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Liderança é...
Uma interação entre dois ou mais membros de um grupo que envolve frequentemente a
estruturação ou reestruturação da situação e das perceções e expectativas dos membros (Bass
& Bass, 2008, p. 25).
O processo de influenciar outros para que compreendam e concordem sobre o que tem que
ser feito e como, e o processo de facilitar os esforços individuais e coletivos para atingir
objetivos comuns (Yukl, 2012).
•Analisou 124 estudos, realizados entre 1904 e 1947, sobre os traços dos líderes e identificou
um conjunto de traços que estão relacionados com a emergência de líderes em diferentes
grupos
•Os resultados do estudo mostram que os líderes têm valores estatisticamente superiores aos
membros do grupo em oito traços:
• inteligência;
• discernimento (insight);
• responsabilidade;
• iniciativa;
• estado de alerta (alertness);
• persistência;
• autoconfiança;
•sociabilidade;
No entanto, os resultados também mostraram que os indivíduos não se tornam
necessariamente líderes devido exclusivamente à posse de determinados traços. Os traços
que um líder possui podem ser relevantes nas situações em que o líder se encontra.
Um líder com certos traços pode ser eficaz numa situação mas ineficaz noutra.
• Dois líderes com diferentes traços podem ser eficazes na mesma situação.
• Os traços são facilitadores no exercício da liderança.
Stogdill (1974):
•Analisou 163 novos estudos e comparou os resultados com os do primeiro estudo.
•Identificou 10 traços que estão positivamente relacionados com a liderança.
•Este segundo estudo reforça a ideia original de que as características do líder são relevantes
para a liderança.
Mann (1959):
•Analisou mais de 1400 resultados relacionados com personalidade e liderança em pequenos
grupos.
•Os resultados sugerem que os traços de personalidade podem ser usados para distinguir
líderes de não-líderes.
•Identificou 6 traços:
•inteligência;
•masculinidade;
•ajustamento (adjustment);
•dominância;
•extroversão;
•conservadorismo;
Lord et al. (1986):
“It is unequivocally clear that leaders are not like other people”. (Kirkpatrick & Locke, 1991,
p. 59).
•Os líderes diferem dos não líderes em 6 traços:
•capacidade de dirigir;
•Motivação;
•Integridade;
•Confiança;
•capacidade cognitiva conhecimento das tarefas.
5 principais traços dos líderes (Northhouse, 2016)
•Inteligência;
•Autoconfiança;
•Determinação;
•Integridade;
•Sociabilidade.
Inteligência
• “I have this really incredible product inside of me and I have to get it out” (Steve Jobs)
• Inteligência refere-se ao funcionamento intelectual (APA, 2000).
• Capacidade mental geral que envolve, por exemplo, a habilidade de raciocinar, planear,
resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, velocidade de
aprendizagem, aprender com a experiência.
• Os líderes possuem um nível de inteligência superior aos não-líderes (Zaccaro et al., 2004):
maior aptidão verbal, espacial e processamento de informação.
• A capacidade intelectual dos líderes não deve ser muito diferente dos seus colaboradores –
dificulta comunicação, resolução de problemas, etc
Autoconfiança
• Capacidade de estar seguro em relação às suas competências e habilidades.
• Crença individual sobre as suas capacidades e de que pode fazer a diferença.
•A autoconfiança permite ao líder estar seguro nas suas ações – sabe que as tentativas de
influenciar os outros estão apropriadas e corretas
. • “[Steve] Jobs was one of those CEOs who ran the company like he wanted to. He believed
he knew more about it than anyone else, and probably did.” (Stone, 2011)
Determinação
• Diz respeito ao desejo de realizar a tarefa e inclui características como iniciativa,
persistência, e capacidade de dirigir.
• Os líderes determinados são proativos, têm elevada resiliência, e trabalham constantemente
para alcançar o sucesso.
• Os líderes determinados insistem para que continuem a lutar pelos objetivos e insistem para
que os outros também o façam.
Integridade
•Diz respeito à honestidade e confiabilidade.
