Você está na página 1de 10

1

3TRU022: Mecânica II
Prof.: Roberto Buchaim
Exercícios resolvidos

Exercícios de Vigas Isostáticas

1º Exercício - Determinar para a viga bi-apoiada abaixo as reações de apoio, e os


diagramas dos esforços solicitantes. Usar as equações indefinidas de equilíbrio.

q0 = 9 KN / m
Dados 
l = 8m

1º passo: Determinação da função q(x )

q( x) q 0 q
Conforme a figura, por semelhança de triângulos tem-se = ∴ q( x) = 0 x
x l l

Ou ainda , pode-se partir da equação geral da reta q( x) = ax + b , com as


 x = 0 ⇒ q (0) = 0 = a.0 + b ∴ b = 0
 q
condições:  q0 donde q( x ) = 0 x , como antes.
 x = l ⇒ q (l ) = q 0 = a.l ∴ a = l l

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 1
2

2º passo: Cálculo das reações de apoio

Estas são obtidas através das equações de equilíbrio, calculando-se antes o total
de carga aplicada na viga, bem como sua posição na viga.

l
q0 l q0 x 2 q0 2
( ql
)
l
Q = ∫ q ( x )dx =
l ∫0
xdx = = l − 02 = 0
0
l 2 0 2l 2

(esta expressão também é igual à área do carregamento da viga, um triângulo de


base l e altura q0 ).

Posição da resultante Q (iguala-se os momentos estáticos em relação ao ponto A


da carga resultante e da carga distribuída ao longo da viga):

l l
q0 l q
Q.xCG = ∫ [q ( x)dx]x ou xCG = ∫ 0 x 2 dx
0
2 0
l

Isolando x CG tem-se:

2  x3  l
[ ]
l
2 q0 2 3 2 l3 2 2
xCG = ∫ x dx = = l − = = l ∴ xCG = l
2 3
2   0
q0 l l 0 l  3  0 3l 2
3l 2
3 3

(posição do centro de gravidade de um triangulo retângulo de base l e altura q0 )

Cálculo das reações de apoio

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 2
3

2 q 0l q0l
∑ Ma = 0
2 2
RB .l = Q l ∴ R B = Q = RB =
3 3 3 2 3
q0l q0l q0 l R
∑ Fy = 0 R A + RB = Q RA =
2

3
=
6
donde R A = B
2

3º passo: Determinação da força cortante V (x ) pela equação indefinida de


equilíbrio:

dV ( x) q x
= − q ( x) = − 0
dx l

Integrando de 0 a x temos:

q0 q0 x 2
l ∫
V ( x) = − xdx + C1 V ( x) = − + C1
l 2

q0l
Cálculo do valor da constante C1 : para x = 0 tem-se V (0) = R A =
6
q0l q ql
= − 0 ⋅ 0 + C1 ∴ C1 = 0
6 2l 6

q0l   x  1
2
q0 2 q0l q0l x 2 q0l
V ( x) = − ⋅x + V ( x) = − ⋅ + V ( x) =    + 

2l 6 2 l2 6 2   l  3 

x
ou ainda, denominando ξ = a abscissa adimensional, tem-se
l

q0l  2 1 
V (ξ ) = −ξ + 
2  3

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 3
4

 1 x 1 3
A força cortante se anula para − ξ 2 +  = 0 ⇒ ξ = = =
 3 l 3 3
3
Ou x = ⋅ l ≅ 0.577l (um pouco além do meio do vão).
3

x
Conferindo, no apoio B x = l ou ξ= =1
l

q0l  2 1  q0l  3 1  q0l  2  ql


V (ξ = 1) =  −1 +  =  − + =  −  = − 0 = − R B OK
2  3 2  3 3 2  3 3

4º passo: Determinação do momento fletor M ( x ) pela equação indefinida de


equilíbrio:

dM ( x) q l  x2 1
= V ( x) = − 0 − 2 + 
dx 2  l 3

Integrando os dois lados, tem-se:

q0l  x 2 1  q0 l  x 3 1 
2 ∫  l 2 3
M ( x) = − − +  + C2 M ( x) = − − +  + C2
2  3l 2 3 
q0l  x 3 x  q0l 2   x  x
3

