Você está na página 1de 50

WBA0922_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

NEUROPSICOLOGIA DO
ADULTO E IDOSO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Leitura crítica: Jéssica Aires da Silva Oliveira

Bem-vindo à disciplina Neuropsicologia do adulto e idoso do curso


de Neuropsicologia. A ementa da disciplina tem como finalidade
desenvolver suas habilidades para avaliação neuropsicológica com
foco no diagnóstico diferencial de possíveis comprometimentos
considerados normais ou patológicos na velhice.

Serão abordados quatro temas, em que o primeiro tem como


objetivo apresentar aos alunos os aspectos físicos e cognitivos
considerados normais durante o envelhecimento na fase adulta e
na velhice. Além disso, serão abordadas as variações desadaptativas
do envelhecimento visando destacar os principais determinantes do
processo de envelhecimento bem-sucedido, destacando as principais
queixas e sinais de alerta do envelhecimento patológico com ênfase
na diferenciação de ambos os processos.

O segundo tema visa desenvolver no aluno o raciocínio clínico, para


tanto, serão introduzidos conhecimentos básicos sobre os diferentes
tipos de comprometimento cognitivo na terceira idade, os quais
podem ou não ser associados às lesões tipicamente adquiridas nesta
faixa etária, além de indicar os níveis de intensidade desses prejuízos.

O terceiro tema aprofundará os conhecimentos sobre a avaliação


neuropsicológica nos casos de epilepsias, descrevendo quais as
áreas cerebrais são acometidas, os principais sintomas e os critérios
diagnósticos.

No quarto tema, finalizaremos a disciplina conceituando os


transtornos neurocognitivos comumente apresentados por idosos,
explorando as áreas cerebrais afetadas e as dimensões cognitivas que
2
são características de cada transtorno e o que contribuem para suas
manifestações mórbidas.

Esperamos que esta disciplina aprofunde os seus conhecimentos


sobre os caminhos do envelhecimento, e como o neuropsicólogo é
essencial para avaliação adequada das reais capacidades cognitivas e
funcionais dessa população.

Desejamos a todos os alunos uma excelente leitura.

Bons estudos.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

3
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Envelhecimento normal e patológico


______________________________________________________________
Autoria: Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Leitura crítica: Jéssica Aires da Silva Oliveira
DIRETO AO PONTO

O maior acesso à educação somado tanto ao desenvolvimento


de tecnologias quanto à disponibilidade de serviços de saúde,
contribuíram para o aumento da longevidade da população
mundial. Assim, com uma população mais velha atingindo
faixas etárias que, anteriormente, não eram esperadas para a
expectativa de vida, intrigou os pesquisadores para uma questão
ainda pouco explorada: “Como ocorre o envelhecimento bem-
sucedido na terceira idade?”.

A definição de envelhecimento bem-sucedido, descrita por Birren


e Schroots (1996) e apresentada por Papalia e Feldman (2013),
afirma que ele envolve diversos aspectos da vida que, muitas das
vezes, estão fora do controle do indivíduo, por exemplo: a cultura
na qual a sociedade está inserida; o acesso à educação formal,
bem como aos serviços de direito básico (ex.: saúde; assistência
social; moradia e outros). Tais aspectos determinarão os hábitos
e estilo de vida de uma pessoa, formando a sua personalidade.
Desta forma, na terceira idade todas essas pequenas influências
contribuem para produzir um processo de envelhecimento bem-
sucedido ou com a presença de vários quadros de saúde que
comprometem a autonomia e independência do idoso.

Nesse sentido, a atenção à saúde do idoso tem sido uma das


prioridades nas políticas públicas nas últimas décadas, cujo foco
está na prevenção e identificação precoce de possíveis agravos
à saúde. É nesse âmbito que a atuação do neuropsicólogo
se faz tão importante. A avaliação neuropsicológica do idoso
possibilita a identificação de possíveis déficits cognitivos que são
associados ao mau funcionamento de áreas cerebrais essenciais
para a cognição. A partir da identificação de quadros de saúde
que possam envolver comprometimentos leves, moderados

5
ou graves será possível à equipe de saúde desenvolver um
plano terapêutico de tratamento especializado, priorizando as
particularidades de cada indivíduo com vistas à: promoção de
ações de reabilitação cognitiva; adaptação do ambiente social e
familiar às necessidades do idoso, bem como em intervenções
psicoterápicas para adoção de mecanismos de enfrentamento
adaptativos frente às mudanças de vida que são inerentes nesta
fase do desenvolvimento humano.

Figura 1 – Esquema sobre o processo de envelhecimento na


terceira idade

Fonte: adaptada de Papalia e Feldman (2013).


6
Referências
MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; COSENZA, R. M. Neuropsicologia do
envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2013.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2013.

PARA SABER MAIS

Envelhecimento e a neuroplasticidade no cérebro do idoso

Mesmo durante o envelhecimento normal, em que há ausência de


doenças, tanto os humanos quanto outros animais experimentam
declínio cognitivo. Notadamente, as funções cognitivas que
dependem do lobo temporal medial e do córtex pré-frontal,
como aprendizagem, memória e função executiva, mostram
declínio considerável relacionado à idade (BURKE; BARNES, 2006).
Portanto, não é surpreendente que vários mecanismos neurais
nessas áreas do cérebro também parecem ser particularmente
vulneráveis durante o processo de envelhecimento.

Contudo, a revisão da literatura científica realizada por Goh e


Park (2009), apontou que, ao contrário do entendimento do
senso comum, os estudos comportamentais mais recentes
demonstraram que o processo de envelhecimento também está
associado à preservação de determinadas habilidades cognitivas.
Diante do o declínio neural global, em que há reduções na
espessura cortical, integridade da substância branca, atividade
dopaminérgica e envolvimento funcional em regiões posteriores
do cérebro, como o hipocampo e áreas occipitais, o próprio
cérebro faz o recrutamento neural compensatório, como
uma tentativa de aliviar os declínios cognitivos associados ao
envelhecimento.

7
Essa é a explicação proposta pela recentemente chamada Teoria
do Envelhecimento Cognitivo do Scaffolding (STAC) de Denise Park
e Patrícia Reuter-Lorenz. De acordo com essa teoria, o aumento
de atividade cerebral no lobo frontal, que se correlaciona com o
melhor desempenho comportamental em adultos mais velhos.
Esse resultado sugere que a neuroplasticidade atua como uma
resposta compensatória do cérebro no envelhecimento. Acredita-
se que os mecanismos envolvidos na plasticidade do sistema
nervoso apoiam a cognição, e alguns desses processos são
afetados durante o envelhecimento normal (BURKE; BARNES,
2006; GOH; PARK, 2009).