•A integridade implica ser responsável pelas suas ações e ter princípios fortes
.•A integridade torna o líder confiável mesmo em situações difíceis.
•Os líderes com integridade inspiram confiança nos outros porque estes têm confiança em
fazer aquilo que o líder lhes pede para fazer.
•Os líderes com integridade são leais, éticos e não enganosos
. •A honestidade é essencial para a liderança
Sociabilidade
•Diz respeito à procura de relações sociais agradáveis.
•Os líderes com elevada sociabilidade são amigáveis, tratam os outros com cortesia e
respeito e são essencialmente diplomáticos.
• Têm em conta as necessidades dos outros e mostram preocupação pelo seu bem-estar
•Os líderes com elevada sociabilidade têm boas competências interpessoais e criam relações
de cooperação com os subordinados
Atualmente
Avanços recentes na pesquisa de personalidade inspiraram uma reavaliação de pressupostos
anteriormente assumidos sobre o papel das diferenças individuais na liderança e provocaram
um renovado interesse na abordagem dos traços para entender a emergência do líder e a
eficácia da liderança (Judge et al., 2009)
Abordagem dos comportamentos universais
•Foco exclusivo naquilo que o líder faz, na forma como age e atua.
•Procura caracterizar o líder universal partindo da observação do comportamento do
indivíduo:
•Em situações de chefia formal – Líder formal.
•Em situações onde exerce maior influência em grupos sem que exista uma designação
formal de líder – Líder emergente.
Universidade de Michigan
•Procuram avaliar em que medida os resultados do estudo de Lewin e associados sobre os
efeitos dos diferentes estilos de liderança no comportamento das crianças era generalizável ao
mundo do trabalho.
•Tinham como objetivo compreender o impacto do comportamento do líder no desempenho
dos grupos
Sistema 3: Consultivo
Sistema 4: Democrático/Participativo
Universidade de Ohio
•Procuraram analisar o que os líderes fazem quando estão a liderar um grupo ou uma
organização.
•Estudos com base em questionários (análise fatorial).
•Pediam aos subordinados para indicarem com que frequência os seus líderes levavam a
cabo um conjunto de comportamentos e ações.
•Leader Behavior Description Questionnaire (LBDQ) – versão original com 150 itens
Leadership (Managerial) Grid (Blake & Mouton, 1964; Blake & McCanse, 1991)
Grelha desenvolvida para explicar como é que os líderes ajudam as organizações a alcançar
os objetivos através de dois fatores:
•Preocupação com a realização da tarefa (i.e., alcance das tarefas e objetivos da
organização).
•Preocupação com as pessoas (i.e., atenção às pessoas na organização que estão a tentar
alcançar os objetivos).
•A grelha combina a preocupação com a tarefa e a preocupação com as pessoas num modelo
que tem dois eixos ortogonais.
•Cada eixo é composto por uma escala de 9 pontos em que 1 representa preocupação baixa e
9 representa preocupação elevada.
•Identificaram cinco estilos diferentes de liderança.
•O grau de eficácia de cada um dos estilos varia de estilo para estilo, sendo considerado como
verdadeiramente eficaz o estilo 9.9.
•Estudos empíricos mostram que os líderes com maior sucesso tendem a caracterizar a sua
atuação na base de uma grande preocupação em simultâneo com a tarefa e com as pessoas.
•Blake & Mouton (1985): As pessoas têm um estilo dominante (que utilizam na maior parte
das situações) e um estilo de backup (utilizam em situações de pressão quando a maneira
normalmente usada para resolver as situações não funciona ou não pode ser usada).
•A grelha é um modelo prático ainda muito utilizado em consultoria e formação de líderes.
Fiedler distingue:
•Orientação do líder para a tarefa: foco em atingir o objetivo.
•Orientação do líder para o relacionamento: foco em desenvolver relações interpessoais
próximas.
Esta dicotomia expressa as atitudes, motivações e valores dos líderes e as suas características
de personalidade (não os comportamentos).