M ( x) = − − 3 ⋅ l + ⋅ l  + C 2 M ( x) = − −   +  + C 2
2⋅3  l l  6   l  l 

Cálculo da constante C 2 :
q0l 2
para x = 0 tem-se M (0) = 0 = + C2 ∴ C2 = 0
6

q l2
M ( x) = 0
 x  x 3 
 −   ou M (ζ ) =
q0l 2
6
[ ]
ξ − ξ 3 (parábola cúbica)
6  l  l  

Conferindo: para x = l M (l ) = 0 . OK
3
O momento máximo, M max , ocorre para V = 0 . Logo, ξ = . Substituindo na
3
equação de M (ξ ) , obtém-se:

q0 l 2  3  3   q0 l 2
3
q0 l 2
M max =  −   ≅ ⋅ 0,385 =
6  3  3   6 15,588
 

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 4
5

5º Passo: Gráficos , com q 0 = 9 KN m e l = 8m

q0 l  1  1 
x
ξ=
x
l
V (ξ ) =
2 3 − ξ 2  = 36 − ξ 2 
 3 
M (ξ ) =
q0 l 2
6
[ ] [
ξ 1 − ξ 2 = 96ξ 1 − ξ 2 ]
(m) (l l ) (KN ) (KN.m )
0 0 12 0
1 0,125 11,4375 11,8125
2 0,25 9,75 22,5
3 0,375 6,9375 30,9375
4 0,5 3 36
4.62 0,5774 0 M max 36.9504
5 0, -2,0625 36,5625
6 0,75 -8,25 31,5
7 0,875 -15,5625 19,6875
8 1 -24 0

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 5
6

Viga Isostática, Carga Triangular: Força Cortante

12

8
Força Cortante V(x), [KN]

0
0 2 4 6 8
-4

-8
V(x)
-12

-16

-20

-24
Abscissa (m)

Viga Isostática, Carga Triangular: Momento Fletor

0
-5 0 2 4 6 8
Momento Fletor M(x), [KNm]

-10

-15

-20 M(x)

-25

-30

-35
-40
Abscissa (m)

OBS: Os valores do momento fletor estão com sinal contrário, porque o Excel
desenha ordenadas positivas acima do eixo das abscissas, o que é contra a
convenção de momento fletor.

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 6
7

2º Exercício- Determinar para a viga bi-apoiada da figura as reações de apoio e


os diagramas dos esforços solicitantes. Usar as equações indefinidas de
equilíbrio. (Obs.: Esta carga é usada em estruturas de pontes).

q0 = 9 KN / m
Dados 
l = 8m

1º Passo: Determinação da função q(x )

 x = 0 ⇒ q ( 0) = 0
q( x ) = A. sen (Bl ) condições de contorno: 
 x = l ⇒ q (l ) = 0 = A. sen (Bl )

π
Como A ≠ 0 ⇒ sen (Bl ) = 0 ou Bl = π ∴ B =
l

l π l  π 
Para x = resulta q(l 2) = q 0 = A. sen   = A. sen  . E como
2  l 2 2
π   π .x 
sen  = 1∴ A = q 0 , resulta q ( x ) = q 0 . sen 
2  l 

2º Passo: Cálculo das reações de apoio

No caso, por causa da simetria, as reações de apoio são iguais à metade da carga
total aplicada Q , que vale:

l l l
 π .x  qll  π .x   π .x  q 0 l   π .x  
Q = ∫ q ( x )dx = q 0 ∫ sen dx Q = 0 ∫ sen .d  = − cos 
 l  π 0 
0 0  l   l  π   l  0

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 7
8

π .x
A variável x está no intervalo [0, l ]. Mudando a variável para , esta nova
l
 π .0 π .l 
variável estará no intervalo  ,  = [0, π ] , donde
 l l 

q0l q0l 2 q l


Q=− [cos(π ) − cos(0)] Q=− [− 1 − 1] = 2 q0 l Q = q 0 l.  ≅ 0 = 0,6366q 0 l
π π π  π  1,57

