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CURSO DE FISIOTERAPIA - 4° PERÍODO

PROFESSORA ELAMARA VIEIRA


SUMÁRIO

Cronograma Preliminar da disciplina ............................................................................................................................................................................. 3


Introdução à disciplina de Imaginologia e Exames Complementares: sua importância, objetivos e metodologias......................................... 4
Exames laboratoriais - Hemograma: série vermelha ................................................................................................................................................... 5
Exames laboratoriais - Hemograma: série branca ........................................................................................................................................................ 7
Exames laboratoriais - Gasometria ................................................................................................................................................................................ 8
Introdução à imaginologia: Raio X ................................................................................................................................................................................. 9
Introdução à imaginologia: Tomografia computadorizada ...................................................................................................................................... 11
Introdução à imaginologia: Ressonância Magnética .................................................................................................................................................. 13
Anormalidades em neuroimagem ................................................................................................................................................................................. 15
Neurimagem: Acidente Vascular Encefálico............................................................................................................................................................... 16
Neurimagem: Neoplasia neurológica............................................................................................................................................................................ 17
Neurimagem: Doença de Alzheimer ............................................................................................................................................................................ 19
Neurimagem: Lesão medular ......................................................................................................................................................................................... 21
Imagem do sistema musculoesquelético: Artrite e Artrose ...................................................................................................................................... 23
Imagem do sistema musculoesquelético: Luxações, subluxações e fraturas ......................................................................................................... 26
Imagem do sistema musculoesquelético: Escoliose ................................................................................................................................................... 28
Imagem do sistema musculoesquelético: Osteoporose ............................................................................................................................................. 30
Imagem do Sistema cardiorrespiratório: DPOC ........................................................................................................................................................ 31
Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Derrame pleural ........................................................................................................................................ 33
Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Pneumotorax............................................................................................................................................. 35
Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Atelectasia .................................................................................................................................................. 37
CRONOGRAMA PRELIMINAR DA DISCIPLINA

DATA/MÊS CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


6/Agosto Apresentação do componente curricular
9/Agosto Exames laboratoriais - Hemograma: série vermelha
13/Agosto Exames laboratoriais - Hemograma: série vermelha
16/Agosto Atividade de fixação
20/Agosto Exames laboratoriais - Hemograma: Série branca
23/Agosto Exames laboratoriais - Hemograma: Série branca
27/Agosto Atividade de fixação
30/Agosto Exames laboratoriais - Gasometria
3/Setembro Exames laboratoriais - Gasometria
6/Setembro Atividade de fixação
10/Setembro Introdução à imaginologia - Rx
13/Setembro Introdução à imaginologia - TC
17/Setembro Introdução à imaginologia - RM
21/Setembro Atividade de fixação
24/Setembro Neurimagem: Acidente Vascular Encefálico
27/Setembro Neurimagem: Neoplasia
1/Outubro Atividade de fixação
4/Outubro 1° avaliação
8/Outubro Neurimagem: Doença de Alzheimer
11/Outubro Neurimagem: Lesão medular
15/Outubro Atividade de fixação
18/Outubro Imagem do sistema musculoesquelético: Artrite e artrose
22/Outubro Imagem do sistema musculoesquelético: Luxações, subluxações e Fraturas
25/Outubro Atividade de fixação
29/Outubro Imagem do sistema musculoesquelético: Escoliose
1/Novembro Imagem do sistema musculoesquelético: Osteoporose
5/Novembro Atividade de fixação
8/Novembro Imagem do Sistema cardiorrespiratório: DPOC
12/Novembro Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Derrame pleural
15/Novembro Feriado
19/Novembro Atividade de fixação
22/Novembro Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Pneumotorax
26/Novembro Imagem do Sistema cardiorrespiratório: Atelectasia
28/Novembro Atividade de fixação
3/Dezembro 2° avaliação
6/Dezembro Entrega de resultados
10/Dezembro Reposição
13/Dezembro Entrega de resultados
17/Dezembro Prova Final
20/Dezembro Entrega de resultados e Finalização do semestre
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA DE IMAGINOLOGIA E EXAMES
COMPLEMENTARES: SUA IMPORTÂNCIA, OBJETIVOS E METODOLOGIAS
Objetivo: Apresentação do componente curricular da disciplina Imaginologia e Exames Complementares período 2018.1

1) O que é e para que serve o Curso de Imaginologia e Exames Complementares?

A Resolução nº. 04, do Conselho Nacional de Educação, artigo 5º, inciso VI, que enumera como competência do Fisioterapeuta
realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo dados, solicitando, executando e interpretando exames propedêuticos
e complementares. Desta forma, a disciplina em questão visa introduzir ao estudante o conhecimento sobre métodos de exame de
imagem e a interpretação voltada para a prática clínica buscando subsidiar o diagnóstico cinético funcional e a tomada de decisão quanto
as condutas a ser adotadas.

2) O que se ensina da disciplina de Imaginologia e Exames Complementares.

A disciplina ministrada aqui tem 5 tópicos centrais: i) Exames laboratoriais. ii) Introdução a Imaginologia. iii) Imagem
cardiopulmonar. iv) Imagem musculoesquelética, v) Neuroimagem.

3) Objetivos do Curso.

 Conhecer métodos e indicações de exames de imagem e complementares;


 Avaliar de maneira sistemática exames de imagem e complementários de diversos sistemas fisiológicos;
 Correlacionar achados de imagem e complementares com condições clinicas.

4) Metodologias
Toda a disciplina é organizada e trabalhada por meio de metodologias ativas. Para tanto será requerida a participação ativa do
estudante por meio da leitura dos textos direcionados, Atividades formativas em sala de aula para fixação e aprofundamento de conteúdo
construção e elaboração casos clínicos, seguido do aprofundamento do tema em questão que será guiado pela professora.
Recursos didáticos: Projeção de vídeo, Data show, Quadro branco, Aplicativos educacionais.

5) Bibliografia básica
 LEDERMAN, H. M.; SOUZA, R. Técnicas radiológicas. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2006. 162 p. il.
 KOCH, H.A.; RIBEIRO, E.C. O.; RONOMURA, E.T (Comitê editorial). Radiologia e diagnóstico por imagem na
formação do médico geral. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 2012. 335 p. il.
 FUNARI, M.B.G. (coord.).et al. Manuais de especialização: princípios básicos de diagnóstico por imagem. Barueri, SP:
Manole, 2013. 260 p. (Coleção manuais de especialização Albeert Ainstein).)

5) Critérios de avaliação:
 Esta disciplina possui 2 avaliações teóricas:
o P1 - Prova escrita referente ao conteúdo da 1º unidade (10.0 pontos);
o P2 - Prova escrita referente ao conteúdo da 2º unidade (10.0 pontos);
 Não cabe segunda chamada para as atividade de sala.
 Os trabalhos efetivos discentes (TED) são obrigação do aluno e não valerão qualquer pontuação.
 Os exercícios propostos para aprimoramento do tema e estudo não requer entrega e não valerão qualquer pontuação.
 Para ser aprovado o aluno precisa ter média de aproveitamento MA = (P1+P2)/2 ≥ 7.0
 O aluno só poderá faltar justificadamente (segundo as orientações do manual do aluno IESP) em uma das avaliações teóricas.
A reposição desta será aplicada na data pré-definida no cronograma;
 No caso de o aluno faltar uma prova ou tirar MA < 7.0 este deve fazer a prova final. Nesse caso para ser aprovado o aluno
precisa ter média final ≥ 5.0
 Se o aluno faltar 2 provas será automaticamente reprovado.
 Se o aluno tiver mais de 10 faltas (~ 25% do curso) sem justificativas será automaticamente reprovado.

8) Regras para o bom andamento da disciplina


 Para o bom andamento das atividades da disciplina a aula se iniciará pontualmente às 21:10h, independentemente da quantidade
de alunos em sala de aula.
 Todos os materiais de aula pertinentes a disciplina se encontrarão no “alunos online” e biblioteca IESP, desta forma, nenhum
material de slides será disponibilizado.
 Notas, listas de exercícios e outras informações estão disponíveis no “alunos on-line IESP”.
 Qualquer dúvida ou informação sobre a disciplina ou notas deverá ser tratado com o professor pessoalmente ou por meio do
representante de sala. Caso estas duas vias não sejam possíveis a comunicação deverá ser feita via e-mail.
EXAMES LABORATORIAIS - HEMOGRAMA: SÉRIE VERMELHA
Objetivo: Conhecer os componentes da série vermelha do hemograma; Compreender a importância de sua interpretação para o
diagnóstico cinético funcional; Interpretar o exame hemograma a partir da série vermelha fazendo correlações com a clínica.

Hematócrito
O hematócrito (Ht), que pode ser realizado separadamente ou como parte do hemograma completo, mede a porcentagem do volume
sanguíneo constituída pelos eritrócitos em uma amostra de sangue total. Por exemplo, um hematócrito de 40% indica que uma amostra
de 100 mℓ contém 40 mℓ de eritrócitos concentrados. A concentração é obtida pela centrifugação do sangue total anticoagulado em um
tubo capilar, de modo que os eritrócitos concentram-se sem a ocorrência de hemólise. Os resultados podem ser utilizados para calcular
dois índices eritrocitários: o volume corpuscular médio (VCM) e a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM).

Finalidades: Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação. Ajudar no cálculo dos índices
eritrocitários.

Valores de Referência: Mulheres: 36 a 48% (SI, 0,36 a 0,48). Homens: 42 a 52% (SI, 0,42 a 0,52). Crianças, 1 ano: 29 a 41% (SI, 0,29 a
0,41). Crianças, 10 anos: 36 a 40% (SI, 0,36 a 0,4). Lactentes de 1 mês: 37 a 49% (SI, 0,37 a 0,49). Lactentes, 3 meses: 30 a 36% (SI, 0,30
a 0,36). Recém-nascidos, 1 semana: 47 a 65% (SI, 0,47 a 0,65). Recém-nascidos, mais de 1 semana: 55 a 68% (SI, 0,55 a 0,68).
Valores Críticos: Inferiores a 20% (SI, inferior a 0,20) ou superiores a 60% (SI, superiores a 0,60).

Achados Anormais:
 Níveis Elevados: Policitemia. Hemoconcentração causada por perda de sangue ou por desidratação. Condições patológicas, tais
como enfisema nos estágios avançados, ataque isquêmico transitório (AIT), eclampsia, traumatismo, intervenções cirúrgicas e
queimaduras.
 Níveis Diminuídos: Anemia. Hemodiluição. Perda sanguínea maciça. Leucemias, linfomas, doença de Hodgkin. Insuficiência
das glândulas suprarrenais.

Hemoglobina
Esse exame determina a quantidade de hemoglobina (Hb) existente em 1 decilitro (dℓ ou 100 mℓ) de sangue total. O nível de Hb guarda
uma correlação próxima com a contagem de eritrócitos e influencia a razão Hb: eritrócitos (HCM e CHCM).

Finalidades: Determinar a gravidade da anemia ou da policitemia e monitorar a resposta do paciente à terapia. Obter dados para calcular
a hemoglobina corpuscular média (HCM) e a concentração da hemoglobina corpuscular média (CHCM).

Valores de Referência: Mulheres até a meia-idade: 12 a 16 g/dℓ (SI, 120 a 160 g/ℓ). Mulheres depois da meia-idade: 11,7 a 13,8 g/dℓ (SI,
117 a 138 g/ℓ). Homens até a meia-idade: 14 a 17,4 g/dℓ (SI, 140 a 174 g/ℓ). Homens depois da meia-idade: 12,4 a 14,9 g/dℓ (SI, 124 a
149 g/ℓ). Crianças: 11 a 13 g/dℓ (SI, 110 a 130 g/ℓ). Lactentes (até 1 mês de vida): 11 a 15 g/dℓ (SI, 110 a 150 g/ℓ). Recém-nascidos
(até 1 semana de vida): 15 a 20 g/dℓ (SI, 150 a 200 g/ℓ). Recém-nascidos (mais de 1 semana de vida): 17 a 22 g/dℓ (SI, 170 a 220 g/ℓ).