A eficácia da liderança tanto pode ser conseguida com um grau elevado de orientação para a
tarefa, como com um grau elevado de orientação para o relacionamento. Depende da
situação.
Não há um estilo por si só melhor do que o outro.
Resultados
LPC elevado – orientação para a relação
•LPC elevado = colega de trabalho com posições iguais ou superiores ao ponto médio da
escala na maioria dos diferenciadores semânticos
. •Forte necessidade de manter um bom relacionamento.
•Estimulação por atividades cognitivamente complexas.
•A motivação principal é o sucesso interpessoal, a secundária é o êxito na tarefa.
•Maior vulnerabilidade à pressão social.
•Valorização da proximidade com os outros.
•Estilo de liderança voltado para o relacionamento
Relação líder-liderados
Traduz o clima do grupo e o grau de confiança, lealdade e atração que os subordinados
sentem em relação ao líder.
•Clima positivo, subordinados confiam, gostam e têm um bom relacionamento com o líder:
boa relação líder liderados.
•Clima hostil e tenso, subordinados não confiam e não gostam do líder: fraca relação
líder-liderados. É o fator mais importante na influência potencial do líder sobre a situação.
Abordagem situacional
Premissa: Diferentes situações exigem diferentes tipos de liderança.
•Para um líder ser eficaz este tem que adaptar o seu estilo às exigências das diferentes
situações.
•O líder deve combinar o seu estilo com o nível de competência e de compromisso dos
subordinados.
•Um líder eficaz é capaz de reconhecer o que os subordinados precisam e adaptar o seu
próprio estilo para que as necessidades dos subordinados sejam satisfeitas.
•Prolongam os estudos da Universidade de Ohio e de Michigan procurando identificar os
fatores que moderam a relação entre comportamento do líder e eficácia dos grupos
liderados
•Modelo Situacional de Hersey & Blanchard (1977, 1988);
•Teoria Caminho-Objetivo (Path-Goal) de House & Mitchell (1974)
•Modelo de participação na tomada de decisão de Vroom & Yetton (1974)
•Etc..
Questionário LMX 7
Perspetiva do líder 1. Normalmente, sabe quão satisfeito o subordinado está com o seu
trabalho?
2. Quão bem o seu subordinado compreende os seus problemas e necessidades no
desempenho das suas funções?
3. Quão bem o seu subordinado reconhece o seu potencial?
4. Independentemente da autoridade formal do subordinado, quais as hipóteses de ele usar o
seu poder para o ajudar a resolver os problemas no desempenho das suas funções?
5. Independentemente da autoridade formal do subordinado, quais as hipóteses de ele o
defender mesmo que isso envolta “custos” para ele?
6. A confiança que tenho no subordinado é tal, que defenderia e justificaria as suas decisões
se ele não estivesse presente.
7. Como caracterizaria a relação de trabalho com o seu subordinado?
Dimensões da liderança
O aspeto central do processo de liderança para a teoria LMX é a relação diádica entre líder e
liderados
• Antes da teoria LMX, a investigação olhava para a liderança como algo que os líderes
fazem para com todos os seus subordinados.
• Implicava que os líderes tratassem os subordinados como um coletivo, utilizando um estilo
que “em média” se adequasse melhor.
• A teoria LMX chama a atenção para as diferenças que podem existir entre o líder e cada
um dos subordinados/liderados.
• Primeiros autores: Dansereau, Graen, & Haga (1975), Graen & Cashman (1975), Graen
(1976)
Investigação atual
A investigação nos últimos 25 anos permitiu concluir que as trocas de elevada qualidade
entre o líder-membro originam:
• Menor turnover
• Avaliações de desempenho mais positivas
• Maior frequência de promoções
• Maior compromisso organizacional
• Melhores atitudes no trabalho
• Maior participação dos subordinados
• Mais atenção e apoio por parte do líder
• Mais comportamentos de cidadania
(Graen & Uhl-Bien, 1995; Liden, Wayne & Stilwell, 1993)
Leadership making
• Como utilizar as trocas entre o líder e os subordinados para a “construção da liderança”?
