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(*)
Economista do Ministério da Integração Nacional, Professor do Curso de Ciências Econômicas e de
Relações Internacionais da UNAMA
www.raulsarmento.com.br
Estado. Tratava-se do industrialismo a partir do Modelo de Substituição de Importações
– MSI3, capaz de fazer com que a condição de subdesenvolvimento das economias
latino americanas fosse vencida, até então considerada historicamente como uma
variável inabalável do processo econômico da região.
O Modelo de Substituição de Importações – MSI passou a se constituir o eixo
fundamental no processo de desenvolvimento buscado pela CEPAL. Como exemplo
maior desse processo, o Brasil destaca-se na segunda metade da década de 50 com a
implantação do Plano de Metas que adotou como princípio básico da política
econômica os fundamentos do industrialismo.
O maior problema do modelo proposto pela CEPAL residiria na capacidade exportadora
da economia regional, uma vez que o crescimento em si dependeria da exportação de
produtos primários para criar e dimensionar um mercado interno de bens de consumo
capaz de catapultar o crescimento. Seria a mudança do eixo dinâmico da econômica
com base no modelo de crescimento para fora, para um modelo de crescimento para
dentro. Por outro lado, para que esse modelo pudesse atingir seus objetivos, dever-se-ia
adotar medidas protecionistas que minimizassem a influência de fatores externos. Isso
significaria a adoção de uma pauta de importações de certa forma flexível,
principalmente no que se refere à entrada de bens de capital, necessários para a
expansão da capacidade produtiva. Assim,num primeiro momento as importações
atenderiam bens de consumo e, gradativamente caminharia para os bens de capital até
completar o ciclo de produção necessário para que a economia deixasse de ser
dependente da área externa. Dessa maneira, o sucesso do moelo, na área externa
dependeria da capacidade da economia de importar para manter a expansão industrial de
modo a promover o crescimento no mesmo nível.
Na área interna o modelo deparava-se com a limitação dos mercados latino-americanos
que impunha restrições à expansão acelerada da capacidade produtiva. Dependendo de
tecnologia importada, o setor industrial encontrava outro problema : normalmente a
tecnologia adotada impunha uma relação capital-trabalho desfavorável às economias
periféricas : necessitava-se de grande quantidade de capital contra pouco emprego de
mão-de-obra. Notadamente, o inverso de que necessitavam as economias periféricas,
onde o emprego da mão-de-obra deveria prevalecer sobre o capital empregado.
Entretanto, apesar das críticas recebidas a CEPAL não abandonou, pelo menso até à
década de 70, os paradigmas traçados pelo MSI, sendo que os países da América Latina
continuaram a enfrentar problemas, principalmente de ordem estrutural, a partir da
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concepção de uma industrialização que favorecia a produção interna a partir de medidas
protecionistas e da intervenção estatal, o que de certa forma retardou o processo de
desenvolvimento da América Latina.
NOTAS
(1) A Teoria das Vantagens Comparativas, de David Ricardo tem como fundamento o
princípio de que cada país deve canalizar esforços para produzir bens em que sua
eficiência fosse relativamente maior.