Valores Críticos: Inferiores a 7 g/dℓ (SI, inferiores a 70 g/ℓ) ou superiores a 20 g/dℓ (SI, superiores a 200 g/ℓ).
Achados Anormais:
 Níveis Elevados: Hemoconcentração secundária a policitemia ou desidratação.
 Níveis Diminuídos: Anemia. Hemorragia recente. Retenção de líquido.

Eritrócitos
A contagem de eritrócitos faz parte do hemograma completo. É usada para detectar o número de eritrócitos em 1 microlitro (mℓ) ou 1
milímetro cúbico (mm3) de sangue total. A contagem de eritrócitos em si não fornece informações qualitativas sobre o tamanho, o
formato dos eritrócitos ou a sua concentração de Hb, mas pode ser utilizada para calcular dois tipos de índices eritrocitários: o volume
corpuscular médio (VCM) e a hemoglobina corpuscular média (HCM).

Finalidades: Fornecer dados usados no cálculo do volume corpuscular médio (VCM) e hemoglobina corpuscular média (HCM), que
revelam o tamanho e o conteúdo de hemoglobina (Hb) dos eritrócitos. Para confirmar outros exames hematológicos no diagnóstico de
anemia ou de policitemia.

Contagem Valores de Referência: Mulheres adultas: 4 a 5 milhões de eritrócitos/µℓ (SI, 4 a 5 3 1012/ℓ) de sangue venoso. Homens
adultos: 4,5 a 5,5 milhões de eritrócitos/µℓ (SI, 4,5 a 5,5 3 1012/ℓ) de sangue venoso. Crianças: 4,6 a 4,8 milhões de eritrócitos/µℓ (SI,
4,6 a 4,8 3 1012/ℓ) de sangue venoso. Recém-nascidos a termo: 4,4 a 5,8 milhões de eritrócitos/µℓ (SI, 4,4 a 5,8 3 1012/ℓ) de sangue
capilar ao nascimento, diminuindo para 3 a 3,8 milhões de eritrócitos/mℓ (SI, 3 a 3,8 3 1012/ℓ) aos 2 meses de idade, seguido,
posteriormente, de elevação lenta da contagem de eritrócitos.

Achados Anormais
 Níveis Elevados: Policitemia absoluta ou relativa.
 Níveis Diminuídos: Anemia. Diluição causada por sobrecarga de líquido. Hemorragia depois de 24 h.

Índices Eritrocitários
O VCM, que é a razão entre o hematócrito (Ht) e a contagem de eritrócitos, expressa o tamanho médio dos eritrócitos e indica se o seu
tamanho está diminuído (eritrócitos microcíticos), aumentado (macrocíticos) ou normal (normocíticos). A hemoglobina corpuscular
média, que é a razão entre a hemoglobina (Hb) e o eritrócito, fornece o peso de Hb existente no interior de um eritrócito de tamanho
médio. A CHCM, que é a razão entre o peso da hemoglobina e o hematócrito, define a concentração média de hemoglobina em 100 mℓ
de eritrócitos. Ajuda a distinguir os hematócritos de coloração normal (normocrômicos) daqueles mais pálidos (hipocrômicos).

Finalidades: Ajudar a classificar as anemias e a estabelecer o seu diagnóstico.

Valores de Referência: Volume corpuscular médio (VCM): 84 a 99 µm3. Hemoglobina corpuscular média (HCM): 26 a 32 pg/célula.
Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): 30 a 36 g/dℓ.

Achados Anormais:
 Níveis Elevados do VCM: Anemias macrocíticas (anemias megalobláticas). Deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12.
 Níveis Diminuídos do VCM e da HCM: Anemias microcíticas hipocrômicas (anemia ferropriva). Consumo dietético inadequado
ou má absorção de ferro. Perda aumentada de ferro. Perda excessiva de sangue. Anemia responsiva à piridoxina ou talassemia. Distúrbios
hereditários da síntese de ácido desoxirribonucleico ou reticulocitose.
EXAMES LABORATORIAIS - HEMOGRAMA: SÉRIE BRANCA
Objetivo: Compreender a importância das plaquetas e leucócitos e sua interpretação no hemograma para o diagnóstico cinético
funcional; Interpretar o exame hemograma a partir das plaquetas e leucócitos fazendo correlações com a clínica.

Leucócitos
A contagem de leucócitos faz parte do hemograma completo. Indica o número de leucócitos existentes em 1 microlitro (mℓ,
ou milímetro cúbico) de sangue total. As contagens de leucócitos podem variar em até 2.000 células/mℓ (SI, 2 3 109/ℓ) em qualquer dia,
em decorrência de exercício vigoroso, estresse ou digestão. A contagem de leucócitos pode aumentar ou diminuir significativamente em
determinadas doenças, porém só tem utilidade diagnóstica quando a contagem diferencial e o estado clínico do paciente são considerados.
A contagem diferencial é realizada para avaliar a distribuição e a morfologia dos leucócitos, fornecendo informações mais específicas
sobre o sistema imune do paciente do que a contagem total de leucócitos isoladamente. Os leucócitos são classificados em cinco tipos
principais – neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos –, e determina-se a porcentagem de cada tipo. A contagem
diferencial mede a porcentagem de cada tipo de leucócito no sangue. O número total de cada tipo de leucócito é obtido multiplicando-
se a sua porcentagem pela contagem total de leucócitos. As contagens elevadas de leucócitos estão associadas a várias doenças alérgicas
e reações a parasitos. Algumas vezes, solicita-se a contagem dos eosinófilos como exame de acompanhamento quando se observa um
nível elevado ou reduzido de eosinófilos. Para um diagnóstico acurado, a contagem diferencial precisa ser sempre interpretada em relação
à contagem total de leucócitos.
A contagem diferencial determina os tipos de leucócitos na forma de porcentagens da contagem total de leucócitos (valor
relativo). O valor absoluto é obtido multiplicando-se o valor relativo de cada tipo de leucócito pela contagem total de leucócitos. Os
valores relativos e absolutos precisam ser levados em consideração para estabelecer um diagnóstico acurado. Por exemplo, consideremos
um paciente com contagem de leucócitos de 6.000/µℓ (SI, 6 × 109/ℓ) e cuja contagem diferencial revela 30% (SI, 0,3) de neutrófilos e
70% (SI, 0,7) de linfócitos. A contagem relativa de linfócitos parece ser bastante elevada (linfocitose); entretanto, quando esse valor é
multiplicado pela contagem de leucócitos (6.000 3 70% = 4.200 linfócitos/mℓ) (SI, [6 × 109/ℓ] × 0,7 = 4,2 ×multiplicado pela contagem
109/ℓ linfócitos), verifica-se que está dentro da faixa normal. Todavia, a contagem de neutrófilos desse paciente (30%; SI, 0,3) está baixa;
quando esse valor é multiplicado pela contagem de leucócitos (6.000 × 30% = 1.800 neutrófilos/mℓ) (SI, [6 × 109/ℓ] 0,30 = 1,8 ×
109/ℓ neutrófilos), o resultado obtido é um baixo valor absoluto, o que pode indicar depressão da medula óssea. As porcentagens
normais de cada tipo de leucócito no adulto são as seguintes: Neutrófilos – 54 a 75% (SI, 0,54 a 0,75). Eosinófilos – 1 a 4% (SI, 0,01 a
0,04). Basófilos – 0 a 1% (SI, 0 a 0,01). Monócitos – 2 a 8% (SI, 0,02 a 0,08). Linfócitos – 25 a 40% (SI, 0,25 a 0,4).

Finalidades: Determinar a existência de infecção ou inflamação. Determinar a necessidade de outros exames, como biopsia de medula
óssea. Monitorar a resposta à quimioterapia ou radioterapia.

Valores de Referência: De 4.000 a 10.000/mℓ (SI, 4 a 10 3 109/ℓ).

Achados Anormais
Níveis Elevados: Infecção. Abscesso. Meningite. Apendicite. Tonsilite. Leucemia. Necrose tecidual devido a queimaduras, infarto do
miocárdio ou gangrena.
Níveis Diminuídos: Depressão da medula óssea. Infecções virais. Depois de tratamento com agentes antineoplásicos. Ingestão de
mercúrio ou outros metais pesados. Exposição ao benzeno ou arsenicais. Influenza. Febre tifoide. Sarampo. Hepatite infecciosa.
Mononucleose. Rubéola. Padrões anormais de contagem diferencial indicando outras doenças ou condições. (Ver boxe Influência da
doença sobre a contagem de leucócitos.)
EXAMES LABORATORIAIS - GASOMETRIA
Objetivo: Entender os objetivos para realização da gasometria; Conhecer métodos de análise da gasometria; Conhecer dos distúrbios
gasométricos; Interpretar a gasometria; Identificar distúrbios gasométricos em cada componente da gasometria; Correlacionar os achados
gasométricos com achados clínicos.

Gasometria arterial
A gasometria arterial é utilizada para medir a pressão parcial do oxigênio arterial (PaO2), a pressão parcial de dióxido de carbono arterial
(PaCO2) e o pH de uma amostra de sangue arterial. A saturação de oxigênio arterial (Sa O2) e o bicarbonato (HCO32) também são medidos.
Pode-se obter uma amostra de sangue para gasometria arterial por punção arterial percutânea ou a partir de um acesso arterial.
A PaO2 indica quanto de oxigênio é liberado pelos pulmões para o sangue. A PaCO2 indica quão eficientemente os pulmões eliminam
o dióxido de carbono. O pH refere-se ao nível acidobásico do sangue ou à concentração de íons hidrogênio (H 1). A acidez indica excesso
de H1, enquanto a alcalinidade indica déficit de H1. A SaO2 e o HCO32 também ajudam no estabelecimento do diagnóstico.

Finalidades: Avaliar a eficiência da troca gasosa dos pulmões. Avaliar a integridade do sistema de controle ventilatório. Determinar o
nível acidobásico do sangue. Monitorar a terapia respiratória.

Valores de Referência: PaO2: 80 a 100 mmHg (SI, 10,6 a 13,3 kPa). PaCO2: 35 a 45 mmHg (SI, 4,7 a 5,3 kPa). pH: 7,35 a 7,45 (SI, 7,35 a
7,45). O2CT: 15 a 23% (SI, 0,15 a 0,23). SaO2: 94 a 100% (SI, 0,94 a 1). HCO32: 22 a 25 mEq/ℓ (SI, 22 a 25 mmol/ℓ).

Achados Anormais
Diminuição da PaO2 e SaO2, e Nível Aumentado de PaCO2
• Fraqueza ou paralisia dos músculos respiratórios.
• Inibição do centro respiratório (em consequência de traumatismo cranioencefálico, tumor cerebral ou abuso de drogas).
• Obstrução das vias aéreas (possivelmente em decorrência de tampões de muco ou tumor).
• Obstrução dos bronquíolos causada por asma ou enfisema.
• Alvéolos ou capilares pulmonares parcialmente bloqueados.
• Lesão dos alvéolos.
• Alvéolos preenchidos por líquido em decorrência de doença, hemorragia ou quase afogamento.