Embora avanços consideráveis, citados anteriormente tenham


sido feitos em para a compreensão da neurobiologia do
envelhecimento normal, ainda há muito a ser aprendido. Dado
que a média de vida está aumentando em todo o mundo, a
compreensão dos mecanismos cerebrais responsáveis pelo
declínio cognitivo relacionado à idade torna-se cada vez mais
importante (BURKE; BARNES, 2006).

Referências
BURKE, S. N.; BARNES, Carol A. Neural plasticity in the ageing brain. Nature
reviews neuroscience, Londres, v. 7, n. 1, p. 30-40, 2006.
GOH, J. O.; PARK, D. C. Neuroplasticity and cognitive aging: the scaffolding
theory of aging and cognition. Restorative neurology and neuroscience,
Amsterdã, v. 27, n. 5, p. 391-403, 2009.

TEORIA EM PRÁTICA

Um neuropsicólogo é contratado para atuar em um ambulatório


de Psiquiatria de um hospital público juntamente com uma equipe

8
multiprofissional que oferece atenção à saúde mental de idosos.
No seu primeiro dia de trabalho, o chefe da Psiquiatria solicitou
a sua opinião profissional para a condução de uma avaliação
neuropsicológica de um casal de idosos.

O casal possuía 92 anos e 95 anos de idade, não tinham filhos,


moram sozinhos e havia chegado até o hospital devido ao
encaminhamento realizado pela assistente social do posto de
saúde. A assistente social – presente no atendimento – relata
sobre os evidentes sintomas de demência apresentados pelo casal,
porém, apenas com a confirmação do diagnóstico, será possível a
obtenção de um auxílio assistencial para custear a permanência em
um lar de cuidados especializados para idosos. Além disso, devido
à dificuldade de agendamento, a ausência de cuidadores para o
acompanhamento até às consultas e o local de moradia ser distante
do hospital, considere:

a. Como o neuropsicólogo responderia à solicitação de seu


colega para que avaliar o casal de idoso?
b. Quais os desafios encontrados pelo neuropsicólogo para a
realização da avaliação neuropsicológica?
c. Qual alternativa poderia ser oferecida para resolução do caso?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log

9
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O envelhecimento da sociedade brasileira envolve o intricado


emaranhado de relações antagônicas de classes socias
estabelecidas pelo capitalismo. O artigo em foco discute como a
dependência das pessoas pertencentes a classe de trabalhadores
em relação às políticas públicas no envelhecimento. Os resultados
da revisão bibliográfica sugerem que o acesso às políticas
públicas de proteção social favoreceu a melhorara das condições
e da qualidade de vida das pessoas idosas.

ESCORSIM, S. M. O envelhecimento no Brasil: aspectos sociais,


políticos e demográficos em análise. Serviço Social & Sociedade,
São Paulo, n. 142, p. 427-446, 2021.

Indicação 2

O artigo apresenta os resultados da uma pesquisa sobre como


os idosos, em Curitiba (PR), que praticam do Pilates, podem
10
ser beneficiados pela melhora na percepção da autoimagem
na qualidade de vida, a qual foi avaliada pelo instrumento de
avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde
(OMS) quando comparados àqueles idosos que não praticam
nenhum tipo de atividade física.

SILVA, C. F. F. et al. Comparação dos aspectos da autoimagem


e domínios da qualidade de vida em idosos praticantes e não
praticantes de pilates em Curitiba, Paraná. Fisioterapia e
Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 186-192, 2021.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Em relação ao estudo de Silva et al. (2021) com idosos praticantes


de Pilates é correto afirmar que:

a. O domínio de morte e morrer, no grupo de idosos não


praticantes, apresentou menores valores de percepção de
qualidade de vida em comparação aos praticantes de Pilates.
b. As médias no domínio da espiritualidade foram altas por serem
pessoas de uma comunidade rural.

11
c. O domínio ambiental não identificou diferenças significativas
entre os grupos de idosos participantes da pesquisa.
d. No domínio de autonomia, os grupos de pilates e hidroginástica
apresentaram maiores valores de percepção de qualidade de
vida em comparação ao grupo de não praticantes.
e. A menor média do grupo não praticante foi no domínio
psicológico.

2. O estudo de Escorsim (2021), apresentou os resultados da


Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a qual
indicou que:

Fonte: ESCORSIM, S. M. O envelhecimento no Brasil: aspectos


sociais, políticos e demográficos em análise. Serviço Social &
Sociedade, São Paulo, n. 142, p. 427-446, 2021.

a. Dentre os países América Latina, o Brasil atingirá a marca do


quinto pais com a maior população idosa no ano de 2050.
b. As mulheres possuem uma expectativa de vida mais alta do que
a dos homens, podendo viver em média quase seis anos a mais
mesmo quando comparadas aos homens que estão na mesma
faixa etária.
c. Avaliou-se que conforme a necessidade de apoio para as
atividades funcionais é inversamente proporcional ao avanço da
idade com a progressiva redução das capacidades funcionais.
Contudo, essa demanda poderá ser suprida por familiares.
d. A implementação do sistema de saneamento básico, juntamente
com o aumento do acesso à educação para os cuidados em
saúde, contribuiu para que a área da saúde pública diminuísse
os casos de doenças infectocontagiosas e doenças crônicas
transmissíveis.
e. A pesquisa avaliou que, por um lado, houve uma redução dos
casos de adoecimentos por doenças infectocontagiosas em

12
idosos, mas, por outro, foi identificado o aumento das taxas de
doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: A: A resposta está incorreta por afirmar que os
menores valores encontrados no domínio de morte e morrer, no
grupo de idosos que não são praticantes de Pilates. Na verdade, o
artigo indica que foram os maiores valores encontrados.
B: A resposta está incorreta por afirmar que as médias no
domínio da espiritualidade foram altas devido os participantes
serem de uma comunidade rural. Contudo, eram de uma
comunidade religiosa.
C: A resposta está incorreta por negar que o domínio ambiental
não identificou diferenças significativas entre os grupos de idosos
participantes da pesquisa. Todavia, o artigo indica que foram
encontradas diferenças significativas.
D: A resposta está correta.
E: A resposta está incorreta por afirmar que a menor média
encontrada no domínio psicológico foi para o grupo de idoso
não praticante de Pilates, porém, o artigo afirma que foi a maior
média do foi no domínio psicológico.