• Abordagem prescritiva que salienta que o líder deve fazer trocas de elevada qualidade com
todos os subordinados e não apenas com alguns.
• Salienta a importância de todos os subordinados sentirem que fazem parte do in-group.
• Se todos fizerem parte do in-group diminui o sentimento de injustiça, e as implicações
negativas de fazer parte do out-group
•Promove parcerias com o objetivo de criar díades efetivas com todos os liderados.
•Pode beneficiar os objetivos da organização e a carreira dos líderes.
Carisma
• Característica/dom especial de personalidade, reservada a poucos, que dá à pessoa poderes
super humanos ou extraordinários e que faz com que seja tratada como um líder (Weber,
1947)
• Forma de influência baseada na perceção dos seguidores de que o líder é dotado de
qualidades excecionais
• É baseado em valores simbólicos carregados de emoção que o líder transmite (Antonakis et
al., 2016).
Personalidade
• Dominante
• Forte desejo de influenciar
• Auto-confiante
• Forte sentido dos próprios valores morais
Comportamentos
• Define um exemplo forte
• Mostra competência
• Articula objetivos ideológicos em tom harmonioso (“I have a dream”)
• Comunica expectativas elevadas
• Expressa confiança nas capacidades dos seguidores
• Aumenta motivações como afiliação, poder ou estima (“…ask what you can do for your
country” JFK)
Liderança transformacional vs. transacional Burns (1978) distingue dois tipos de liderança:
•Liderança Transacional – engloba a maioria dos modelos de liderança que se focam nas
trocas que ocorrem entre os líderes e os seus subordinados.
•Liderança Transformacional – a pessoa envolve-se com os outros e cria ligações que
aumentam o nível de motivação e moral tanto do líder como dos subordinados.
Liderança transacional
• A relação líder-seguidores consiste num processo de troca.
• O líder troca coisas de valor com os seguidores apelando aos interesses do próprio líder e
dos seguidores.
• O líder dá aos seguidores algo que eles querem, em troca de algo que os líderes querem.
• Trocam-se recompensas específicas (remuneração, status...) por trabalho - coordenação de
interesses.
Liderança transformacional
• Enquadra-se no “novo paradigma de liderança” que emergiu a partir dos anos 80 do século
XX, o qual dá mais atenção aos elementos carismáticos e afetivos da liderança.
• É uma das teorias mais populares e dominantes na área da liderança.
• Enfatiza a motivação intrínseca e o desenvolvimento dos seguidores.
• Vai de encontro às necessidades atuais dos grupos de trabalho que querem ser inspirados a
ter sucesso em tempos de incerteza.
A liderança transformacional:
• Descreve como é que o líder procura satisfazer as necessidades dos seguidores.
• É o processo que muda e transforma as pessoas.
• Envolve uma forma excecional de influência que leva as pessoas a fazer muito para além do
que seria esperado.
•Incorpora muitas vezes a liderança carismática e visionária
O líder transformacional:
• É competente e expressa fortes ideais.
• Tem elevados valores morais e um sentido de identidade.
• Torna claro os valores e normas da organização.
• É eficaz a trabalhar com pessoas – constrói confiança e promove a colaboração.
• Faz com que os subordinados transcendam os seus próprios interesses em prol dos outros.
• Cria uma cultura em que os subordinados se sentem capacitados e encorajados e discutir
livremente e arriscar
• Capacita os subordinados e tem em conta as suas necessidades na mudança.
• Promove consciência e aceitação dos objetivos e missão do grupo.
• Tem capacidade de elaborar e comunicar uma visão que identifique as metas superiores de
uma organização, que combine os interesses próprios e o carisma para motivar as pessoas a
atingir aquelas metas
Cotação
•Articulação de uma visão: •2, 4, 11, 16, 18
•Ser um modelo apropriado: •9, 19, 22
•Promoção da aceitação dos objetivos do grupo: •6, 8, 10, 20
•Elevadas expectativas de desempenho: •5, 17, 21
•Apoio individualizado: •7(R), 12, 14, 15(R)
•Estimulação intelectual: •1, 3, 13
1. Influência idealizada ou carisma
Grau em que o líder se comporta de forma admirável que leva os subordinados a
identificarem-se com ele.