Diminuição da PaO2 e SaO2, e Possível Nível Normal de PaCO2


• Pneumotórax.
• Comprometimento da difusão entre os alvéolos e o sangue (em decorrência de fibrose intersticial, por exemplo).
• Derivação (shunt) arteriovenosa, que permite o desvio de sangue dos pulmões.
INTRODUÇÃO À IMAGINOLOGIA: RAIO X
Objetivo: Conhecer como o raio-x forma a imagem radiológica; Conhecer as propriedades do raio-x; Conhecer os efeitos biológicos
provocados pela exposição à radiação; Entender os objetivos e efeitos do uso de contraste. Identificar as incidências radiológicas na
interpretação; Interpretação o raio-x a partir da qualidade da imagem; Identificar na radiografia o uso de contrastes; Aplicar medidas de
segurança e preventivas para uso da radiação.

Geração da imagem no Raio X.


Os raios X são uma forma de energia radiante, semelhantes à luz visível em muitos aspectos. Eles diferem da luz visível pelo fato
de apresentarem comprimentos de onda muito curtos, sendo capazes de penetrar diversas substâncias opacas à luz. O feixe de raios X é
produzido pelo bombardeio de uma placa de tungstênio por um feixe de elétrons no interior de um tubo de raios X.

Filme radiográfico.
A radiografia convencional utiliza uma película colocada dentro de um chassi radiográfico como detector dos raios X. Enquanto os
raios X atravessam o corpo humano, sofrem atenuação pela interação com os tecidos (absorção e dispersão) e produzem um padrão de
imagem no filme que pode ser reconhecido como correspondente à anatomia humana. Os raios X transmitidos através do corpo do
paciente bombardeiam uma tela recoberta por partículas fluorescentes dentro do chassi radiográfico, causando uma interação
fotoquímica, a qual emite radiação luminosa e sensibiliza o filme no interior do chassi. O filme é removido do chassi e revelado em um
processador químico automático. O produto final é uma imagem de raios X da anatomia do paciente em filme.

Nomenclatura das incidências radiográficas.


A maioria das incidências radiográficas é nomeada de acordo com a maneira com que o feixe de raios X atravessa o paciente.
Uma radiografia do tórax posteroanterior (PA) é aquela na qual o feixe de raios X penetra nas costas do paciente e sai pela frente para
sensibilizar o detector de raios X localizado contra o tórax do paciente. Uma radiografia do tórax anteroposterior (AP) é feita com o
feixe de raios X atravessando o corpo do paciente da parte da frente para as costas. Uma mamografia craniocaudal (CC) é produzida pela
passagem do feixe de raios X através das mamas, na direção vertical do crânio para a porção caudal, com a paciente de pé ou sentada.
As incidências também podem ser nomeados de acordo com a posição assumida pelo paciente na hora do exame, por exemplo,
ortostática, em decúbito dorsal ou em decúbito ventral. Uma radiografia do tórax em decúbito lateral direito é conseguida com o feixe
de raios X horizontal atravessando o paciente deitado sobre seu lado direito.

Princípios de interpretação.
As radiografias convencionais mostram cinco densidades básicas: ar, gordura,
partes moles, osso e metal (ou agentes de contraste). O ar atenua pouco o feixe
de raios X, permitindo que o feixe, praticamente em sua força total, escureça a
imagem. Ossos, metais e agentes de contraste radiográfico atenuam muito o
feixe de raios X, possibilitando que pouca radiação atravesse para escurecer a
imagem. Desse modo, ossos, objetos metálicos e estruturas opacificadas por
agentes de contraste aparecem brancos nas radiografias. A atenuação do feixe
de raios X por gordura e tecidos moles é intermediária, resultando em graus
diferentes de escurecimento da imagem (escala de cinza). Estruturas espessas
apresentam atenuação maior que as mais finas com a mesma composição. As
estruturas anatômicas podem ser visualizadas em radiografia quando são
delineadas total ou parcialmente por tecidos que atenuam em graus diferentes
os raios X. O ar nos pulmões delineia as estruturas pulmonares vasculares, produzindo um padrão detalhado do parênquima pulmonar.
A gordura no interior do abdome delineia as bordas hepáticas, esplênicas e renais, possibilitando sua visualização. A alta densidade dos
ossos torna possível a visualização detalhada dessas estruturas, através das camadas de tecido mole sobrepostas. Objetos metálicos, como
clipes cirúrgicos, geralmente, podem ser claramente visualizados porque atenuam muito o feixe de raios X. Contrastes radiográficos são
suspensões à base de iodo ou bário que atenuam fortemente o feixe de raios X e são utilizados para delinear estruturas anatômicas.
Doenças podem obscurecer a silhueta e o contorno de estruturas anatômicas normalmente vistas. Na pneumonia do lobo médio do
pulmão direito, o ar nos alvéolos é substituído por líquido e “apaga” o contorno da borda cardíaca direita.
Propriedade do Raio x
 São ondas eletromagnéticas de alta frequência capazes de atravessar a matéria orgânica ou de serem absorvidas por ela e ionizá-
la
 Propagam-se em linha reta
 Têm pequeno comprimento de onda: de 0,001 a 10 nanômetros (o comprimento de onda da luz é de 500 nanômetros)
 Têm a velocidade da luz
 Produzem imagens em superfícies fotossensíveis
 Produzem efeitos fosforescentes em alguns cristais
 Produzem efeitos biológicos.

Efeitos biológicos da radiação


Alguns efeitos dos Rx, assim como de outras formas de energia ionizante, têm caráter nocivo, o que obriga a adoção de
procedimentos de proteção ao profissional e paciente expostos. O dano causado pela radiação é cumulativo, ou seja, a lesão é causada
por doses repetidas de radiação que se acumulam nos tecidos.
A radiossensibilidade celular é variável; quanto mais jovens as células (quando a mitose é mais acelerada) e quanto mais não
diferenciadas, mais sensíveis à radiação, como mostrado a seguir:
 Células mais sensíveis: glóbulos brancos (principalmente linfócitos), glóbulos vermelhos, óvulos e espermatozoides
 Células de sensibilidade intermediária: células epiteliais e células do cristalino
 Células mais resistentes: células nervosas e musculares; exceção para as células do sistema nervoso do embrião.
Os efeitos se fazem sentir a curto e longo prazos:
 Efeitos a curto prazo: observados em horas, dias ou semanas, produzidos por uma grande quantidade de radiação em grandes
áreas corporais, em um curto período de tempo. São exemplos a síndrome aguda de radiação com náuseas, vômitos, infecções,
hemorragias, diarreia, desidratação e alopecia
 Efeitos a longo prazo: causados por grandes exposições em curto espaço de tempo ou pequenas quantidades de radiação em
um longo período de tempo (nesta categoria encontram-se os pacientes que “costumam” ser radiografados com frequência).
Podem ser divididos em:
o Efeitos genéticos: podem surgir quando os órgãos reprodutores são expostos à radiação. O dano não se expressa na
pessoa irradiada, e sim em gerações futuras, por mutações genéticas nas células reprodutoras
o Efeitos somáticos: observados na pessoa irradiada. Radiodermites, câncer, cataratas, leucemia e malformações
(exposição no feto) são alguns exemplos.
INTRODUÇÃO À IMAGINOLOGIA: TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA
Objetivo: Entender os objetivos para realização da Tomografia Computadorizada (TC); Conhecer como a TC forma a imagem;
Entender as bases funcionais para interpretação da TC; Compreender os objetivos e uso de contraste. Aplicar medidas de segurança e
preventivas para uso da radiação; Interpretar a TC a partir da qualidade da imagem; Identificar o uso de contrastes na TC.

A TC utiliza um computador para reconstrução matemática de uma imagem axial do corpo humano, a partir de medições feitas pela
transmissão de raios X através de finos cortes de tecido do paciente. A TC mostra cada corte separadamente, sem a sobreposição de
estruturas borradas que é vista nas tomografias convencionais. Um feixe de raios X
colimado é gerado em um dos lados do paciente. O feixe de raios X é atenuado por
absorção e dispersado à medida que passa pelo paciente. Detectores sensíveis no lado
oposto do paciente medem a transmissão de raios X através do corte. Essas medições
são repetidas sistematicamente, muitas vezes, de diferentes direções, enquanto o tubo
de raios X é pulsado à medida que gira 360° em torno do paciente.
A maioria das unidades de TC possibilita especificações para espessura do corte
entre 0,5 mm e 10 mm. Os dados para um corte individual, com rotação de 360° do
tubo de raios X, normalmente são adquiridos em 1 segundo ou menos. As vantagens
da TC em relação à RM incluem rapidez na varredura, superioridade nos detalhes do
tecido ósseo e apresentação de calcificações. A TC geralmente, limita-se ao plano axial;
entretanto, as imagens podem ser reformatadas nos planos sagital, coronal ou oblíquo
ou como imagens tridimensionais.

TC convencional.
A TC de corte único obtém dados de imagem referentes a um corte de cada vez. Com o paciente em apneia, é feita a aquisição do
corte; o paciente respira, a mesa se move, e a sequência é repetida. Essa técnica leva
pelo menos 2 a 3 vezes o tempo de varredura total da TC helicoidal para qualquer
volume do paciente, tornando mais difícil a otimização da varredura durante o
contraste máximo. Qualquer pequena alteração no volume pulmonar a cada vez que
o paciente prende a respiração pode causar alterações significativas na anatomia
torácica ou abdominal examinada, resultando em áreas “saltadas”.

TC helicoidal.
Também chamada de TC espiral, é realizada pela movimentação da mesa de
exame a uma velocidade constante, enquanto a varredura é feita de maneira contínua
com um tubo de raios X girando em torno do paciente. É feita a aquisição de um
volume contínuo de dados de imagem durante um único período de apneia. Essa
técnica melhora muito a velocidade de aquisição da imagem, viabiliza a digitalização
durante a melhor opacificação do contraste e elimina erros e artefatos causados por
registros incorretos ou por variações na respiração do paciente.

Vantagens da TC.
 Obtenção de imagens sem superposição
 Capacidade de capturar diferenças mínimas de densidade tissular
 Capacidade de detectar diferenças de densidade entre tecidos, por meio da análise
dos valores numéricos do coeficiente de atenuação
 Possibilidade de processar as imagens em diversos tempos, mediante o armazenamento dos dados
 É um método não invasivo
 Torna possível que procedimentos invasivos, como biopsias e punções, sejam realizados durante a sua execução.

Desvantagens da TC
 Emprego de maior quantidade de radiação ionizante
 Ainda precisa do contraste iodado para diferenciar vasos e alças intestinais
 Artefatos do aparelho ou da técnica (p. ex., placas, parafusos de metal) prejudicam a formação da imagem
 Método mais oneroso.

Princípios de interpretação em TC.


