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TÓPICOS DE CORREÇÃO DAS QUESTÕES POR MÓDULO

Módulo 4 – A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII – SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS


COLONIAIS

Unidade 1 – A Europa dos estados absolutos e a Europa dos Parlamentos

A sociedade do Antigo Regime


Questão 1
• As três figuras representam as três ordens: o clero (figura de traje escuro); a nobreza (figura de traje rosa com
chapéu adornado de plumas); e o povo (representado pelo camponês vergado).

Questão 2
• O camponês encontra-se vergado sob o peso das ordens do clero e da nobreza, que carrega no dorso, visto que:
– é no seu trabalho que assenta a riqueza do reino e das ordens privilegiadas. Só o Terceiro Estado – de que os
camponeses constituem a grande maioria – trabalha e produz. O camponês apoia-se na enxada, o seu
instrumento de trabalho;
– só o camponês paga contribuições e impostos, tanto ao Estado, como à nobreza e ao clero – do seu bolso
pende a referência a essas prestações (talha, corveia, dízima, milícia…), como elucida a legenda.
• Os nobres e o clero não só não trabalham como não pagam quaisquer impostos, pelo que “montam” o camponês.

Questão 3
• Refere-se à nobreza de toga o excerto: “aquela [nobreza] que é criada por cartas de enobrecimento e pelo
exercício de determinados cargos”.

Questão 4
• Cavaleiro-mercador.

Questão 5
Tópicos de resposta:
Introdução
Referência à sociedade do Antigo Regime como uma sociedade assente no privilégio e na diversidade jurídica.
Características gerais da sociedade de ordens
• divisão genérica em três ordens ou estados: clero, nobreza e Terceiro Estado (Doc. 1);
• estrutura social fortemente hierarquizada, mesmo dentro de cada uma das ordens: “Os grandes de Portugal
dividem-se em três ordens: a primeira, dos duques, a segunda, dos marqueses, e a terceira dos condes “(Doc.
4);
• estrutura social bastante rígida porque assente no nascimento OU reduzida mobilidade social uma vez que o
estatuto do indivíduo deriva do nascimento;
• função social e estatuto diferenciados de cada uma das ordens (Doc. 1): ao clero pertencia a salvação das almas;
à nobreza a defesa do reino, que a espada do nobre simboliza (Doc. 1); ao Terceiro Estado – de que o camponês
é exemplo (Doc. 1) – a criação das riquezas materiais do reino;
• distinções sociais refletidas no vestuário (Docs. 1 e 3), nos comportamentos e nos valores: “Os fidalgos ou
grandes de Portugal, na sua maioria, não são muito ricos. Timbram, porém, na magnificência e grande número
deles possui soberbos palácios, ricamente mobilados, numerosa criadagem, várias carruagens e muitos cavalos”
(Doc. 4).
Estatuto da nobreza
• ordem privilegiada, constitui um corpo social separado com prerrogativas próprias: “Desde que se constituiu, no
Reino, um grupo de cidadãos que possuíam privilégios […] este grupo teve a tendência […] para se unir entre si,
formando um conjunto separado” (Doc. 2); “Os nobres devem ao rei as prerrogativas que resultam das distinções
na corte e do exercício de altos cargos” (Doc. 2);
• ordem tradicionalmente ligada à carreira das armas e à defesa do reino (simbologia da espada – Doc. 1);
• distinção entre a “nobreza de sangue”, antiga e hereditária, e a “nobreza de funções” ou “de toga”, concedida pelo
rei e ligada ao desempenho de altos cargos administrativos: “tanto a nobreza que se funda no nascimento como
aquela que é criada por cartas de enobrecimento e pelo exercício de determinados cargos” (Doc. 2); nobreza de
funções (ou de toga) representada por Calonne, um advogado a quem o rei atribui um alto cargo administrativo.
Calonne faz-se retratar envergando o típico traje negro da nobreza de toga e tendo junto de si material de escrita,
símbolo do seu cargo administrativo (Doc. 3);
• forte hierarquização, de acordo com os diferentes graus de nobreza: “as diferenças entre os nobres radicam na
antiguidade da sua nobreza” (Doc. 2); “Os grandes de Portugal dividem-se em três ordens: a primeira, dos
duques, a segunda, dos marqueses, e a terceira dos condes”(Doc. 4);
• elevado prestígio social, pela proximidade com o rei, o desempenho de altos cargos administrativos e militares,
bem como pela posse de extensas propriedades, sobre as quais possuíam jurisdição: “Na nobreza […] os [filhos]
mais novos, uns são destinados a cavaleiros de Malta ou ao exército, outros vão servir o rei nas Índias, onde têm
mais rápidos avanços que na Europa, fazendo rapidamente fortuna” (Doc. 4);
• ligação estreita ao alto clero, ao qual a nobreza fornece os membros mais destacados;
• regime jurídico próprio, que isenta a ordem nobre de penas vis e, com poucas exceções, do pagamento de
impostos à Coroa.
Particularidades da sociedade portuguesa
• excessiva preponderância da nobreza fundiária, à qual estão reservados, quase exclusivamente, todos os altos
cargos, tanto em Portugal como no Império: “Na nobreza […] os [filhos] mais novos, uns são destinados a
cavaleiros de Malta ou ao exército, outros vão servir o rei nas Índias” (Doc. 4);
• ligação da nobreza ao comércio ultramarino, do qual retira grossos proventos, dando origem a um tipo social
específico: o cavaleiro-mercador: “vão servir o rei nas Índias, onde têm mais rápidos avanços que na Europa,
fazendo rapidamente fortuna” (Doc. 4);
• debilidade da burguesia, privada dos cargos ligados ao comércio ultramarino e prejudicada nos negócios pela
mercantilização da nobreza;
• gosto pelo luxo excessivo e pela ostentação: “Timbram, porém, na magnificência e grande número deles possui
soberbos palácios, ricamente mobilados, numerosa criadagem, várias carruagens e muitos cavalos” (Doc. 4).

O Antigo Regime – sociedade e poder político


Questão 1
• Sociedade de ordens.

Questão 2
• (A).

Questão 3
• a) – 5, 6; b) − 1, 2; c) – 3, 4.

Questão 4
Os membros do clero:
• usufruem de uma posição social elevada, o que se comprova pelo traje, pela construção em que se encontra o
membro do clero, pela pose digna e pelo facto de apoiar a mão sobre o símbolo da monarquia francesa (uma
espécie de escudo azul com flores-de-lis), o que mostra a sua proximidade com o monarca (Doc. 1);
• não executam trabalhos pesados, “assentes no corpo”, que ficam reservados apenas aos membros do Terceiro
Estado, neste caso, o camponês (Doc. 1);
• estão isentos de impostos;
• não prestam serviço militar;
• podem conceder asilo aos fugitivos, não estando obrigados a abrir as suas casas aos soldados do rei;
• possuem grandes propriedades das quais recebem rendas e outros direitos;
• cobram a dízima (décima de Deus);
• regem-se por foro próprio, o Direito Canónico;
• não estão sujeitos a castigos vis;
• ocupam cargos elevados na administração do reino.

Questão 5
Luís XIV, paradigma do rei absoluto, exercia o poder real:
• chamando a si toda a autoridade do Estado, não dependendo de ninguém para a tomada de decisões. No Doc. 2,
o rei refere explicitamente à sua “autoridade” não partilhada: “não era minha intenção partilhar a minha autoridade
com eles […]”;
• ocupando-se diretamente da governação, sem designar primeiro-ministro e mantendo sob o seu controlo os
ministros, a quem limitava o poder: “Pretendia que eles não acalentassem esperanças mais altas do que aquelas
que me agradaria dar-lhes”;
• Concentrando e entretendo a nobreza no seu palácio (Versalhes), de forma a neutralizar qualquer contestação à
autoridade real;
• Rodeando-se de um luxo e de um cerimonial desmesurado, que endeusava a figura real.

