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Profissional
Linalva Maria de Barros
Técnico em
Tradução e
Interpretação de Libras
Saúde Ocupacional e Ética
Profissional
Linalva Maria de Barros
Curso Técnico em
Tradução e Interpretação de Libras
Educação a Distância
Recife
Design Educacional
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Secretaria Executiva de
Helisangela Maria Andrade Ferreira Educação Integral e Profissional
Jailson Miranda
Roberto de Freitas Morais Sobrinho Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Diagramação
Jailson Miranda
Gerência de Educação a distância
Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 59
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UNIDADE 01 | A HISTÓRIA DO TRADUTOR INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE
SINAIS NO BRASIL E NO MUNDO
Olá, estudante! Você sabe quem é o intérprete? E o tradutor intérprete de Libras, são as
mesmas pessoas? É o que você irá descobrir a seguir:
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A mesma autora ainda pontua que:
[...]”A interpretação sempre envolve as línguas faladas/sinalizadas, ou seja nas
modalidades orais-auditivas e visuais-espaciais.Assim, poder-se-á ter a interpretação
da língua de sinais para língua falada e vice-versa( QUADROS, 2002, p.9).
Feita a diferenciação entre tradutor e tradutor intérprete de Libras, você vai viajar agora
na linha do tempo e entender a história desse profissional, sua trajetória no Brasil e no mundo.
Cronologicamente, começou na Suécia. Mas antes de ir para esse país, convido você, estudante a ler
um pouco mais sobre tradução e interpretação e ampliar seus conhecimentos.
Tradução: de acordo com o dicionário HOUAISS,é a transposição de uma língua para
outra( HOUAISS,2002,p.726).
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estiver na modalidade escrita trata-se de uma tradução; se estiver na modalidade
vocal (também chamada de oral) ou sinalizada (presenciais ou de interação
imediata), o termo utilizado é interpretação.( Pereira, 2008, p. 136).
Agora, estudante, convido você a continuar sua leitura para conhecer a história do
tradutor intérprete. Preparado ?. Você vai viajar para alguns países para saber como tudo começou.
Observe a linha do tempo:
8
surdos buscam por seus direitos para exercer a cidadania, e a participação deles nas
discussões,repercute de forma muito positiva para a profissionalização do tradutor intérprete. A
atividade laboral e voluntária dos intérpretes, na sua maioria era requisitada por familiares de surdos
ou advinda de pessoas que tinham interesse em aprender Libras, para atuar como intérpretes
“(...) A história da constituição deste profissional se deu a partir de atividades
voluntárias que foram sendo valorizadas enquanto atividade laboral na medida em
que os surdos foram conquistando o seu exercício de cidadania. A participação de
surdos nas discussões sociais representou e representa a chave para a
profissionalização dos tradutores e intérpretes de língua de sinais. Outro elemento
fundamental neste processo é o reconhecimento da língua de sinais em cada país. À
medida em que a língua de sinais do país passou a ser reconhecida enquanto língua
de fato, os surdos passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto direito
linguístico (...)”. (Quadros, 2007, p. 13).
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no ano de 1981 , foi determinado que cada conselho municipal deveria ter uma unidade com
intérpretes.
Estados Unidos, em 1815 com a chegada de Laurent Clerc( surdo francês), que tinha
Thomas Gallaudet como seu intérprete e era responsável pela educação dos surdos no país. Com o
passar dos anos, as pessoas passaram a intermediar a comunicação com os surdos de maneira
voluntária e restrita, pois era feita por amigos, religiosos, vizinhos, etc.. Mais adiante, a organização
dos profissionais intérpretes ocorreu de fato nos Estados Unidos no ano de 1964 e na ocasião, um
grupo de intérpretes que usavam a língua sinalizada, fizeram o registro de intérpretes surdos( a atual
RID) e dessa forma tomando para si a responsabilidade de formação, treinamento e avaliação, bem
como o código de comportamento ético. Em 1972, o RID, realiza a seleção de intérpretes e os registra,
mediante uma avaliação. nos dias atuais, o referido órgão é responsável por selecionar os intérpretes,
certificar os intérpretes qualificados; manter um registro; promover o código de ética; e oferecer
informações sobre formação e aperfeiçoamento de intérpretes.
Caro estudante, no parágrafo acima, você leu sobre o Registry of Interpreters for the Deaf
- RID, órgão responsável pelo registro dos intérpretes nos Estados Unidos - EUA em 1972. E sobre o
referido órgão, leia abaixo as categorias de intérpretes constantes no RID, na pesquisa de SANDER:
Segundo a Associação Americana dos intérpretes de língua de sinais, chamada de RID
(Registry of Interpreters for the Deaf), os tradutores/intérpretes podem ser
classificados em três categorias principais:
Os tradutores/intérpretes educacionais que atuam no âmbito educacional e em
todos os níveis de ensino, bem como em eventos como conferências, palestras,
reuniões, grupos de pesquisa, etc.
Os tradutores/intérpretes comunitários que atuam no âmbito social, como em
atendimentos hospitalares e consultas médicas, nas repartições públicas como
delegacias de polícia, rodoviárias, aeroportos, etc. onde a acessibilidade pública é de
direito a todos.
Os tradutores/intérpretes legais ou também reconhecidos como legais, pois atuam
especificamente com questões jurídicas, questões cíveis e penais, varas judiciais e de
família, fórum, julgamentos, etc. Tratam de atuar nas questões específicas na área
legal. Cada vez mais esta profissão exige uma formação acadêmica específica para a
própria atuação do futuro profissional, bem como da área em que este profissional
irá atuar. Em muitos países já se exigem duas formações acadêmicas do
tradutor/intérprete, como é o caso dos Estados Unidos e países da Escandinávia. (
Sander, 2013,p.02)
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Como você leu no parágrafo acima, foi mencionado o nome de Thomas Gallaudet, que
era intérprete de Laurent Clerc. Lhe convido a ler um pouco mais sobre ele, pois suas pesquisas foram
bastante significativas para a história do profissional tradutor intérprete de Libras.Em suas pesquisas,
Gallaudet descobriu algo muito importante;que a França e a Inglaterra estavam bastante evoluídos
nas metodologias de ensino para os surdos. De posse dessa descoberta, ele resolve viajar para esses
países para aprofundar suas pesquisas e conhecer detalhadamente as metodologias utilizadas por
eles. Além de avançar nas pesquisas, o estudioso tinha a pretensão de construir a primeira escola dos
Estados Unidos que fosse prioritariamente voltada para o ensino dos surdos. O ponto de partida de
sua viagem foi a Inglaterra, porém , os ingleses não facilitaram a vida de Gallaudet e impuseram uma
série de condições para a divulgação do método, e por isso não foi viável a observação e realização
dos estudos. Thomas Hopkins Gallaudet volta à América trazendo o professor surdo Laurent Clerc,
melhor aluno do “Instituto Nacional para Surdos Mudos”, de Paris. Durante a longa viagem que
fizeram juntos, de volta ao Estados Unidos, Clerc ensinou a língua de sinais para Gallaudet, que por
sua vez lhe ensinou o inglês.
E aí, estudante, veja quantas ações importantes foram realizadas por esses países no
intuito de promover a atuação do intérprete de Libras e sobretudo, atender às reivindicações da
comunidade surda. Mas, você deve estar curioso para saber como esse processo ocorreu no Brasil,
não é mesmo?. É o que você vai ficar sabendo agora.