Como em toda análise de imagem, a interpretação de uma TC é baseada em uma abordagem organizada e abrangente. As imagens
de TC são observadas em ordem anatômica sequencial, examinando-se cada corte em relação aos cortes de cima e de baixo. O médico
que faz a interpretação dos resultados pode rolar os controles para cima e para baixo na pilha de cortes apresentada. O radiologista deve
procurar desenvolver um conceito tridimensional da anatomia e da patologia apresentadas. Essa análise é incrementada pela
disponibilidade de reconstruções da imagem nos planos coronal, sagital e axial. O exame deve ser interpretado em associação aos
parâmetros de varredura, espessura e espaçamento do corte, administração de contraste, intervalo de tempo em relação ao contraste e à
existência de artefatos. Imagens axiais são orientadas como se o observador olhasse o paciente de baixo para cima. O lado direito do
paciente está no lado esquerdo da imagem. Detalhes de tecido ósseo são mais bem observados nas janelas de osso, geralmente com uma
largura de janela de 2.000 H e nível de janela entre 400 H e 600 H. Os pulmões são observados em janelas de pulmão, com largura de janela
entre 1.000 H e 2.000 H e nível de janela entre –500 H e –600 H. Tecidos moles são examinados com largura de janela de 400 H a 500
H e nível de janela entre 20 H e 40 H. Janelas estreitas (com largura entre 100 H e 150 H e nível entre 70 H e 80 H) aumentam o contraste
da imagem e ajudam a detectar lesões sutis, são mais contrastadas e apresentam menor escala de cinza, enquanto janelas largas favorecem
maior escala de cinza e pouco contraste. Como o olho humano não pode distinguir os milhares de coeficientes existentes, é utilizada a
técnica de janelas para visualizar somente os valores em uma certa faixa de TC. Por convenção, altos valores de TC são apresentados
como branco (hiperdensidades) e baixos, como preto (hipodensidades)
INTRODUÇÃO À IMAGINOLOGIA: RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Objetivo: Entender os objetivos para realização da Ressonância Magnética (RM); Conhecer como a RM forma a imagem; Entender as
bases funcionais para interpretação da RM; Compreender os objetivos e uso de contraste; Aplicar medidas de segurança e preventivas
para uso da radiação; Interpretar a RM a partir da qualidade da imagem; Identificar o uso de contrastes na RM

A Ressonância Magnética (RM) é uma técnica que produz imagens tomográficas por meio de campos magnéticos e ondas de rádio. É
um método de imagem que se baseia no comportamento dos prótons de hidrogênio (H +), o átomo mais abundante no corpo humano,
pois este é composto por cerca de 70% de água (H2O).
Os átomos de H+ estão desalinhados no corpo humano. Quando colocados dentro de um campo magnético intenso, os prótons
alinham-se ao longo do eixo deste campo magnético e retornam à posição de equilíbrio logo que cessa a força (radiofrequência – RF)
que os fez alinharem-se, ou seja, cessada a excitação, a energia liberada é captada e emite um sinal ao equipamento de RM que, por sua
vez, forma a imagem. Em termos simplificados, a RM se baseia na capacidade que um pequeno número de prótons do corpo tem de
absorver e emitir ondas de rádio quando o corpo é colocado sob a influência de um forte campo magnético.
O contraste para tecidos moles fornecido pela RM é muito melhor do que o de qualquer outra modalidade de imagem. São as
diferentes densidades protônicas disponíveis nos tecidos que contribuem para que o sinal de RM consiga fazer a distinção entre um
tecido e outro. A maioria dos tecidos pode ser distinguida por meio de diferenças significativas em seus tempos de relaxamento T1 e T2
específicos. T1 e T2 são características do ambiente molecular tridimensional que circunda cada próton no tecido que está sendo
examinado. T1 mede a capacidade do próton de trocar energia com a matriz química adjacente. É uma medida da rapidez com que um
tecido se torna magnetizado. T2 representa a rapidez com que determinado tecido perde sua magnetização. O fluxo sanguíneo tem um
efeito complexo sobre o sinal de RM e pode aumentar ou diminuir a intensidade desse sinal nos vasos sanguíneos.

T1 e T2
Quando o paciente é colocado no magneto do equipamento de RM, o tecido é excitado por um pulso de RF, sendo temporariamente
magnetizado e produzido um sinal de RF que é captado. Tecidos com maior concentração de prótons de H + tornam-se mais
magnetizados, produzindo sinal de RF mais intenso, aparecendo mais brilhantes na imagem do que aqueles com baixa densidade de
prótons.
A excitação dos prótons de H+ é feita utilizando-se (na técnica spin-echo) 2 sequências de pulso de 90° e 180°. Esses impulsos são
repetidos regularmente a intervalos de tempo chamados de tempo de repetição (TR), escolhido pelo radiologista de acordo com o estudo a
ser feito. O tempo que separa um impulso de 90° do eco é chamado de tempo de eco (TE), que também é selecionável.
A escolha do TR e do TE promove a formação de imagens de RM, ou seja, pondera as imagens, nas sequências em T1 ou em T2.
Essas siglas estão relacionadas com padrões de tempo, ou seja, cada substância tem seu tempo específico. Assim, pode-se dizer que:
 T1 é o tempo de decaimento da magnetização longitudinal após ser energizado pela RF
 T2 é o tempo de decaimento da magnetização transversa após ser energizado pela RF
 TR é o tempo entre cada pulso de 90°
 TE é o tempo entre o pulso de 90° e o sinal.
Vantagens da RM.
 Resolução de contraste para tecidos moles
 Capacidade de fornecer imagens em qualquer plano anatômico
 Ausência de radiação ionizante.

Desvantagens
 Capacidade de mostrar detalhes de ossos densos ou calcificações
 Tempos de aquisição longos para diversas sequências de pulso
 Disponibilidade limitada em certas regiões geográficas
 Alto custo
 Sensação de claustrofobia

Princípios de interpretação em RM.


A água é a principal fonte de sinal de RM nos tecidos, além da gordura. Estruturas ricas em sais minerais, como os ossos e cálculos,
e tecidos colagenosos, como ligamentos, tendões, fibrocartilagem e fibrose dos tecidos, têm pouco conteúdo de água e,
consequentemente, poucos prótons em movimento para produzir o sinal de RM. Esses tecidos têm baixa intensidade de sinal em qualquer
sequência de RM. Nos tecidos, existe água em, pelo menos, dois estados físicos: água livre, que não sofre restrição de mobilidade, e água
ligada de mobilidade restrita, devido à ligação do hidrogênio com moléculas de proteínas. A água livre é encontrada, principalmente, no
líquido extracelular, enquanto a água ligada, no líquido intracelular. A água intracelular pode ser encontrada tanto no estado livre como
ligado e está em uma condição de troca rápida entre os dois estágios.
A água livre tem tempos de relaxamento T1 e T2 longos, resultando em baixa intensidade de sinal em T1WI e alta intensidade de
sinal em T2WI. Órgãos com abundância de líquido extracelular e, consequentemente, grande conteúdo de água livre, incluem rim (urina),
ovários e tireoide (folículos preenchidos com líquido), baço e pênis (sangue), próstata, testículos e vesículas seminais (líquido nos túbulos).
Edema é o aumento do líquido extracelular e tende a apresentar o efeito de prolongamento dos tempos de relaxamento T1 e T2 nos
tecidos afetados. A maioria dos tecidos neoplásicos apresenta aumento do líquido extracelular, bem como aumento na proporção de
água livre intracelular, o que resulta em sua visualização como sinal de intensidade brilhante em T2WI. Em órgãos como os rins, que
também são ricos em água extracelular ou água livre, as neoplasias aparecem isointensas ou hipointensas em relação ao parênquima
saudável brilhante nas T2WI. Neoplasias hipocelulares ou fibrosas apresentam baixa intensidade de sinal em T2WI, porque o tecido
fibroso domina seu sinal característico. Cistos simples,
RM do crânio ponderada em T1 (A) e T2 líquido cefalorraquidiano, urina na bexiga e a bile na
(B) vesícula biliar refletem as mesmas características de
sinal da água livre.
As imagens de RM são descritas de acordo com a
intensidade do sinal encontrada nos diversos tipos de
sequências. À semelhança de outros métodos de
imagem, usa-se a terminologia hipo, isso ou hiper para
descrever o aspecto encontrado. Algumas das
nomenclaturas utilizadas para caracterizar os exames de
imagem são apresentadas a seguir:
 Imagem hipointensa: imagem “mais escura” em
relação ao tecido cerebral normal, por exemplo
 Imagem hiperintensa: imagem “brilhante”, “branca”
 Ausência de sinal: imagem “preta”. Em geral
corresponde a imagens calcificadas, ou cortical óssea,
ou, ainda, a vasos com fluxo rápido
 Sinal intermediário: imagens cuja característica de
sinal não se ajusta às descrições anteriores, em geral correspondendo a partes moles. Exemplos: músculo, cartilagem hialina,
encéfalo.
Os tecidos ou lesões podem apresentar características de sinal diferentes, de acordo com o tipo de sequência utilizado, conforme
indicado a seguir:
 T1 curto: imagens hiperintensas. Exemplos: gordura, hemorragia subaguda, melanina, líquidos proteicos, impregnação pelo
gadolínio
 T1 longo: imagens com hipossinal. Exemplos: calcificação, fluxo rápido, água, hematoma agudo, hemossiderina, fibrose, osso
cortical, liquor
 T2 curto: imagens com hipossinal. Exemplos: calcificação, fluxo, hematoma agudo, hemossiderina, fibrose, osso cortical
 T2 longo: imagens com hipersinal. Exemplos: água, liquor, hemorragia subaguda (meta-hemoglobina), fluidos estáticos, disco
intervertebral normal.
ANORMALIDADES EM NEUROIMAGEM
Objetivos: Entender as bases funcionais para interpretação imaginologica do acometimento em questão; - Conhecer os achados
clínicos e imaginológicos típicos na avaliação da imagem do acometimento em questão; - Conhecer as terminologias adequadas para a
avaliação da imagem; - Aplicar uma sequência correta de interpretação da imagem.

Método Analítico Sistemático


 Em neuroimagem há um grande número de padrões de alteração, incluindo achados específicos relativamente infrequentes das
enfermidades neurológicas.
 Para estreitar o espectro de possibilidades diagnósticas diferenciais se adota um método esquemático de análise das alterações,
observando-se sete parâmetros.
É uma massa?
 Deslocamento das estruturas encefálicas normais.
 A linha média é desviada para o lado contrário ao da
massa.
 Sulcos adjacentes apagados.
 Estruturas ventriculares ipsilaterais comprimidas.
É atrofia?
 Alargamento dos sulcos ipsilaterais.
 Dilatação do ventrículo adjacente à lesão.
 Em indivíduo acima de 65 anos com função cognitiva
normal a atrofia pode ser considerada não patológica.
É intra ou extra axial?
 Para distinguir massa intra-axial de extra-axial  margens da massa.
 Massas extra-axiais (fora do cérebro)
 Superfície dural larga
 Tendem a apresentar realce homogêneo ou nenhum realce no contraste.
 Massas intra-axias
 Realce anular ou irregular
É solitária ou é múltipla?
 Lesão única  doença cerebral primária.
 Lesão múltiplas  patologias disseminadas ou sistêmicas.
Acomete a substância branca ou cinzenta?
 Substância cinzenta: infartos, traumatismos ou encefalites
 Substância branca: tumores, abscessos e hematomas
 Efeito de massa
Como é distribuída a lesão?
 Pode-se determinar, a partir da localização da lesão isquêmica ou hemorrágica.
 Qual artéria está envolvida no agravo?
 Quais as possíveis consequências clínicas para o paciente?
Há realce por contraste?
 + impregnação pelo meio de contraste
 + diferenciado é o tumor
 Quebra da barreira hematoencefálica
NEURIMAGEM: ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
O Acidente vascular cerebral
 Acidente vascular encefálico (AVE) é um termo clínico utilizado para caracterizar qualquer agravo vascular encefálico abrupto e
não-traumático.
 Pode ser de etiologia isquêmica (75% dos casos), ou de etiologia hemorrágica (25% dos casos).

 O primeiro passo frente a um paciente apresentando sintomas de AVE


é obter uma TC para exclusão de causa hemorrágica.
 O aspecto tomográfico de um infarto cerebral varia ao longo do tempo
conforme a tabela 1.

Tabela 1
Primeiras 8 a 12 horas Normal
12 a 24 horas Área homogênea de hipodensidade
1 a 4 semanas Reforço com contraste em áreas dispersas,
evidenciando a quebra da barreira
hematoencefálica.
1 mês Área infartada com densidade semelhante ao
líquor.

RM no AVE TC no AVC
 Sensibilidade para diagnóstico de lesões isquêmicas em fase aguda  Sangramentos são muito bem visualizados
 Superior à TC nessas ocasiões  Áreas de hiperdensidade  hemácias são radiopacas
 Visualiza os vasos para o estudo de suas permeabilidades.


