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Boa parte dessas cerimônias seguem um calendário fixo e são feitas em homenagem às
divindades. Os candomblecistas (nome que se dá aos adeptos do candomblé) dividem-
se em nações, entre as quais a congo, nagô, angola, ijexá, jeje e ketu. As nações são
segmentos da religião e se diferenciam entre si por seus rituais, canções e vestimentas.
O candomblé baiano não é a única religião nascida das tradições dos povos iorubás. Em
Pernambuco, o culto aos orixás é chamado de xangô; no Rio Grande do Sul, de
batuque; no Maranhão, de tambor-de-mina. Esses cultos afro-brasileiros, bastante
semelhantes, são genericamente chamados de “religiões dos orixás”.
Os adeptos do candomblé creem que os orixás são divindades que receberam do deus
supremo Olorum (ou Olodumare) a tarefa de criar e governar o mundo. Cada orixá está
associado a determinado aspecto da vida em sociedade ou elemento da natureza. O
panteão iorubá é formado por centenas de orixás, embora nem todos sejam cultuados
no Brasil. Desse vasto panteão de divindades, os orixás se tornaram os mais conhecidos
entre os praticantes e não praticantes das religiões de origem e influência africana.
Segundo os ensinamentos do candomblé, todas as pessoas são filhas de orixás. Para
que seja possível determinar a quais orixás um indivíduo pertence, ele precisa recorrer
aos saberes oferecidos pelo jogo de búzios. O jogo de búzios consiste basicamente no
lançamento de dezesseis conchas, também conhecidas como cauris, em uma peneira.
O pai de santo é o único capaz de realizar o lançamento das conchas e realizar a correta
leitura da posição de cada búzio. Além do jogo, os praticantes do candomblé também
associam a pessoa ao seu orixá através das características físicas e psicológicas do
praticante. Segundo a crença, cada pessoa recebe a influência de dois orixás principais.
O primeiro é conhecido como o “orixá da frente” e o segundo como o “orixá de trás”,
“segundo santo” ou “jutó”. Esse casal de divindades promove a proteção de seu
seguidor e são reverenciados pelo pai de santo quando este toca a testa, para o orixá
da frente, e a nuca para o orixá de trás. No conjunto das religiões afro-brasileiras, os
orixás podem assumir diferentes nomenclaturas segundo a crença que o adota.
Geralmente, o orixá envia um representante, o falangeiro, que tem a função de
repassar as ordens e orientações do orixá que o domina. Alguns dos principais orixás
cultuados no candomblé:
Oxalá: conhecido como “orixá dos orixás”, foi o primeiro orixá a ser criado por Olorum.
É o criador do mundo e da humanidade. Sua cor é o branco.
Lemanjá: é a orixá mais famosa no Brasil, Iemanjá é a soberana dos mares e oceanos.
Suas cores são o azul-claro e o branco.
Oxum: é o orixá das águas doces, Oxum representa a maternidade, o amor, a
fertilidade e a prosperidade. Sua cor é o amarelo.
Exu : é o orixá mensageiro, responsável pela comunicação entre os humanos e os
deuses. Cores: preto e vermelho.
Oxumarê: controla as chuvas e a fertilidade da terra. É associada ao arco-íris e à
serpente. É masculino e feminino ao mesmo tempo. Cores: do arco-íris.
Logunedé: é o orixá do amor e da fraternidade, Logunedé é, ao mesmo tempo,
masculino (caçador) e feminino (ninfa). Cores: amarelo e azul.