Questão 2 - Resposta E
Resolução: A: A resposta está incorreta por afirmar que o Brasil
ocupará o quinto lugar do ranking com a maior população
idosa da América Latina em 2025. O artigo sugere que o Brasil
alcançará a marca do sexto lugar.

13
B: A resposta está incorreta por afirmar que as mulheres podem
viver quase seis anos a mais do que os homens que estão na
mesma faixa etária, porém, o artigo afirma que a expectativa de
vida das mulheres é, em média, sete anos a mais do que homens
na mesma faixa etária.
C: A resposta está incorreta por afirmar que a demanda de
cuidados dos familiares idosos poderá ser suprida por outras
pessoas da rede familiar, porém, o artigo indica para o aumento
da necessidade de cuidados qualificados para suprir as
necessidades de cuidado do idoso.
D: A resposta está incorreta por afirmar que a implementação
do sistema de saneamento básico e a educação para os cuidados
em saúde contribuíram para a redução de doenças crônicas
transmissíveis, quando, na verdade, o artigo apenas menciona as
doenças infectocontagiosas.
E: A resposta está correta.

14
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

Comprometimento cognitivo e
lesões adquiridas
______________________________________________________________
Autoria: Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Leitura crítica: Jéssica Aires da Silva Oliveira
DIRETO AO PONTO

A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais (DSM-5) trouxe uma atualização na forma de classificação
dos distúrbios neuropsiquiátricos. A nova classificação separa o
Delirium para uma única categoria e agrupa as outras condições de
saúde categorizadas por níveis de severidade, sendo o Transtorno
Neurocognitivo (TNC) leve ou maior (FROTA et al., 2016). Nestas
duas últimas categorias estão os distúrbios neuropsiquiátricos cujos
sintomas envolvem o prejuízo permanente e progressivo das funções
cognitivas, os quais poderão ter dois especificadores da severidade
dos prejuízos: leve ou maior.

Embora as classificações diagnósticas agrupem transtornos distintos,


as alterações disfuncionais nos domínios cognitivos costumam se
apresentar de maneira semelhante. Outro aspecto benéfico dessa
forma de classificação é a inclusão de TNC causada por outras
condições orgânicas de saúde física, como a infecção por HIV, príons
ou envenenamento ou por qualquer outra condição específica.

Enquanto a avaliação por meio dos exames clínicos de neuroimagem


indicará a extensão e localização das lesões cerebrais, a avaliação
neuropsicológica avaliará o nível da severidade dos prejuízos de
diferentes domínios cognitivos. A Tabela 1 apresenta de maneira
sintetizada os sintomas e comportamentos esperados quando há
redução do funcionamento das funções cognitivas.

16
Tabela 1 – Sintomas e comportamentos esperados em pacientes
que apresentam declínio das funções cognitivas

Domínios
Sintomas leves Sintomas graves
Cognitivos

• Dificuldades para lidar


• Não parece ouvir
com uma sequência
o que está sendo
composta de etapas em
sentido.
uma atividade.

• Fica confuso e
• Dificuldade para
não consegue
Atenção acompanhar uma
acompanhar uma
conversa que narra
conversa mais longa.
uma longa história ou
evento.
• Pode não lembrar
onde guarda as
• Frequentemente
próprias coisas.
esquece ou perde itens.

17
• Dificuldade para • Incapacidade para
entender e gerenciar tomar decisões.
contas ou finanças.
• Demonstra grande
• Dificuldade para seguir dificuldade para
atividades que tenham executar tarefas
várias etapas (ex.: complexas.
Funções pagamento no caixa
executivas eletrônico). • Pode precisar de
ajuda ou supervisão
• Dificuldade para conter para realizar
comentários que podem autocuidado.
soar desagradáveis.
• Apresenta humor
• Dificuldade para regular pueril com labilidade
as emoções negativas. emocional.

• Faz a mesma
pergunta ou história
• Não consegue
repetidamente.
reconhecer as
pessoas que são
• Tem dificuldade para
familiares.
aprender uma nova
atividade.
Não consegue
Memória e
reconhecer os
aprendizagem • Parece ter esquecido
objetos.
tudo de novo o que
aprendeu no dia
Não reconhece o local
anterior.
que está.
• Troca ou esquece o
Confusão mental.
nome de algumas
pessoas.

18
• Ritmo de leitura pode • Tem dificuldade em
ser lentificado. falar ou de encontrar
palavras.
• Dificuldades para
reconhecer os • Não consegue
Linguagem significados das compreender o que
palavras. os outros dizem.

• Dificuldade para • Comete erros de


recordar o som das pronúncia das
palavras escritas. palavras.

• Dificuldade para
• Escrever e assinar o
reconhecer objetos
próprio nome.
por meio da visão.
Função
perceptomotora • Dificuldade para
• Dificuldade para dar
compreender um
um significado as
estímulo completo.
imagens.

• Incapacidade para
• Dificuldade em nomear
reconhecer os
as emoções.
próprios sentimentos.

Cognição social • Dificuldade para


• Não consegue
compreender o que as
compreender o
outras pessoas estão
estado emocional das
sentnido.
outras pessoas.

Fonte: adaptada de APA (2014).

19
Referências:
FROTA, N. A. F. et al. Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento: do
conhecimento básico à abordagem clínica. ed. São Paulo: OMNFARMA, 2016.
MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; COSENZA, R. M. Neuropsicologia do
envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2013.
APA. American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico
de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed Editora, 2014.

PARA SABER MAIS

Reserva cognitiva pode mascarar sintomas de quadro


demencial

Com o avanço da idade da população, a saúde pública em


saúde mental tem se deparado com o aumento de idosos que
desenvolveram alguns déficits clínicos de nível primário nas
funções cognitivas. De modo geral, os déficits cognitivos são
sintomas que estão presentes em muitos dos transtornos mentais
do Eixo I (ex.: esquizofrenia; transtornos bipolares; transtornos
depressivos etc.), porém, com o tratamento adequado, esses
déficits são atenuados até extinguidos (APA, 2014). No entanto,
é na categoria das doenças neurodegenerativas que o sintoma
central está unicamente relacionado às perdas progressivas da
capacidade cognitiva.