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Achados de imagem e perfusão arterial cerebral em acidente vascular cerebral isquêmico devido à
arteriopatia transitória em criança
Alcino Alves Barbosa Junior, entre outro
Em: einstein. 2012;10(2):239-41

Relato De Caso
Apresentamos o caso de uma criança do gênero feminino, de 4 anos de idade, encaminhada ao pronto-atendimento de nossa
instituição com queixa de visão borrada e sonolência, de início abrupto. Foi submetida à tomografia computadorizada (TC) do crânio
com e sem contraste iodado intravenoso, que revelou uma área hipoatenuante, sem realce de contraste no centro semioval e na substância
branca parietal subcortical no hemisfério cerebral esquerdo, sugerindo AVCi recente.
Cinco dias depois, foram realizados os exames de ressonância magnética (RM) do crânio, perfusão cerebral por RM com contraste
paramagnético intravenoso e angiorressonância (ARM) de artérias intracranianas. A RM confirmou a presença de um AVCi
agudo/subagudo, pois foram observados baixos coeficientes de difusão aparente nas imagens ponderadas em difusão (IPD), assim como
algumas áreas de realce pós-contraste (quebra da barreira hematoencefálica), acometendo segmentos corticais descontínuos do giro pré-
central, lóbulo parietal inferior, substância branca parietal subcortical e centro semioval à esquerda, todos no território de ramos da
divisão superior da artéria cerebral média.
A angiografia por RM sem contraste intravenoso mostrou uma estenose moderada da artéria carótida interna supraclinóidea
esquerda. Tais resultados nos levaram a considerar a arteriopatia cerebral transitória (ACT) da infância como a principal hipótese
diagnóstica. Foi feita uma investigação detalhada de doenças pregressas e os pais finalmente lembraram de uma infecção recente por
vírus varicela-zoster, 4 meses antes do início dos sintomas neurológicos, que é um importante fator de risco para AVCi na infância,
corroborando a hipótese de ACT. A paciente fez tratamento de antiagregação plaquetária com ácido acetilsalicílico (50 mg/dia) e foi
prescrita oxcarbamazepina (15 mg/kg/dia). Ela recuperou-se dos sintomas em 48 horas, teve alta hospitalar sem déficits neurológicos
perceptíveis, e não apresentou nenhum outro episódio 6 meses após o primeiro evento.
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NEURIMAGEM: NEOPLASIA NEUROLÓGICA
RM na Neoplasia cerebral
 Pequenas lesões detectadas na ressonância magnética (RM)
 Uso do contraste aumenta a sensibilidade da RM
 Os sítios primários mais frequentemente responsáveis são carcinomas de pulmão, mama, rim e colo retal.

Achados de imagem
 Presença de múltiplas lesões;
 Localização das lesões na junção da substância cinzenta om a substância branca;
 Margens circunscritas;
 Grande acúmulo de edema vasogênico em comparação com o tamanho da lesão

T1 axial – lesão nodular T2* axial – marcado T2 axial – leve hipersinal FLAIR axial – leve hipersinal no
expansiva córtico-subcortical hipossinal, levemente central e hipossinal periférico. componente central e halo de
no lobo temporal esquerdo heterogêneo hipossinal, com edema
com componente central As metástases têm limites bem perilesional
isointenso e halo de hipersinal. Nas metástases cerebrais, as definidos, com parênquima
Possivelmente decorrentes do imagens são arredondadas com cerebral deslocado e não
sangramento. Quando há iso ou hipossinal nas infiltrado.
hemorragia, ocorre um falso sequências pesadas em T1 e iso
hipersinal na difusão devido ao a hipersinal em T2, além de
artefato produzido pela acentuado edema perilesional.
presença de sangue.

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Metástase cerebral como apresentação inicial de adenocarcinoma papilífero de pulmão: relato de caso*
Por: Irving Gabriel Araújo Bispo, entre outros
Em: Radiol Bras. 2013 Set/Out;46(5):313
Metástases cerebrais são os mais frequentes tumores intracranianos em adultos. A incidência de metástases cerebrais vem
aumentando, tanto por conta do melhor diagnóstico de pequenas lesões detectadas na ressonância magnética (RM) quanto pela melhor
abordagem da doença sistêmica extracerebral. A tomografia computadorizada (TC) é o exame inicial na abordagem das doenças cerebrais,
entretanto, a RM é o melhor método de imagem para diagnóstico de metástase cerebral. O uso do contraste aumenta a sensibilidade da
RM em detectar pacientes com suspeita de metástase cerebral e diferenciá-la de outras lesões originárias do sistema nervoso central
(SNC). Achados de imagem que podem ajudar no diagnóstico diferencial de metástase cerebral com outras afecções são: presença de
múltiplas lesões; localização das lesões na junção da substância cinzenta com a substância branca; margens circunscritas; grande acúmulo
de edema vasogênico em comparação com o tamanho da lesão. Atualmente, com o uso de métodos avançados, a RM pode nos fornecer
mais do que localização e detalhes anatômicos das lesões. Dentre esses métodos, destacam-se a espectroscopia, a difusão e a perfusão,
que podem nos trazer informações sobre dados fisiológicos e composição química dos tumores do SNC. Ainda assim, em alguns casos,
as características da imagem não permitem distinguir metástases cerebrais de tumores malignos primários. Nessa situação, a biópsia é
necessária para definição do sítio primário. Em pacientes que se submetem a biópsia cerebral sem um tumor primário identificado, o
sítio pulmonar deve ser o primeiro foco avaliado. Carcinomas pouco diferenciados de origem pulmonar são difíceis de classificar, porque
podem estar ausentes algumas características específicas. Neste quadro, a imuno-histoquímica é imprescindível para a determinação do
tipo de câncer de pulmão.

Relato Do Caso
Paciente de 33 anos de idade, sexo feminino, admitida com queixa de crise convulsiva tônico-clônica, sem relato de crise anterior.
Foi encaminhada ao hospital de urgências, onde ficou internada durante 20 dias, sendo submetida a RM. Neste exame foram visualizadas
várias formações expansivas córtico-subcorticais em ambos os hemisférios cerebrais. A paciente foi encaminhada ao Hospital
Universitário para elucidação diagnóstica. Na admissão, apresentou-se sem nenhuma alteração significativa. As sorologias
infectoparasitárias foram negativas, e a TC de tórax e abdome total não revelou nenhuma alteração. Diante dos achados inespecíficos, e
não havendo a disponibilidade de estudo com perfusão e/ou espectroscopia, foi realizada biópsia cerebral. Os achados histopatológicos
foram sugestivos de metástase de carcinoma papilar, sendo a tireoide o sítio provável. No estudo imunohistoquímico a expressão para
marcadores TTF-1 e napsina-A (Figura 2), além da negatividade para tireoglobulina, identificou como sítio primário o tecido pulmonar
– metástase cerebral de adenocarcinoma papilífero de pulmão. A paciente foi encaminhada para radioterapia. Após a terceira sessão
apresentou lesões papulosas e eritematosas de face, além de lesões papulosas em tórax. Foi levantada a hipótese de síndrome de Steven-
Johnson e a paciente foi transferida para unidade de terapia intensiva. Após 45 dias de internamento, recebeu alta com programação de
continuar sessões de radioterapia.
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NEURIMAGEM: DOENÇA DE ALZHEIMER
Doença crônico degenerativa

4 fases
1. Perda de memória recente + atenção a + desorientação de tempo e espaço
2. Reconhecer e identificar objetos + execução de movimentos + fala
3. Alucinações
4. Movimento + memoria + compreender e responder com sinais
emocionais.

O que esperar na RM do Alzheimer?


 Não há testes específicos para o diagnóstico, sendo este
fundamentalmente clínico e de exclusão, amparado em exames
complementares
 Indicação sempre complementar ao diagnóstico clínico
 Atrofia dos lobos temporais
 Dilatação de ventrículos

Atrofia hipocampal

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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA DOENÇA DE ALZHEIMER


Por: ANDREIA GOMES DA SILVA entre outros

DOENÇA DE ALZHEIMER (MAL DE ALZHEIMER)


Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de estresse. O sintoma primário mais comum
é a perda de memória.
A evolução da doença está dividida em quatro fases:
Primeira fase dos sintomas: Os primeiros sintomas são muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento natural ou com
o estresse. O sintoma primário mais notável é a perda de memória de curto prazo (dificuldade em lembrar-se de fatos aprendidos
recentemente); o paciente perde a capacidade de dar atenção a algo e nota-se uma desorientação de tempo e espaço.
Segunda fase (demência inicial): Com o passar dos anos, conforme os neurônios morrem e a quantidade de neurotransmissores
diminui, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objetos e a execução de movimentos. Os problemas de linguagem implicam
normalmente na diminuição do vocabulário e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem.
Terceira fase: A degeneração progressiva dificulta a independência. A dificuldade na fala torna-se evidente e deixa de conseguir fazer
as mais simples tarefas diárias. Durante essa fase, os problemas de memória pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus
parentes e conhecidos tendo alterações de comportamento. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem ilusões e outros sintomas
relacionados. Incontinência urinária pode aparecer.
Quarta fase (terminal): Durante a última fase do Mal de Alzheimer, o paciente está completamente dependente das pessoas que tomam
conta dele. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. A sua massa
muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama; perdem a capacidade de comer
sozinhos. Por fim, vem a morte, que normalmente não é causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro fator externo, por exemplo,
adquiri a pneumonia.
Para Haaga ET al (2010, p. 338-339):
A doença de Alzheimer (DA), é o distúrbio demencial, mas comum em adultos idosos, tem sido reconhecida
como um dos mais significativos problemas de saúde dos séculos XX e XXI. Estima-se que a DA afete 10%
da população acima de 65 anos de idade e 85% dos indivíduos com mais de 85 anos de idade. É a doença
demencial mais comum da velhice. De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorderes –
Manual Diagnostico e Estatístico de Distúrbios Mentais (DSM-IV), pacientes portadores de DA se
apresentam com “uma perda multifacetada da capacidade intelectual, como memória, julgamento,
pensamento abstrato e outras funções corticais mais elevadas, e mudanças na personalidade e
comportamento.
.
Na DA, a evidência neuropatológica demonstra grave perda focal celular e formação de emaranhados neurofibrilares no
subículo e no córtex entorrinal. O padrão focal da patologia nessa região aparentemente isola a formação hipocampal da maior parte de
sua saída e de sua entrada, o que contribui para o distúrbio de memória característico dos pacientes com DA. As mudanças patológicas
incluem proliferação de placas senis com proteína beta-amiloide, emaranhados neurofibrilares dentro dos neurônios com proteína tau,
degeneração granulovacuolar com perda neuronal progressiva e atrofia de formação hipocampal. Existem também déficits de
neurotransmissores e uma grave perda na densidade dos terminais sinápticos. Devido ao envolvimento dessa região, a DA tem sido
caracterizada como demência hipocampal.