Dois sistemas de governo


Questão 1
Tópicos de resposta:
• origem divina do poder real OU carácter sagrado do poder real: “O seu trono representa a vontade de Deus”;
“lugar-tenente de Deus na Terra”; “o poder que Deus lhe deu sobre todos”;
• concentração de todos os poderes do Estado na mão do rei:
– legislativo: “Os monarcas foram os criadores das leis”; “os súbditos apenas solicitam as leis que o rei faz, a seu
pedido”, “o rei faz diariamente decretos e outras ordenanças”; “nenhum parlamento tem o poder de fazer
qualquer tipo de leis sem que o rei as autorize, dando-lhes força de lei”;
– executivo: “obedecendo às suas ordens em todas as coisas”;
• judicial: “o poder de todos julgar”; “deve temer-se o rei como se teme o juiz”;
• índole paternal do poder real: “amá-lo como se ama um pai”; o rei […] é, com razão, comparado a um pai”;
• reconhecimento da capacidade governativa dos monarcas, escolhidos por Deus: “o rei […] é, com razão,
comparado à cabeça de um corpo”;
• inexistência de limites efetivos ao poder real OU carácter absoluto do poder real: “Um bom rei deve agir de acordo
com as leis, embora apenas lhes esteja sujeito para dar bom exemplo aos seus súbditos”.

Questão 2
Tópicos de resposta:
Comparação clara das duas perspetivas acerca do sistema de governo, referindo três dos aspetos em que se
opõem:
• [tipo de governo] enquanto no documento 1 se faz a apologia do absolutismo OU do poder absoluto do rei, no
documento 2 valoriza-se o sistema parlamentar, fundado na repartição dos poderes do Estado OU na limitação
dos poderes do rei;
• [liberdade individual] enquanto no documento 1 se defende um sistema que nega a liberdade do indivíduo,
enfatizando a obediência que todos devem ao rei, enquanto representante de Deus na Terra, o documento 2
realça a liberdade como a maior virtude do sistema parlamentar, considerando-a razão suficiente para justificar
“o mar de sangue” provocado pela guerra civil;
• [alcance das leis] enquanto no documento 1 se afirma que o rei está acima das leis e que as respeita apenas
“para dar bom exemplo aos súbditos”, no documento 2 elogiam-se “as boas leis” que impedem o soberano de
fazer o mal;
• [papel do Parlamento] enquanto no documento 1 se considera que o Parlamento não pode ter poderes efetivos,
competindo-lhe apenas endereçar pedidos ao rei, no documento 2 afirma-se a importância do Parlamento
(Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns) como órgão governativo, considerando-o “o árbitro da nação”;
• [papel do rei] enquanto no documento 1 o rei é visto como um mandatário de Deus em quem reside toda a
autoridade, competindo-lhe todas as decisões, no documento 2 apresenta-se o rei como um chefe de Estado de
poderes limitados, que partilha a governação com o Parlamento e concilia os interesses dos nobres e do povo,
evitando conflitos.

Questão 3
• a) – 5; b) – 2; c) –1.

Questão 4
• Ordenação das letras: (D), (A), (C), (B), (E).

Unidade 2 – Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII

O reforço das economias nacionais


Questão 1
• Luís XIV.

Questão 2
• (D).

Questão 4
Tópicos de resposta:
• valorização do metal precioso como indicador da riqueza e poderio de um Estado: “só a abundância de dinheiro
num Estado constituirá a diferença da sua grandeza e poderio”; “esta soma, em lugar de entrar no reino em
dinheiro, produzindo nele uma prodigiosa abundância”; “tanto mais aumentará o dinheiro em moeda que deve
entrar no reino […] e tanto mais aumentará o poder, grandeza e abundância do Estado;
• foco numa balança comercial favorável, a fim de evitar a drenagem de moeda para o estrangeiro: “quanto mais
pudermos reduzir os lucros que os Holandeses obtêm à custa dos súbditos do rei e do consumo das mercadorias
que nos trazem, tanto mais aumentará o dinheiro em moeda que deve entrar no reino”;
• valorização do comércio marítimo como fonte de riqueza: “Podemos concluir o mesmo relativamente às
mercadorias de entreposto, isto é, àquelas que poderíamos ir buscar às Índias Orientais e Ocidentais e transportar
para o Norte”; “Que um número igualmente considerável [de franceses] ganhará a vida na navegação e nos portos
de mar”;
• aposta na frota mercante e na marinha de guerra, consideradas essenciais à riqueza e ao poderio do Estado:
“teríamos, pelos nossos próprios meios, as mercadorias necessárias à construção das embarcações, as quais
constituem a outra parte da grandeza e poder do Estado”; “Que a multiplicação quase infinita das embarcações
será também a multiplicação da grandeza e poder do Estado”;
• fomento das manufaturas: “é certo que um milhão de pessoas que definham pela ociosidade ganhariam a vida nas
manufaturas”.

O dinamismo da economia britânica


Questão 1
Afirmações:
• “Nenhum particular pode negociar por sua conta nas diferentes regiões para onde estas companhias enviam
mercadorias”;
• “Se, por exemplo, um particular quer traficar no Levante, é necessário que se torne membro dessa companhia”.
Questão 2
• (D).

Questão 3
• (B).

Questão 4
Tópicos de resposta:
O quadro documenta o crescimento acelerado do consumo de algodão bruto. Entre 1780 e 1800, o consumo desta
matéria-prima multiplicou-se por seis OU aumentou 500% (Doc. 2). Como fatores deste crescimento, apontam-se:
• o aumento da procura, decorrente do alargamento dos mercados interno e, sobretudo, externo: “Londres […] leva
o seu comércio a todas as partes conhecidas do mundo.” (Doc. 1);
• a abundância desta matéria-prima, cultivada nas colónias britânicas;
• a cadeia de inovações tecnológicas na fiação e tecelagem;
• a simplicidade e reduzido custo das primeiras máquinas têxteis, que propiciaram a multiplicação das unidades
industriais;
• os lucros elevados das primeiras unidades industriais, capazes de autofinanciar o seu crescimento.

A economia portuguesa nos séculos XVII e XVIII


Questão 1
• (C).

Questão 2
Tópicos de resposta:
• expedições armadas organizadas inicialmente por particulares e, mais tarde, pela Coroa, que, nos séculos XVII e
XVIII, penetravam no interior do território brasileiro fazendo-se acompanhar de um estandarte identificativo – daí o
nome de “bandeiras” (Mapa: “bandeiras”);
• a maior parte das bandeiras partiu de São Paulo, como se observa no Mapa, onde as necessidades de mão de
obra se faziam sentir de forma particular, e teve, inicialmente, como objetivo a captura e escravização de
índios brasileiros;
• ao objetivo inicial da captura de mão de obra, veio depois juntar-se a busca de jazidas de ouro e diamantes,
procura essa que a Coroa apadrinhou e que foi coroada de êxito (Mapa: “minas de ouro”; minas de diamantes”);
• estas expedições, que se aventuraram por locais do interior brasileiro muito distantes da costa (Mapa), foram da
maior importância para o conhecimento do território brasileiro e a fixação das fronteiras do Brasil.

Questão 3
Ordenação das letras: (B), (A), (C), (D).

