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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: RELAÇÕES DE GÊNEROS E FEMINISMOS

PROFESSORA: PAULA BRANDÃO

MARIA HELENA SOUZA DO CARMO

FICHAMENTO: TEORIA FEMINISTA DA MARGEM AO CENTRO

FORTALEZA – CEARÁ

2023.
“Fomos ensinadas que nossas relações umas com as outras não nos enriquecem,
mas, pelo contrário, deixam-nos ainda mais pobres. Fomos ensinadas que as mulheres
são inimigas ”naturais” umas das outras, que a solidariedade nunca irá existir entre nós
porque não sabemos nem devemos nos unir.”(HOOKES; Bell, 2019.79 p.).

“As mulheres se tendem em decorrência de atitudes sexistas, racismo, privilégios


de classe e uma série de outros preconceitos. As mulheres só poderão criar vínculos
sólidos entre si quando enfrentarem esse problema e derem o passo necessário
eliminá-lo. Essas desavenças não para serão eliminadas por um ato de boa vontade ou
ideias românticas sobre a opressão comum, por mais importante que seja considerar as
experiências partilhadas pelas mulheres de um modo geral.”(HOOKES; Bell, 2019.80 p.).

“Sob esse prisma, tratava-se de esconder o fato de que muitas mulheres


exploram e oprimem outras mulheres.” (HOOKES; Bell, 2019.81 p.).

“Não podem olhar para si mesmas apenas como vítimas, porque sua
sobrevivência depende do exercício contínuo de seus próprios poderes, quaisquer que
sejam. Para elas, seria psicologicamente devastador se unir a outras mulheres p por meio
de um compartilhamento da vitimização. Elas se unem com base no somatório de suas
forças e recursos. É esse tipo de união entre as mulheres que o movimento feminista
deveria encorajar. É esse tipo de união que carateriza a irmandade.” (HOOKES; Bell,
2019.82 p.).

“Essa aliança enquanto demonstram hostilidade geralmente com seletiva de


mulheres que fortalecem seus vínculos à medida que excluem e desvalorizam as
mulheres que estão fora do grupo eleito lembra claramente as formas de aliança pessoal
que sempre ocorreram entre as mulheres sob o regime patriarcal a única diferença aqui é
o interesse pelo feminismo.” (HOOKES; Bell, 2019.84 p.).

“Quando o movimento feminista contemporâneo surgiu


muitas outras mulheres negras) costumávamos ouvir das mulheres brancas, fosse nas
aulas de estudos da mulher, em grupos de mulheres negras não era devido a um
problema estrutural do conscientização, em encontros etc., que a falta de participação
movimento feminista, mas antes um indício de que as mulheres negras já eram livres. O
estereótipo da mulher negra como uma mulher "forte" foi evocado nos escritos de várias
ativistas brancas (por exemplo, Sara Evans, em Personal Politics [Políticas Pessoais];
Bettina Aptheker, em Woman's Legacy [O Legado da Mulher]).’(HOOKES; Bell, 2019.84
p.).
“Elas não precisavam tomar a iniciativa nas discussões sobre o racismo ou os
podiam ao menos dialogar com as mulheres não brancas sobre o tema, sem que, para
isso, tivessem de mudar a estrutura do movimento feminista ou abdicar de sua
hegemonia. Elas podiam mostrar interesse numa maior participação de mulheres de cor
nas organizações feministas, encorajando-as nesse sentido.” (HOOKES; Bell, 2019.90 p.).

[…] de compreender que o Estado supremacista branco, se tiver de escolher


entre atender às necessidades do povo negro oprimido ou às necessidades das mulheres
brancas principalmente as provenientes das classes burguesas, irá agir no interesse das
mulheres brancas.” (HOOKES; Bell, 2019.92 p.).

“Uma razão pela qual as mulheres brancas engajadas no movimento feminista


não se dispuseram a enfrentar o racismo foi a arrogância de achar que apelar à
irmandade era um gesto não racista. Muitas mulheres brancas que me disseram
“queríamos mulheres negras e mulheres não brancas participando do movimento” eram
totalmente incapazes de perceber que agiam "donas" do movimento, como as "anfitriãs",
enquanto nós seriamos suas “convidadas.” (HOOKES; Bell, 2019.93 p.).

“O sexismo, o racismo e a ideologia de classe separam as mulheres umas das


outras. Dentro do movimento feminista, divisões e desacordos sobre estratégias e
ênfases levam à formação de vários grupos, cada um com uma posição política distinta.”
(HOOKES; Bell, 2019.104 p.).

“Até agora, as mulheres têm sido o motor primordial do movimento feminista a


participação masculina é rara. Essa falta de participação não é consequência apenas do
antifeminismo. Quando as feministas liberais fizeram da libertação das mulheres sinônimo
de igualdade de gênero, realmente criaram uma situação em que elas, não os homens,
designaram o movimento feminista como ”obra das mulheres”. Embora estivessem
atacando a divisão do trabalho.” (HOOKES; Bell, 2019.111p.).

