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RELATÓRIO FINAL
JULHO 2020
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Colaboração:
Aruac Alves Santos - TAE Engenheiro Civil
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
2- HISTÓRICO DOS FATOS PRÉVIOS À COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO .......................... 6
4. METODOLOGIA DE TRABALHO .................................................................................. 10
5. ANÁLISE DA DETERIORAÇÃO QUÍMICA DO MATERIAL ......................................... 11
5.1. O processo de corrosão do ferro e suas ligas ................................................................... 11
5.2. Dos tipos de aço usados na construção civil .................................................................... 12
5.3. Método utilizado para inspeção da corrosão .................................................................... 12
5.4 Resultados da inspeção .................................................................................................. 13
6. ANÁLISE DE SOLUÇÃO DE ENGENHARIA PROPOSTA EM ATENDIMENTO À
NECESSIDADE DE COBERTURA DO MATERIAL............................................................ 21
6.1. Pressupostos e Ressalvas ............................................................................................... 21
6.2. Parâmetros utilizados no projeto do galpão ..................................................................... 21
6.3. Quantitativos estimados ................................................................................................ 23
7 - ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO ATUAL E APONTAMENTOS DE SOLUÇÕES NA ÁREA
DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................... 24
7.1. Planejamento da Contratação segundo IN05/2017 ........................................................... 25
7.2. Estudos Técnicos Preliminares (ETP-Digital) .................................................................. 27
7.3. Gerenciamento de Riscos............................................................................................... 28
7.4. Termo de Referência ou Projeto Básico ........................................................................... 30
7.5. Ordem de serviço.......................................................................................................... 30
8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 33
8.1. Ações complementares .................................................................................................. 33
9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 36
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1. INTRODUÇÃO
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Disponível em: https://www.valadares.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/mapas/12095.
2 Processos “0008700-79.2015.4.01.3813” (trânsito em julgado em 26/03/2019) e “0013298-
15.2015.4.01.3801”, ambos de competência da 1ª Vara da Subseção Judiciaria de GV.
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3
Disponível em https://auditoria.cgu.gov.br/download/12544.pdf
6
que a administração possui, não é a sua última versão. Segue abaixo trecho da resposta do
diretor à UFJF:
Tal resposta, permitiu concluir que os perfis depositados sobre o canteiro de obras do
platô superior não são suficientes para montar nenhum bloco completo, sendo necessária a
complementação de peças que se encontram de posse da Indumetal. O setor de engenharia
da UFJF-GV informou que os projetos que possuem, não são a sua versão executiva, uma vez
que falta o projeto de fabricação dos perfis.
No dia 6 de março de 2018, a equipe de engenharia de GV enviou um e-mail a empresa
TEC GEO, que fora responsável por parte da cravação das estacas no platô superior do campus.
No e-mail foi indagado sobre a existência das execuções dos ensaios necessários a fim de
comprovar a capacidade de carga e a integridade/aceitabilidade das estacas. O engenheiro
Lincoln de Paula, representante da empresa, respondeu que:
3. OBJETIVO DA COMISSÃO
A comissão decidiu que, além de apurar a situação da estrutura metálica, será apontado
propostas de soluções para melhor alocação e preservação do referido material.
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4. METODOLOGIA DE TRABALHO
A corrosão do ferro e suas ligas consiste em uma série de reações químicas com o ar
e/ou água, levando à formação de óxidos ou hidróxidos de ferro conforme reações abaixo
elencadas por Gentil, 2017:
para a corrosão deve considerar o ambiente que o material está submetido, a composição
do material e o uso futuro.
V. Como a corrosão do ferro é espontânea, não pode ser interrompida. No entanto, é
comum a estratégia da minimização do contato do ferro com o oxigênio e umidade do
ar através do emprego de revestimento, mediante tratamento prévio da superfície e do
uso de recobrimento com tintas especiais contendo agentes anticorrosivos. Além disso,
salienta-se que somente o cobrimento as peças com lona não impedem o contato da
superfície metálica com o oxigênio ou a água do ambiente.
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Disponível em https://www.cbca-acobrasil.org.br/site/construcao-em-aco-acos-estruturais.php
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Com base nos princípios e fundamentos descritos, efetuou-se inspeção qualitativa das
estruturas metálicas em que foi detectado duas situações de alocação dos materiais, os quais
merecem ser mencionados, a fim de melhor alinhar o trabalho da comissão com o objeto
demandado.
Imagem 2 - Visão geral das estruturas metálicas alocadas verticalmente sobre o terreno.
Fonte: Comissão, junho de 2020
ação do vento. Nas lonas não deslocadas, verifica-se também regiões de ruptura, especialmente
nas extremidades (quinas), onde a ação do vento promove esforço mais agressiva.
Observa-se que a estratégia de se cobrir as estruturas com lonas, embora seja plausível
para prazos curtos, demonstrou-se ineficiente para prazos longos, haja visto que
aproximadamente um ano após a cobertura, as lonas estão em estado agravado de deterioração.