Brasil - Você estudou que a presença do profissional intérprete de Libras ocorreu em
contextos religiosos, nos países acima mencionados, mas saiba que no seu país , o Brasil, não foi
diferente. Nos anos 80, já era possível identificar a atuação de intérprete de Libras nestes contextos
, porque mesmo com a criação Instituto dos Surdos-Mudos em 1857 pelo imperador Dom Pedro II ,
não houve ainda o reconhecimento desse profissional nesse período, isso aconteceria muitos anos
depois. Passados alguns anos , em 1980, é que surge o intérprete atuando como voluntário, e essa
ação era realizada por familiares de sujeitos surdos ou por pessoas que se interessaram em aprender
a Libras e desenvolver ações de interpretação. Mais adiante, tem -se uma mudança de cenário. Em
1988 realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais organizado pela Federação
Nacional de Educação e Integração dos Surdos - FENEIS na cidade do Rio de Janeiro. Um marco histórico
muito importante, pois, proporcionou pela primeira vez, o intercâmbio entre alguns intérpretes do
Brasil e a avaliação sobre a ética do profissional intérprete. Em 1992 a FENEIS promoveu o II encontro
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que foi muito importante, pois promoveu o intercâmbio entre as diferentes experiências dos
intérpretes no país, discussões e votação do regimento interno do Departamento Nacional de
Intérpretes, fundado mediante a aprovação do mesmo. Daí em diante, foram realizados encontros
estaduais por mais dois anos consecutivos. E nesse intervalo de tempo, algumas ações importantes
foram realizadas: foram estabelecidas unidades de intérpretes ligadas aos escritórios regionais da
FENEIS. Em 2002, a FENEIS sedia escritórios em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Teófilo Otoni,
Brasília e Recife, além da matriz no Rio de Janeiro.
Figura 2 - FENEIS
Fonte: https://www.libras.com.br/feneis
Descrição da figura: desenho, fundo branco. Do lado esquerdo desenho de um mapa em dimensão maior na cor azul, a
frente em dimensão menor mãos erguidas entrelaçando os dedos polegar e indicador formando um elo. No centro em
dimensão maior, a palavra feneis escrita na cor azul, abaixo em dimensão menor as palavras federação nacional de
educação e integração dos surdos. Fim da descrição.
Estudante, você observou nas informações acima a relevância da Feneis para a integração
dos intérpretes, em detrimento dos encontros realizados e as resoluções que foram tomadas. Agora,
conheça um pouco sobre esse órgão:
O que é FENEIS?
A Feneis – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, fundada em 16 de
maio de 1987, é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que tem por finalidade a defesa de
políticas linguísticas, educação, cultura, emprego, saúde e assistência social, em favor da comunidade
surda brasileira, bem como a defesa de seus direitos.
É filiada à Federação Mundial dos Surdos, conta com uma rede de seis Administrações
Regionais, e, face à importância, suas atividades foram reconhecidas como de utilidade pública
federal, estadual e municipal. Uma de suas principais bandeiras é o reconhecimento da cultura surda,
através da propagação da Língua de Sinais, especialmente através de sua inserção no mercado de
trabalho. (https://feneis.org.br/o-que-e/)
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Então estudante, você gostaria de saber curiosidades sobre o tradutor
intérprete de Libras? Massa! vou lhe contar umas coisas bem legais. Quer saber
quando? Faça um breve intervalo e corre lá para ouvir o podcast que te conto
tudinho!.
Você estudou até agora sobre a história do tradutor intérprete de Libras na Suécia , nos
Estados Unidos e finalmente no Brasil,bem como os locais de atuação desse profissional em solo
brasileiro, sobretudo, sobre as ações implementadas para a valorização e reconhecimento dos
intérpretes. Então, lhe convido para estudar um pouco mais e saber quais serão os próximos passos
após os encontros promovidos pela Feneis.
Na década de 1990, os intérpretes, adquiriam habilidades na interpretação, devido ao
contato com os surdo, pois a tanto a Libras quanto a profissão de tradutor intérprete não havia sido
legalizado e tampouco reconhecida. No ano 2000, é promulgada a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro
de 2000, a lei da acessibilidade que em seu artigo 18 já garante a implantação de programas de
formação de intérpretes de Libras.
Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpretes de
escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer
tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com
dificuldade de comunicação. ( BRASIL, 2000)
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1.3 Impactos e importância do reconhecimento da Lei de Libras para intérprete de
Libras
Após a sanção da lei que reconhece a Libras, foi criado o Decreto n° 5.626, de 22 de
dezembro de 2005 que regulamenta a citada lei. Além de regulamentar este artigo, estabelece a
obrigatoriedade da presença do tradutor intérprete de Libras nas instituições de ensino, em todos os
níveis em que houvesse alunos surdos matriculados.
Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às
pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos
seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os
níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior
(Brasil, 2005)
14
• O papel do poder público
No artigo 14°, você estudou sobre a obrigatoriedade e a garantia comunicacional dos
surdos. Saiba que essa obrigatoriedade também tramita nas esfera estadual. O estado de
Pernambuco, através da lei 11.686 de outubro de 1999, reconhece a Libras como língua oficial. A lei
possui 8 artigos e versa sobre a importância da garantia de acesso à educação bilíngue para o surdo
e da atuação do intérprete de Língua de sinais nas repartições públicas, entre outros. É muito
importante que você conheça um pouco mais sobre esta lei, ou seja, a contribuição do seu estado em
detrimento da oficialização da Língua de Sinais.
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desde a educação infantil até os níveis mais elevados de ensino em suas instituições, garantindo
inclusive o material didático porventura necessário a essa aprendizagem.
Art. 5º A Administração Pública do Estado de Pernambuco, através da sua Secretaria de
Educação e de Esportes e seus órgãos, oferecerá através das entidades públicas diretas, indiretas e
fundacionais, cursos para formação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
Art. 6º A Administração Pública do Estado de Pernambuco, através da sua Secretaria de
Educação e de Esportes e seus órgãos a essa Secretaria ligados, oferecerá cursos periódicos de Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS, em diferentes níveis, para portadores de surdez e seus familiares,
professores do ensino regular e comunidade em geral.
Art. 8º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Com a criação do decreto, n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005 que regulamenta a Lei
nº 10.436, de 24 de abril de 2002 que reconhece a Libras, surge um novo cenário, outras perspectivas
para o profissional intérprete , porque o surdo sai das escolas especiais e vai estudar nas comuns,
porque podem contar o com o apoio deste profissional. Contudo, muitos movimentos ainda
precisaram ser feitos com o objetivo de regulamentar a profissão. Em 2008, os tradutores intérpretes
começaram a organizar-se em associações regionais e desses encontros foi fundada a Federação
Nacional, a Federação Brasileira das Associações dos Profissionais Tradutores, Intérpretes e Guias
Intérpretes de Língua de Sinais (FEBRAPILS).
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jurídica de direito privado, qualificável como de interesse público e pertencente ao território
brasileiro.
Essa entidade tem a função de orientar, apoiar e consolidar as Associações de Tradutores,
Intérpretes e Guia-intérpretes de Língua de Sinais (APILS), buscando realizar um trabalho de parceria
em defesa dos interesses da categoria de tradutores, intérpretes e guia-intérpretes de língua de sinais
(TILS). ( https://febrapils.org.br/sobre-a-febrapils/)
1.5 A luta dos intérpretes para garantir a Lei - As dificuldades enfrentadas até a Lei -
A importância da conquista da Lei.