A DOENÇA VISTA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA


As imagens em ressonância magnética têm maior capacidade de demonstrar diferentes estruturas do cérebro, por possuir melhor
definição de contraste para tecidos moles, e têm facilidade de demonstrar mínimas alterações, possibilitando uma imagem detalhada do
cérebro.
De acordo com Haaga ET al (2010,p. 340), As mudanças do lobo temporal são marcadores estruturais altamente sensíveis da
DA. Quase todos os pacientes com DA mostram ao menos um grau moderado de atrofia do hipocampo, além de atrofia do giro para-
hipocampal, do giro denteado e do subículo. Essas mudanças atróficas causam o aumento da fissura transversa de Bichat e das extensões
hipocampal e coroidal, além de dilatação do corno temporal. As imagens coronais de RM de alta resolução perpendiculares ao eixo do
lobo temporal e do corno temporal mostram essa anatomia de maneira ideal, mas mesmo uma leve atrofia hipocampal e a resultante
dilatação das fissuras Peri-hipocampais podem ser vistas.
O estudo longitudinal de indivíduos normais e pacientes com DA referente a mudanças cerebrais estruturais mostra um grande
aumento da taxa de mudanças nos pacientes com DA em comparação com os pacientes normais. Descobrimos que 90% dos pacientes
com DA mostraram uma progressiva atrofia dos lobos temporais quando submetidos ao estudo longitudinal durante um período de três
anos. O mais importante é que a presença de atrofia do lobo temporal medial em indivíduos cognitivamente normais está correlacionada
ao desempenho da memória e ao declínio progressivo da memória.

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NEURIMAGEM: LESÃO MEDULAR
Anatomia da medula espinhal
 A medula espinhal está dentro do canal vertebral e estende-se desde C1 até L1-L2, abaixo
deste nível encontra-se a cauda equina.
 Possui aproximadamente 45 cm.
 Conexão com os nervos espinhais
 31 pares 8 cervicais
 12 torácicos
 5 lombares
 5 sacrais
 1 coccígeo
 Substância branca
 Axônios de neurônios localizados na substancia cinzenta
 Ascendentes e descendentes
 Comunicação com o encéfalo
 Dispostas paralelamente ao eixo longitudinal
 Substância cinzenta  forma de borboleta
 Canal medular

Função geral
 Propagação do impulso nervoso aferente e eferente
 Tratos da substância branca
 Integração da informação
 Substância cinzenta

Mecanismo de lesão

Hiperflexão da coluna Hiperflexão da coluna Distração da coluna Compressão axial da coluna

Radiografia
 Os sinais radiográficos
 Aumento de partes moles retrofaríngea: maior que 10 mm, na altura de C3 e C4;
 Presença de fratura completa do corpo vertebral
 Desalinhamento
 Diminuição da altura do espaço discal: devido a um trauma no disco intervertebral;
 Aumento da distância entre os processos espinhosos;
 Variações na altura dos corpos vertebrais: associados geralmente a fraturas em
cunha.

Ressonância magnética
 Déficit neurológico
 Instabilidade mecânica
 Detectar compressão da medula espinhal por osso, disco ou hematoma
 Decidir se será necessária uma cirurgia descompressiva
Imagem sagital da coluna cervical ponderada em T2.
Hérnia discal pós-traumática de C5-C6, comprimindo a medula espinhal
Hiperssinal estendendo-se de C4 até C7
IMAGEM DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO: ARTRITE E ARTROSE
Diferença entre artrite e artrose?
Artrite
 Hematológica
 Imunomediada
 Simetrica
Artrose
 Doença degenerativa exclusivamente articular
 Estresso crônico ou gatilho (pós-traumático)
Alterações
 Aumento de partes moles periarticulares (Artrite)
 Osteopenia periarticular (Artrite)
 Redução do espaço articular (Artrite e Artrose)
 Erosões ósseas subcondrais marginais e centrais
(esclerose subcondral)
 Osteofitos marginais (Artrose)
 Em estágios mais avançados:
 Subluxações
 Deformidades e anquilose óssea
 Representando a perda da função articular
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Diagnóstico por imagem da artrite reumatoide inicial
Por: Licia Maria Henrique da Mota, entre outros
Em: Rev Bras Reumatol 2012;52(5):757-766
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória sistêmica crônica e progressiva que acomete preferencialmente a
membrana sinovial, podendo levar à destruição óssea e cartilaginosa. Trata-se de condição frequente (1%–2% da população mundial),
com ocorrência observada em todos os grupos étnicos. Nos últimos anos a generalização do conceito de AR “inicial” ou “precoce” e da
existência de uma janela de oportunidade terapêutica – período de tempo no qual a instituição de terapia adequada para a doença
acarretaria marcada melhora clínica – firmou a noção de que diagnóstico e tratamento precoces podem modificar o curso da doença.
Concomitantemente, foram desenvolvidos ou aprimorados métodos laboratoriais e de imagem que contribuíram para o diagnóstico mais
precoce e a determinação de um prognóstico da AR inicial, além de terem sido instituídas mudanças na forma de abordagem terapêutica
da doença, com a utilização de novas classes de drogas.
O diagnóstico da AR é estabelecido considerando-se uma associação de achados clínicos. Nenhum teste laboratorial, achado
histológico ou exame de imagem, isoladamente, é capaz de confirmá-lo. Quando a AR se apresenta em sua forma bem-definida, com
todos os comemorativos clássicos, o reconhecimento é simples. O diagnóstico na fase precoce da doença, entretanto, é especialmente
difícil, já que alterações sorológicas e radiológicas características muitas vezes estão ausentes. Embora o reconhecimento da AR inicial
seja eminentemente clínico, diversos exames complementares podem ser utilizados para auxiliar na confirmação diagnóstica, no
diagnóstico diferencial, na determinação de prognóstico e no acompanhamento da doença. O presente artigo traz uma breve revisão
sobre os principais exames de imagem utilizados para o diagnóstico e o manejo da AR em sua fase inicial, notadamente a radiologia
convencional, a ultrassonografia (US) e a ressonância magnética (RM).

Exames De Imagem
Diversos métodos de imagem são utilizados na avaliação da AR, incluindo radiologia convencional, US, cintilografia óssea,
tomografia computadorizada (TC), RM e densitometria óssea. A cintilografia óssea, apesar de ser um método de alta sensibilidade para
a detecção de condições que levem à atividade metabólica aumentada (como a inflamação articular), possui baixas especificidade e
resolução espacial. A TC, a despeito de sua alta resolução espacial, tem resolução de contraste limitada, restringindo seu uso na avaliação
de partes moles, além de não permitir a detecção de edema ósseo medular, limitando sua utilidade na AR precoce. Já a densitometria
óssea, embora seja o melhor método para detectar perda de massa óssea, pouco permite inferir além desse dado em si, que é inespecífico
e encontrado em outras condições além da AR; ademais, ainda requer padronização para a finalidade específica de avaliar atividade da
doença. Mais recentemente, métodos de imagem molecular, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) e a tomografia
computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), têm sido utilizados para diagnosticar, caracterizar e monitorar a atividade de
doenças inflamatórias, incluindo a AR. A PET/TC utilizando (19)F-fluorodesoxiglicose, por exemplo, detecta com fidelidade a atividade
inflamatória em grandes articulações de pacientes com AR e pode ser útil na avaliação precoce da extensão da AR. Embora o real papel
dessas novas técnicas na investigação da AR ainda não esteja estabelecido, as mesmas são promissoras e é possível que, no futuro, passem
a ter um papel mais importante no diagnóstico e na avaliação de atividade da doença. Isso posto, três são os métodos mais utilizados
atualmente na avaliação por imagem da AR, pelo tempo de emprego dos mesmos e pela experiência acumulada com seu uso: a radiologia
convencional, a US e a RM.

Radiografia
A radiologia convencional ainda é um exame de primeira linha na investigação da AR (seja na modalidade analógica ou na forma digital),
indispensável para todos os pacientes já na primeira consulta, já que as alterações radiográficas fazem parte dos critérios diagnósticos da
AR.10 Além disso, o exame é relativamente barato e de disponibilidade praticamente universal. Todavia, o método não é sensível para
demonstrar as alterações mais precoces da doença, principalmente erosões ósseas; edema de partes moles e osteoporose justa-articular
são alguns dos primeiros achados radiográficos a surgir. Os locais primeiramente acometidos às radiografias costumam ser as articulações
metacarpofalangeanas (sobretudo a segunda e a terceira), metatarsofalangeanas (em especial a quinta), interfalangeanas proximais e
processos estiloides da ulna e do rádio. As lesões mais características só aparecem tardiamente à radiografia, e incluem redução do espaço
articular (por destruição da cartilagem) e erosões ósseas (Figura 2). Em pacientes com AR avaliados precocemente, apenas 13%
apresentam erosões à radiografia convencional na primeira avaliação, 28% após 12 meses, 75% após 24 meses e 90% após 60 meses de
acompanhamento. Nas fases tardias, sequelas como deformidades, subluxações e anquilose podem ser notadas. Nenhuma dessas
alterações é patognomônica, mas sua presença, sobretudo se simétrica, associada ao quadro clínico, sugere fortemente a doença. Todos
os pacientes devem ter uma radiografia inicial de base que permita o acompanhamento radiográfico, visando avaliar a progressão da
doença e a resposta ao tratamento.
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 Leve subluxação ulnar da segunda e terceira articulações  Osteopenia justarticular.


MCF na mão direita e segunda articulação MCF na mão  Os espaços cartilaginosos das articulações carpais, MCF e
esquerda. IFP estão difusamente estreitados, e erosões estão presentes
 Erosões marginais envolvendo as cabeças metacarpais particularmente nas articulações MCF.
estão presentes nesses locais.  Não se observam alterações ósseas hipertróficas, como
 As outras articulações parecem estar relativamente osteófitos.
preservadas.  Diagnóstico: Artrite reumatoide
 Diagnóstico: Artrite reumatoide

 Acetábulos protrusos bilaterais  Corpos livres densos e arredondados dentro da articulação


 Osteófitos não foram observados  Estreitamento assimétrico do espaço articular
 A estrutura óssea parece normal  Esclerose subcondral
 Diagnóstico: Artrite reumatoide.  Formação de osteófitos
 Diagnóstico: Osteocondromatose sinovial secundária.
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Radiografia das mãos: elementos típicos em artropatias comuns
Por: Anabela Barcelos, Dolores Nour e José António P. Silva
Em: ACTA REUM PORT. 2002;27:201-209

Radiografia das mãos na Osteoartrose


A Osteoartrose (OA) é a artropatia mais frequente nos adultos, afectando todas as raças. Nas mãos, predomina no sexo feminino
e surge quase exclusivamente após a menopausa. Trata-se de uma doença degenerativa exclusivamente articular (isto é, sem repercussão
sistémica ou sobre outros orgãos) que se caracteriza por uma progressiva perda da cartilagem articular, formação de nova cartilagem e
novo osso na periferia das articulações (osteófitos marginais) e alterações do osso subcondral. As alterações radiográficas encontradas
são muito características e por isso constituem uma ajuda importante, por vezes fundamental, para o diagnóstico, para a classificação
quanto à sua gravidade e ainda para avaliar a evolução.
As alterações radiográficas típicas da OA incluem: 1. perda de espaço articular – geralmente assimétrico ou focal; 2. esclerose
subcondral (traduz o aumento da densidade óssea do osso subjacente à cartilagem articular e resulta da redução da capacidade de
amortecimento da carga pela cartilagem articular permitindo contatos mais violentos entre os topos ósseos articulares); 3. presença de
osteófitos (ossificações na periferia da articulação).
As articulações tipicamente atingidas são as interfalângicas proximais e distais, quadro que clinicamente se traduz nos nódulos
de Bouchard e Heberdeen, respectivamente. Por esta razão é designada por artrose nodal. Quando a localização predominante é a
proximal, impõe-se o diagnóstico diferencial com Artrite Reumatóide enquanto o predomínio distal pode sugerir a Artrite Psoriática.
Outra localização frequente é a da 1ª carpometacarpofalângica – rizartrose.
As interfalângicas proximais e distais podem apresentar desvios consideráveis, radiais ou cubitais, dentro do mesmo segmento
digital. Este facto pode dar às falanges um aspecto «desorganizado» que contrasta com o desvio mais homogeneamente cubital dos
desvios típicos da Artrite Reumatóide.
Ocasionalmente a existência de microfracturas no osso subcondral permite a passagem de líquido sinovial para o interior do
osso ficando aí acantonado sob a forma de um geodo ou quisto subcondral. A tumefacção de tecidos moles não é habitual na OA e a
anquilose é excepcional na OA das mãos, mesmo em fases muito avançadas. Muito raramente podem surgir verdadeiras erosões,
tradutoras de formas particularmente evolutivas de artrose nodal. A sua distinção das artropatias inflamatória pode ser, nesses casos,
bastante difícil quer clínica quer radiograficamente.
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IMAGEM DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO: LUXAÇÕES, SUBLUXAÇÕES E
FRATURAS
Luxações e subluxações
 Dor
 Dificuldade de movimentação
 Edema assimétrico
 A função e a forca limitadas pela dor
 Parestesia ou formigamento
 Redução incruenta  Manipulação externa
 Redução cruenta  Cirúrgica
 Imobilização  refazer a exame de imagem