Questão 4
Tópicos de resposta:
Introdução
Breve referência à crise comercial de 1670-1692 e à necessidade de implementação de medidas de cariz mercantilista.
Medidas económicas do conde da Ericeira
• política protecionista da indústria nacional, com o fim de substituir as importações por artigos de fabrico português:
“ordenando-se que na Alfândega se não despachem panos grossos de fora do Reino porque aos estrangeiros só
lhes é permitido introduzir os finos”; “depois de estabelecidas as fábricas se podem proibir estes [os tecidos
estrangeiros]” (Doc. 1);
• criação de novas indústrias, que recebem subsídios e outros privilégios: “A primeira fábrica que se deve cuidar é a
dos panos”; “solicitando pessoas que entrem neste negócio fazendo com elas contratos favoráveis, concedendo-
lhes privilégios e mercês”; “A fábrica de vidro e de papel estão principiadas” (Doc.1);
• contratação de artífices especializados estrangeiros, capazes de implementar a manufatura de artigos que
requeriam técnicas complexas;
• promulgação de leis pragmáticas, que proibiam a utilização de diversos artigos de luxo estrangeiros, com o fim de
reduzir as importações: “Devem-se proibir às mulheres os mantos de seda de fora, permitindo-lhes só os de sarja
e de Lamego” (Doc. 1);
• criação de companhias de comércio de cariz monopolista destinadas ao grande comércio atlântico e asiático.
Fatores que motivaram o abandono da política industrializadora
• inversão da conjuntura económica: a crise comercial que motivara as medidas protecionistas desvanece-se;
• decadência das unidades industriais, devido à fraca qualidade dos artigos produzidos e à incapacidade de fazer
cumprir as Pragmáticas;
• celebração do Tratado de Methuen (1703), que previa a livre entrada de têxteis ingleses em Portugal, contra
a exportação dos nossos vinhos para Inglaterra, em condições privilegiadas. Este tratado, que incrementou
as trocas entre os dois países, aumentou também o défice da nossa balança da nossa balança comercial
com a Inglaterra, patente no Doc. 3 – na primeira metade do século XVIII, este défice mais do que duplicou;
• grande afluxo de ouro vindo das minas descobertas no Brasil (Doc. 2), que fornecem a liquidez necessária ao
pagamento das importações (Doc. 3): na primeira metade do século XVIII, este défice mais do que duplicou.
Política económica pombalina
Proteção da economia nacional, seguindo máximas mercantilistas:
• revitalização do setor manufatureiro, com a criação de novas unidades industriais, privilegiadas, e a concessão de
incentivos e apoios às já existentes, numa política semelhante à empreendida pelo conde da Ericeira;
• criação da Junta do Comércio, estrutura estatal que passou a coordenar/controlar a atividade comercial
portuguesa (Doc. 4);
• criação da Aula do Comércio, primeira escola comercial da Europa, com o fim de preparar os futuros
comerciantes (Doc. 4);
• criação de companhias monopolistas, capazes de concentrar capitais e fazer face à concorrência comercial inglesa;
• valorização social dos comerciantes, através da atribuição da condição nobre aos grandes acionistas das
companhias de comércio;
• fim da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, bem como do poder discricionário da Inquisição, como
forma de proteger os cristãos-novos, grupo social do qual provinha boa parte dos comerciantes.

Unidade 3 – Construção da modernidade europeia

Os progressos do conhecimento
Questão 1
• (C).

Questão 2
• “Os povos e os governos retirarão da Academia o máximo proveito”;
• “Graças ao conhecimento, desenvolver-se-ão melhores costumes e melhores leis e virão tempos de paz e de
prosperidade”.

Questão 3
Argumentos:
• a Academia dos Linces pretendia contribuir para o progresso da ciência através da observação minuciosa da
Natureza, lembrando aos seus membros que, tal como os linces, devem possuir um olhar atento ao que os
rodeia;
• a Academia fomenta a experimentação, dando “todas as facilidades para se fazerem experiências”;
• a obra de pintura reproduzida no Doc. 2 atesta a dissecação de cadáveres, prática experimental imprescindível
para o conhecimento do corpo humano. A importância conferida a esta prática evidencia-se no facto de os
retratados pretenderem fixar na tela o momento em que assistem à lição de anatomia.
Questão
131
a) Francis Bacon e René Descartes.
b) William Harvey.

A filosofia das Luzes


Questão 1
• Raciocínio OU inteligência.

Questão 2
Tópicos de resposta:
• Igualdade natural: princípio segundo o qual todos os homens nascem iguais, com um mesmo conjunto de direitos
e deveres que deriva da sua natureza humana. Este princípio rejeita as desigualdades baseadas no nascimento,
que caracterizava a sociedade de ordens: “[Igualdade natural] é aquela que existe entre todos os homens
unicamente pela constituição da sua natureza”; “A igualdade natural ou moral tem, portanto, base na constituição
da natureza humana comum a todos os homens”.
• Liberdade natural: intrinsecamente ligada à igualdade natural, a liberdade natural defende que, uma vez que todos
os homens nascem iguais, nascem também naturalmente livres, sem estarem submetidos a poder algum que não
derive da própria natureza (como a autoridade paterna, por exemplo): “Nenhum homem recebeu da Natureza o
direito de comandar os outros”; “A liberdade é um presente do céu”; “Esta igualdade é o princípio da liberdade”.
• Tolerância OU liberdade religiosa: defensores da liberdade de consciência, os enciclopedistas rejeitam com
veemência o direito do Estado impor uma determinada religião, considerando-o incompatível com a liberdade
individual e nefasto para a sociedade: “guerras de religião, cujas chamas foram muitas vezes funestas para a
sociedade”; “o fanatismo é uma peste”.
• Contrato social OU soberania popular: contrariamente à teoria da origem divina do poder real, que serviu de
suporte ao absolutismo, os iluministas advogam que, em virtude da igualdade e liberdade naturais, o poder emana
dos governados. São estes que, tacitamente, conferem a autoridade aos governantes, podendo retirar-lha, se
assim o entenderem: “Toda a autoridade [provém] do consentimento daqueles que lhe estão submetidos, por um
contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem conferem autoridade”.
• Separação dos poderes OU limitação do poder real: ideia que rejeita o absolutismo, por este concentrar todos os
poderes do Estado num só homem, que assim fica dotado de um poder discricionário. Para evitar esta
concentração de poderes, lesiva da liberdade natural do indivíduo, a filosofia iluminista defende a divisão dos três
poderes do Estado – legislativo, executivo e judicial – por entidades diferentes: “os três poderes estão de tal forma
instituídos que servem uns aos outros de balança e contrapeso”; “a monarquia hereditária limitada parece ser a
melhor forma de monarquia”.

Questão 3
• a) – 3; b) – 5; c) – 2.

Módulo 5 – O LIBERALISMO – IDEOLOGIA E REVOLUÇÃO, MODELOS E PRÁTICAS NOS


SÉCULOS XVIII E XIX

Unidade 1 – As revoluções americana e francesa, paradigma das revoluções liberais

A Revolução Americana
Questão 1
• Revoluções Liberais.

Questão 2
• (B).
Questão 3
• Boston Tea Party OU Revolta do Chá de Boston.

Questão 4
• a) – 3, 6; b) – 1, 4; c) – 2, 5.

Questão 5
• (C).

Questão 6
Tópicos de resposta:
• defesa dos direitos naturais, veiculados pelo Iluminismo – “[…] Para ultrapassar estes problemas, que
ameaçam destruir as vidas, a liberdade e a propriedade dos súbditos […]”;
• constituição de um órgão de soberania, o Congresso de Filadélfia, com representatividade de todas as colónias,
através de delegados – “Nós, os súbditos e Delegados mais leais de Sua Majestade, representamos as colónias
de New Hampshire, Massachusetts, […] num parlamento reunido na cidade de Filadélfia a 5 de setembro de
1774.”;
• contestação da não representatividade no parlamento inglês – “Por isso, seriamente consideramos que a nossa
situação de infelicidade se deve ao ruinoso sistema de administração colonial, adotado pela Minoria Britânica no
ano de 1763 […]”;
• início do movimento de emancipação colonial – “[…] por nós e pelos habitantes das diversas colónias, que
representamos, e em juramento pelos valores da virtude, da honra e do amor pelo nosso país, decidimos o
seguinte […]”;
• salvaguarda dos direitos do Homem e promoção da igualdade étnica – “Nem iremos importar nem comprar qualquer
escravo, depois do próximo dia 1 de dezembro, tal como iremos descontinuar o tráfico de escravos, […] nem
alugaremos os nossos navios nem venderemos os nossos produtos manufaturados a quem estiver envolvido no
tráfico. […]”.