Estudante, sob o aspecto legal, você estudou nesta unidade o reconhecimento da Libras
através da lei 10.436 de abril de 2002, que foi regulamentada pelo decreto 5.626 de dezembro de
2005. Essas leis dizem respeito à Libras e até então ainda não havia sido reconhecida legalmente a
profissão do tradutor intérprete de Língua de sinais,ou seja , o profissional , que por sua atuação é
fundamental como ferramenta comunicacional do surdo. Você também estudou sobre as ações
propostas pela FENEIS - Federação Nacional de Educação de Surdos e da FEBRAPILS - Federação
Brasileira das Associações dos Profissionais Tradutores e Intérprete e Guia-intérpretes de Língua de
Sinais. Entretanto, até a legalização da profissão foram decorridos cinco anos, e neste período
ocorreu até mesmo o reconhecimento internacional da profissão em 23 de Julho de 2003 durante o
14º Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos em Montreal no Canadá, onde foi criada
a WASLI – World Association of Sign Language Interpreters (Associação Mundial de Intérpretes de
Língua de Sinais). Então neste sentido, é visível a participação dos intérpretes de Língua de Sinais nas
questões políticas e de engajamento visando a normatização da profissão. Sobre este aspecto, leia a
citação abaixo:
Outro elemento fundamental neste processo é o reconhecimento da língua de sinais
em cada país. À medida que a língua de sinais do país passou a ser reconhecida
enquanto língua de fato, os surdos passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto
direito linguístico. Assim, consequentemente, as instituições se viram obrigadas a
garantir acessibilidade por meio do profissional intérprete de língua de sinais.
MEC/SEESP,2004 p.12).
No processo comunicacional do surdo, a participação do tradutor intérprete é
fundamental, interpretar é um processo complexo que exige altas habilidades linguísticas, cognitivas
e conhecimento técnico. E a regulamentação da profissão é fundamental para que o intérprete
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busque meios para realizar seu trabalho com excelência. Mas para isso , ele precisa também do
aparato legal.
Estudante, até agora você estudou sobre a história do tradutor intérprete, onde ele
começou a atuar, o engajamento das comunidades surdas, as medidas sancionadas pelo parlamento
sueco, o registro dos profissionais que foi elaborado pelos Estados Unidos até chegar ao Brasil, onde
foi fundado o Instituto dos Surdos-Mudos em 1857, as ações da Feneis e Febrapils.
Pois é, estudante você está quase concluindo a primeira unidade do seu e-book, mas não
precisa ficar triste pois você ainda tem muito para estudar e explorar sobre o profissional tradutor
intérprete de Libras: A regulamentação, os procedimentos éticos para atuação no campo profissional,
o código de ética e sua aplicabilidade e principalmente a as normas essenciais para os cuidados com
a saúde ocupacional. Ficou interessado? Que bom! Continue estudando, o seu ebook está” recheado
“ de informações valiosas e essenciais para você em seu futuro como tradutor intérprete.
E por falar em conteúdo, peço que faça uma parada, para refrescar a mente
(depois de tanta informação) , E lhe espero na videoaula. Lá te falo um pouco
mais sobre “essa história" do tradutor intérprete de Libras. Estou lhe
esperando!!!
Caro estudante, você chegou ao término da primeira unidade do seu e-book, onde foi
descrito a história do tradutor intérprete de Libras no Brasil e no mundo, o engajamento e
contribuições significativas dos países precursores; a Suécia propiciando atendimento profissional
aos surdo e ofertando curso de treinamento para os intérpretes. Por sua vez, os Estados Unidos
realiza o registro dos intérpretes através do RID e no Brasil é criado o Instituto dos Surdos Mudos,
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ainda não havia regulamentação para os intérpretes de Libras, e as atividades interpretativas eram
realizadas em contextos familiar e religioso. Estudou também sobre o reconhecimento da Libras e os
impactos desses acontecimentos para o surdo. Você leu também sobre as ações organizadas pela
FENEIS e FEBRAPILS. Mas aí, você deve estar se perguntando: Como fica a situação profissional do
intérprete? dele? Pode ficar sossegado, que o profissional também teve o merecido reconhecimento.
E você irá estudar detalhadamente sobre este aspecto na próxima unidade do seu e-book.
Te espero lá!!!
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UNIDADE 02 | O REGULAMENTO E A FORMAÇÃO PARA O TRABALHO DO
PROFISSIONAL TRADUTOR INTÉRPRETE DE LIBRAS
Estudante, seja bem-vindo à unidade 2 do seu e-book, aqui você irá estudar sobre a
formação e o trabalho do profissional tradutor intérprete. E já começa seus estudos com a
regulamentação, ou seja, a sanção da lei para a atuação do profissional. Ufa !!! até que enfim!!!.
Em 1° de setembro de 2010, foi sancionada a lei 12.319 , que regulamenta o exercício da
profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Agora o tradutor intérprete
de Libras está oficialmente reconhecido e legalizado. leia a lei com bastante atenção, pois na próxima
unidade você irá revê-la para assimilar melhor o conteúdo que será exposto.
Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS.
Art. 2o O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 2 (duas)
línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação da Libras e
da Língua Portuguesa.
Art. 4o A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa,
em nível médio, deve ser realizada por meio de:
I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os credenciou;
II - cursos de extensão universitária; e
III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e
instituições credenciadas por Secretarias de Educação.
Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por
organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja
convalidado por uma das instituições referidas no inciso III.
Art. 5o Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por intermédio de
credenciadas, promoverá, anualmente, exame nacional de proficiência em Tradução e Interpretação
de Libras - Língua Portuguesa.
Parágrafo único. O exame de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras - Língua
Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função,
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constituída por docentes surdos, linguistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de
educação superior.
Art. 6o São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas competências:
I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos-cegos,
surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa;
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades didático-
pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental, médio e
superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares;
III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos
públicos;
IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das instituições de
ensino e repartições públicas; e
V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou
policiais.
Art. 7o O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelando pelos valores
éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do surdo e, em especial:
I - pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da informação recebida;
II - pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, idade, sexo ou
orientação sexual ou gênero;
III - pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber traduzir;
IV - pelas postura e conduta adequadas aos ambientes que frequentar por causa do
exercício profissional;
V - pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é um direito social,
independentemente da condição social e econômica daqueles que dele necessitem;
VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda.
Agora legalizado, o profissional passa a seguir o regulamento, para que sua prática e
atividade laboral seja realizada com excelência.
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Como você vê, a lei trata de questões muito importantes para que a sua prática
profissional seja muito bem direcionada e assertiva, pois discorre sobre a ética que você, estudante,
como futuro tradutor intérprete de Libras deve trilhar, o cuidado e o zelo pelos valores éticos, o
respeito à cultura surda. Fala também da importância da discrição, honestidade. E principalmente
sobre a imparcialidade e fidelidade que são requisitos fundamentais e que devem ser aplicados e
adequados aos ambientes em que você estiver traduzindo. De ser solidário e entender que o direito
de expressão e comunicação é também um direito social e acima de tudo que essa prática, pautada
na ética e esteja dissociada da condição social ou econômica daqueles que necessitem e por entender
que a comunidade surda tem suas próprias especificidades.
Além de garantir maior visibilidade e reconhecimento para o profissional tradutor de
Libras, a lei é fundamental para assegurar acessibilidade para as pessoas surdas. Perceba a
importância dos preceitos legais para a sua conduta profissional que vai lhe garantir um futuro
promissor na sua área de atuação. Ao longo dos últimos anos, pode-se traçar um caminho que
vislumbra os desdobramentos que impulsionam novas formas de enxergar o exercício e a profissão
do tradutor e intérprete de Libras no país. Mas conhecer a legislação não é o suficiente , a formação
acadêmica é indispensável , não são para orientar quanto a aplicabilidade da lei, mas, sobretudo para
atender as demandas do mercado de trabalho.
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Como visto, a atuação do tradutor intérprete de Libras era feita em instituições religiosas
e em caráter voluntário e na maioria das vezes eram os amigos ou familiares os responsáveis por
mediar a comunicação entre os surdos e ouvintes.
No entanto, para que o TILS realize um bom trabalho seja um profissional competente,
além dos requisitos previstos na lei que regulamenta a profissão é importante ter uma formação
adequada, principalmente, porque a sua função não se resume apenas a tradução e interpretação,
mas sobretudo, como mediador da comunicação e figura importante na promoção do acesso do
estudante surdo ao conhecimento como também no processo de ensino aprendizagem que se dá
muito mais eficiente com a participação do tradutor intérprete, principalmente na área educacional.