No envelhecimento da pessoa idosa, já são esperados o


surgimento de alguns déficits cognitivos, todavia, o próprio
cérebro possui um mecanismo de proteção para adiar o declínio
dos transtornos neurocognitivos. A reserva cognitiva é formada
a partir dos fortes padrões de ligações e comunicações entre

20
os neurônios que armazenam habilidades e conhecimentos
que foram adquiridas ao longo de uma vida. Assim, essas fortes
ligações são capazes de resistir por mais tempo aos prejuízos
causados por uma doença neurodegenerativa logo no início de
um quadro demencial.

Desta maneira, a qualidade da reserva cognitiva está


positivamente associada aos anos de escolarização do paciente
ou à complexidade intelectual do tipo de trabalho desempenhado
durante a vida profissional. Desta maneira, um estilo de vida que
envolve atividades que exigem o esforço cognitivo com exposição
a crescentes desafios de maior complexidade juntamente como
a prática de atividade físicas, alimentação saudável, diversidade
de relacionamentos interpessoais são fatores protetivos para
a criação de uma reserva cognitiva de qualidade. No entanto, a
pouca estimulação cognitiva, passividade e solidão são fatores
prejudiciais que aceleram a perda de conexões neurais que
favorecem o surgimento de quadros demenciais.

Nesse sentido, a estimulação e reabilitação cognitiva são


atividades essenciais para serem realizadas por todas as pessoas
em qualquer idade. Por meio da estimulação cognitiva, serão
mantidas as ligações entre os neurônios de funções cognitivas
importantes para manter a autonomia e a independência na
fase da velhice. Assim, a preservação dessas ligações impedirá
retardar o progresso de uma doença neurodegenerativa,
tornando-a mais lenta do que o habitual.

Referências:
FROTA, N. A. F. et al. Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento: do
conhecimento básico à abordagem clínica. ed. São Paulo: OMNFARMA, 2016.
APA. American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico
de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed Editora, 2014.

21
TEORIA EM PRÁTICA

Um psicólogo solicita supervisão para outro colega profissional que


atua no campo da avaliação neuropsicológica com a população
idosa. O caso apresentado na supervisão é do senhor José Ramos,
de 75 anos, que, após o início da pandemia, começou a apresentar
humor deprimido, redução do interesse em atividades prazerosas,
preocupações excessivas com a própria saúde, dificuldade para
realizar as atividades do dia a dia, como arrumar a cama e lavar
os pratos; parou de jogar dominó, que tanto gostava, pois não
consegue acompanhar a sequência de jogadas e memorizar as
peças dos outros jogadores; perda de peso; insônia e ruminação de
angústias.

Durante a avaliação clínica, o senhor José apresentou dificuldades


para responder a algumas perguntas do psicólogo. As perguntas
eram referentes a dois instrumentos de rastreios de sintomas
de distúrbios neuropsiquiátricos, a saber o Miniexame do Estado
Mental (Mini-Mental) e o teste do relógio. O senhor José teve
dificuldades para recordar dois de quatro objetos dentro do período
de cinco minutos; não conseguiu agrupar os itens semelhantes
de uma lista do supermercado (ex.: grãos; laticínios; congelados;
verduras; frutas e outros); e desenhou as horas do relógio com
espaçamento desigual. Na supervisão, o neuropsicólogo poderia
sugerir:

a. Qual o diagnóstico mais provável?


b. Quais componentes cognitivos apresentaram prejuízos?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

22
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

A presente pesquisa foi realizada com idosos com algum tipo de


comprometimento cognitivo leve, e buscou-se investigar a cognição,
aspectos psicológicos e a qualidade de vida. Os participantes que
compuseram a amostra foram oriundos da região Sul do Brasil,
com nível de escolaridade e renda familiar predominantemente
mais baixas. Essas características da amostra refletem a maioria
da parcela de idosos no país, o que favorece a compreensão e
generalização dos resultados. Os resultados demonstraram que a
presença de comprometimento cognitivo leve afeta vários domínios
importantes para a qualidade de vida do idoso. Além disso, foram
identificados um elevado nível de sintomas de ansiedade.

23
LEITE, A. O. F. et al. Cognição, aspectos psicológicos e qualidade
de vida em idosos com comprometimento cognitivo leve. Estudos
Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, Porto Alegre, v. 21, n.
2, p. 211-226, 2016.

Indicação 2

O presente estudo buscou investigar se idosos com comprometimento


cognitivo leve (CCL) também apresentariam prejuízos no
funcionamento da memória episódica verbal, o qual é um sintoma
comum em pessoas com Demência Tipo Alzheimer (DTA). Assim, o
estudo comparou o desempenho obtido pelos idosos saudáveis e
com ambos os diagnósticos nos testes neuropsicológicos, que avaliam
o controle executivo e a memória episódica verbal. Os resultados
indicaram que existem diferenças estatisticamente significativas no
desempenho entre os idosos.

HAMDAN, A. C.; BUENO, O. F. A. Relações entre controle executivo e


memória episódica verbal no comprometimento cognitivo leve e na
demência tipo Alzheimer. Estudos de Psicologia, Natal, v. 10, n. 1, p.
63-71, 2006.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco

24
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. O estudo de Leite et al. (2016) buscou avaliar o desempenho em


testes neuropsicológicos de idosos residentes na região sul do
Brasil. Sobre os resultados encontrados, assinale a alternativa
correta:

Fonte: LEITE, A. O. F. et al. Cognição, aspectos psicológicos e


qualidade de vida em idosos com comprometimento cognitivo
leve. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento,
Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 211-226, 2016.

a. De acordo com o estudo, a menor prevalência encontrada foi o


percentual reduzido de mulheres nos grupos de convivência para
idosos.
b. O estudo revelou que mais da metade da amostra estudada
possuía mais de sete anos de nível de escolaridade cursados.
c. A pesquisa identificou que os sintomas de ansiedade e de
depressão são inversamente proporcionais à gravidade dos
prejuízos cognitivos em idosos com CCL.
d. O resultado da pesquisa indicou que pacientes com CCL não
apresentam diferenças na percepção da qualidade de vida em
relação aos idosos saudáveis.
e. A pesquisa menciona que as queixas subjetivas de problemas
psicológicos comumente encontrados na população idosa são às
preocupações com a memória e os sintomas de ansiedade e de
depressão.