A Revolução Francesa
Questão 1
• (C).

Questão 2
• (B).

Questão 3
• (A).

Questão 4
Tópicos de resposta:
• existência de uma república após a destituição do rei Luís XVI OU substituição da Monarquia Constitucional pela
República popular e jacobina;
• exercício de uma democracia direta pelos sans-culottes, que participavam nas sociedades populares, clubes,
assembleias de secção e na própria Convenção, influenciando, nesta, as votações com as suas manifestações
ruidosas;
• alargamento do direito de voto OU do sufrágio aos sans-culottes, consagrado numa nova Constituição OU
existência de igualdade política entre os sans-culottes e os demais cidadãos;
• proteção aos sans-culottes através de medidas socioeconómicas, como a Lei do Máximo que fixava os salários
OU a nacionalização dos bens dos emigrados, vendidos em pequenos lotes, OU a partilha dos bens comunais OU
a abolição total dos direitos feudais OU a instrução gratuita e obrigatória;
• empenho na defesa dos direitos humanos da liberdade e da igualdade OU combate à escravatura, abolida nas
colónias;
• política de descristianização OU estabelecimento do Estado laico OU perseguições ao clero (visível na figura do
Questão
padre enforcado, no Doc. 2, e no desrespeito com que o sans-cullote calca a sua cabeça);
133
• instauração do Terror, com a prisão e a execução do rei, da família real, dos antigos privilegiados e de todos os
que punham em causa a prepotência do governo revolucionário (visível, no Doc. 2, na figura do magistrado
enforcado e no cadafalso pronto a guilhotinar provavelmente o rei);
• mobilização geral OU participação dos sans-culottes na defesa da Revolução (fabricando armas, combatendo,
fornecendo roupas e calçado – Doc. 2 A, B), ameaçada pela insurreição de monárquicos e católicos e pela
coligação de países europeus que atacavam a França.

Questão 5
Tópicos de resposta:
• [ocupações profissionais] enquanto no documento 2 os sans-culottes são apresentados como trabalhadores
numa oficina de armas ou servindo no exército, no documento 3 os sans-culottes passam o dia a divertir-se com o
espetáculo mórbido das execuções, numa alusão ao período do Terror;
• [atitudes morais OU cívicas] enquanto no documento 2 os sans-culottes dão uma imagem de cidadãos
responsáveis, patriotas, ordeiros, abnegados e solidários, o documento 3 apresenta os sans-culottes como
indivíduos sanguinários, violentos, ignorantes, destruidores da ordem, da religião e do património;
• [aspeto físico ou imagem exterior] enquanto no documento 2 os sans-culottes vestem as suas tradicionais
roupas da calça comprida às riscas e jaqueta, no caso dos homens, e dão, no conjunto de homens e mulheres,
uma imagem digna, apesar da modéstia, o documento 3 apresenta os sans-culottes como indivíduos andrajosos
e esfarrapados, a provocarem a repelência do observador;
• [papel dos sans-culottes na Revolução Francesa] enquanto no documento 2 se considera que os sans-
culottes espelham a dignidade da Revolução Francesa, na sua luta pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade
entre os Homens, no documento 3 os sans-culottes são vistos como responsáveis pelos excessos da Revolução
Francesa, entendida como um episódio histórico negativo de destruição de valores (a liberdade, a justiça, a
lealdade, a religiosidade).

Unidade 2 – A implantação do Liberalismo em Portugal

A Revolução Liberal portuguesa: antecedentes e resistências


Questão 1
• Ordenação das letras: (C), (D), (B), (A).

Questão 2
• Invasões francesas OU invasões napoleónicas OU 1ª invasão francesa OU aproximação de Lisboa do exército
comandado por Junot.

Questão 3
• (D).

Questão 4
• (B).

Questão 5
• a) – 2, 4; b) – 5; c) – 1, 3.

Questão 6
Tópicos de resposta:
Introdução:
Referência à eclosão no Porto da Revolução Liberal Portuguesa, a 24 de agosto de 1820, protagonizada por
militares e burgueses. No espaço de um mês, a Revolução estendeu-se a todo o país.
Antecedentes da Revolução
• a difusão dos ideais iluministas de combate aos privilégios sociais e ao Antigo Regime por parte de
burgueses e intelectuais;
• as invasões francesas OU napoleónicas e a deslocação da corte OU do príncipe regente (futuro rei D. João VI)
para o Brasil OU ausência da corte no Brasil na sequência das invasões francesas OU napoleónicas (Doc. 2);
• a difusão pelos soldados franceses dos ideais liberais OU de liberdade, igualdade e soberania popular;
• a humilhante presença militar inglesa, os elevados poderes governativos do marechal Beresford e a repressão
exercida;
• a abertura dos portos do Brasil ao comércio estrangeiro em 1808 OU a perda do exclusivo comercial com o Brasil,
causadora da destruição de fábricas e manufaturas nacionais, assim como da redução do tráfico comercial com o
Brasil e outras nações (Doc. 2);
• a elevação do Brasil a reino em 1815, transformado em sede da monarquia portuguesa, o que humilhava os
residentes em Portugal OU a sensação de Portugal ser a colónia do Brasil (Doc. 2);
• o Tratado de Comércio de 1810 e as grandes facilidades concedidas às manufaturas britânicas,
responsáveis, também, pelos prejuízos da indústria nacional (Doc. 2);
• a ruína da economia (agricultura, comércio e indústria) e das finanças públicas (crescente endividamento – Doc. 2);
• a decadência da marinha mercante e militar (Doc. 2);
• a conspiração de burgueses e militares, através do Sinédrio e da Maçonaria;
• a influência da restauração do Liberalismo na vizinha Espanha, desde janeiro de 1820.
Obra política e económico-social da Revolução
• o vintismo como a tendência do Liberalismo português instituída na sequência da Revolução de 1820 e
caracterizada pelo radicalismo das suas posições;
• a elaboração, pelos representantes eleitos da Nação, da Constituição de 1822, jurada e promulgada pelo rei
D. João VI (Doc. 1D);
• a substituição da monarquia absoluta de direito divino pela monarquia constitucional baseada na soberania da
Nação;
• a consagração da divisão e independência dos poderes políticos;
• a submissão do poder real à supremacia das Cortes legislativas;
• o ataque às prerrogativas do Reino do Brasil OU a subordinação militar, administrativa e judicial do Brasil a
Lisboa OU a anulação dos benefícios comerciais concedidos ao Brasil OU a política antibrasileira das Cortes
Constituintes;
• a eliminação das prerrogativas da nobreza e do clero OU o reconhecimento dos direitos do indivíduo OU da
igualdade perante a lei a todos os portugueses OU a existência de uma única Câmara legislativa OU a eliminação
das justiças privadas e dos privilégios judiciais;
• o ataque à Igreja OU a permissão da publicação de escritos sobre a Igreja sem qualquer censura OU a
progressiva eliminação do clero regular OU a supressão do pagamento da dízima;
• a reforma dos forais OU a supressão dos direitos banais e dos tributos pessoais OU a libertação dos camponeses
dos vínculos de cariz senhorial OU a redução das rendas e pensões devidas pelos agricultores;
• o protecionismo económico OU a defesa dos interesses dos proprietários rurais OU a proibição da importação de
certos géneros.
Dificuldades de implantação do Liberalismo até ao fim dos anos vinte do século XIX
• a conjuntura externa desfavorável OU a ação contrarrevolucionária da Santa Aliança e da Quádrupla Aliança;
• a independência do Brasil, com os graves problemas económico-financeiros daí resultantes;
• o descontentamento régio com a perda de poderes;
• a hostilidade da nobreza e do clero, em virtude da eliminação de privilégios;
• a oposição da rainha Carlota Joaquina e do Infante D. Miguel OU a contrarrevolução absolutista;
• as revoltas da Vila-Francada (Doc. 1B) e da Abrilada;
• a outorga da Carta Constitucional, diploma moderado e conservador, como tentativa de
apaziguamento político-social (Doc. 1A);
• o restabelecimento do absolutismo por D. Miguel e a repressão exercida sobre os liberais.
A afirmação da ordem liberal
Questão 1
• (C).

