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Neto, A.; Gonçalves, A.; Faria, D.; Reis, R.; Lapa Esteves, M.
PERTURBAÇÕES DO SONO
International Journal of Developmental and Educational Psychology, vol. 4, núm. 1, 2010, pp. 323-329
Asociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia, Adolescencia y Mayores
Badajoz, España
Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista
www.redalyc.org
Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
PSICOLOGÍA POSITIVA, NUEVAS TECNOLOGÍAS Y REALIDAD ACTUAL
PERTURBAÇÕES DO SONO
Neto, A.*, Gonçalves, A.*, Faria, D.*, Reis, R.*, Lapa Esteves, M.**
* Mestrandas de Psicologia Clínica do Instituto Superior Miguel Torga. Coimbra. Portugal.
Teléfono: 00351 969072389; 00351 917662317; 00351 967171226; 00351 912295583
Correo Electrónico: anasilvaneto@hotmail.com; aritabmgoncalves@gmail.com; danifa1986@hotmail.com;
rui_dani_creis@hotmail.com
** Professora do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), Coimbra. Membro do Conselho Científico do
ISMT. Investigadora do CEPESE/ISMT. Psicóloga Clínica. Doutorada em Desenvolvimento e Intervenção
Psicológica pela UEX (Espanha). Membro da Associação de Psicanálise e Psicoterapias Psicanalíticas de
Lisboa. Mestre de Reiki.
Teléfono: 00351 96 602 75 93
Correo Electrónico: fatilapesteves@hotmail.com
RESUMO
O sono tem um papel fundamental no equilíbrio físico e psicológico do indivíduo, uma vez que se
trata de um mecanismo homeostático que determina de forma significativa a qualidade de vida. Assim
o principal objectivo deste trabalho centrou-se na abordagem das Perturbações do Sono quer pela falta
quer pelo excesso do mesmo (insónias e hipersónias, respectivamente). Procedeu-se a uma revisão no
âmbito científico acerca desta temática ao longo dos últimos anos. Verificou-se que, tanto a insónia
como a hipersónia, afectam em média cerca de 10-25% da população em geral. Uma vez que este tipo
de perturbação é comórbida com as mais variadas patologias, deve ter-se em consideração a
veracidade e fidelidade do diagnóstico, a fim de obter quadros clínicos verdadeiros. Uma vez que se
trata de uma temática que está em permanente evolução e desenvolvimento, consideramos imperativo
o investimento por parte dos clínicos nestas investigações.
Esperamos com esta revisão, dar um contributo para toda a comunidade científica de modo a torná-
la uma pouco mais rica e actualizada.
ABSTRACT
Sleep has an important role in physical and psychological equilibrium of the individual, since it is a
homeostatic mechanism that significantly determines the quality of his life. Therefore the main objec-
tive of this work focused on the sleep disorders in the lack or the excess of it (insomnia and hyper-
somnia, respectively). There has been made a scientific revision about this topic over the past years. It
was found that both insomnia and hypersomnia, affect on average about 10-25% of the population in
general. Since this type of disorder is comorbid with a variety of conditions, you should notice that the
accuracy and reliability of diagnosis in order to obtain clinical true. Since this is an issue that is in con-
stant evolution and development, must consider the investment by clinicians in these investigations. We
expect that this review make a contribution to the entire scientific community, making it a little richer
and updated.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Insónia
O sistema nervoso central submete-se a diversas mudanças dinâmicas durante o sono,
coordenadas pelo prosencéfalo e protuberância, mediadas por neurotransmissores – norapinefrina,
serotonina e acetilcolina. As perturbações do sono são influenciadas por estes mecanismos