Q q0l
Logo R A = RB = =
2 π

3º passo: Determinação da força cortante V (x ) pela equação indefinida de


equilíbrio:

dV ( x)  π .x 
= − q( x ) = −q 0 sen  
dx  l 

Integrando os dois lados tem-se:

 π .x  q0l  π .x   πx 
V ( x) = − q 0 ∫ sen dx + C1 V ( x) = − ∫ sen d   + C1
 l  π  l   l 
q l  π .x  q 0 l   π .x  
V ( x) = − 0 − cos  + C1 V ( x) = cos  + C1
π   l  π   l 

q0l
Cálculo do valor da constante C1 : para x = 0 tem-se V (0) = R A =
π

q 0 l q 0 l  678  q0l  π .x 
V (x ) =
1

V (0 ) = = cos(0 ) + C1 ∴ C1 = 0 Logo
π
cos
 l 

π π  

 q 0 l 678
−1
ql
 x = l ⇒ V (l ) = − RB = cos(π ) = − 0
 π π
Conferindo para 
 x = l 2 ⇒ V (l 2 ) = q 0 l cos π l  = q 0 l cos π  = 0
    
π  l 2 π 2

4º passo: Determinação do momento fletor M ( x ) pela equação indefinida de


equilíbrio:

dM ( x ) ql  π .x 
= V ( x ) = 0 cos 
dx π  l 

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 8
9

Integrando os dois lados tem-se:

q0l  π .x  q0l l  π .x   π .x 
M ( x) =
π ∫ cos
 l 
dx + C 2 M ( x) =
π π ∫ cos d 
 l   l 
 + C2

q0l 2  π .x 
M ( x ) = 2 sen dx + C 2
π  l 

Cálculo do valor da constante C 2 : para x = 0 tem-se


647 0
4
8
ql 2
M (0) = 0 = 0 2 sen (0 ) + C 2 ∴ C 2 = 0
π

q0l 2  π .x 
Logo: M (x ) = sen 
π 2
 l 

O máximo momento fletor, M max , ocorre para V = 0 , o que se dá na abscissa


l
x = . Substituindo na equação de M (x) , vem:
2

q0 l 2  π l  q0l q0 l 2
2
M max = sen   = ≅
π2  l 2 π
2
9,87

5º Passo: Gráficos , com q 0 = 9 KN m e l = 8m

π .x π .x V (x ) = q 0 l cos π .x  = 72 cos π .x  M (x ) = q 0 l sen π .x  = 58,361sen  π .x 


2

=        
x l 8 π  l  π  8  π2  l   8 
(m ) (rad ) (*) (KN ) (KN.m )
0 0 22,9183 0
0,5 0,1963 22,4779 11,3857
1 0,3927 21,1738 22,3338
1,5 0,5890 19,0559 32,4236
2 0,7854 16,2057 41,2675
2,5 0,9817 12,7237 48,5254
3 1,1781 8,7705 53,9185
3,5 1,3744 4,4711 57,2396
4 1,5708 0 M max 58,361
5 1,9635 -8,7705 53,9185
6 2,3562 -16,2057 41,2675
7 2,7489 -21,1738 22,3338
8 3,1416 -22,9183 0

(*): Notar que o ângulo, na calculadora, deve ser posto em radianos.

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 9
10

Viga Isostática, Carga Senoidal: Força


Cortante

25
Força Cortante V(x), [KN]

20
15
10
5
0 V(x)
-5 0 2 4 6 8
-10
-15
-20
-25
Abscissa (m)

Viga Isostática, Carga Senoidal: Momento


Fletor

0
-5 0
Momento Fletor M(x),

2 4 6 8
-10
-15
-20
[KNm]

-25
-30 M(x)
-35
-40
-45
-50
-55
-60
Abscissa (m)

OBS: O momento fletor está indicado com sinal contrário, pois o Excel desenha
ordenadas positivas para cima, contrariando a convenção adotada de desenhá-lo
no lado em que as fibras são tracionadas.

UEL – CTU, Departamento de Estruturas, 3TRU022 Mecânica II, Prof. Roberto Buchaim 10

Você também pode gostar