Questão 2
Tópicos de resposta:
• [o dia 24 de agosto] enquanto A. Garrett considera que, nesse dia, o fanatismo e a tirania acabaram, sendo
devolvida aos portugueses uma Pátria livre (Doc. 1), para o monge beneditino o dia 24 de agosto foi “infausto”, isto
é, infeliz, ao serem feitas promessas aos portugueses que não se cumpriram, nomeadamente as de zelar pelo rei
e pela religião católica (Doc. 2);
• [aqueles que protagonizaram a Revolução de 1820] enquanto A. Garrett os considera uns heróis, ao louvar o
“braço heroico” que quebrou as amarras da tirania e fez dos Portugueses homens livres quando antes eram
escravos (Doc. 1), o monge beneditino proclama que a revolução foi obra da “nefanda Seita dos Pedreiros Livres
Iluminados”, atribuindo, pois, à Maçonaria e ao Iluminismo – que compara a uma heresia − a origem dos males,
indignidades e impiedades que se abateram sobre Portugal (Doc. 2);
• [obra da Revolução de 1820] enquanto A. Garrett destaca a implantação da liberdade e a defesa da
soberania, da representação da Nação e do constitucionalismo como obra imediata e legítima da Revolução
(Doc. 1), o monge beneditino insurge-se contra a falsidade das promessas de liberdade e igualdade, as
perseguições à religião católica e a redução da autoridade do rei (Doc. 2);
• [situação dos portugueses] enquanto A. Garrett considera que os portugueses foram libertados e recuperaram
a dignidade humana com a Revolução de 1820 (Doc. 1), o monge beneditino diz que os Portugueses foram
enganados com quimeras (Doc. 2).

Questão 3
Tópicos de resposta:
• evitar OU controlar a reação dos partidários do Antigo Regime à nova ordem liberal (Doc. 2);
• eliminar o radicalismo vintista;
• obter o apaziguamento político-social;
• engrandecer o poder real;
• recuperar o poder da alta nobreza e do alto clero.

Questão 4
• Revolução de Setembro.

Questão 5
• Ordenação das letras: (C), (E), (D), (A), (B).

Questão 6
Tópicos de resposta:
Introdução:
A implantação do Liberalismo em Portugal teve origem na Revolução de 1820, mas, até 1850, sucederam-se
diferentes projetos para o concretizar: o vintismo, interrompido pela contrarrevolução absolutista; o cartismo;
o setembrismo; e o cabralismo.
A ação do vintismo
• o vintismo como a tendência do Liberalismo português instituída na sequência da Revolução de 1820 e
caracterizada pelo radicalismo das suas posições;
• a elaboração, pelos representantes eleitos da Nação, da Constituição de 1822, jurada e promulgada pelo rei
D. João VI (Doc. 1);
• a substituição da monarquia absoluta de direito divino pela monarquia constitucional baseada na soberania da
Nação (Doc. 1);
• a consagração da divisão e independência dos poderes políticos;
• a submissão do poder real à supremacia das Cortes legislativas (Doc. 2);
• o ataque às prerrogativas do Reino do Brasil OU a subordinação militar, administrativa e judicial do Brasil a
Lisboa OU a anulação dos benefícios comerciais concedidos ao Brasil OU a política antibrasileira das Cortes
Constituintes;
• a eliminação das prerrogativas da nobreza e do clero OU o reconhecimento dos direitos do indivíduo OU da
igualdade perante a lei a todos os portugueses OU a existência de uma única Câmara legislativa OU a eliminação
das justiças privadas e dos privilégios judiciais;
• o ataque à Igreja OU a permissão da publicação de escritos sobre a Igreja sem qualquer censura OU a
progressiva eliminação do clero regular OU a supressão do pagamento da dízima (Doc. 2);
• a reforma dos forais OU a supressão dos direitos banais e dos tributos pessoais OU a libertação dos camponeses
dos vínculos de cariz senhorial OU a redução das rendas e pensões devidas pelos agricultores;
• o protecionismo económico OU a defesa dos interesses dos proprietários rurais OU a proibição da importação de
certos géneros.
A obra do cartismo
• o cartismo como a tendência do Liberalismo português destinada a eliminar o radicalismo vintista, na sequência
dos golpes absolutistas da Vila-Francada e da Abrilada;
• a outorga da Carta Constitucional, por D. Pedro IV, em 1826 (Doc. 3), para conciliar os adeptos do Liberalismo
(radicais e conservadores) e a oposição absolutista;
• a ampliação dos poderes do rei através da atribuição do poder moderador;
• a recuperação de poderes por parte da alta nobreza e do alto clero através da criação da Câmara dos Pares,
nomeada pelo rei;
• a instituição do sufrágio censitário para a eleição da Câmara dos Deputados OU a proteção aos cidadãos
possuidores de um certo grau de fortuna;
• as medidas reformadoras de Mouzinho da Silveira tendentes à libertação da terra, através da abolição dos dízimos
(Doc. 4), dos forais, dos pequenos morgadios e dos bens da Coroa;
• as medidas reformadoras de Mouzinho da Silveira e de Ferreira Borges tendentes à libertação do comércio,
através da extinção de portagens, da diminuição dos direitos de exportação, da supressão de monopólios e da
publicação do Código Comercial;
• outras medidas reformadoras de Mouzinho da Silveira como o Registo Civil, a nova organização administrativa e a
modernização judiciária e financeira;
• a extinção das ordens religiosas e a nacionalização dos seus bens (decreto de Joaquim António de Aguiar);
• a venda dos bens nacionais em hasta pública, que beneficiaram a alta burguesia;
• a concessão de títulos de nobreza à alta burguesia.
Os projetos setembrista e cabralista
• o setembrismo como a tendência radical do Liberalismo português, opositora do cartismo e defensora de
princípios do vintismo, patente no pedido de reposição da Constituição de 1822 (Doc. 5);
• a elaboração da Constituição de 1838, espécie de compromisso entre o radicalismo democrático da Constituição
de 1822 e o espírito monárquico da Carta de 1826;
• as medidas económicas para libertar o país da tutela estrangeira OU a publicação da pauta protecionista de 1837;
• a exploração económica das colónias africanas como alternativa à perda do mercado brasileiro;
• a proibição do tráfico de escravos nas colónias a sul do equador;
• a reforma setembrista do ensino primário, secundário e superior para instruir amplas camadas da população e
formar elites qualificadas;
• o cabralismo como a tendência do Liberalismo português, dirigida por Costa Cabral, que repôs a Carta
Constitucional e se caracterizou pelo exercício autoritário do poder;
• o desenvolvimento económico assente no fomento industrial, nas obras públicas (Doc. 6) e numa maior eficiência
na cobrança de impostos;
• a reforma da Saúde, com a proibição dos enterramentos nas igrejas (Leis da Saúde).
Unidade 3 – O legado do Liberalismo na primeira metade do século XIX

O Liberalismo: ideologia e práticas


Questão 1
• (B).