A continuidade da estratégia de utilização de cobertura com lonas representa, portanto,
prejuízo eminente.
Acerca das estruturas metálicas, por simples inspeção, observa-se que existem dois
tipos de perfis: os que receberam revestimento (coloração acinzentada) e os que não receberam
revestimento (coloração avermelhada). Em ambos foi observado corrosão superficial.
Constatou-se ainda, grau de corrosão mais avançado do que aquelas dispostas verticalmente,
conforme discussão abaixo.
Por meio da Imagem 5, é possível verificar que o grau de corrosão foi mais avançado
nas estruturas metálicas dispostas horizontalmente, especialmente naquelas cujo formato
permite acúmulo de água.
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Imagem 5: Evidências de acúmulo de água em estruturas metálicas, da ineficiência das lonas a longo
prazo, de esfoliação das estruturas e formação de grandes quantidades de lodo superficial.
Fonte: Comissão, junho de 2020.
Com a destruição das lonas, houve acúmulo de água naqueles perfis cuja geometria
não permite escoamento, havendo, portanto, formação de grandes quantidades de lodo que por
sua vez, agravam o processo de corrosão superficial. Nessas estruturas sem escoamento da água
acumulada em decorrência de chuvas, observa-se um maior nível de esfoliação, mostrando a
necessidade de se armazená-las em local adequado, isento de umidade.
Destaca-se que, além da corrosão superficial, não se observou mediante as análises
visuais e preliminares, quaisquer indícios de corrosão mais avançadas, como por alvéolos,
placas, pites ou grãos, seja nas peças com revestimento (Imagem 6), seja nas peças sem
revestimento (Imagem 7).
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Imagem 6 - Evidências do estado de conservação das estruturas metálicas revestidas, não sujeitas ao
acúmulo de água. Fonte: Comissão, junho 2020.
Imagem 7: Evidências do estado de conservação das estruturas metálicas não revestidas, não sujeitas
ao acúmulo de água. Fonte: Comissão, junho 2020.
direto com umidade provenientes do ar e do solo, bem como o acúmulo de água de chuva,
conforme constatação in situ. As estruturas sem revestimento apresentadas na Imagem 7,
demandarão cuidado maior, com lixamento e aplicação de revestimento antes de acomodação
em galpão.
Foram ainda identificados a presença de estruturas armadas para baldrames e vigas,
além de parafusos, conforme demonstrado na Imagem 8.
Como parte do termo de referência mencionado, foi realizada uma estimativa de valor
para construção dos galpões, o que resultou no valor de 234,05 R$/m², contemplando material,
mão de obra, administração, movimentação dos perfis e BDI de 25%. Por meio da utilização
do Índice Nacional de Custo de Construção, o valor unitário foi reajustado para a data presente,
com percentual de 13,18%, calculado da seguinte forma:
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Percentual de reajuste:
R = 13,18%
Como se trata de diversos serviços, a regra é que para cada um, deve-se realizar uma
licitação, conforme é disposto no art. 15 e 23 da lei nº 8.666/93:
I - Planejamento da Contratação;
II - Seleção do Fornecedor; e
III - Gestão do Contrato.
I - Estudos Preliminares;
II - Gerenciamento de Riscos; e
III - Termo de Referência ou Projeto Básico.
Nome Nome
Siape Siape
Local/ data
Responsável pela Formalização da Demanda
Fonte: Anexo II da IN 05/2017.
É com esse documento que deverá ser formada a equipe de planejamento de contratação.
Para dar mais legitimidade à equipe, pode ser emanada um portaria pela autoridade competente
com data para entrega dos trabalhos e escolha de um presidente da comissão ou do grupo de
trabalho.
Com a comissão devidamente instituida, esta deverá providenciar os Estudos Técnicos
Preliminares (ETP) seguindo a nova IN 40/2020. Destaca-se que o presente relatório pode
ser utilizado como parte integrante dos Estudos Técnicos Preliminares.
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RISCO 01
Id Dano
1.
Id Ação Preventiva Responsável
1.
Id Ação de Contingência Responsável
1.
RISCO 02
Probabilidade: ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta
Impacto: ( ) Baixa ( ) Média ( ) Alta
Id Dano
1.
Id Ação Preventiva Responsável
1.
Id Ação de Contingência Responsável
1.
RESPONSÁVEL/RESPONSÁVEIS
__________________________
Responsável/Responsáveis
Fonte: Anexo IV da IN 05/2017.
I - declaração do objeto;
II - fundamentação da contratação;
III - descrição da solução como um todo;
IV - requisitos da contratação;
V - modelo de execução do objeto;
VI - modelo de gestão do contrato;
VII - critérios de medição e pagamento;
VIII - forma de seleção do fornecedor;
IX - critérios de seleção do fornecedor;
X - estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa de
mercado nos termos da Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho
de 2014; e
XI - adequação orçamentária. (BRASIL, 2017).