Você irá ver quais foram os movimentos iniciais em prol da formação do tradutor intérprete de Libras.
Estudante, você sabe a diferença entre curso de idioma e curso técnico? Será que estudar
e aprender Libras como idioma é o mesmo que ser tradutor intérprete de Libras? Não, aprender
Libras, ser fluente, conhecer uma infinidade de sinais, o torna bilíngue, mas não interprete, pois para
ser tradutor intérprete de Libras, é preciso fazer o curso técnico. para esclarecer, reveja abaixo o
que diz o artigo 4º da lei que regulamenta a profissão de tradutor intérprete.
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Caro estudante, como visto acima existem boas opções para cursar o curso técnico de
tradução e interpretação em Libras e Letras/Libras ( nível superior), todavia, além de formação é,
importante que você saiba que se você optar por exercer trabalhar ou experienciar realizar trabalho
de interpretação em educação básica, leia atentamente às exigências contidas na legislação
específica, descritas abaixo: Agora veja o que diz a Lei no 13.146/2015. Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
No artigo 28, à exigência de formação para atuação nos diferentes níveis de ensino.
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI
do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte: I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes
na educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência
na Libras;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar
nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras
(Brasil,2015,p.4.).
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2000 intérpretes no Estado. E a partir de 2021 passou a contar com a modalidade EAD, ofertando o
curso e formando intérpretes de Libras em todo o estado de Pernambuco.
No final dos anos 90, começam a surgir cursos de tradutor intérprete de Libras em todo
país, graças às ações da FENEIS, em implementar filiais em vários estados e dessa forma, promover
qualificação para esses profissionais, ofertando cursos de curta duração e oferecendo formação
básica em Libras. Em 1997, a Feneis em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
UFRGS, ofertam o primeiro curso de formação de intérprete, que foi extremamente importante, pois
além de espaço disponível para realização do curso, abriu portas para a troca de experiências entre
professores ligados diretamente ao trabalho educacional com surdos e a formação profissional do
tradutor intérprete.
Em 2008, na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC foi criado o curso de
bacharelado em Letras/Libras, EAD, inicialmente com 450 vagas e 15 polos pelo país. Em 2009, a
UFSC passou a ofertar o curso na modalidade presencial para os ingressos por meio de vestibular ou
SISU ofertados pela instituição. O curso dura em média quatro anos ( 8 semestres) para Bacharelado
e quatro anos e meio (9 semestres) para Licenciatura.
Russo e Pereira(2008)destacam que:
[...] ter uma formação de qualidade nos permite adquirir subsídios para tomar
decisões embasadas em conhecimentos teóricos e em experiências vivenciadas
anteriormente pelos ILS. Estas decisões que o intérprete faz, durante o exercício de
sua profissão, devem estar relacionadas com os conhecimentos linguísticos,
interpessoais, além do contexto cultural e os aspectos discursivos acumulados pelo
mesmo.(Russo: Pereira,2008,P.16).
Difere
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Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira ou segunda língua, no Ensino Fundamental e Ensino
Médio.
No parágrafo acima, em relação à formação superior em tradução e interpretação em
Libras, você estudou que existem duas modalidades : Bacharelado e Licenciatura,ou seja, o estudante
opta por ter sua formação em Licenciatura em Letras Libras ou cursar apenas o Bacharelado. Vale
salientar que ao concluir o curso, sua formação será em Letrólogo que é o profissional formado em
Letras e com a habilitação em Libras.
Para ter a formação superior em Tradução e Interpretação em Libras, você precisa fazer
o curso específico dessa modalidade. A universidade que oferece este curso é a Universidade Federal
de São Carlos - UFSCar. O curso foi regulamentado em dezembro de 2017 com duração de 8
semestres- 4 anos, na modalidade presencial e integral, manhã e tarde. A carga horária é de 2940
horas e foram ofertadas 30 vagas e o diploma conferido após a conclusão do curso é Bacharel(a) em
Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras)/Língua Portuguesa.
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Guia-intérprete
De acordo com o Ministério da Educação -MEC, A Surdocegueira é uma deficiência que
compromete, em diferentes graus, os sentidos da visão e audição. A privação dos dois canais
responsáveis pela recepção de informações a distância afeta o desenvolvimento da comunicação e
linguagem, a mobilidade, a autonomia, o aprendizado etc. O indivíduo surdocegueira necessita de
um atendimento educacional especializado diferente daquele destinado ao cego ou ao surdo, por se
tratar de uma deficiência única com características específicas principalmente no que se refere à
comunicação, à informação e à mobilidade.
O termo surdocego e surdocegueira sem hífen foi proposta por Salvatori Lagati em
1991, que defendeu na IX Conferência Mundial em OREBRO Suécia, a necessidade do
reconhecimento da surdocegueira como deficiência única. Para (Lagati, 1995) a
terminologia Surdocego sem hífen se deve a condição de que ser surdocego não é
somente a somatória da deficiência visual e da deficiência auditiva e sim de uma
condição única que leva a pessoa a ter necessidades específicas para desenvolver
comunicação, orientação e mobilidade e de acessar informações sobre o mundo para
conquistar a autonomia pessoal e inserir-se no mundo. Assim, ao aceitar esta
terminologia temos que levar em consideração as necessidades reais da criança,
jovem ou adulto com surdocegueira (MAIA, 2008, p. 11).
27
Curso de Tiflologia
o curso de tifologia que propicia ao profissional aprender a utilizar o sistema de escrita
tátil, o Braille, bem como noções de orientação e mobilidade.
O braille é um sistema de escrita e leitura tátil para as pessoas cegas do sistema braille.
Ele foi desenvolvido pelo francês Louis Braille e a versão mais conhecida data de 1837. No Brasil, o
sistema braille foi oficialmente adotado em 1854, quando foi criado o Imperial Instituto de Meninos
Cegos, atualmente Instituto Benjamin Constant.
Algumas instituições ofertam o curso de Tiflologia (Braille). ASSOBECER - Associação
Beneficente de Cegos do Recife, Instituto Antônio Pessôa de Queiroz (IAPQ).
Estudante, muita informação né? Leis, decretos, ufa!!! mas calma aí, vamos
destrinchar para você. Então, que tal dar uma paradinha e assistir a
videoaula? Tá bem legal! você vai gostar. Te aguardo por lá!
Você sabia que além das leis federais e estaduais sobre o reconhecimento da
Libras e do profissional tradutor intérprete existe lei ordinária e municipal?.
Pois é, é a lei 16.918/2003 da cidade do Recife que não só reconhece a Libras,
mas determina a presença do tradutor intérprete de Libras em diversos
espaços e estabelecimentos. Acesse o link
https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-
ordinaria/2003/1689/16881/lei-ordinaria-n-16881-2003-dispoe-sobre-o-
plano-de-cargos-e-salarios-dos-servidores.
E por falar em lei ordinária e municipal, você tem conhecimento sobre projeto
de lei visando promover o reconhecimento da Libras na sua cidade? Quero
saber a sua resposta, te aguardo no fórum da unidade.
28
Cada vez mais a profissão de tradutor intérprete de Libras exige uma formação acadêmica
específica para a própria atuação do futuro profissional, bem como da área em que este profissional
irá atuar.
Estudante, você está concluindo a 2ª unidade do seu ebook, mas ainda tem algo muito
importante que você precisa estudar: A ética Profissional. Você já estudou sobre as leis, a formação
necessária para ingresso na profissão, os locais de atuação, mas e os procedimentos? É
imprescindível para a sua prática profissional a utilização dos preceitos e condutas éticas, pois você
não irá interpretar de qualquer jeito, e sim de forma ética na condução do seu trabalho.