Questão 2
Afirmações:
• “Eles [os Franceses] contribuem indistintamente, na proporção da sua fortuna, para os cargos do Estado.”
• “Nenhum deputado será admitido na Câmara […] se não pagar uma contribuição direta de 1000 francos.”
• “Os eleitores, que concorrem para a nomeação dos deputados, só terão direito de sufrágio se pagarem uma
contribuição direta de 3000 francos […].”

Questão 3
Tópicos de resposta:
• o estabelecimento da igualdade entre os homens ao afirmar que “os Franceses são iguais perante a lei, quaisquer
que sejam os seus títulos e a sua categoria social” (Art. 1.o);
• o estabelecimento da liberdade de acesso “[…] aos empregos civis e militares” (Art. 3.o);
• o estabelecimento da liberdade de crenças e de opinião (Art. 6.o e Art. 8.o);
• o estabelecimento do direito à cidadania OU ao desempenho dos “cargos do Estado” (Art. 2.o);
• o estabelecimento do direito a ser eleito deputado (Art. 37.o e Art. 38.o);
• o estabelecimento do direito a eleger os deputados OU a ser eleitor (Art. 40.o).

O Romantismo, expressão de defesa da ideologia liberal


Questão 1
• (B).

Questão 2
• (A).

Questão 3
• a) – 3, 5; b) – 2, 6; c) – 1, 4.

MÓDULO 6 – A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL – ECONOMIA E SOCIEDADE; NACIONALISMOS E


CHOQUES IMPERIALISTAS

Unidade 1 – As transformações económicas na Europa e no mundo

A hegemonia económica britânica

Questão 1
• A expressão refere-se ao livre-cambismo, sistema económico que advoga a abolição de barreiras comerciais.
Segundo esta teoria, o livre-comércio proporcionaria um desenvolvimento integrado de todas as regiões do
mundo, na medida em que cada região poderia desenvolver as produções mais adequadas ao seu território,
exportá-las e receber das outras nações os bens que não produzia. Os Britânicos foram, no século XIX, grandes
defensores do livre-cambismo.
Questão 2
• a) – 2; b) – 3; c) – 1.

Questão 3
Tópicos de resposta:
• industrialização recente de outros países, como a Alemanha ou os EUA OU equipamento industrial britânico
obsoleto OU dificuldade em lutar contra uma concorrência cada vez maior: “Tínhamos o monopólio dos parafusos
e dos pregos. Ao abrigo das tarifas aduaneiras, a Alemanha e a América desenvolveram as suas fábricas.”; “Os
botões que vendíamos a toda a Europa chegam-nos hoje da Alemanha”; “O fio de ferro alemão vende-se hoje
nas nossas lojas de Birmingham”; “Fora, os EUA eram o nosso grande consumidor. Mas, de potência agrícola
eles quiseram tornar-se industriais”;
• adoção do livre-cambismo OU abertura dos mercados internos e coloniais da Grã-Bretanha aos produtos
estrangeiros: “a ruína da nossa agricultura pelas importações da América, da Índia, da Rússia e de outros
países, é demasiado evidente […].”; “Nas nossas colónias, a concorrência estrangeira, as alfândegas e as más
colheitas atuam igualmente contra nós”;
• Aplicação de medidas protecionistas por parte de alguns países, sobretudo em contexto de crise económica:
“A França duplicou as suas tarifas […] e os Russos também nos fecharam os seus mercados […].”.

Unidade 2 – A sociedade industrial e burguesa

A explosão demográfica e os movimentos populacionais


Questão 1
• Explosão demográfica.

Questão 2
• duplicação (aproximada) da população na maioria dos países da Europa entre 1800 e 1910 (OU exemplos desse
crescimento) (Doc. 1);
• ritmo de crescimento mais acelerado na Grã-Bretanha (10,9 M. de hab., em 1800 para 40,8 M. de hab., em 1910)
(Doc. 1), como consequência da precocidade das transformações económicas e nos transportes (OU como
consequência da Revolução Industrial);
• forte crescimento populacional na Alemanha, Bélgica, Holanda (Doc. 1) acompanhando os progressos
de industrialização que se manifestam nestes países a partir de meados do século XIX;
• crescimento populacional mesmo nos países do sul (Portugal, Espanha, Itália) e do Leste (Rússia) (Doc. 1), onde
persistiam formas tradicionais de economia;
• recuo da mortalidade como principal fator de impulso do crescimento da população, mais notório nos países mais
desenvolvidos (Grã-Bretanha, Alemanha, França, Bélgica …) (Doc. 1) como consequência da melhoria da
alimentação (Revolução Agrícola), do vestuário (Revolução Industrial), do progresso dos transportes, que
permitiram um abastecimento mais uniforme das populações, dos progressos na “higiene pública”e dos avanços
na medicina:”vacinação”;
• interesse das entidades públicas na higiene e salubridade das vilas e cidades: “o prefeito de Indre-et-Loire
organizou a instalação de conselhos de higiene e saneamento em cada distrito” (Doc. 2);
• preocupação das entidades públicas com a saúde das populações: “inspeção sanitária das vilas e habitações,
ações de prevenção de epidemias, vacinação” (Doc. 2);
• política de investimento em obras públicas para a melhoria da salubridade das cidades “licenciamento de
[…] grandes obras públicas” (Doc. 2);
• Construção de hospitais: “licenciamento de hospitais” (Doc. 2).

Questão 3
• (B).

Questão 4
• (C).
A Sociedade burguesa
Questão 1
• a) e c)

Questão 2
• (B).

Questão 3
• [preocupação com] “tempos de agitação política que se vivem”;
• “sucessivamente eleito representante municipal do Departamento de Finanças, do Grémio do Comércio, da
Comissão de Auditoria e da Casa de Misericórdia de Santa Ana.”;
• “Cumprimentos igualmente dos senadores Möllendorpf e Oeverdieck, do cônsul Kistenmaker, […] e
dos comandantes Kloot e Klötermann.”;

Questão 4
• apreço pelas virtudes da coesão familiar: “estou naturalmente disposto a apoiar-te, financeira e psicologicamente”;
“Saudades e lembranças de tua mãe”; “educação concedida pelos pais”;
• preocupação com a conservação do património familiar OU o respeito pelos «negócios»: “A única coisa que rogo
a Deus é que tu possas herdar os negócios pelo menos no estado em que se encontram de momento.”;
• enaltecimento do valor trabalho: “Trabalha”;
• apologia da poupança: “evitar esse tipo de despesas aqui em casa.” OU “poupa!”;
• valorização da “educação concedida pelos pais”;
• a moral conservadora OU a importância dos valores religiosos: “rogo a Deus” OU “Que Deus te abençoe” OU
“ora”;
• valorização da livre iniciativa: “Quanto aos planos comerciais que fazes para o futuro, meu filho, fico muito
contente pelo vivo interesse que eles denotam”;
• preocupação com a imagem de respeitabilidade perante a sociedade: “Estou convicto de que, pela tua conduta
correta, te mostraste e te mostrarás digno”;
• solidariedade entre os membros da grande burguesia: “Considero-me um homem feliz por ter colocado os meus
dois filhos em firmas com as quais mantenho relações de amizade. Tu próprio já deves sentir de momento as
vantagens que tal situação acarreta.”
• promoção dos contactos no seio das elites políticas como, por exemplo, os “senadores” OU o “cônsul”.

Questão 5
• tendência de crescimento da percentagem da população ativa no setor terciário, nos países industrializados (Doc. 2);
• necessidade de distribuir e de investir a riqueza produzida OU expansão dos negócios, na dinâmica do
capitalismo industrial, pelas áreas económicas do comércio, dos transportes e distribuição (Doc. 2);
• aumento das atividades económicas relacionadas com a prestação de serviços (ensino, banca, seguros,
administração, …) OU aumento e valorização das profissões liberais (médicos, engenheiros, advogados, …) (Doc.
3);
• necessidade de empregados de comércio (patrões grossistas ou retalhistas, transportadores, empregados de loja
ou de grande armazém, vendedores), de “colarinhos brancos”, de quadros técnicos, como as enfermeiras (Doc.
3);
• Valorização do saber científico e técnico (Doc. 3).

