profissionais autônomos da área da beleza. O
mesmo é responsável por desencadear muitas doenças que atingem várias categorias
profissionais.
Porém o estresse não é o único responsável por desencadeá-las, movimentos
repetitivos e contínuos, esforço excessivo, carga horária excessiva, má postura,
condições desfavoráveis de trabalho, excesso de trabalho, medo de obsolescência,
pressão por resultados entre outros também contribuem.
Através desses conceitos, o referente trabalho tem como justificativa a
contribuição para o desenvolvimento de novos olhares sobre este profissional, por
relatos de experiência de trabalhadores autônomos da área da beleza e o
desenvolvimento das doenças desencadeadas pelo estresse.
OBJETIVO GERAL
Investigar o estresse nos profissionais da área da beleza dentro dos salões
enfatizando como este profissional percebe e lida com o estresse nos dias de hoje, o
nível do mesmo e se as medidas de controle utilizadas foram eficientes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Definir estresse ocupacional, e as doenças desencadeadas pelo mesmo e
as medidas de controle aplicáveis.
b) Identificar os principais fatores estressores percebidos pelos profissionais
da área da beleza.
Para a construção deste trabalho, foram feitas conversas informais para auxiliar
com dados amostrais como por exemplo, a avaliação do estresse no trabalho, das
medidas de controle de estresse, procedimentos de coleta de dados sobre conceitos de
trabalho autônomo, estresse, profissionais da beleza e também foram feitas pesquisas
com o auxilio da internet, noticiários, entrevistas e experiência própria.
Kahn e Byosiere (1992) concordam que a percepção do indivíduo é fundamental
para a avaliação de demandas organizacionais como estressores.
Esta amostragem faz referência aos processos de vida tal como ocorrem. A fim
de garantir o anonimato e idade das pessoas entrevistadas, foram contatados através
de e-mail, forma presencial e através de telefone, profissionais da beleza que
trabalhavam ou prestavam serviços dentro de organizações ou autônomos. Os
mesmos, responderam a uma pesquisa (conforme anexo 1) relacionada ao estresse
ocupacional neste ramo.
2015 2016
ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
1. Escolha do tema X
2. Revisão de literatura X
3. Justificativa X
4. Formulação do problema X
5. Determinação de objetivos X
6. Metodologia X
7. Coleta de dados X
6.1.1. Trabalho:
Alguns autores também tem sua definição de saúde como Dejours (1998) citado
por Dias (1995) que entende que saúde é liberdade, autonomia e apropriação de meios
para se alcançar estados de bem estar. Dentro desta concepção de Dejours o trabalho
ganha destaque pelo modo como é organizado, muitas vezes não permitindo a
autonomia, a liberdade do trabalhador, prejudicando a conservação da vida.
Com o passar dos anos o trabalho tem sofrido várias mudanças. Iniciando pela
economia de subsistência onde o homem produzia apenas o que era necessário para o
seu consumo e em seguida com os trabalhos artesanais que eram produzidos
manualmente e vendidos em uma escala menor, até chegar ao mercado capitalista que
vivemos em nossos tempos atuais.
No início do século XX, Henry Ford, irá propor a aplicação de uma teoria voltada
para a eficiência e controle da produção do trabalhador. Este período é marcado pela
produção de carros em grande escala e pelo consumo desenfreado. Este modelo
organizacional irá perdurar até a década de 70, quando o mercado de trabalho
apresentar mudanças com o aumento da competição, queda nos lucros da empresa,
mão-de-obra excedente gerando desemprego, principalmente devido à implantação de
novas tecnologias no setor industrial.
Para que o trabalhador possa ter certo controle sobre suas condições de saúde é
fundamental que suas necessidades básicas sejam atendidas. Tanto no trabalho,
quanto no que este mesmo pode oferecer a sua vida privada. Assim, o trabalho deve
proporcionar uma alimentação saudável, moradia adequada, meios de transportes,
saúde e educação eficientes, direitos básicos à condição humana.
O estresse vem tornando-se um problema com dimensões cada vez maiores nas
organizações incluindo o ramo da beleza. Horários cada vez mais exigentes,
insegurança devido a falta de estabilidade; a sensação de falta de reconhecimento de
esforços; entre outros, aumentam cada vez mais o estresse nos profissionais e por
vezes, podem provocar impactos importantes na saúde do trabalhador, desgastando-o
Ainda, segundo Arroba e James (1988, p.13), "todos nós temos um limite certo
para suportar a pressão. Quando ela não está no nível favorável, o resultado é o
estresse". Os autores destacam que o estresse ocorre nos dois extremos, ou seja,
quando existe uma pressão muito grande e quando existe uma pequena pressão ou
inexiste, levando assim o individuo a construir um quadro de ansiedade, medo,
frustração, entre outros.