• O líder mostra convicção e apela aos subordinados a um nível emocional.
• O líder proporciona visão e sentido de missão, obtém respeito e confiança.
• O líder tem valores morais elevados e uma conduta ética.
• O líder é alguém especial e que faz com que os outros queiram seguir a sua visão
2. Inspiração/Motivação inspiracional
Grau em que o líder articula uma visão que inspira e apela aos subordinados.
• O líder desafia os seguidores com elevadas expectativas.
• O líder é otimista sobre o alcance de objetivos futuros.
• O líder dá significado à tarefa que estão a realizar.
• O líder inspira os subordinados através da motivação para se sentirem comprometidos e se
sentirem parte da visão partilhada da organização.
• O líder estimula o espírito de equipa
3. Estimulação intelectual
Grau em que o líder desafia os pressupostos, corre riscos, e solicita as ideias dos seguidores.
• O líder estimula e encoraja a criatividade dos subordinados.
• O líder promove inteligência, racionalidade, e resolução de problemas.
• O líder desafia as suas próprias crenças e valores, dos membros e da organização
4. Consideração individualizada
Grau em que o líder tem em conta as necessidades dos seguidores, age como um mentor ou
coach para com eles e ouve as suas preocupações e necessidades.
• O líder promove clima de apoio – dá atenção pessoal, trata cada colaborador
individualmente, e aconselha
. • O líder pode delegar tarefas para ajudar os seguidores a crescerem através de desafios
pessoais.
Má liderança
A tese de Kellerman é que a má liderança é liderança e os líderes maus são líderes. Kellerman
argumenta que o foco na "boa” liderança, evitando o estudo da má liderança, resultará num
menor conhecimento de liderança, porque ignoramos estudar a liderança na sua totalidade. O
seu argumento é que é semelhante a uma escola de medicina que ensina apenas saúde (boa
liderança) ignorando a doença (má liderança).
Maus líderes
Querem poder e influência, procuram a agressividade e ambicionam mais dinheiro e mais
sucesso. Os maus líderes necessitam de maus seguidores Seguidores que entrem em conluio
com o líder, se recusem a reconhecer a sua má liderança, ou não queiram tomar qualquer
atitude relativamente ao comportamento do líder
O que é má liderança?
•Má liderança implica que um líder é ineficaz e/ou sem ética.
•O líder ineficaz não produz as mudanças desejadas pelos seguidores.
•O líder sem ética falha na distinção entre o bem e o mal.
Líder ineficaz
• Incompetente – O líder e alguns dos seus seguidores não têm a habilidade e a vontade de
realizar ações efetivas e são incapazes de produzir mudanças positivas.
• Rígido – O líder e alguns seguidores podem ser competentes, mas não estão dispostos a
adaptar-se a novas ideias, novas informações ou tempos de mudança. Ignoram as mudanças
em torno deles.
• Intemperado – O líder não tem autocontrole e é auxiliado e apoiado por seguidores que não
estão dispostos ou são incapazes de intervir efetivamente. O líder está fora de controle e os
seguidores não fazem nada para o deter.
O que é a ética?
A ética é o ramo da filosofia que se concentra na moral e na forma como os princípios morais
são aplicados à vida cotidiana. A teoria ética fornece um sistema de regras ou princípios que
nos orientam na tomada de decisões sobre o que é certo ou errado numa situação particular. A
ética tem a ver com questões fundamentais como:
• "O que é correto?” • "O que é justo?” • "O que é o certo a fazer nesta situação?"
2. Convencional
3. Pós-convencional
Liderança de serviço [Servant leadership] begins with the natural feeling that one wants to
serve, to serve first. Then conscious choice brings one to aspire to lead. . . (Greenleaf, 1970,
p. 15)
• Colocar os seguidores primeiro, acima dos seus interesses
• Foco no desenvolvimento dos seguidores: ficaram melhores, mais saudáveis, mais
autónomos, mais sábios, mais livres….?