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Relato de caso
Luxação posterior da articulac¸ão esternoclavicular: relato de dois casos
Por: José Labronici, entre outros
Em: r e v b r a s o r t o p . 2 0 1 6;5 1(5):601–605

Paciente de 18 anos, masculino, lado não dominante, relata ter sofrido uma queda no futebol do tipo alavanca (cama de gato) e caiu sobre
o ombro esquerdo. Deu entrada na emergência do hospital após 45 minutos do acidente, com dor na cintura escapular esquerda,
especialmente sobre a articulação esternoclavicular, com dificuldade de movimentação do braço. Negou parestesia ou formigamento no
membro, dificuldade respiratória ou dor na região cervical. No exame físico, a pele estava normal, com um discreto edema assimétrico
no lado esquerdo. A função e a forca estavam limitadas pela dor. O paciente apresentava dor ao apalpar sobre a articulação
esternoclavicular esquerda. O exame neuromuscular da extremidade superior esquerda estava normal. O exame radiográfico mostrou
assimetria da articulação esternoclavicular esquerda e o paciente foi conduzido imediatamente para fazer a TC. O paciente foi examinado
dois dias após a lesão pela equipe do trauma e foi eleito o tratamento com redução incruentada luxação. Foi conduzido ao centro cirúrgico
e feita anestesia geral. Foi posicionado em supino com um coxin na região dorsal, entre os ombros, e feita a redução incruenta, com
auxílio de uma pinça de ponta inserida percutaneamente. No momento da redução foi sentido um clunck e tanto no exame clínico como
na radioscopia a luxação se apresentava reduzida. O paciente foi imobilizado com uma tipoia e conduzido para a radiologia para refazer
a TC. O resultado mostrou que a redução tinha sido perdida, foi remarcado o tratamento com redução aberta e fixação.
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 Radiografias AP e lateral do cotovelo.  Radiografia AP do ombro direito.


 O epicôndilo medial foi avulsionado do úmero distal  A cabeça umeral está localizada em uma posição
durante uma luxação posterior do cotovelo. subcoracoide, com a diáfise umeral estendida superiormente.
 O plano de fratura passa através da placa apofisária, e o  Observam-se pequenos fragmentos avulsionados do
fragmento se interpõe entre a tróclea e a ulna, impedindo a tubérculo maior.
redução da luxação.  A paciente não conseguia abaixar o braço.
 Diagnóstico: Luxação posterior do cotovelo com  Diagnóstico: Luxação glenoumeral inferior.
encarceramento do epicôndilo medial.
 Radiografia AP do ombro.  Radiografias AP e lateral do cotovelo.
 A cabeça umeral está em rotação medial extrema  Presença de luxação posterior do cotovelo, sem fraturas.
 A cabeça umeral está posicionada muito lateralmente em  Diagnóstico: Luxação posterior do cotovelo.
relação ao processo glenoide.
 Diagnóstico: Luxação posterior do ombro.

 Vista AP do quadril esquerdo (B)  Radiografia AP do quadril direito demonstra uma artroplastia
 Desvio superior e lateral do fêmur esquerdo. total de quadril, com luxação superior e lateral da cabeça
 Diagnóstico: Luxação posterior do quadril. femoral protética
 A prótese possui componentes acetabular e femoral
cimentados
 Diagnóstico: Luxação de artroplastia total de quadril.

 Fratura no terço proximal da diáfise do 4° metacarpal com  Fratura cominutiva da diáfise distal do rádio na junção dos
encurtamento e angulação radial do ápice terços médio e distal, com angulação volar do fragmento distal
 Subluxação da 4° articulação CMC  Luxação dorsal da articulação radioulnar distal.
 Luxação completa da 5° articulação CMC com o 5°  Diagnóstico: Fratura-luxação de Galeazzi.
metacarpal desviado no sentido volar para a eminência
hipotenar e proximalmente
 Diagnóstico: Fratura do quarto metacarpal; luxação volar da
quinta articulação CMC.
IMAGEM DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO: ESCOLIOSE

COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):161-170

A avaliação e mensuração de ângulos nas radiografias são práticas frequentes Ortopedia. O método de Cobb avalia a intensidade da
deformidade angular em escolioses e é o método mais mencionado
na literatura para a avaliação da Escoliose Idiopática do Adolescente
(EIA). Ele é usado tanto nas radiografias convencionais como nas
radiografias realizadas em aparelhos digitais. Nas radiografias
digitais, o ângulo de Cobb pode ser medido por programas
especiais, na tela do computador, porém, ele é medido de modo
manual na imagem digitalizada impressa em películas radiográficas
com mais frequência. Nesses casos, os ângulos são obtidos da
mesma maneira que em radiografias convencionais, pela
demarcação das vértebras limite das curvas, e a determinação do
valor angular com o auxílio de goniômetro. O método de Cobb é
utilizado tanto para a documentação da progressão da curva como
para selecionar e avaliar a efetividade do tratamento. Muitas vezes,
a decisão sobre o tratamento depende dos valores angulares obtidos
nas diferentes radiografias. O método de Cobb também está sujeito
a variações que podem estar relacionadas a diferentes fatores como:
dificuldades na seleção das vértebras limítrofes das curvas
escolióticas; diferenças entre os valores obtidos pelo mesmo
observador ou por examinadores diferentes; erros intrínsecos dos
equipamentos utilizados para a avaliação angular e erros relacio-
nados à qualidade técnica das radiografias. Morrissy et al., em 1990,
avaliam radiografias de escolioses, de etiologias diversas, com curvas
variando de 20 a 40º por três métodos diferentes, e concluem que
os ângulos obtidos diferem significativamente entre os
examinadores, mas a diferença é menor quando eles usam os
mesmos goniômetros. Loder et al., em 2007, desenharam ângulos e
avaliaram a diferença de valores angulares, obtidos com
goniômetros fixos e articulados. Os autores reportaram diferença
intra e interobservadores, concluindo que essas diferenças são
menores quando se usam goniômetros fixos. Wills et al., também
em 2007, compararam a mensuração de escolioses pelo método de
Cobb em radiografias convencionais e radiografias digitais (medidas no computador e no filme radiográfico). Não houve diferenças
significativas entre os dois métodos.
Ângulo de cobb

Como deve ser o RX: Radiografia frontal em


bipedestação.

Como calcular: Duas linhas são traçadas. Uma das linhas


no platô superior da vertebra com maior curvatura na
extremidade superior da curvatura escoliótica. A segunda
linha é traçada no platô inferior da vertebra com maior
curvatura da extremidade inferior da curvatura
escoliótica.

Valores: valores ≤ 10° são considerados normais.


IMAGEM DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO: OSTEOPOROSE
Raio X da osteoporose
 RX  perda superior a 30%
 Os achados mais evidentes da osteoporose
 Diminuição do contraste radiológico entre o interior do osso e os tecidos moles adjacentes
 Acentuação dos contornos
 Deformidades ósseas
 Taxa normal de perda de massa óssea  0,5% ao ano
 Menopausa  até 3% ao ano.

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Diagnóstico por Imagem na Osteoporose
Por: Eduardo de Souza Meirelles
A atual definição de osteoporose engloba uma diminuição da massa óssea ou osteopenia, associada à desorganização da
microarquitetura óssea e ao aumento do risco de fraturas ósseas. Os locais do esqueleto mais importantes para serem estudados são
aqueles que apresentam o maior índice de fraturas por fragilidade óssea, ou seja, a coluna vertebral dorso-lombar, o terço proximal do
fêmur, o terço distal do rádio e o terço proximal do úmero. A radiografia simples é de baixa sensibilidade, só evidenciando a perda de
massa óssea ou osteopenia da osteoporose, quando esta for superior a 30% até 50%.
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 Graves subluxações nas articulações MCF  Os ossos do carpo são pequenos e escleróticos.
 Desvio ulnar acentuado dos dedos  Os demais ossos são osteopênicos.
 A densidade óssea é osteogênica  Diagnóstico: Artrite idiopática juvenil.
 Diagnóstico: Lúpus eritematoso sistêmico.

 Os ossos estão osteoporóticos  Radiografia lateral da parte lombar da coluna vertebral.


 Várias fraturas consolidadas da diáfise femoral  A coluna está profundamente osteoporótica, com fraturas
 Graves deformidades em arqueamento posterior das pernas por insuficiência das placas terminais superiores de T12 a L3.
 As epífises dos joelhos estão dilatadas e apresentam uma  Encunhamento ou vertebras bicôncavas
aparência de milho de pipoca
 Diagnóstico: Osteogênese imperfeita.
IMAGEM DO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO: DPOC
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
 A DPOC envolve a destruição de septos alveolares nos pulmões,
associada a uma dilatação parcialmente irreversível de pequenas vias
aéreas.
• Fator causal: fumo
• 5° maior causa de internação no SUS de pessoas com idade superior a 40
anos, com cerca de 200 mil internações/ano

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Diagnóstico Radiológico da DPOC
Por: Dequitier C. Machado, entre outros
EM: Pulmão RJ 2013;22(2):45-49
A DPOC é definida como uma condição caracterizada por limitação fixa ao fluxo aéreo, e seus protótipos clínicos e
patológicos são a bronquite crônica e o enfisema pulmonar (1,2). Seu diagnóstico baseia-se em dados funcionais respiratórios,
manifestações clínicas características, achados radiológicos sugestivos e, por fim, alterações anatomopatológicas definitivas.
A DPOC apresenta distribuição cosmopolita, uma vez que seu principal fator causal é o fumo de tabaco
(1), hábito difundido pela maioria das sociedades do planeta. Sua patogenia é complexa, mas dois mecanismos são muito importantes:
em primeiro lugar, a fragilidade estrutural provocada pela elastólise, que pode ser secundária a um distúrbio constitucional ou a um
aumento da proteólise, e, em segundo, a obstrução de vias aéreas provocada por perda da tração elástica ou por alterações inflamatórias
(3). A evolução clínica é variável, desde a limitação mínima às atividades cotidianas até a insuficiência respiratória crônica, com
necessidade de oxigenoterapia domiciliar. A preocupação com o estudo das alterações dos pulmões acometidos por enfisema é bastante
antiga na medicina e vem adquirindo ainda maior importância com o passar dos anos, especialmente em decorrência do grande aumento
do tabagismo.
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Achados radiológicos
• O rendimento da avaliação da DPOC pelo estudo radiológico simples é bastante limitado, não havendo anormalidade na
radiografia se não existir aprisionamento de ar
• Diafragma rebaixado ou retificado
• Aumento do espaço claro retroesternal (maior que 3 cm)
• Aumento do diâmetro anteroposterior,
• Coração alongado e verticalizado, permanecendo afilado
• Presença de bolhas é inferida pela identificação de área de maior radiotransparência, avascular, podendo ou não estar
delimitada por fina linha branca.
• Os achados de enfisema na radiografia incluem aumento da transparência pulmonar, caracterizada por hiperinsuflação
• Presença de bolhas (único achado específico)
• Alterações vasculares (atenuação da trama vascular periférica)

DPOC Pulmão saudável


• O grande problema clínico destes achados radiográficos é a inespecificidade deles, pois alguns dos achados encontrado no DPOC
também podem ser encontrados na:
• Hipertensão pulmonar
• Asma
• Achados radiológicos, em geral, são manifestações tardias na história natural dessa doença
• O maior valor da radiografia simples é excluir outros diagnósticos, como pneumonia, insuficiência cardíaca e pneumotórax.