neurobiológicos (Kalia, 2006; Schwartz & Roth, 2008). A Insónia é uma das perturbações do sono mais
frequentes na população adulta, agravando-se com a idade, independentemente das características
psicológicas e físicas de cada indivíduo (Bloom et al, 2009). Chega a afectar 10% a 12% da população
em geral (Kallesta, Hansen, Langsrud, Hjemdal, & Stiles, 2009). Esta perturbação tem como principais
sintomas o cansaço, variações do humor e comportamento, disfunções cognitivas, lapsos de memória,
vontade de dormir durante o dia, irritabilidade, disfunções psicomotoras e diminuição da concentração
e vigilância (Bonneau et al, 2007; Fetveit, 2009; Szentkirályi, Madarász, & Novák, 2009). A
sintomatologia é heterogénea, sendo que a presença do sono durante o dia difere de indivíduo para
indivíduo (Szentkirályi et al, 2009). Vários factores podem influenciar o aparecimento deste tipo de
perturbação, nomeadamente, disfunções a nível psicológico e social, medicação, alterações fisiológicas
(sistema respiratório, por exemplo), idade, género, educação, estatuto, condições de trabalho, factores
ambientais, genéticos e comportamentais (Bonneau et al, 2007; Szentkirályi et al, 2009). Schmidt, Gay
e Linden (2008) demonstraram, num recente estudo, que as insónias também estão relacionadas com
a impulsividade. Esta é constituída por quatro facetas: urgência, premeditação, perseverança, e procura
de sensação. Apenas duas estão ligadas às insónias, a falta de perseverança (capacidade de se manter
concentrado numa tarefa aborrecida ou difícil) e urgência (impulsos fortes, frequentemente em
condições negativas de afecto). A urgência traduz-se numa actividade cognitiva negativa no início e
durante o sono e a perseverança em défices durante o dia (Schmidt, Gay & Linden, 2008). Esta
perturbação interfere de forma acentuada no dia-a-dia da população, tendo como principais
consequências a diminuição da qualidade de vida e do bem-estar físico e psicológico. Por exemplo,
verifica-se um grande impacto a nível social, pessoal e económico, isto é, afecta negativamente as
tarefas diárias, em casa, nas viagens e/ou no trabalho (Fetveit, 2009; LeBlanc, Bonneau, Mérettec,
Savard, Ivers & Morin, 2007; Maret et al, 2003; Piperidou et al, 2008; Schmidt et al, 2008; Szentkirályi
et al, 2009).
Hipersónia e Narcolepsia
A SED consiste na incapacidade do indivíduo em permanecer acordado durante os períodos de
vigília (Overeem et al, 2008). As consequências reflectem-se no desempenho cognitivo, principalmente
na memória, raciocínio e, na capacidade de planeamento estratégico (Bittencourt, Silva, Santos, Pires,
& Mello, 2005). Estes indivíduos relatam uma sensação quase contínua de sonolência durante o dia,
com ocorrência de episódios de sono irresistíveis (Overeem et al, 2008). Enquanto os ataques de sono
são típicos da narcolepsia, a SED (apesar das horas adequadas de sono durante a noite) é típica da
hipersónia de origem central (Billiard, 2007; Wise et al, 2007). Para além desta característica
diferenciadora, a narcolepsia apresenta também cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas
e fragmentação do sono (Coelho, Elias, Pradella-Halinan, Bittencourt, & Tufik, 2007; Melamed,
Delayahu, & Paleacu, 2009; Wise et al, 2007). Sendo a cataplexia o sinal mais característico (Martínez-
Rodríguez, Iranzo, Casamitjana, Graus, & Santamaria, 2007; Overeem et al, 2008). A cataplexia é
definida por episódios súbitos e transitórios de perda bilateral do tónus muscular, desencadeado por
uma situação emocional (Coelho et al, 2007; Overeem, 2008). As transições inapropriadas da vigília
para o sono REM são também uma característica (Wise et al, 2007). Os estudos apontam para um
período de início do sono significativamente maior nos narcolépticos (Kim, Shin, & Robinson, 2009).