Sustentabilidade: “living life and doing business in a way that does not exhaust or exploit
nature’s resources; handing over to the next generation social and natural worlds that are in at
least as good a condition that in which we received them” (Brinkmann, 2017)
• o discurso moral: tarefa social obrigatória, em que as empresas são as maiores responsáveis
• o discurso orientado para o crescimento: permite o surgimento de novas áreas de negócio
• o discurso da urgência necessária: estratégia de sobrevivência da espécie
Pensamento sistémico
•Desafios atuais:
• Alterações climáticas • Água • Agricultura e comida • Urbanização • População • Pobreza •
Inequidade • Prosperidade • Biodiversidade • Energia • Economia linear
•Oportunidades atuais
• Compras sustentáveis • Investimento e capital verde • Recrutamento e seleção • Economia
circular • Governança de múltiplos setores • Cidades
Práticas de liderança
Connect
Collaborate
• Gerir câmaras de eco •Escolher as batalhas • Foco na identidade • Confiança • Gestão de
conflitos • Parcerias • Aumento de fronteiras
Adapt
• Sensemaking • Aprendizagem com o erro • Inovação • Partilha de aprendizagens • Ser
disruptivo • Resiliência e não eficácia • Planeamento de cenários
Género e liderança
• Até 1970 não era uma questão • “Será que as mulheres podem liderar?” • “Homens e
mulheres lideram de forma diferente?” • “Porque há menos mulheres em cargos de
liderança?”
O Labirinto da liderança
Capital humano
• Maior educação (graus, doutoramentos) MAS subrepresentação em posições de topo
• Menor experiência e continuidade de emprego
•outras responsabilidades domésticas
• mecanismos de estigma no utilização de práticas flexíveis
•Menores oportunidades de desenvolvimento
•Menos responsabilidades, menos encorajamentos, menos formação, menos mentoria
Diferenças de género
• Mulheres não são necessariamente mais orientadas para a relação MAS são mais
democráticas e com um estilo mais participativo
• Desvalorização de comportamentos mais “masculinos”
• Mais tendência para liderança transformacional e para recompensas contingenciais
• Mais ênfase em valores sociais (promover o bem-estar dos outros), mais ações de
responsabilidade social e filantropia
• Menor propensão para entrar em situações negociais: maiores custos sociais
• Equivalência na eficácia MAS mais eficaz em papéis de liderança mais congruentes com o
seu género (ex. contexto militar vs educacional)
• Maior eficácia em middle management
• Menor eficácia quando supervisionam um grupo com maior proporção de homens
• Equivalente compromisso e motivação
• Menos provável de se auto-promoverem para posições de liderança
Preconceito
• Como homens e mulheres devem ser: agência, confiança, assertividade, independência e
racionalidade VS comunalidade, preocupação com os outros, sensibilidade, amabilidade,
prestabilidade, cuidado
• Reprodução homossocial (tendência de um grupo a reproduzir-se à sua própria imagem)
• Reação das mulheres ao próprio estereótipo
Promover a inclusão
Equipa
“Entidades complexas com dois ou mais indivíduos que interagem socialmente e
adaptativamente, com objetivos comuns partilhados e interdependência de tarefas” (Salas,
Dickinson, Converse, & Tannenbaum, 1992)
“Coletivos que existem para realizar tarefas relevantes para a organização, partilham um ou
mais objetivos comuns, interagem socialmente, têm interdependência de tarefas, têm e geram
fronteiras” (Kozlowski & Bell, 2003, p. 334)
6 critérios
As pessoas envolvidas:
•Consideram-se a si próprias como membros da equipa;
•Reconhecem-se uns aos outros enquanto membros e distinguem-se dos não-membros;
•Coordenam o seu comportamento para atingir objetivos comuns;
•Coordenam o uso de um conjunto partilhado de ferramentas, conhecimentos e outros
recursos;
•Sentem-se ligadas umas às outros e ao grupo;
•Partilham resultados coletivos baseados na atividade interdependente dos membros. (Arrow
et al, 2000)
Estudo da NASA: Tripulações cansadas mas com um histórico de trabalho em equipa prévio
cometem metade dos erros do que tripulações não cansadas que nunca trabalharam em
conjunto!