Com esses conceitos, entende-se o estresse como algumas situações nas quais
seu ambiente de trabalho torna-se ameaçador à suas necessidades de realização
pessoal e profissional e/ou a sua saúde física ou mental, ocasionando danos na
interação desta com o ambiente de trabalho e, à medida que há um aumentando das
exigências, a pessoa não possui forças para enfrentá-las.
Percebe-se que existem muitos fatores como fortes exigências físicas ou mentais
devido a conflitos no trabalho ou até mesmo a um problema pessoal e que podem
causar o estresse. De acordo com Fiamoncini (2003) as várias causas do estresse são:
Pressão para manter a produção, responsabilidade, conflitos e outras
fontes de insatisfação no trabalho;
Arroba e James (1988 p. 182) citam que as principais fontes de estresse nas
organizações são “remuneração, perspectivas incertas de carreira, muito trabalho,
reuniões terríveis, colegas difíceis e atmosfera de trabalho”.
Este aspecto foi descrito por SELYE (1936), demonstrando que os distúrbios da
relação do homem, com seu ambiente de trabalho, envolvendo aspecto físico e
psicossocial, que segundo FRANÇA & RODRIGUES (1999), podem gerar emoções
desprazerosas e propiciar reações de vários tipos, inclusive doenças.
SÍNDROME DA FADIGA
Segundo, FRANÇA & RODRIGUES (1999), cerca de 50% da população queixa-
se de fadiga e 2,6% da população apresenta a síndrome da fadiga crônica. Apresenta-
DISTÚRBIOS DO SONO
É apresentado por SOUZA (2002), como um dos sintomas mais comum que
a pessoa pode apresentar quando passa por uma situação que exija dela esforço,
embora este não seja o único fator etiológico deste problema.
DEPRESSÃO
Momentos de tristeza são reações comuns a qualquer pessoa e podem emergir
em situações cotidianas, que são desencadeadas por situações de perda, luto, e
decepções importantes. São limitadas, no tempo e na intensidade e não devem ser
confundidos com quadro clínico de depressão. Segundo FRANÇA & RODRIGUES,
(1999), necessitam de tratamento médico especializado e psicólogo, por muitas vezes
afetar o afetar o humor, com graus variáveis de tristeza e até de melancolia, afetar a
disposição e o estado de ânimo, a qualidade e as perspectivas de vida, o
comportamento e até o funcionamento do corpo.
Este estado, geralmente, compromete a atividade profissional e o indivíduo não
consegue desenvolver as suas funções adequadamente e, por vezes, nem conseguem
trabalhar, pois tem dificuldade de concentração e cansaço excessivo.
Em relação à atividade principal que exerce dentro da área a maioria atua como
chefia ou autônomos. Sobre o tipo de vinculo que possuíam com a organização, a
minoria possuía vinculo empregatício. Sobre o tamanho da organização que
trabalhavam ou prestavam serviço, a maioria dos profissionais trabalhavam em uma
organização de pequeno ou médio porte.
De acordo com Kessler, Prince e Wortman (1985), grande parte dos indivíduos
que são expostos a estressores não desenvolvem problemas de ordem psicológico,
tendo em vista que os efeitos do estresse pode ser minimizado com a utilização de
processos psicológicos que atenuam a sensação da severidade do estresse
(LUTGENDORF e COSTANZO, 2003).
Os jovens profissionais, com até 35 anos de idade, são os que mais utilizaram
estratégias de afastamento, que se caracteriza como fuga diante de problema. Estes
profissionais precisam entender que esta não é a melhor maneira de se lidar com um
problema e sim encarar o problema e tentar resolve-lo da melhor forma possível.
Na esfera individual:
Não existe um método exato para enfrentar o stress na organização, tudo
depende da pessoa, da situação e do contexto em que ocorre. Eis algumas sugestões
que o TST pode vir a abordar juntamente com seus colaboradores:
Admitir os erros e fracassos e aprender com eles;
Aprender a dizer assertivamente NÃO, quando nos exigem demasiado;
Criar ligações intimas (construir uma vida familiar feliz e um circulo de
amigos é uma boa forma de evitar o stress);
Diversificar as atividades, criando hobbies e outras atividades de
interesse, para além do contexto do trabalho.
Encarar os problemas discutindo-os em vez de fugir deles;
Evitar levar trabalho para casa;
Pedir ajuda se necessário: ninguém é um super-herói;
Praticar exercício físico;
Praticar uma alimentação equilibrada;
Rir, tentando encarar as situações indutoras de stress com humor, que é
segundo o ditado popular o melhor remédio;