2. Hamdan e Bueno (2006) compararam o desempenho de


idosos em testes que avaliavam o controle executivo e a
memória episódica verbal. Dentre os resultados encontrados,
assinale a alternativa correta:

25
Fonte: HAMDAN, A. C.; BUENO, O. F. A. Relações entre controle
executivo e memória episódica verbal no comprometimento
cognitivo leve e na demência tipo Alzheimer. Estudos de
Psicologia, Natal, v. 10, n. 1, p. 63-71, 2006.

a. De acordo com a pesquisa, os idosos com algum tipo de


prejuízos cognitivo não apresentaram dificuldades nas tarefas
de recordação de palavras, seja para a codificação e para a
recuperação das informações.
b. Os autores identificaram que os idosos com CCL não
apresentaram déficits nos testes cujas tarefas que avaliavam o
controle executivo.
c. O estudo revelou que os déficits no desempenho do controle
executivo foram negativamente correlacionados com as
tarefas que avaliaram o funcionamento da memória episódica
verbal.
d. A pesquisa sugere que as regiões do córtex temporal
são responsáveis pela manipulação e manutenção das
informações por um curto período.
e. O estudo demonstrou que os idosos com DTA têm menores
dificuldades de desempenho em tarefas que envolvem a
velocidade de processamento da memória operacional.

GABARITO
Questão 1 - Resposta E
Resolução: A: A resposta está incorreta por afirmar que a menor
prevalência foi para a presença de mulheres nos grupos de
convivência de idosos, enquanto a pesquisa afirma que a maior
prevalência de mulheres.
B: A resposta está incorreta por afirmar que mais da metade
de amostra estudada possuía mais de sete anos de nível de

26
escolaridade cursados, porém, a amostra de idosos possuía
apenas entre quatro e sete anos de escolaridade.
C: A resposta está incorreta por afirmar que os sintomas de
ansiedade e de depressão são inversamente proporcionais à
gravidade dos prejuízos cognitivos em idosos com CCL, enquanto
o estudo revela que a presença de sintomas de ansiedade e
depressão são comuns em pacientes com CCL.
D: A resposta está incorreta por afirmar que pacientes com CCL
não apresentam diferenças na percepção da qualidade de vida
em relação aos idosos saudáveis. Porém, os pacientes com CCL
apresentam piora significativa da qualidade de vida em relação
aos idosos saudáveis.
E: A resposta está correta.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A: A resposta está incorreta por firmar que não
apresentaram dificuldades nas tarefas de recordação de
palavras seja para a codificação ou para a recuperação das
informações, porém, os resultados sugerem que os idosos
com CCL e DTA apresentam comprometimentos.
B: A resposta está correta.
C: A resposta está incorreta por afirmar que os déficits no
desempenho do controle executivo foram negativamente
correlacionados com as tarefas que avaliaram o
funcionamento da memória episódica verbal, todavia, os
resultados demonstraram que os déficits no desempenho do
controle executivo estão positivamente correlacionados
com as tarefas de memória episódica verbal.
D: A resposta está incorreta por afirmar que são as regiões
do córtex temporal as responsáveis pela manipulação

27
e manutenção das informações por um curto período,
contudo, na verdade, são as regiões do córtex pré-frontal.
E: A resposta está incorreta por afirmar que os idosos com
DTA têm menores dificuldades de desempenho em tarefas
que envolvem a velocidade de processamento da memória
operacional, porém, o estudo revela que os idosos com têm
dificuldade em tarefas que envolvem o span da memória
operacional e a compreensão de sentenças.

28
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

Epilepsias: conceito, classificação e


implicações
______________________________________________________________
Autoria: Melina Paula Sales
Leitura crítica: Jéssica Aires da Silva Oliveira
DIRETO AO PONTO

O percurso histórico da epilepsia nos leva a considerar que todo


conceito está intimamente ligado a épocas e costumes. Na literatura
médica, encontram-se os primeiros registros da epilepsia na
data de 2000 a.C., traduzidos como ataques de cunho espiritual.
Posteriormente, na Grécia Antiga, já na data de 400 a.C., houve
a substituição de ataque espiritual para distúrbio do cérebro, de
origem hereditária. Já o século XIX trouxe impactos e progressos
científicos ligados ao campo da saúde, repercutindo na epilepsia,
quando Pinel (1975) associou a epilepsia à doença mental, cujo
estigma perdurou por longo período. Nos anos 1980 e 1990, autores
passaram a assumir a epilepsia como uma síndrome observada por
meio de sinais e sintomas e desencadeada por descargas elétricas
irregulares que eram capazes de alterar o funcionamento normal no
sistema nervoso e, assim, gerar as convulsões.

Com o surgimento do eletroencefalograma, no ano de 1993,


os avanços foram se aprimorando, sendo possível a realização
do diagnóstico por meio do exame de imagens, o que também
fomentou a produção de pesquisas das áreas cerebrais acometidas.

A epilepsia é uma condição neurológica em que ocorrem descargas


elétricas de maneira desordenada, causando diferentes sintomas,
de acordo com a sua tipologia e classificação. Na literatura médica,
a epilepsia está classificada em generalizada ou focal e sua etiologia
norteia as subdivisões genética, estrutural metabólica e de causa
desconhecida. No lobo frontal, as regiões córtex motor, córtex
motor suplementar, e córtex pré-frontal são diretamente afetadas e
os sintomas se apresentarão de forma distinta, de acordo com cada
região.

Para classificar corretamente, é necessário fazer a distinção entre a


epilepsia generalizada, em que temos os subtipos tônico-clônicos,
30
mioclônicos, ausência e a parcial, quando temos a tipologia simples
ou complexa. As crises parciais acometem uma determinada parte
do cérebro, ou seja, os sintomas estão alinhados à parte impactada.
Este é um aspecto relevante no diagnóstico, pois é partir do sintoma
relatado pelo paciente que se faz a identificação de qual área
cerebral a crise se originou.

Em adultos, a epilepsia mais identificada é a de lobo temporal e,


apesar de se originar devido a inúmeros fatores, a esclerose mesial
temporal (EMT) é a causa mais comum da provocação da epilepsia
nesta faixa etária.