“Embora estivessem atacando a divisão do trabalho baseada em papéis sexuais,


o sexismo institucionalizado que atribui à mulher trabalho sem qualificação, sem
remuneração e ”sujo”, elas estavam agora atribuindo à mulher uma outra tarefa baseada
em papéis sexuais: a tarefa de fazer a revolução feminista. As ativistas do movimento de
libertação das mulheres conclamaram todas as mulheres a se juntarem ao movimento
feminista, mas não frisaram, concomitantemente, que o homem deveria participar
ativamente na luta contra a opressão sexista.”(HOOKES; Bell, 2019.111p.).

“Elas não queriam reconhecer que as mulheres brancas e burguesas, embora


geralmente vitimadas pelo sexismo, possuem mais poder e privilégios, estão menos
sujeitas a serem exploradas e oprimidas do que os homens pobres, sem instrução e de
cor.”(HOOKES; Bell, 2019.112 p.).

“No entanto, pela própria experiência, elas perceberam que têm mais em comum
com homens de seu grupo racial e/ou de classe do que com mulheres brancas
burguesas. Elas conhecem o sofrimento e a dureza que as mulheres enfrentam em suas
comunidades; também conhecem o sofrimento e a dureza que os homens enfrentam, e se
compadecem deles por isso.”(HOOKES; Bell, 2019.113 p.).

“Isso não significa que a mulher a não estivesse disposta a reconhecer a


realidade do sexismo negra masculino. Isso significa sim que muitas de nós não
acreditam que irão combater o sexismo ou o ódio contra a mulher atacando os homens
negros ou retribuindo na mesma moeda.” (HOOKES; Bell, 2019.114 p.).

“Muitas mulheres negras se recusaram a participar do movimento feminista por


não considerarem a atitude de oposição aos homens uma base sólida para a ação. Elas
estavam convencidas de que expressões virulentas desse sentimento de ódio
intensificavam o sexismo, potencializando o antagonismo já existente entre homens e
mulheres.”(HOOKES; Bell, 2019.115 p.).

“Encorajar a união política entre homens e mulheres a fim de resistir radicalmente


à opressão sexista teria chamado a atenção para o potencial transformador do
feminismo[...]”(HOOKES; Bell, 2019.115 p.).

“É verdade que as ativistas feministas deveriam reconhecer que isso fere os


homens também. Mas isso não apaga ou diminui a responsabilidade dos homens, que
apoiam e perpetuam seu poder sob o regime patriarcal, explorando e oprimindo as
mulheres de um modo muito mais severo do que qualquer estresse psicológico ou dor
emocional causados pela obediência masculina aos rígidos padrões da divisão sexual de
papéis.”(HOOKES; Bell, 2019.119 p.).

“Indivíduos comprometidos com a revolução feminista precisam buscar formas


pelas quais os homens possam desaprender o sexismo. No movimento feminista
contemporâneo, as mulheres nunca são encorajadas a exigir dos homens sua cota de
responsabilidade. Existe até uma retórica feminista destinada a "desqualificar" as
mulheres que se relacionam com homens. A maior parte das ativistas do movimento de
libertação das mulheres dizia: "as mulheres passaram muito tempo alimentando, ajudando
e apoiando os outros agora chegou o tempo de cuidarmos de nós mesmas". (HOOKES;
Bell, 2019.123 p.).

“Homens que ousaram ser honestos a respeito do sexismo e da opressão sexista,


que resolveram assumir sua responsabilidade nessa luta, geralmente acabaram se
sentindo isolados. Suas políticas são vistas com desdém por homens e mulheres
antifeministas, além de muitas vezes serem ignoradas pelas mulheres ativas no
movimento feminista.”(HOOKES; Bell, 2019.127 p.).

“Homens que lutam ativamente contra o sexismo ocupam um lugar importante no


movimento feminista. São nossos companheiros. As feministas reconheceram e apoiaram
o trabalho de homens que se fazem responsáveis pelo combate à opressão sexista por
exemplo, no seu empenho para acabar com as agressões física. Feministas que não
veem nenhum valor nessa participação precisam repensar e reexaminar o processo pelo
qual a luta revolucionária avançou tanto. Os homens tendem a se envolver com o
movimento feminista por conta da dor que as relações com as mulheres provocam
neles.”(HOOKES; Bell, 2019.118 p.).

“Se os homens mostrassem boa vontade para assumir seu papel na luta
feminista, cumprindo as tarefas que se fizessem necessárias, as mulheres, em nome de
sua missão revolucionária, deveriam reconhecê-los como companheiros de
luta.”(HOOKES; Bell, 2019.130 p.).

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