Te aguardo na próxima unidade!
29
UNIDADE 03 | O CÓDIGO DE ÉTICA E A SUA APLICABILIDADE NOS
DIVERSOS CONTEXTOS DE ATUAÇÃO DO TRADUTOR INTÉRPRETE DE
LIBRAS
E sobre a ética, leia na citação, o que o autor Cortella fala a respeito.
No parágrafo anterior, definiu-se a ética, mas para você estudante, a Moral está
junto ou separada da ética? Que tal discutirmos essa questão no fórum? Te
aguardo por lá.
30
federação que cadastra e avalia tradutores e intérpretes de Libras, e dessa forma vai consolidando a
atividade que vai sendo exercida em diferentes espaços públicos e privados para atender as
demandas sociais dos surdos. No início da unidade,você estudou sobre a Federação Brasileira das
Associações dos Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Língua de Sinais
FEBRAPILS. Em abril de 2014, a federação instituiu o Código de Conduta Ética, um
documento importante para regulamentar o trabalho do tradutor intérprete e do guia intérprete.
Abaixo estão os artigos relacionados à atuação do tradutor intérprete de Libras.
Art. 1º - Para os fins deste CCE, considera-se: I. TILS – Tradutor e Intérprete de Língua de
Sinais: profissional que traduz e/ou interpreta de uma dada língua de sinais para outra língua de sinais
ou para língua oral, ou vice-versa, em quaisquer modalidades que se apresentar.
III. Solicitante: pessoa física ou jurídica responsável pela solicitação dos serviços de
tradução e/ou interpretação e/ou guia-interpretação.
IV. Solicitado: pessoa física ou jurídica responsável pela prestação dos serviços de
tradução e/ou interpretação e/ou guia-interpretação.
V. Beneficiário: Indivíduo que utiliza os serviços de tradução e/ou interpretação e/ou guia-
interpretação.
Art. 2º - Este CCE aplica-se a todas as situações de tradução e/ou interpretação e/ou guia-
interpretação.
Art. 3º - O TILS e o GI devem exercer sua atividade de forma digna e consciente, com o
propósito de valorizar a sua categoria profissional.
Art. 4º - O TILS e o GI devem prover os serviços sem distinção de raça, cor, etnia, gênero,
religião, idade, deficiência, orientação sexual ou qualquer outra condição.
Art. 5º - O CCE da Febrapils tem como princípios definidores para a conduta profissional
do TILS e GI: I. Confidencialidade. II. Competência Tradutória. III. Respeito aos envolvidos na profissão.
IV. Compromisso pelo desenvolvimento profissional.
31
O Código de Conduta Ética, elaborado pela Febrapils, possui 4 capítulos e 14
artigos. Abaixo consta o link do código para que você o leia na íntegra e amplie
seus conhecimentos.
https://febrapils.org.br/wp-content/uploads/2022/01/Codigo-de-Conduta-e-
Etica.pdf
Você estudou na unidade 2 do seu e-book que a profissão de tradutor intérprete de libras
só foi regulamentada em 2010. Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, no entanto, dois anos
antes, a FEBRAPILS cria o referido código de conduta ética para orientar o profissional sobre sua
conduta e também das responsabilidades do profissional e sobretudo da pessoa(solicitante)que
solicita os serviços do tradutor e do guia intérprete.
32
Grande do Sul apresenta um histórico bastante interessante no sentido de organização deste
profissional. E diante disso, ao longo da atuação dos intérpretes no estado do Rio Grande do Sul - RS,
surgiu a necessidade de uma regulamentação para atuação dos intérpretes, visto que, algumas
restrições, que surgiam com frequência, deveriam ser consideradas. Então foi criado o regulamento
para a atuação como tradutor e intérprete de língua de sinais elaborado pelos intérpretes de língua
de sinais do estado do Rio Grande do Sul. O instituto desses profissionais era prestar uma contribuição
para outros intérpretes, em outros estados que não dispunham de nenhum tipo de regulamentação.
Veja logo abaixo, o registro dos Intérpretes para Surdos - em 28-29 de janeiro de 1965, Washington,
EUA) Tradução do original Interpreting for Deaf People, Stephen (ed.) USA por Ricardo Sander.
Adaptação dos Representantes dos Estados Brasileiros - Aprovado por ocasião do II Encontro Nacional
de Intérpretes - Rio de Janeiro/RJ/Brasil - 1992,
CAPÍTULO II
33
Relações com o contratante do serviço
Artigo 6 O intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se dispor a
providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são possíveis; 26
Artigo 7 Acordos em níveis profissionais devem ter remuneração de acordo com a tabela
de cada estado, aprovada pela FENEIS.
CAPÍTULO III Responsabilidade Profissional
Artigo 8 O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem decisões legais ou
outras em seu favor;
Artigo 9 O intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua Brasileira de Sinais bem
como da Língua Portuguesa;
Artigo 10 Em casos legais, o intérprete deve informar à autoridade qual o nível de
comunicação da pessoa envolvida, informando quando a interpretação literal não é possível e o
intérprete, então terá que parafrasear de modo claro o que está sendo dito à pessoa surda e o que
ela está dizendo à autoridade;
Artigo 11 O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a pureza das línguas
envolvidas. Ele também deve estar pronto para aprender e aceitar novos sinais, se isso for necessário
para o entendimento;
Artigo 12 O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de assistência ao
surdo e fazer o melhor para atender às suas necessidades particulares.
CAPÍTULO IV Relações com os colegas
Artigo 13 Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento profissional, o
intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o propósito de dividir novos
conhecimentos de vida e desenvolver suas capacidades expressivas e receptivas em interpretação e
tradução.
Parágrafo único. O intérprete deve esclarecer o público no que diz respeito ao surdo
sempre que possível, reconhecendo que muitos equívocos (má informação) têm surgido devido à
falta de conhecimento do público sobre a área da surdez e a comunicação com o surdo.
Estudante, você observe que foi apresentado no seu e-book dois códigos, que são
essenciais para o profissional tradutor intérprete, principalmente por conterem informações
34
relevantes.Dentre elas, a atuação e responsabilidades do guia-intérprete, bem como a definição de
solicitante e beneficiário(FEBRAPILS). E sobre responsabilidade,atribuições e remuneração(FENEIS).
Eita!!! muita coisa né? artigo que não acaba mais! Então, para um pouquinho,
respire e escute o podcast, tá bem legal!
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comportamento não é algo fácil, principalmente em situações adversas e que vão contra os seus
princípios e sua visão de mundo e manter-se inflexível, imune é praticamente impossível. Ficar
estático, não esboçar nenhuma reação, não expor a opinião.
O profissional tradutor intérprete tem sua identidade e crenças, no entanto não lhes é
permitido interferir em situações relacionadas ao seu trabalho. É primordial para o desempenho de
suas funções de interpretação, um comportamento neutro, porque se em algum momento ocorrer
algum tipo de interferência, pode comprometer o repasse das informações de forma correta e
precisa.
Caro estudante, você estudou o que tradutor intérprete de LIbras tem um vasto campo
de atuação: palestras, eventos, reuniões, audiências, etc. Veja agora mais um exemplo, e em seguida
o artigo para sua análise e compreensão.
Ex.: Você está interpretando em uma reunião, e um dos participantes fala que é
desnecessário conceder folga para os funcionários da empresa, que eles deveriam trabalhar de
domingo a domingo. E você discorda totalmente dele. O que fazer? Expor sua opinião pessoal, discutir
com o empresário, ou apenas interpretar o que foi dito? Complicado não é? Mas veja o que orienta
o artigo a seguir:
3º O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre
transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de
sua função e não ir além de sua responsabilidade.