As disfunções executivas são consequências observadas na epilepsia


e não somente esta disfunção, como todas as funções cognitivas
prejudicadas são devidamente avaliadas a partir da bateria de testes
que compõem a avaliação neuropsicológica.

A avaliação neuropsicológica busca investigar, mensurar e relatar


o desempenho cognitivo por meio de uma bateria de testes,
selecionados e analisados de acordo com a demanda apresentada.
No que tange à epilepsia, a avaliação neuropsicológica ganhou
destaque, uma vez que as cirurgias realizadas em pacientes
com epilepsia requerem criteriosa avaliação de uma equipe
multidisciplinar.

Os profissionais na neuropsicologia são conhecedores das funções


cognitivas e das técnicas de avaliação, e por esta razão, possuem
a autonomia de elaborar a sua bateria de testes para compor a
avaliação neuropsicológica.

No diagnóstico da epilepsia, faz-se necessário selecionar uma


bateria completa com a combinação de diferentes instrumentos
que consigam avaliar todas as funções impactadas. A utilização
dos testes psicométricos na avaliação de pacientes que farão a

31
cirurgia de epilepsia tem se mostrado relevante, uma vez que se
caracterizam como indicador do funcionamento intelectual e servem
como base para a análise neuropsicológica.

Os neuropsicólogos que trabalham com avaliações em cirurgia


de epilepsia, tendem a priorizar a seleção de testes que forneçam
indicadores da lateralização das funções das memórias verbal e
visual e métodos que consigam diferenciar as funções executivas
associadas às disfunções frontais.

Os testes psicológicos são uma excelente ferramenta de


mapeamento e avaliação, e existem alguns relevantes direcionados
às funções cognitivas e são utilizados pelos profissionais da
neuropsicologia. Como exemplo, podemos citar as Escalas Wechsler
de Inteligência, sendo WISC aplicados em público infantil e o WAIS,
utilizado em público adulto é comumente utilizado nas avaliações
neuropsicológicas. Ambas as escalas são consideradas padrão-ouro
de avaliação neuropsicológica, pois permitem avaliar componentes
cognitivos específicos como: funções executivas; linguagem e
memória – funções estas mandatórias nas avaliações em cirurgia de
epilepsia.

O tratamento da epilepsia é composto por intervenção


medicamentosa. O objetivo dos fármacos é evitar as descargas
elétricas cerebrais anormais, uma vez que estas originam a crise
epiléptica. O acompanhamento médico é mandatório para a
visualização dos possíveis efeitos colaterais das medicações.
Outros tipos de tratamento, chamados não invasivos, como a
neuroestimulação e a laserterapia, também são indicados. É
relevante reforçar que este diagnóstico pode causar sofrimento
psíquico ao paciente e sua família, ilustrando a importância
de se buscar conhecimento das áreas da saúde, em especial
a neuropsicologia, para que se esclareça cientificamente as
implicações da doença e se possa oferecer tratamento adequado.
32
Para compreendermos a epilepsia em sua caracterização enquanto
distúrbio neurológico, faz-se necessário voltar o olhar para a
história, em que sabe-se que desde os primórdios, a epilepsia era
identificada, porém, de acordo com a cultura e conhecimentos
particulares a época, como ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Linha do tempo da evolução conceitual da epilepsia

Fonte: adaptada de Moreira (2004).

Referências
MOREIRA, Sebastião R. G. Epilepsia: concepção histórica, aspectos conceituais,
diagnóstico e tratamento. Mental, Barbacena, v. 2, n. 3, p. 107-122, nov./2004.

PARA SABER MAIS

Quando nos deparamos com os pacientes que apresentam o


diagnóstico de epilepsia, observamos relatos do sofrimento
psíquico que permeia os âmbitos de sua vida, expresso por meio
de crises de ansiedade. A expressão da epilepsia por meio dos
sintomas visíveis é a maior queixa relatada nos atendimentos
psicológicos.

Diante deste contexto é relevante fazermos a pergunta: Como


se originou este estigma? Por que existe o preconceito com as
pessoas que sofrem de epilepsia?

Como já mencionado, é importante olhar para a história da


sociedade, para as épocas passadas. Nos anos antes de Cristo, as
33
pessoas com os sintomas de epilepsia eram consideradas como
sujas, pois a visão era que estavam possuídas por espíritos e
demônios e, por esta razão, eram excluídas e colocadas à parte
do convívio. Apesar de estarmos no século da evolução, do acesso
à informação e do desenvolvimento tecnológico, o preconceito
com quem sofre de epilepsia ainda existe, indicando a relevância
do tratamento psicoterápico.

A Psicologia deve desenhar estratégias alinhadas à construção de


um cenário em que os pacientes consigam desenvolver vínculos
e relações interpessoais, fatores estes primordiais para a saúde
mental. É importante refletir sobre as ações que podemos tomar
para diluir e eliminar as ideias preconceituosas que permeiam os
diagnósticos, em especial o da epilepsia.

Referências
MOREIRA, Sebastião R. G. Epilepsia: concepção histórica, aspectos conceituais,
diagnóstico e tratamento. Mental, Barbacena, v. 2, n. 3, p. 107-122, nov./2004.

TEORIA EM PRÁTICA

Quando um psicólogo inicia o seu trabalho em qualquer


instituição, é necessário que siga uma sequência de ações
para que se consiga atingir o objetivo final de implementar
um plano de ação/atendimento. Reflita e descreva sobre estes
primeiros passos a serem efetuados quando se é contratado
e lhe é apresentada determinada demanda. Neste desafio, foi
apresentada a demanda de atendimento ao público de pacientes
que sofrem de diagnósticos que interferem em suas atividades
e convivência cotidiana, dentre elas, a epilepsia. Importante
destacar que trata-se de um centro de atendimento público de
saúde, com grande fila de espera para atendimento. Diante deste

34
cenário, desenhe um plano de ação para atendimento desta
população.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Atualização em epilepsia: revisão de literatura.

Esta revisão integrativa da literatura foi elaborada em 2020, por


alunos e professores da Centro Universitário do Planalto Central
Aparecido dos Santos de Brasília, e buscou identificar, por meio
35
do levantamento de artigos científicos, o conhecimento das
peculiaridades da epilepsia, para que este conteúdo forneça
possibilidade de intervenção adequada.