Modelo clássico de desenvolvimento das equipas (Tuckman, 1965, Tuckman & Jessen, 1977)
Forming
A equipa familiariza-se e estabelece as regras básicas. As formalidades são preservadas e os
membros tratam-se como estranhos.
INPUTS
Características individuais: Personalidade, conhecimento, competências dos indivíduos.
Características da equipa: Estrutura de poder, clima e cultura. Características da tarefa:
Complexidade, recursos. Estrutura de trabalho: Normas da equipa, estrutura de comunicação.
Salas et al (2007)
Processos
Processos de ação e comportamentais: Coordenação, cooperação, comunicação, adaptação.
Processos interpessoais, afetivo-motivacionais: Conflito intragrupal, gestão do afeto.
Processos cognitivos: Aquisição de conhecimento. Kozlowski & Ilgen, 2006; Marks et al.,
2001
Outputs
Desempenho
Satisfação
Viabilidade
Hackman, 1987
Modelos IMOI
Ilgen et al.,
2005
Processos de equipa
Fases de transição
Períodos de tempo durante os quais as equipas se focam na avaliação de atividades anteriores
e/ou no planeamento de atividades futuras para guiar as suas ações.
Fases de ação
Períodos de tempo durante os quais as equipas estão envolvidas em ações que contribuem
diretamente para o alcance dos objetivos. Marks, Mathieu & Zaccaro, 2001
Processos de transição
Análise da missão
• Identificação das tarefas principais
. • Determinação dos recursos necessários para o alcance dos objetivos.
• Desenvolvimento de um entendimento partilhado da missão da equipa
. • Compreensão das necessidades dos stakeholders (e.g., clientes, gestão de topo)
Especificação de objetivos
• Definição dos objetivos da equipa.
• O que deve ser atingido, como deve ser atingido, quando deve ser atingido.
• Garantir que todos os membros da equipa compreendem os objetivos
. • Alinhar os objetivos da equipa com a missão estratégica da organização.
• Priorizar os objetivos.
Monitorização do progresso
• Monitorizar regularmente se os objetivos estão a ser cumpridos.
• Identificação do que falta realizar para o objetivo ser alcançado.
• Transmissão do progresso aos membros da equipa.
Coordenação
• Comunicar abertamente uns com os outros.
• Integrar os esforços uns dos outros.
• Coordenar as atividades de todos.
• Restabelecer coordenação quando algo corre mal.
• Ter as tarefas prontas quando os outros precisam delas
Gestão de conflitos
• Gerir conflitos de forma preventiva
• Estabelecimento de condições para prevenir, controlar e guiar o conflito antes de acontecer
(e.g., normas de cooperação, “contratos” de equipa, tempo para o conflito acontecer).
• Gerir conflitos de forma reativa
• Gerir o conflito depois de este acontecer (e.g., solução de problemas, compromisso,
flexibilidade, vontade de aceitar diferenças de opinião).
Gestão do afeto
• Partilhar o sentido de pertença e de coesão.
• Gerir o stress.
• Manter um equilíbrio emocional saudável na equipa.
• Evitar que os membros se sintam frustrados.
• Manter atitudes positivas perante o trabalho
Estados emergentes
• Modelos mentais partilhados
• Memória transitiva
• Eficácia coletiva
• Team work engagement
• Coesão • Segurança psicológica da equipa
Tarefas dinâmicas A natureza cíclica das tarefas representa uma oportunidade para os líderes
alterarem os processos regulatórios da equipa relacionados com a aprendizagem,
desenvolvimento de competências, e desempenho
Desenvolvimento dinâmico
• O desenvolvimento das equipas é o processo de compilar competências cada vez mais
complexas que promovem comportamentos flexíveis, coordenados e adaptativos.