A condição operária e as propostas socialistas


Questão 1
• (A).

Questão 2
• a); e).
Questão 3
• (D).

Questão 4
• a) – 3, 7; b) – 1, 4, 5; c) – 2, 6.

Questão 5
• (A).

Unidade 3. Evolução democrática, nacionalismo e imperialismo

Imperialismo e colonialismo no século XIX


Questão 1
• (C).

Questão 2
• (D).

Questão 3
• (A).

Unidade 4 – Portugal, uma sociedade capitalista periférica

Estabilidade e progresso material (1851-1880)


Questão 1
• (B).

Questão 2
• (A).

Questão 3
• “Nós não podemos dar dois passos sem que pelo mau estado em que estão os caminhos tropecem os cavalos e
nós quebremos a cabeça!”;
• “Entretanto, conheço que muitas destas coisas não está o meu país ainda no caso de as desfrutar.”;
• “Quisera porém que desde já se melhorasse a indústria e a agricultura, porque realmente carecem de muitos
melhoramentos.”;
• “eu não quero só o progresso material, quero também […] o progresso da instrução pública, porque estou
persuadido que sem ele não pode haver liberdade no país.”.

Questão 4
• alargamento da rede rodoviária (na qual se insere a ponte D. Luís – Doc. 2), de forma a facilitar a ligação entre as
regiões entre si e com o litoral aumentando a circulação de pessoas e mercadorias e a estimular o consumo e as
atividades económicas;
• ligação rodoviária (Doc. 2) Lisboa, Vila Nova de Gaia/Porto e ferroviária (Doc. 3), ficando as duas maiores cidades
do país unidas comercialmente e por via terrestre;
• alargamento da rede ferroviária às várias regiões do país, facilitando as viagens e o transporte de mercadorias
mais pesadas entre regiões, com o litoral e interior e com a Espanha e a Europa (Doc. 2);
• construção de pontes rodoviárias (Doc. 2) e ferroviárias permitindo ultrapassar as barreiras geofísicas que
isolavam as populações;
• ligação ferroviária com a Espanha pela linha do Leste (Lisboa-Badajoz-Madrid – Doc. 3) facilitando o comércio
com o exterior, o consumo e a produção;
• contrução de infraestruturas (pontes, estradas, caminhos de ferro, estações ferroviárias – Doc. 2 e 3), progressos
dos transportes (comboio – Doc. 3), facilitando a circulação de pessoas, mercadorias e capitais e garantindo o
abastecimento mais uniforme das populações.

Depressão e expansão na viragem do século


Questão 1
• c) e e).

Questão 2
• Défice crónico da balança comercial portuguesa (Doc.1);
• crescimento do valor das importações desde 1886, atingindo quase o dobro das exportações em 1889-1890 (Doc.
1), facilitadas pelo livre-cambismo e decorrente do atraso e falta de competitividade da indústria portuguesa que
não satisfazia as necessidades internas de maquinaria, nem conseguia competir com artigos industriais
estrangeiros, mais baratos e de melhor qualidade;
• redução do valor das exportações, entre 1886-1890 (Doc. 1), relacionada com a queda de produção de vinho
(filoxera) a que se associa a abertura dos tradicionais mercados de exportação portugueses aos produtos
primários de outras regiões do globo nos mercados;
• insuficiência permanente de recursos financeiros do Estado que obrigava os governos à permanente contração de
empréstimos, no país e no estrangeiro, para fazer face às despesas públicas: “Os empréstimos em Portugal
constituíam hoje uma das fontes de receita, tão regular, tão indispensável.” (Doc. 2);
• atraso estrutural da economia portuguesa e falta de competitividade dos produtos portugueses nos mercados
internacionais (Doc. 2) limitava as receitas do comércio, obrigava os governos a agravarem os impostos: “única
ocupação mesmo dos ministérios era esta – «cobrar o imposto»;
• agravamento da dependência do investimento estrangeiro indispensável à política de fomento económico e de
obras públicas (doc. 2): “«fazer o empréstimo». E assim se havia de continuar”;
• agravamento do défice financeiro em virtude das elevadas despesas com o pagamento dos juros da dívida,
impelia o país “para a bancarrota”.

Questão 3
• (B).

Questão 4
• a) – 1, 4, 7; b) – 2, 3; c) – 5, 6.

Unidade 4 – Portugal, uma sociedade capitalista periférica

As dificuldades do regime monárquico


Questão 1
• D. Carlos I.

Questão 2
• Existia, entre os Portugueses, o “sentimento imperioso” de que era necessário rever as regras constitucionais da
governação;
• a revisão da Carta permitiria uma governação estável e harmoniosa;
• a revisão do texto constitucional contribuiria para o êxito político do “novo reinado”.

Questão 3
• (A).
Questão 4
• a) – 2; b) – 3; c) – 5.

Questão 5
• “[…] promulgaram-se providências de carácter legislativo […] restabelecendo a normalidade dos direitos
individuais”;
• “Tem procurado o meu governo cumprir escrupulosamente os preceitos legais”;
• “Assegurar-se-á o cumprimento rigoroso de todas as disposições legais para a justa aplicação dos dinheiros
públicos às despesas legalmente votadas”.

Questão 6
• o descrédito do rotativismo partidário, sistema político em que alternavam, na chefia do Governo, os dois
principais partidos monárquicos: o Partido Regenerador e o Partido Progressista. A incompetência destes
governos, carentes de um verdadeiro programa político e muitas vezes subordinados a interesses particulares,
suscitaram críticas duras ao regime monárquico;
• o descontentamento de largas camadas da população, decorrente do atraso económico que continuava a marcar
Portugal: os magros salários da classe média, a miséria do operariado e o grande contingente migratório que
deixava as zonas rurais punha em evidência a inoperância dos governos monárquicos;
• a persistente crise das finanças públicas, cujo défice atinge um pico no fim da década de 1880, levando o país a
declarar bancarrota (1892): “medidas tendentes a melhorar as condições do Tesouro, sem sobrecarregar o
contribuinte […] de que deverá resultar diminuição da despesa”; “um novo contrato com o Banco de Portugal, que
permitirá reduzir os gastos do Estado”; “[O Banco de Portugal] […] que merece os nossos maiores louvores pela
forma como tem auxiliado o Tesouro nas suas crises financeiras”;
• a propaganda e os ataques desferidos pelo Partido Republicano, fundado em 1876, que repetidamente culpava a
monarquia pelos males do país, apresentando a implantação da República como única via para salvar Portugal;
• o grave incidente diplomático originado pelo “mapa cor-de-rosa”, que opôs Portugal à Inglaterra. A cedência do
governo de D. Carlos às exigências do Ultimato Britânico de 1890, que exigia a imediata retirada das forças
portuguesas das regiões africanas recém-ocupadas, desencadeou uma onda de indignação que feriu gravemente
o prestígio da monarquia. D. Manuel compromete-se a submeter à apreciação do Parlamento as “propostas
referentes […] às questões mais importantes do império colonial”, não as deixando unicamente nas mãos do
Governo;
• a tentativa de instauração da República, ocorrida no Porto, em 1891, na sequência do Ultimato britânico. Embora
a rebelião, mal organizada, tenha fracassado, este episódio deixou patente o descontentamento face ao regime
monárquico;
• a “Ditadura de João Franco”, primeiro-ministro ao qual o rei D. Carlos conferiu poderes para governar sem o
Parlamento, que foi dissolvido. Considerado anticonstitucional e tirânico, o governo de João Franco esteve na
origem de atos violentos, como o regicídio. O rei D. Manuel alude a este período ditatorial, ao afirmar a sua
determinação em governar “como manda a lei” e em repor “a normalidade dos direitos individuais”, por
exemplo;
• o impacto de escândalos financeiros que implicavam o mau uso de dinheiros públicos, fartamente capitalizados
pela propaganda republicana, que soube pôr em contraste a miséria de muitos portugueses com a dissipação da
Casa Real e a corrupção da administração monárquica. No seu discurso, o rei enfatiza a intenção de cumprir
“todas as disposições legais para a justa aplicação dos dinheiros públicos às despesas legalmente votadas”;
• o regicídio, em que pereceram o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe (1 de fevereiro de 1908). No
regresso de uma estadia em Vila Viçosa, a carruagem em que seguia a família real é atacada a tiros de pistola
por elementos extremistas: “o falecimento crudelíssimo de meu pai e irmão, do nosso rei e príncipe”; “Essa nunca
vista fatalidade me fez subir ao trono no cumprimento de um dever dinástico e nacional”;” No tocante à política
interna, transpôs-se uma crise que é importante liquidar”.