Tomografia computadorizada na DPOC

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A imagem e a DPOC
Por: Bruno Hochhegger
Em: J Bras Pneumol. 2015;41(6):487-488
DPOC envolve a destruição de septos alveolares nos pulmões, associada a uma dilatação parcialmente irreversível de
pequenas vias aéreas. O primeiro processo leva a perda de superfície para trocas gasosas (componente restritivo), enquanto o segundo
acarreta prejuízos a um adequado ciclo ventilatório (componente obstrutivo). Revela-se uma entidade de extrema relevância em saúde
pública, devido a sua elevada prevalência, e estando associada à ocorrência de câncer de pulmão e à diminuição de expectativa e de
qualidade de vida.
O diagnóstico da DPOC baseia-se na combinação de achados clínicos e alterações nos testes de função pulmonar, sobretudo
a espirometria. A obtenção de um índice de Tiffeneau (relação VEF1/CVF) inferior a 70% do previsto após prova broncodilatadora é
considerada como critério diagnóstico da doença. Além disso, a classificação da Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonary Disease
agrupa pacientes em classes de gravidade, no intuito de sistematizar as abordagens terapêuticas. Entretanto, a relação entre o VEF1 e a
sintomatologia demonstra ser limitada, havendo dissociação entre a classe Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonary Disease e a
gravidade dos sintomas em diversos pacientes.
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IMAGEM DO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO: DERRAME PLEURAL
• Nos derrames pleurais a distribuição do líquido depende da posição do paciente.
• Em ortostatismo o líquido tende a se acumular nas porções inferiores, determinando uma opacidade homogênea, que oblitera o
seio costofrênico e distribui-se nos contornos do pulmão, com a forma de menisco
• O acúmulo de 200ml de líquido na cavidade pleural é suficiente para apagar o seio costofrênico na radiografia de tórax em PA.
• A radiografia em decúbito lateral com raios horizontais é mais sensível do que a em posição ortostática para o diagnóstico de
derrame pleural e pode demonstrar coleção pleural de 5ml.

O derrame pleural na radiografia em PA pode aparecer de três formas:


a) Preenchendo os seios costofrênicos,
b) Formando um menisco lateralmente com curvatura voltada para cima (borda superior
côncava),
c) Ocultando-se na região subpulmonar.
d) Formando opacidades periféricas em “calota” quando está septado ou encistado
(derrames inflamatórios).

Principais achados radiológicos


• Aumento homogêneo da densidade do hemitórax envolvido
• Quando volumoso desvio contralateral das estruturas
• Perda do contorno normal do hemidiafragma
• Obliteração do seio costofrênico (sinal do menisco)

Hemitórax direito opaco Radiografia em posição ortostática em paciente que se recupera de


Sinais de efeito de massa  lesão expansiva no hemitórax revascularização miocárdica.
direito. Desvio de traqueia
Desvio do mediastino para o hemitórax contralateral  desvio
da traqueia e da margem lateral do coração para a esquerda.
Lesões expansivas também ocasionam deslocamento inferior
do hemidiafragma
O efeito de massa também pode ampliar a distância entre as
costelas.
Radiografia em decúbito lateral esquerdo mostra derrame não Derrame pleural
loculado no lado mais baixo (seta). Velamento de lobos pulmonares medianos e basais direitos.
IMAGEM DO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO: PNEUMOTORAX
• Entrada de ar no espaço pleural
• Colapso do parênquima pulmonar acometido, comprometendo a
ventilação proporcionalmente ao volume da lesão
• Sinais e sintomas
• Presença de dispnéia
• Dor torácica
• Diminuição do murmúrio vesicular
• Hipertimpanismo
• Presença de enfisema subcutâneo do lado acometido

Principais achados radiológicos


• Borramento dos seios cardiofrênico e costofrênico
• Deslocado da parede torácica
• Ausência de trama vascular
• Aumento da radiotransparência dos quadrantes superiores do abdome.

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RELATO DE CASO
Tratamento conservador de pneumotorax traumático em idoso
Por André Luciano Baitello, entre outros
Em: Arq. Ciênc. Saúde. 2014/Abr-Jun; 21(2)15-7

Introdução
O pneumotórax simples ocorre em virtude da entrada de ar no espaço pleural, o que colapsa o parênquima pulmonar acometido,
comprometendo a ventilação proporcionalmente ao volume da lesão, sendo o pneumotórax hipertensivo a complicação mais temida. O
diagnóstico baseia-se clinicamente na presença de dispnéia, dor torácica, diminuição do murmúrio vesicular, hipertimpanismo e presença
de enfisema subcutâneo do lado acometido. Dentre os exames de imagem são utilizados radiografia e tomografia computadorizada de
tórax. Esta última fornece maior detalhamento da extensão do comprometimento parenquimatoso e identifica possíveis lesões associadas.
O perfil demográfico da população brasileira mostra um aumento considerável da população acima de 60 anos. As lesões causadas por
acidentes estão em quinto lugar como causa de óbito em pessoas idosas, sendo que as quedas representam cerca de dois terços desses
acidentes, tornando-se um dos principais determinantes de morbimortalidade nessa população. O presente relato de caso tem por
objetivo expor ao leitor uma modalidade conservadora de tratamento para o pneumotórax traumático em paciente idoso, analisando os
diferentes métodos de tratamento disponíveis e as características particulares dos idosos, vítimas de trauma torácico.

Relato do caso
Um paciente do sexo masculino, 81 anos, portador de déficit visual e auditivo, vítima de trauma, após queda de 3 metros, apresentou
dor torácica inespecífica e leve dispneia. Procurou atendimento médico na Unidade Básica de Saúde, onde foi realizado radiografia de
tórax; o exame estava dentro da normalidade. Foi tratado com analgésicos e anti-inflamatório. Após quatro dias, sem melhora do quadro,
procurou o hospital terciário. No exame físico apresentava diminuição do murmúrio vesicular e enfisema subcutâneo no hemitórax
direito. Foram realizados radiograma e tomografia computadorizada de tórax. A radiografia de tórax mostrava presença de enfisema
subcutâneo no hemitórax direito e borramento dos seios cardiofrênico e costofrênico direito. A tomografia computadorizada revelou
enfisema subcutâneo no hemitórax direito, além de imagens de pneumotórax pequeno na base do hemitórax direito. Optou-se pelo
tratamento conservador, realizando-se a monitorização clínica com oximetria de pulso. O paciente permaneceu em observação, fazendo
uso de medicação analgésica e controle radiológico. O quadro do paciente permaneceu estável durante a internação. Após dois dias da
admissão hospitalar, o quadro evoluiu bem e o paciente recebeu alta com acompanhamento ambulatorial.

Discussão
O tratamento convencional do
pneumotórax é realizado
sistematicamente com a drenagem
torácica em selo d’água, porém, esta
forma de tratamento não
infrequentemente determina acentuação
da dor com mais restrição ao leito e
complicações, com aumento da
permanência hospitalar e um possível
aumento na morbimortalidade,
associados a complicações
parenquimatosas, como atelectasia e
pneumonia. Os idosos estão mais
sujeitos a essas complicações e
mortalidade nos traumatismos de tórax,
assim como a própria drenagem de tórax
pode ser determinante de maior mortalidade nesse grupo de pacientes. O tratamento conservador para esse grupo de pacientes idosos é
uma opção uma opção terapêutica seletiva para pacientes estáveis e cooperativos.

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IMAGEM DO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO: ATELECTASIA
Atelectasia pulmonar consiste no colapso de um segmento, lobo ou todo o pulmão, causando diminuição do volume pulmonar,
alterando a relação ventilação/perfusão. Sinais:
• Insuficiência respiratória
• Cianose
• Quedas de saturação
• Redução dos ruídos respiratórios
• Redução da expansão da parede torácica

Condição muito frequente em UTI

Fatores etiológicos:
• hipoventilação pulmonar,
• Anestesias prolongadas,
• Posição supina,
• Secreções pulmonares,
• Pós-operatório
• Mal posicionamento de cânulas endotraqueais.

O diagnóstico radiológico diferencial deve ser feito com outras causas de consolidação pulmonar, como pneumonia, hemorragia,
infarto pulmonar, devendo-se valorizar a evolução temporal dos achados, uma vez que as mudanças na atelectasia ocorrem em horas e
as demais, em dias.

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Atelectasia pulmonar em recém-nascidos: etiologia e aspectos radiológicos
Por: Beatriz Regina Alvares, entre outros
Em: Sci Med. 2012;22(1):43-52
Atelectasia pulmonar consiste no colapso de um segmento, lobo ou todo o pulmão, causando diminuição do volume pulmonar,
alterando a relação ventilação/perfusão, provocando shunt pulmonar. Na suspeita clínica desta alteração em recém-nascidos, o exame
radiológico simples de tórax representa um dos procedimentos mais efetivos para esclarecimento diagnóstico.
As causas da atelectasia em recém-nascidos são baseadas no desequilíbrio entre a força de retração do pulmão e de expansão
da caixa torácica. Particularidades anatômicas e fisiológicas relacionadas às vias aéreas, ventilação colateral e a complacência da caixa
torácica exercem um papel importante no processo que causa o colapso alveolar no período neonatal.
As manifestações da atelectasia variam de sutis ou ausentes até a piora súbita do estado geral, insuficiência respiratória, cianose
e quedas de saturação. Caso ocorra acometimento de extensa área pulmonar, pode-se notar redução dos ruídos respiratórios, podendo
também existir redução da expansão da parede torácica.
O desenvolvimento da atelectasia está associado com vários efeitos fisiopatológicos, incluindo diminuição da complacência,
prejuízos na oxigenação, aumento da resistência vascular pulmonar e desenvolvimento de lesão pulmonar. Sua persistência pode estar
relacionada ao maior tempo de ventilação mecânica, hipoxemia, infecção broncopulmonar e, consequentemente, maior incidência de
displasia broncopulmonar.
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Principais achados radiológicos


1. Perda volumétrica  Aumento da radiopacidade nas porções pulmonares colapsadas
2. Deslocamento ipsilateral das cissural, hilar e mediastinal
3. Elevação diafragmática em direção ao lobo ou segmento pulmonar afetado
4. Os arcos costais do hemitórax comprometido podem apresentar espaços reduzidos
5. Hiperinsuflação compensatória do pulmão remanescente.
RN (18 dias) Opacidade está no lobo médio e obscurece a margem medial do
A cânula endotraqueal encontra-se localizada seletivamente no coração.
brônquio intermediário. Na projeção em perfil desse paciente, as margens estão
Obstrução do brônquio lobar do lobo superior direito (LSD) e o nitidamente demarcadas pelas fissuras, indicando a natureza lobar
brônquio principal esquerdo. Atelectasia do LSD e do pulmão do processo.
esquerdo. Estruturas radiotransparentes que exibem padrão de ramificação
Caracterizada por aumento da densidade radiológica. são observadas se projetando por ambas as opacidades
À direita, observa-se diminuição de volume do LSD
Hiperinsuflação compensadora dos lobos médio e inferior D.

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