• O esforço do líder para construir as competências chave necessárias em cada fase promove
as capacidades da equipa que, por sua vez, são a base para o desenvolvimento da equipa.
O desenvolvimento da equipa é um processo linear caracterizado por fases de transição,
guiado pelo líder:
• Os membros adquirem competências-chave numa fase, e estão preparados para a transição
para um conjunto de competências mais complexas definidas na fase seguinte.
• O líder guia o desenvolvimento da equipa, e a equipa torna-se cada vez uma entidade de
autogestão e de auto-regulação capaz de se adaptar.
Equipas virtuais
• Oportunidades
• Menos custos operacionais • Mais talent acessível • Mais diversidade • Equilíbrio
trabalho-casa • Menos viagens e deslocações obrigatórias • Adaptação à economia global •
Menos comportamentos fora da tarefa • Pensamento divergente/brainstorming • Menor
saliência de indicadores de status • Facilidade em seguir e avaliar desempenho
• Desafios
• Falta de pistas sociais • Decisões mais demoradas • Menos interacções informais • Má
interpretação de conteúdo (emocional) • Mais comportamentos desinibidos, como expressões
inflamadas e fortes
• Pedir às pessoas que indiquem o meio que escolheriam: apoia os pressupostos • Observação
e experiências/investigação
• As pessoas fazem muitas vezes uma utilização eficaz de meios “pobres” para realizer
tarefas equívocas”
• O mundo real nem sempre permite uma otimização dos meios
• Novos meios (email, videoonference…): inconsistências
• email permite menos feedback imediato, mas permite linguagem personalizada
Walther & Parker, 2002
Perspetiva(s) Cues-filtered in
Walther & Parker, 2002
• A comunicação troca informação social através do conteúdo, estilo e timing das mensagens
verbais online
• Importância do tempo: com tempo suficiente, as equipas virtuais podem atingir níveis de
interacção interpessoal semelhante às equipas FaF
• As pessoas adaptam a sua linguagem. Estilo e outras pistas (e.g. uso de emoticons)
• As desvantagens dos media mais pobres dissipa-se ao longo do tempo; a comunicação
relacional aumenta ao longo do tempo «
• Um momento inicial FaF pode garantir familiaridade
Perspectiva desenvolvimental
Tecnologia como contexto da equipa
•A tecnologia tem características fixas que definem o contexto onde as equipas realizam os
seus processos
•A tecnologia é separada da equipa
•Eleadership: procura compreender as necessidades daqueles que trabalham eletronicamente
•Funções de liderança em equipas com a tecnologia como contexto devem compensar os
desafios
• Processos afectivos: confiança, coesão, satisfação mais baixos em equipas virtuais
• Comportamentos: comunicação e coordenação
• Processos cognitivos mais lentos
E-leadership: competências
•Papel do líder:
•Facilitar interações positivas e diminuir conflito
•Estabelecer normas de cooperação e comunicação
•Estimular interacções pessoais (vs tarefa)
•Promover segurança psicológica
•A liderança partilhada é mais eficaz
Liderança partilhada
"Um processo de influência dinâmica e interativa entre indivíduos em grupos para os quais o
objetivo é se liderarem uns aos outros para a realização de objetivos de grupo,
organizacionais ou ambos. Este processo de influência envolve frequentemente a influência
dos pares, ou laterais, e noutras alturas envolve influência hierárquica para cima ou para
baixo“ (Pearce and Conger, 2003, p. 1).
•Liderança como emanando não só de um líder designado, mas também dos próprios
membros da equipa de forma concertiva e conjunta
•Os membros da equipa avançam quando as situações o justificam, proporcionando a
liderança necessária, e depois recuam para permitir que outros liderem.
•4. Confiança
• Promover, sempre que possível, encontros iniciais face-a-face
• Reservar um tempo para partilha de aspetos sociais/pessoais
• Períodos de comunicação informal
• Partilha de informação pessoal do líder
•5. Segurança psicológica
• Promover uma cultura de tentativa e erro
• Evitar “pistas” de estatuto
• Promover a justiça procedimental e interacciona