O artigo 3º fala dos limites e também da responsabilidade do intérprete principalmente
por ser a ponte, a ferramenta comunicacional entre o surdo e os ouvintes. Sua responsabilidade é
repassar o conteúdo, transmitir da melhor maneira possível e, sobretudo, não ultrapassar os limites
e agir de acordo com os preceitos éticos, ou seja, sua opinião pessoal é irrelevante dentro desse
contexto.
Caro estudante, você fez a leitura e análise de alguns artigos do código de ética do
tradutor intérprete de Libras. Agora, leia com atenção as proposições a seguir, pois são situações e
contextos diferenciados em que você irá aprender como o profissional deverá agir utilizando o código
de ética para direcionar as suas ações, quando estiver exercendo a atividade de interpretação. Vale
salientar que o agir de forma ética contribui no âmbito profissional e até mesmo na vida pessoal e
estar atento aos preceitos éticos constantes no código é fundamental para o trabalho tradutor
36
intérprete de Libras, para que ele realize um bom trabalho, intermediando a comunicação para o seu
público, a comunidade surda.
Você estudou sobre a importância do código de ética, um guia completo, que norteia os
princípios para o desenvolvimento do profissional tradutor intérprete de Libras. Agora, continue com
a leitura e atente para os princípios éticos listados abaixo que devem fazer parte da sua prática como
ferramenta para torná-la uma atuação de excelência.
A autora QUADROS, aponta quatro requisitos que são imprescindíveis para que o profissional
obtenha um bom desempenho de suas atividades:
Confiabilidade: (sigilo profissional);
Discrição: (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a
atuação);
Distância profissional: (o profissional intérprete e sua vida profissional são
separados);
Fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação
por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da
interpretação é passar o que realmente foi dito. (QUADROS, 2004:p28)
Estudante, agora imagine a que você está interpretando para um surdo em um inquérito
policial, e o seu cliente está dando um depoimento importante. Então, para estar ali com seu cliente
neste momento específico, a confiança mútua é algo imprescindível, pois o intérprete é o mediador
da comunicação e para esta situação específica, a confidencialidade e confiabilidade é primordial, a
chave para um bom trabalho, na medida em que você repasse com verdade as informações que o
seu cliente precisa transmitir.
Discrição: estudante, você estudou na unidade 01, a história do tradutor intérprete de
Libras que antes de ser reconhecido profissionalmente, a atuação do intérprete ocorria de forma
voluntária, em contextos religiosos e, muitas vezes, por familiares do surdo. Mas, familiaridade não
significa que o intérprete teria liberdade para sair contando sobre problemas pessoais que o surdo
lhes confiou, mesmo você sendo próximo a ele por grau de parentesco ou amizade. Após a
37
regulamentação do profissional, tradutor intérprete, esse preceito continua valendo, pois a atuação
deste profissional deve estar sempre pautada nos preceitos éticos.
Estudante, como você pode ver, a atuação do intérprete deve ser sempre guiada por uma
conduta ética, E sobre os requisitos listados acima. Na unidade anterior, você estudou que a atuação
do profissional tradutor intérprete de Libras é muito vasta, e isso é muito bom para a sua inserção no
mercado de trabalho, entretanto é essencial que esse profissional aja corretamente e de acordo com
o contexto em que estiver atuando. A seguir, você verá situações pelas quais você, como futuro
profissional intérprete, poderá experienciar e as adequações necessárias para realizar um bom
trabalho. Sempre seguindo as diretrizes do código de ética. Você irá perceber as mudanças que
ocorreram na conduta profissional dos tradutores intérpretes, o dia a dia, a aplicabilidade dos
ensinamentos éticos. A atuação desse profissional é de extrema relevância, principalmente no
cenário atual onde identificamos que há muito mais visibilidade graças à implementação legal, e às
exigências para o cumprimento do direito à acessibilidade nos diversos espaços frequentados pelo
surdo. Mesmo com todo o aparato legal, é muito importante refletir sobre a formação desse
profissional, como ele reconhece e utiliza o código de ética na sua prática. Leia a citação abaixo:
A postura ética do tradutor, nesta sua tarefa de dar a conhecer o que “pensam”
outras culturas e de defender a diversidade, condição de avanço do mundo, é um
elemento fundamental no processo de tradução. Essa postura envolve
aprimoramento constante, auto respeito profissional, a recusa de aceitar tarefas
acima da capacidade pessoal, a dedicação permanente aos estudos – inclusive
teorias da interpretação (SOBRAL, 2008, p. 125)
E então, percebeu? A postura ética não é apenas seguir à risca os preceitos do código,
mas sobretudo, compreender que os indivíduos são diversos e possuem culturas diferentes. Como
diz o dito popular” cada cabeça uma sentença”. Pois é , o mundo está em constante mudança e cada
pessoa as absorve de um jeito, e para você, estudante, como futuro profissional tradutor intérprete
de Libras, é fundamental estar sempre bem informado, fazer pesquisas, estudar aprofundar seus
conhecimentos, manter-se atualizado. Você irá experienciar situações, da sua prática profissional,
onde a aplicabilidade do código de ética tem um papel relevante para lhes dar o suporte necessário
e esclarecer dúvidas como proceder.
Reflita e analise a ilustração abaixo:
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Figura 4 – Dúvida
Fonte: https://br.freepik.com/vetores/pessoa-indecisa/15
Descrição da Figura: Quadrado com fundo branco, da esquerda para direita figura masculina apontando para esquerda,
ao centro figura com mãos espalmadas e do lado direito, figura apontando para o lado direito. Fim da descrição.
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Figura 5 - sala de aula
Fonte: http://aeticadocuidar.blogspot.com/2013/05/blog-post_155.html
Descrição da figura: Desenho ilustrado, mostra a figura de uma mulher sentada escrevendo em uma folha de papel, a
sua frente um garoto lhe entrega uma folha de papel contendo a sua redação.
Veja a figura acima, por incrível que pareça, nos dias atuais, é comum nos deparamos com
cenas assim, total ausência de ética. Não faz parte do senso comum o cuidado em ter uma conduta
pautada na ética. Burlar a lei e dar o famoso “jeitinho brasileiro” ainda é uma prática muito comum.
Muitas vezes o que “se dar bem”, prevalece, esteja certo ou errado, seja no âmbito social ou
financeiro. Mas trazendo a questão da ética para o contexto da tradução e interpretação em Libras.
Situação de atuação 01
Você está interpretando para um cliente surdo que está em uma palestra sobre
inteligência artificial e o palestrante fala termos técnicos, que também são do conhecimento do
surdo, que faz um curso da área, e no entanto para algumas terminologias você faz o sinal errado e o
intérprete o corrige. Como você, estudante, reagiria diante de uma situação como essa? Que decisão
tomar? Como tradutor intérprete de Libras, sua função é também mediar a comunicação, ou seja,
repassar as informações que estão sendo comunicadas naquele contexto. Reveja agora o artigo 11º
do código de ética do tradutor intérprete de Libras para esclarecer essa dúvida.
Artigo 11° “. O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a pureza
das línguas envolvidas. Ele também deve estar pronto para aprender e aceitar novos
sinais, se isso for necessário para o entendimento;
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Estudante você leu o artigo acima, a frase em destaque fala sobre estar pronto para
aprender novos sinais, quando o objetivo for promover um melhor entendimento e sobretudo denota
um comportamento ético.
Situação de atuação 02
Agora peço a sua atenção para observar a próxima imagem:
Figura 6 - Intérprete
Fonte: https://tix.life/inclusao-escolar/a-inclusao-de-surdos-no-sistema-de-ensino-regular/
Descrição da figura: Fotografia, no fundo da sala um quadro verde, a frente dele duas mulheres, uma está gesticulando
e a outra está interpretando sinais em libras. Na frente delas algumas carteiras com estudantes sentadas. Fim da
descrição.