Da monarquia à república
Questão 1
• (B), (D), (C), (A), (E).

Questão 2
• (A).
Questão 3
Tópicos de resposta:
Introdução
Referência à afirmação dos ideais republicanos na Europa em geral e à crescente expressão eleitoral do Partido
Republicano Português.
Fatores de descrédito do regime monárquico
• mau funcionamento do rotativismo partidário, fragilizado pela falta de um programa coerente de governo e pela
incompetência de muitos ministros: “Votar nos rotativos é levá-la [a pátria] à ruína” (Doc. 2); “confiar nas
promessas de regeneração “franca” de quem até hoje só tem dado provas de incompetência e maus
instintos”;
• atraso económico e dificuldades financeiras do país;
• descontentamento das classes médias e miséria das classes trabalhadoras;
• ataques do Partido Republicano à instituição monárquica, patente no panfleto (Doc. 2);
• indignação face à cedência ao Ultimato Inglês: “a multidão obscura que vegeta nos quartéis ou se agita
vagamente nos bairros da miséria veio gritar francamente, à luz do dia, que está farta de monarquia e de
Braganças” (Doc. 1);
• tentativa revolucionária de derrube da monarquia em 31 de janeiro de 1891, a que se reporta o Doc. 1;
• governo ditatorial de João Franco (Doc. 2);
• repressão dos ativistas republicanos;
• assassinato do rei e do príncipe herdeiro.
Funcionamento do sistema parlamentar republicano
• Congresso da República formado por duas câmaras – a dos Deputados e o Senado – eleitas por sufrágio direto e
universal (embora com restrições);
• exclusividade da competência legislativa atribuída ao Congresso da República: “Artigo 26 − Compete
privativamente ao Congresso da República: 1.º Fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las” (Doc.
3);
• amplas funções do Congresso, ao qual competia, entre outras, a eleição e a destituição do Presidente da
República: “Artigo 26 − Compete privativamente ao Congresso da República […] 19.º Eleger o Presidente da
República;
20.° Destituir o Presidente da República, nos termos desta Constituição” (Doc. 3);
• controlo, pelo Congresso, dos atos de administração do Governo e do Presidente da República: “Artigo 27 − As
autorizações concedidas pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo não poderão ser aproveitadas mais de uma
vez” (Doc. 3);
• grande instabilidade governativa resultante da supremacia do Congresso face aos demais órgãos de governação.
Medidas dos governo republicanos
• Lei de Separação do Estado e das Igrejas, que equiparou a religião católica, predominante no país, a qualquer
outro culto. A laicização do Estado foi levada a cabo pelo ministro da Justiça, Afonso Costa, que figura na
caricatura silenciando a Igreja (“Schiu, não quero piu” – Doc. 4);
• anticlericalismo, que se manifesta na expulsão das ordens religiosas e na nacionalização dos bens da Igreja.
A feição anticlerical dos governos republicanos está bem patente na figura do Papa que arde na fogueira do
Inferno, libertando as “vítimas da Igreja” (Doc. 4);
• instituição do Registo Civil obrigatório;
• regulamentação do horário de trabalho e instituição do descanso semanal obrigatório;
• reconhecimento do direito à greve;
• criação do Ministério do Trabalho e Previdência Social;
• investimento nas áreas da habitação, saúde e assistência;
• promoção do ensino público, com particular ênfase na escolaridade obrigatória; renovação do ensino técnico e
criação das universidades de Lisboa e do Porto.
Unidade 5 – Os caminhos da cultura

Transformações culturais na segunda metade do século XIX


Questão 1
Tópicos de resposta:
• progresso da alfabetização na maioria dos países europeus – o ensino primário torna-se obrigatório, com o
consequente aumento do número de professores: entre 1837 e as vésperas da Primeira Guerra Mundial, o
número de professores aumenta 150% (Doc. 1);
• progressiva laicização do ensino, que deixa de depender das instituições religiosas para se tornar uma obrigação
do Estado – institucionalização e reforço do ensino público, patente tanto no aumento do número de professores
(Doc. 1), como no quadro de Jean Beraud (Doc. 2), que retrata a saída dos alunos de um estabelecimento de
ensino público;
• investimento no ensino médio e superior, como resposta à formação de quadros médios e superiores,
necessários à sociedade industrial;
• renovação dos currículos e métodos pedagógicos, de acordo com os progressos das ciências e as necessidades
do mundo do trabalho OU estruturação de uma via científica como alternativa ao ensino humanístico, até aí
predominante.

Questão 2
• a) – 3; b) – 5; c) – 2.

Questão 3
Tópicos de resposta:
• pintura de plein air, executada no exterior do atelier;
• captação das variações luminosas;
• execução rápida, normalmente sem esboço preliminar, que resulta num traço algo irregular;
• textura grossa e empastelada, resultante da aplicação de pinceladas sobrepostas de cores puras;
• valorização da cor, da luz e da captação do instante, em detrimento da linha cuidada e do acabamento perfeito,
praticados pelos pintores académicos OU diluição dos contornos.

Questão 4
Tópicos de resposta:
Comparação clara das duas opiniões sobre o Impressionismo, referindo dois dos aspetos em que se opõem:
• [valor artístico] enquanto, na opinião de Emile Cardon – Doc. 2B –, o Impressionismo carece de valor artístico,
sendo até comparável aos “rabiscos de uma criança”, na opinião de Jules Castagnary – Doc. 2C – as obras
impressionistas demonstram inegável talento (“Juro por Cabanel e Gerome que há aqui talento, até muito
talento.”);
• [utilização da linha] enquanto o autor do Doc. B assinala, como característica desta escola, o desprezo pela linha
(“Esta escola despreza […] a linha”), o autor do Doc. C realça a precisão das linhas mestras, apesar do
minimalismo das obras (“É verdade que é minimalista, mas como são precisas as linhas mestras”);
• [reprodução da realidade] enquanto Emile Cardon considera, ironicamente, que só “uns poucos iluminados, os
visionários” conseguirão discernir o objeto representado, Jules Castagnary afirma que o pintor impressionista
compreende instantaneamente o objeto/natureza de uma forma “vívida, luminosa, perspicaz”;
• [efeito no espectador] de acordo com a avaliação do documento 2B, as obras impressionistas provocam, em
quem as vê, “desgosto e agonia”; em contraste com esta opinião, o autor da crítica reproduzida no Doc. 2C
considera-as encantadoras, engraçadas, nada maçadoras ou banais: “Estes jovens pintores têm uma forma de
compreender a Natureza que não é minimamente maçadora ou banal. É vívida, luminosa, perspicaz.
É encantadora”.

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