IDENTIFICAÇÃO DA CONTRATADA
Razão social: CNPJ:
Endereço:
Telefone: Fax: E-mail
Total
Total
*Fazer referência a metodologia de que trata o subitem d.4 do item 2.5 deste anexo.
DEMAIS DETALHAMENTOS
LOCAL DE REALIZAÇÃO
Nº do item Quantidade Endereço Data a ser executado
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RECURSOS FINANCEIROS
Os recursos financeiros necessários ao pagamento desta Ordem de serviço serão originários da
classificação funcional programática abaixo especificada:
Unidade Orçamentária:
Função Programática:
Projeto de Atividade:
Elemento de Despesa:
Fonte de Recurso:
Saldo Orçamentário:
_________________________ _________________________
Responsável pela Responsável pela
solicitação do serviço avaliação do serviço
Fonte: Anexo V-A da IN 05/2017.
É possível observar que o fiscal deverá acompanhar todo o serviço e atestar a nota fiscal
juntamente com o gestor do contrato para que a UFJF liquide e execute o pagamento.
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8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
É facilmente perceptível que novas tentativas de proteção das estruturas com cobertura
com lonas não será eficiente, visto que a cobertura com esse material não impede o contato com
a umidade e com a água, seja de chuvas ou provenientes do solo. Uma nova tentativa de
proteção acarretará inevitavelmente em nova demanda de recobrimento por aproximadamente
um ano, além do que se demonstrou ser ineficiente. Portanto, a insistência nessa estratégia
representará gasto indevido de recurso público.
Nesse sentido, recomenda-se a construção de um galpão para alocação das
referidas estruturas, com tamanho suficiente para se permitir a movimentação com guinchos,
guindastes, caminhões ou similares.
Considerando que uma fração significativa das estruturas metálicas se encontra em
estado de conservação visualmente apropriado, até mesmo pelo fato de que esses matérias são
confeccionados para resistirem a grandes intempéries (CBCA, 2014), recomenda-se
tratamento superficial com limpeza, lixamento, proteção com pintura e, após a secagem
da pintura, podendo adicionalmente, ser feito uso de impermeabilização paliativa com
graxa, no intuito de se reduzir a difusão de moléculas de água para a superfície interna da
pintura.
Observação: Caso se opte por efetuar a impermeabilização paliativa com graxa,
quaisquer movimentações após este procedimento deverão ser feitas com limpeza do ponto de
fixação das barras, utilizando-se detergente e água em abundância.
Cumpre-se destacar que uma possível venda do material deve ser analisada com
cuidado, uma vez que há diversos processos litigiosos no âmbito da Justiça Federal envolvendo
a UFJF, a empresa TRATENGE e o Ministério Público Federal conforme já ressaltado. Mesmo
que seja decidida pela venda/alienação do material, essa decisão não deve excluir a decisão
de sua preservação, pois sabe-se que a venda/alienação no serviço público não se realiza no
curto prazo, vez que não é um processo trivial. Nesse sentido a preservação da área e do material
depositado nela se torna ainda mais relevante.
1) Como ponto de partida, sugere-se a identificação da composição das estruturas, por meio de
pesquisa nos documentos da licitação, onde devem estar contidas as informações técnicas dos
materiais, incluindo composição e dimensões das peças.
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2) Adicionalmente, a empresa que efetuou a venda dos perfis poderia ser contatada no sentido
de se obter mais informações acerca da composição do aço bem como a normativa na qual
foram confeccionados, além de fornecer sugestões sobre o melhor tipo de revestimento a ser
empregado e sobre a melhor forma de tratamento da superfície.
3) Conforme citado acima, estruturas metálicas do tipo NBR 5008, 5920, 5921 e 7007 ou ASTM
A242, A588 e A709 são bastante resistentes a corrosão e desenvolvidas para resistir situações
extremas de intempéries. Se de fato a composição das estruturas estiverem enquadradas em
alguma dessas normas, significa que quaisquer abordagens que apontem possível inviabilidade
de utilização ou recuperação, sem a devida inspeção in locu e sem a metodologia apropriada,
são meramente especulativas. A própria empresa que efetuou a venda poderia ser acionada para
efetuar procedimentos de inspeção. É válido salientar que existem normas técnicas para se
avaliar o grau de corrosão e a necessidade de aplicação de revestimento. Um exemplo é a norma
ABNT NBR ISO 4628-3:2015 (idêntica à ISO 4628-3:2003): Tintas e vernizes – Avaliação da
degradação de revestimento – Designação da quantidade e tamanho dos defeitos e da
intensidade de mudanças uniformes na aparência. Parte 3: Avaliação do grau de
enferrujamento (ABNT, 2015).
9. REFERÊNCIAS
ABNT. NBR ISO 4628-3: 2015 Tintas e vernizes – Avaliação da degradação de revestimento
– Designação da quantidade e tamanho dos defeitos e da intensidade de mudanças uniformes
na aparência. [S.l.]: [s.n.], 2015. Parte 3: Avaliação do grau de enferrujamento.