41
professor e o aluno. A criança surda tende a estabelecer o vínculo com quem lhe
dirige o olhar. No caso, o intérprete é aquele que estabelece essa relação. Além disso,
o intérprete deve ter afinidade para trabalhar com crianças.( BRASIL, 2004.p.62)
Situação de atuação 03
Imagine que você está interpretando em sala de aula , e o professor faz uma pergunta, o
surdo dá a resposta errada, mas o surdo pede para você informar ao professor que ele respondeu
corretamente porque é um exercício valendo nota e ele não quer perder. Eticamente, o que você
faria? Para te ajudar a sair dessa “saia justa”, leia o artigo 12º: .
Artigo 12º O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de
assistência ao surdo e fazer o melhor para atender às suas necessidades particulares.
Ter dúvidas é algo saudável, que faz parte do seu aprendizado e lhe motiva a buscar
informações, esclarecimentos, e enriquecer seus conhecimentos. Por isso, a importância de estudar
e aplicar o código de ética como norteador na condução das atividades. Tá muito complexo, não é?
A seguir. Vou apresentar algumas situações, exemplos para que você fixe melhor o conteúdo, ou seja,
vou “clarear” a sua mente.
Estudante, no início desta unidade, você estudou sobre os requisitos básicos para um bom
desempenho. Dentre eles, a confiabilidade. Está lembrado? Se não estiver, peço que volte aos
primeiros parágrafos e depois volte para este e continue com as análises.
Situação de atuação 04
Se um amigo ou parente de um cliente pergunta a você conhecedor da Libras, sobre a
tradução e interpretação realizada por outro profissional, perguntando se fez corretamente, qual
seria a postura apropriada diante deste fato?.Para uma melhor compreensão dessa situação, peço
que releia o código, pois a conduta do tradutor intérprete de libras é sempre pautada no código de
ética que regulamenta à sua prática sobre qual decisão tomar diante de situações como esta que foi
citada acima. , depois volte nesse parágrafo para continuar seus estudos.
Agora veja o que diz o artigo 13º
13°. Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento profissional, o
intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o propósito de dividir
novos conhecimentos de vida e desenvolver suas capacidades expressivas e
receptivas em interpretação e tradução
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Faz parte do comportamento humano e das relações que se estabelecem entre si, ou seja,
a ética também trata dos princípios de conduta dos indivíduos. Estudante, na sua prática como futuro
tradutor intérprete, você irá trabalhar com outros colegas da mesma profissão, poderá dividir o
mesmo espaço de interpretação, é primordial o coleguismo e o respeito mútuo, a troca de saberes,
o fortalecimento profissional e um bom suporte, porque quando você não souber um determinado
sinal, você poderá compartilhar sua dúvida com o colega de profissão.
Ufa!!! Quanta informação! Tenha calma, você está quase concluindo a unidade 3. Ainda tem
informações importantes para você por aqui.
O código de ética descreve e direciona condutas e chama a sua atenção para questões
indispensáveis ao trabalho de tradução e interpretação, em todos os artigos, ou seja, é um
documento padrão e, portanto, um manual prático e pré-requisito indispensável para o exercício da
função de tradutor intérprete de Libras. Sempre que estiver em dúvida sobre qual atitude tomar em
situações que possam ocorrer na sua prática interpretativa, consulte o código de ética e você irá sanar
sua dúvida, e garantir um bom desempenho.
Eita! Muitas situações para analisar, né? Quase que não acaba mais!! Você deve
estar com a mente “cheia de ideias e dúvidas também”, e isso é um bom sinal.
Que tal fixar o conteúdo da unidade e organizar as ideias? Corre lá para assistir
a vídeoaula.
43
E então, estudante, o que você achou das situações e das reflexões feitas na sua Unidade
03? Você viu, no decorrer das unidade que o profissional tradutor intérprete de Libras deve estar
sempre atualizando-se, porque a língua de sinais é dinâmica, sempre surgem sinais novos,e o
profissional intérprete precisa atualizar seus conhecimentos acerca da Língua de Sinais e as mudanças
no contextos em que ele vai atuar, porque o intérprete é responsável por mediar a comunicação
entre o surdo e os ouvintes, mas é importante para seu desenvolvimento estar interagindo com
colegas de de profissão para trocar saberes e estar preparado para lidar da melhor maneira com
situações inusitadas que por ventura venham ocorrer. Assim peço, que você estudante reflita sobre
essas situações e como ter uma postura adequada e condizente com a ética.
Caro estudante, espero que tenha gostado desta unidade, leia com bastante atenção,
aproprie-se do conteúdo, faça reflexões, pesquisas e consulte o código de ética. Espero por você na
unidade 4.
44
UNIDADE 04 | A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE OCUPACIONAL PARA O
PROFISSIONAL TRADUTOR INTÉRPRETE DE LIBRAS
Estudante, você chegou a 4ª Unidade do seu ebook e nela irá aprender sobre a
importância da saúde ocupacional para o profissional tradutor intérprete de Libras, os cuidados e
procedimentos preventivos no ambiente laboral.
Nas unidades anteriores, você estudou sobre a história do tradutor intérprete, o código
de ética e sua aplicabilidade. Mas para ser um profissional completo, cuidar da saúde é fundamental.
E nesta unidade, você irá aprender sobre saúde ocupacional, na perspectiva da atuação desse
profissional. Estudante, o seu aprendizado nessa unidade é sobre o conceito de Saúde Ocupacional,
Ergonomia, normas regulamentadoras, orientações e cuidados que preserve e ofereça garantias para
uma qualidade de vida para o profissional tradutor intérprete de Libras em sua ocupação.
A saúde ocupacional está intrinsecamente ligada à Ergonomia, E você já deve estar se
perguntando, como assim? Para responder a sua pergunta, entenda a etimologia da palavra, o
conceito e a ligação da ergonomia com a saúde ocupacional .
45
4.1 Contexto histórico ergonomia
46
4.2 Norma Regulamentadora - NR- Segurança e Medicina do Trabalho
47
qualquer contexto de atuação, visto que, a atividade realizada de forma individual, pode causar lesões
aos membros envolvidos
Ex.: movimentar os braços,permanecer sentado ou em pé por muito tempo, movimentar
punhos, ombros, etc no ato de interpretar.
BAUK pontua:
“Além de fadiga e dores musculares, os esforços estáticos repetidos e prolongados
podem levar a inflamações, bainhas, e inserções tendíneas, bem como originar
sintomas de degeneração articular crônica e problema discais” (BAUK, 2008, p.115).
O revezamento entre os intérpretes (as duplas) é de 20 minutos, esse tempo deve ser
respeitado, pois ultrapassar esse tempo pode acarretar cansaço e em decorrência disso, o profissional
pode apresentar dificuldades para realizar sua atividade laboral por causa de fadiga muscular.
Uma manifestação aguda e dolorosa, localizada em músculos excessivamente
solicitados, acompanhada de acúmulo de resíduos metabólicos, como ácido lático e
o dióxido de carbono. Sob estimulação intensa e repetida, o músculo perde força,
sua contração e relaxamento tornam-se mais lentos e o período de latência (intervalo
entre estímulo e início da contração) torna-se mais longo. Isso acarreta distúrbios de
coordenação, aumentando a probabilidade de erros e acidentes (BAUK, p.199. 2008).