COSTA, L. L. de O.; BRANDÃO, E. C.; MARINHO SEGUNDO, L. M. de B.


Atualização em epilepsia: revisão de literatura. Revista de Medicina,
São Paulo, v. 99, n. 2, p. 170-181, 2020.

Indicação 2

Este trabalho corresponde a uma pesquisa realizada com 76


pacientes com o diagnóstico de epilepsia do lobo temporal (ELT),
tipo mais comum de epilepsia nos adultos, em que foi possível
identificar os déficits cognitivos e estabelecer uma relação com os
achados neurobiológicos anteriormente descritos na literatura.

MARQUES, DANIELA et al. Perfil neuropsicológico em doentes com


epilepsia do lobo temporal. Av. Psicol. Latinoam., Bogotá, v. 31, n.
1, p. 97-109, abr./2013.]

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.
36
1. A avaliação neuropsicológica feita em pacientes com epilepsia é
composta por uma bateria de testes psicológicos de inteligência
e raciocínio, que geralmente são selecionados, pois:

a. Fornecem indicadores de funções cognitivas.


b. Fornecem indicadores sobre o humor.
c. Fornecem indicadores do transtorno depressivo.
d. Fornecem indicadores da doença de Alzheimer.
e. Fornecem indicadores do espectro autista.

2. Sobre a construção conceitual da epilepsia, é correto


afirmar que:

a. A epilepsia é uma patologia que foi relatada somente


atualmente.
b. A epilepsia teve alterações conceituais ao longo da história.
c. A epilepsia não teve alterações conceituais ao longo da história.
d. A epilepsia sempre foi tratada como uma condição neurológica.
e. Hoje a epilepsia é considerada uma questão espiritual.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: A alternativa A está correta, pois os principais testes
da avaliação neuropsicológica devem fornecer indicadores
do funcionamento intelectual e cognitivo do paciente. As
demais alternativas estão incorretas, uma vez que para avaliar
os fenômenos mencionados nestas alternativas, existem
ferramentas específicas e não são o foco principal de avaliação
em casos de paciente com epilepsia.

37
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A resposta correta é a letra B, pois o conceito de
epilepsia se transformou ao longo da história, de acordo com
a cultura e conhecimentos de cada época. As demais estão
incorretas pois contradiz o próprio enunciado, que afirma que
existe uma construção conceitual, não sendo possível afirmar
as frases das demais alternativas.

38
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Transtornos neurocognitivos leves


e maiores
______________________________________________________________
Autoria: Melina Paula Sales
Leitura crítica: Jéssica Aires da Silva Oliveira
DIRETO AO PONTO

O objetivo deste tópico é retomar os principais assuntos que


envolvem os transtornos neurocognitivos leves e maiores, que para
serem compreendidos, necessitam da investigação de três fatores
deles derivados. Estes fatores estão listados na Figura 1.

Figura 1 – Fatores essenciais para a compreensão dos


transtornos neurocognitivos

Fonte: adaptada de Bueno (2015).

A cognição é uma função psicológica implicada na aquisição do


conhecimento. Utilizamos a cognição para reconhecer, organizar e
compreender as informações que recebemos do meio externo. A
forma como o nosso cérebro aprende, se origina por meio dos cinco
sentidos e perpassa pela cognição.

A compreensão dos transtornos neurocognitivos, perpassa pelo


conceito de cognição e inteligência, pois estas são as funções
primordialmente afetadas quando se verifica o diagnóstico.

40
Os transtornos cognitivos são segmentados em transtorno cognitivo
leve (CCL), que reflete discreto impacto na atenção, memória,
planejamento e, apesar destes fatores, não tem interferência
substancial que prejudique a rotina. O transtorno cognitivo
maior, ou seja, as demências, é caracterizado pelo declínio de
certas habilidades que interferem nas atividades diárias. Seus
principais sintomas e sinais incluem a perda gradual e progressiva
da memória, confusão mental, perda da capacidade de resolver
problemas, dificuldade em reconhecer locais familiares, assim
como a perda de interesse e incapacidade de realizar as atividades
habituais.

As causas mais comuns da demência podem ser a doença de


Alzheimer, em que o paciente apresenta déficit na memória
episódica, na linguagem, nos processos executivos, além de
alterações nas habilidades visuoespaciais. A demência por
corpúsculos de Lewy, em que são identificadas alterações
neuropsicológicas nas funções executivas (um déficit difuso,
afetando todos os componentes), no processamento visuoespacial
(domínio mais comprometido nas fases iniciais) e na memória
episódica. Na demência vascular, observam-se déficits nas tarefas
relacionadas ao controle inibitório e à flexibilidade cognitiva,
sobretudo na presença de infartos subcorticais.

Para classificar e diagnosticar, seja o transtorno cognitivo maior ou


transtorno cognitivo menor, é mandatório que as queixas sejam
avaliadas e mensuradas, observando os parâmetros que são
encontrados na entrevista clínica e nos instrumentos de rastreio
cognitivo que compõem a avaliação neuropsicológica.

Referências
APA. American Psychiatric Association. Manual diagnósticos e estatístico
de transtornos mentais - DMS-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
41
BUENO, O. F. A. Neuropsicologia Hoje. Porto Alegre: Artmed, 2015.
BITTENCOURT, P. C. T. Reconhecendo as crises de epilepsia. Neurologia.
UFSC.br, Florianópolis, 2001.
PEREIRA, A. P. A.; HAMDAN, A. C. Neuropsicologia do traumatismo
craniencefálico e do acidente vascular cerebral. In: FUENTES, D. et al.
Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2013.

PARA SABER MAIS

Um tema importante que permeia os transtornos neurocognitivos


diz respeito ao tratamento. Uma rede multiprofissional, composta
por neurologista e neuropsicólogo, desenvolverá o processo de
reabilitação do paciente.

O paciente que está em reabilitação, seja por consequência de


processos demenciais ou por determinado tipo de transtorno
neurocognitivo, deverá ser avaliado e submetido a um plano
terapêutico criterioso e norteado pelas técnicas concernentes ao
processo de reabilitação.

O processo de reabilitação sob a ótica da Psicologia abrange alguns


pilares que o psicólogo poderá seguir para conduzir o tratamento.
São elas: avaliação do paciente; auxílio na elaboração do luto; auxílio
na tomada de consciência da deficiência; construção e elaboração
de planos futuros; orientação a familiares e cuidadores, assim como
trabalho direcionado à toda equipe de reabilitação. Estes pilares e
suas implicações serão ilustrados na Tabela 1.