Tem-se verificado que a narcolepsia está associada a um défice ou mesmo ausência de hipocretina-
1 e 2 (também designada como orexina A e B, respectivamente) no líquido cefalorraquidiano (Coelho,
2007; Martínez-Rodríguez et al, 2007; Murillo-Rodriguez, Arias-Carrión, Sanguino-Rodriguez,
González-Arias, & Haro, 2009; Overeem et al, 2008). Parece que esta deficiência de hipocretina,
produzida por neurónios situados no hipotálamo lateral, se deve a uma anomalia na transmissão
(Coelho, 2007; Nishino, 2007).
cardiovasculares, cerebrais e auto-imunes (Bloom et al, 2009; Maret, Dauvilliers & Tafti, 2003; McCrae,
2009). Os indivíduos com cancro, epilepsia e traumatismos cranianos também sofrem, frequentemente,
com este tipo de perturbação, o que pode comprometer o seu processo de reabilitação (Beetar,
Guilmette & Sparadeo, 1996; Dando, England & Dunn, 2009; O´Donoghue, Heneghan & Hurley, 2009;
Piperidou, Karlovasitou, Triantafyllou, Terzoudi, Constantinidis, Vadikolias, Heliopoulos, Vassilopoulos
& Balogiannis, 2008; Verma, Anand & Verma, 2007).
As mulheres são profundamente afectadas pelas insónias, principalmente durante a menopausa
(Shaver, 1998; Timura & Shain, 2009; Voderholzer, Al-Shajlawi, Weske, Feige, & Riemann, 2003).
Períodos de grande variação hormonal, nomeadamente, gravidez e ciclo menstrual também trazem uma
variação da qualidade do sono (Shaver, 1998).
Vários estudos têm revelado também uma associação entre a SED e outros quadros clínicos.
Inerente à narcolepsia surge por vezes a perturbação do comportamento do sono. Pensa-se que esteja
relacionada com a alteração (…) da hipocretina (Billiard, 2009). Relativamente às perturbações de
humor, afecta cerca de 10-40% dos pacientes podendo contribuir para a manutenção dos sintomas
(Kaplan, & Harvey, 2009). A dificuldade no reconhecimento da SED em crianças, têm alertado para um
investimento na história clínica, de modo a evitar diagnósticos errados (Yilmaz, Uyar, Adaletli, &
Kilincaslan, 2008). Os pacientes com enxaqueca também apresentam sonolência excessiva durante as
várias fases da crise (Barbanti, Fabbrini, Aurilia, Vanacore, & Cruccu, 2007). Os estudos referem ainda,
sonolência excessiva presente em pacientes idosos com diabetes tipo II manifestando um efeito
destrutivo na evolução desta última (Chasens, Sereika, & Burke, 2009).
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA.
1- Construção de um diário de sono – onde registam tanto os eventos que antecedem o dormir
como a consequência destes.
2- Técnica do relaxamento progressivo de Jacobson – através de exercícios levar a pessoa a
relaxar vários e diferentes grupos musculares.
3- Dessenssibilização Sistemática – reduzir as respostas de ansiedade e eliminar os
comportamentos de evitamento.
É importante referir que estas técnicas, só terão o efeito desejado se existir uma análise funcional,
ou seja, compreender as situações e os contextos em que ocorrem os comportamentos, bem como os
eventos que os antecedem e as suas consequências (Rios, Peixoto, & Senra, 2008).
Neste contexto, o nosso trabalho enquanto psicólogos, é o de ajudar a melhorar a qualidade de vida
dos nossos pacientes, trabalhando directamente com os seus sentimentos, expectativas e desejos de
uma vida saudável, através da diminuição do seu stress, ansiedade, depressão e fadiga.
CONCLUSÃO
Tanto as insónias como as hipersónias são perturbações do sono que interferem significativamente
com a vida do indivíduo (Billiard, 2007; Bloom et al, 2009; Overeem et al, 2008). Trata-se de patologias
sempre presentes na população e ao longo das diferentes etapas do ciclo de vida. Devem ser
devidamente diagnosticadas e tratadas, pois interferem verdadeiramente na vida do sujeito e dos que o
rodeiam.
O nosso papel como psicólogos na área da medicina do sono é, e deve ser, encarado como de
extrema importância, uma vez que somos nós que funcionamos como agentes fundamentais, desde a
avaliação neuropsicológica até ao tratamento. Deste modo, devemos estar atentos às particularidades
da história clínica, para que daí resultem quadros clínicos verdadeiros e consistentes. Para isso, é
necessário que se continue a investir no desenvolvimento de novas investigações.
Assim, todos nós devemos caminhar no sentido da felicidade e do bem-estar que passam também
pela saúde física, psicológica e social.
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