Além da fadiga muscular, o profissional está passível de contrair sérios danos de saúde a
que pode se submeter, tais como Lesão por esforço repetitivo - LER e Doença Osteomuscular
Relacionada ao Trabalho - DORT. E sobre estas lesões, observe a legislação descrita abaixo:
Normativa INSS/DC n° 98/2003 classifica como:
Uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários
48
sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação de peso, fadiga,
de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, mas podendo
acometer membros inferiores. Entidades neuro-ortopédicas definidas como
tenossinovites, sinovites, compressões de nervos periféricos, síndromes miofasciais,
que podem ser identificadas ou não. Freqüentemente são causa de incapacidade
laboral temporária ou permanente. São resultado da combinação da sobrecarga das
estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua
recuperação. A sobrecarga pode ocorrer seja pela utilização excessiva de
determinados grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência
de esforço localizado, seja pela permanência de segmentos do corpo em
determinadas posições por tempo prolongado, particularmente quando essas
posições exigem esforço ou resistência das estruturas músculo-esqueléticas contra a
gravidade. A necessidade de concentração e atenção do trabalhador para realizar
suas atividades e a tensão imposta pela organização do trabalho, são fatores que
interferem de forma significativa para a ocorrência das LER/DORT (BRASIL, 2003).
Caro estudante, perceba o quanto o cuidado com a saúde é importante para o profissional
tradutor intérprete de Libras, pois seu instrumento de trabalho imediato são as mãos, sinalizando
para promover a comunicação com o surdo. Mas aí você pode estar se perguntando: apenas
sinalizando o intérprete pode ser acometido por essas doenças tão sérias? Para sanar sua dúvida,
peço que volte ao parágrafo anterior, sobre a NR17 e, em seguida observe atentamente as figuras a
seguir:
49
Figura 8 - Movimentos humanos: Métodos de sistema de planos e eixos.
Fonte https://www.researchgate.net/figure/Figura-8-Terminologia-dos-movimentos-articulares_fig6_333731412
Descrição da figura: figura disposta em três colunas com desenhos representando as partes do corpo humano. Da
esquerda para direita respectivamente: plano sagital, plano frontal e plano transverso.
50
Figura 9 - Parâmetros da Língua de Sinais
Fonte: http://www.letras.ufmg.br/padrao_cms/documentos/eventos/dialogosdeinclusao/Parametros_da_Libras.pdf
Descrição da figura: figura de uma mulher sentada, com um círculo envolvendo sua cabeça até o quadril. Final da
descrição.
51
Figura: 10 – Mão
Fonte: https://sintrajufe.org.br/28-de-fevereiro-dia-de-combate-a-ler-dort/
Descrição da figura: quadrado cor azul ao fundo e uma mão segurando o punho e mostrando detalhes dos tendões.
52
Figura 10 - série de alongamentos
Fonte: https://bancariosma.org.br/paginas/noticias.asp?p=13951
Descrição da figura: Quadrado com fundo branco e figuras realizando exercícios de alongamento.
O alongamento é muito importante, pois será o seu verdadeiro aliado, que nos ajuda a
diminuir riscos de doenças relacionadas a má postura e atividades repetitivas e deve ser visto como
um ferramenta de prevenção.
Estudante nesta unidade você estudou sobre as famosas Lesão por Esforço Repetitivo-
L.E.R e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - D.O.R.T, infelizmente, essas doenças
estão cada vez mais comuns na sociedade e principalmente no ambiente de trabalho , e essas
ocorrências são causadas pela má postura, esforço excessivo e repetitivo e até mesmo do estresse. E
para lidar com esses problemas, a ginástica laboral promove muitos benefícios tais como: maior
produtividade, diminuição da ansiedade, estresse, da pressão do dia a dia, relaxa músculos e a mente.
53
intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu
próprio corpo. (Lima, 2004; p. 16)
Mas será que o intérprete tem que fazer esses exercícios todos? o que você
acha? Quero saber a sua opinião. Te encontro lá no fórum.
Ah, e não esquece, tem um conteúdo muito legal na videoaula, vai lá e dá uma
conferida, tá muito massa!
1. Introdução
A Federação Brasileira das Associações dos Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guias-
intérpretes de Língua de Sinais – FEBRAPILS, é uma entidade civil, profissional autônoma, sem fins
lucrativos ou econômicos, qualificável como de interesse público, de direito privado, com o objetivo
de promover, intensificar e consolidar ações em prol da categoria de tradutores, intérpretes e guia-
intérpretes de língua de sinais (TILS).
54
A presente Nota Técnica sistematiza parâmetros e procedimentos adotados para a
organização de equipes de trabalhos na realização de atividades de interpretação e guia-
interpretação de Libras para Língua Portuguesa e vice-versa.
O intérprete e guia-intérprete são profissionais bilíngues com competência para
executar a interpretação e guia-interpretação do par linguístico língua brasileira de sinais (Libras),
língua portuguesa. A atuação desses profissionais faz a mediação linguística e cultural entre surdos,
surdocegos e ouvintes nos mais variados espaços.
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Nesse sentido, as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas com esses profissionais
recomendam a troca entre as funções de uma equipe de intérpretes num período de 20 até 30
minutos. Estudos indicam que esse período é o tempo adequado para a concentração do intérprete,
depois desse tempo (20m-30m), inicia-se um processo de fadiga mental que afeta a produção da
mensagem. Quanto mais longa a interpretação, mais erros e omissões podem ocorrer. Essa troca é
fundamental para garantir permanentemente um nível elevado na qualidade da produção na língua-
alvo. (MARCER, KUNZIL E KORAC 1998).
Considerações Finais:
Conscientes de que há, por parte dos empregadores e contratantes, instituições
particulares e órgãos públicos, resistência em compreender e reconhecer que a norma NR 17 do
Ministério do Trabalho que trata da ergonomia do trabalhador, que claramente se adequa à atuação
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do intérprete e guia-intérprete, a FEBRAPILS vem à público expor que, argumentações como a falta
de legislação específica para implementação da atuação de equipes de intérpretes e guias-intérpretes
na prestação de quaisquer serviços não procedem uma vez que, há uma regulamentação do
Ministério Página 4 de 4 do trabalho e pesquisas científicas que comprovam e demandam o
reconhecimento da atuação em equipe por intérpretes e guia-intérpretes. Por fim, a FEBRAPILS
compreende que todo e qualquer trabalho de interpretação e guia-interpretação deve ser avaliado
pelo profissional solicitado e uma equipe deve ser formada, prevendo tempo de preparação e estudo
prévio, atuação em conjunto e posterior avaliação da atuação. Qualquer atuação fora dessas
condições compromete a qualidade na entrega do serviço de interpretação e nas condições de
trabalho dos profissionais.
Prezado estudante, nesta unidade você estudou sobre a importância da saúde
ocupacional para o profissional tradutor intérprete de Libras, diferenciou saúde e saúde ocupacional.
Apropriou-se do conceito de ergonomia. O surgimento da ergonomia no Brasil e os avanços
tecnológicos advindos da II guerra mundial. A importância dos exercícios e alongamentos na
prevenção de lesões causadas por esforço repetitivo- LER e DORT. E as notas técnicas, parâmetros,
procedimentos e as normas regulamentadoras.
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CONCLUSÃO
Parabéns, estudante! Você chegou ao final das unidades do seu ebook e foi da história
com o empenho da comunidade surda para o reconhecimento da Libras, da regulamentação do
profissional tradutor intérprete, conheceu o código de ética, e os caminho que este profissional
trilhou e trilha para realizar seu trabalho da melhor maneira possível, e sobretudo pela
responsabilidade comunicacional com o surdo. Você estudou também sobre as ofertas de formação
técnica e acadêmica e condições dignas de trabalho e os cuidados com a saúde. Chegamos à
finalização do nosso e-book e espero ter contribuído para o SEU desenvolvimento. Para mim, produzir
o e-book foi um prazer, pois sei da importância de participar do processo de ensino aprendizagem,
em detrimento da sua formação profissional. Até a próxima disciplina
Abraços!
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REFERÊNCIAS
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https://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=16&idart=182#:~:text=O%20trabalho
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