42
Tabela 1 – Pilares da reabilitação na Psicologia

ETAPA OBJETIVOS

Verificar os sintomas por meio


da avaliação neuropsicológica,
englobando os aspectos afetivos
emocionais e as funções
cognitivas (atenção, memória,
Avaliação
linguagem, pensamento).

Conhecer a rede de apoio para


orientar sobre as adaptações
necessárias.

A ciência de algum diagnóstico


modifica a vida do paciente,
que terá que elaborar as perdas
de diversas formas: perdas
da funcionalidade; perda da
identidade profissional; perda da
Elaboração do luto
função no papel familiar.

Estas perdas também serão alvo


no processo de reabilitação,
pois auxiliarão na adesão ao
tratamento.

43
Nesta fase, trabalha-se a
consciência e a imagem corporal.

Quando se possui alguma


patologia neurológica, geralmente
o paciente começa o tratamento
com dificuldade de aceitação
das restrições impostas pela
condição. Ao longo do tratamento,
Tomada de consciência da o paciente tende a evoluir, uma
deficiência vez que, nesta etapa, trabalha-
se as suas potencialidades e
limites. Saber dos limites e das
potencialidades, fortalece a
adesão ao tratamento, e é papel
do psicólogo ajudar o paciente
a repensar em novos hábitos
de vida, expectativa em relação
ao tratamento, estratégias de
adaptação e enfrentamento.

Após as etapas de elaboração de


luto, autopercepção de acordo
com anova realidade, inicia-se o
foco nos objetivos e metas. Estes
Construção e elaboração de
planos dizem respeito à inclusão
planos futuros
social, profissional, educacional,
ao como ele se enxerga neste
momento e o que deseja para o
futuro.

44
A reabilitação é composta pelo
tripé: paciente; profissionais/
cuidadores; e família. Com a
família, faz-se um trabalho de
orientação, tanto dos déficits
do estado do paciente quanto
das potencialidades, clarificando
Orientação a familiares e aspectos do diagnóstico. A família
cuidadores precisa desenvolver um olhar
sobre o tema independência e
autonomia, para compreender
que tipos de estímulo deverá
propor, quais modificações na
casa serão necessárias para
facilitar a funcionalidade do
paciente, dentre outras.

O psicólogo precisa manter


contato com os profissionais para
prestar orientações de como
o paciente está nos aspectos
emocionais e cognitivos. Este
Equipe de reabilitação
diálogo tem como finalidade
facilitar as intervenções dos
outros profissionais e oferecer
suporte para que essas terapias
aconteçam.

Fonte: adaptada de Kimura (2019).

Concluindo, apesar de existirem pilares essenciais que nortearão


o trabalho do psicólogo com o paciente em reabilitação, para cada
tipo de patologia, será utilizada uma estratégia de tratamento. É

45
necessário investigar todos os aspectos neurológicos e psicológicos
implicados em cada tipo de patologia, para que se inicie a avaliação
e se proponha a estratégia de reabilitação apropriada.

Referências
KIMURA, Aline. O que faz uma psicóloga na Reabilitação. Psico Reab, São
Paulo, 27 de agosto de 2019.
MIOTTO, E. C. Lesões adquiridas. In: SANTOS, F. H., ANDRADE, V. M., BUENO,
O. F. A. Neuropsicologia Hoje. Porto Alegre: Artmed, 2015.

TEORIA EM PRÁTICA

Você está desenvolvendo uma pesquisa sobre as implicações


cognitivas nas doenças neurodegenerativas. O objetivo da sua
pesquisa é elaborar um protocolo de avaliação cognitiva na
Doença de Parkinson, que será apresentado ao setor de doenças
neurodegenerativas de um grande hospital do estado de São
Paulo. Diante deste desafio, discorra sobre os principais aspectos
da Doença de Parkinson e elabore o protocolo de avaliação
neuropsicológica, considerando todos os aspectos elucidados
nesta disciplina. É importante conter a testagem e justificativa da
seleção de cada teste.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

46
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Este artigo, publicado em 2021, apresenta a criação do programa


chamado Care-PD, uma plataforma de serviços pensada para os
pacientes com Parkinson. Este programa disponibiliza serviços
como: gerenciamento de medicamentos; sintomas; monitoramento;
aconselhamento profissional; utilidades da vida doméstica; e
comunicação comunitária.

GAO, Song et al. A Novel Management Platform Based on


Personalized Home Care Pathways for Medicine Management and
Rehabilitation of Persons With Parkinson’s Disease—Requirements
and Implementation Plan of the Care-PD Program. Frontiers In
Neurology, Xangai, v. 12, p. 5-10, maio/2021.
47
Indicação 2

Este artigo, publicado em 2021, teve como finalidade analisar os


efeitos das intervenções comportamentais e psicológicas na função
neurológica em pacientes com doença de Parkinson (DP).

LUO, Aimin et al. As influências de intervenções comportamentais e


psicológicas na função neurológica e pontuações MMSE em pacientes
com doença de Parkinson. Am J Transl Res., Xangai, p. 4915-4921,
maio/2021.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Na Doença de Parkinson, as manifestações cognitivas mais


intensas encontram-se no funcionamento das funções cognitivas,
devido à depleção de neurotransmissor encontrado nos circuitos
fronto-estriato- cerebelares. Qual é este neurotransmissor?

a. Endorfina.
b. Serotonina.
c. Dopamina.

48
d. Adrenalina.
e. Ocitocina.

2. Na Doença de Alzheimer, o principal déficit relatado pelos


pacientes diz respeito à:

a. Linguagem.
b. Memória Episódica.
c. Atenção.
d. Concentração.
e. Percepção espacial.

GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: A alternativa “Dopamina” está correta, pois o principal
neurotransmissor que sofre alterações e diminuição na Doença de
Parkison é a dopamina.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A resposta correta é memória episódica, pois
o déficit mais comumente relatado diz respeito à memória
episódica. Os pacientes apresentam déficits consistentes
na maior parte dos testes utilizados para tal fim, nos
componentes de codificação, armazenamento e recuperação
(tanto na evocação espontânea quanto no reconhecimento).

49
BONS ESTUDOS!

Você também pode gostar