Você está na página 1de 5

A DISCIPLINA DA SUBMISSÃO

Por Alessandro Bogado

INTRODUÇÃO

O estudo da disciplina da submissão é um dos mais complexos, uma vez que sofre abusos e distorções que
pode levar o ser humano a um estado de aceitação ou até de rejeição total da submissão.

Martinho Lutero nos diz o seguinte: O cristão é um senhor perfeitamente livre de tudo: a ninguém se sujeita. O
cristão é um servo perfeitamente zeloso em tudo; sujeita-se a todos.

DESENVOLVIMENTO

O problema se encontra no significado que o mundo atribui ao conceito de submissão, ou seja atribui
diretamente a condição em que se é obrigado a obedecer; sujeição, subordinação e hierarquia, de quem
manda é quem pode, isso trás sobre as pessoas o jugo que literalmente escraviza e subjuga, que faz com
que muitos a rejeitem sem ao menos conhecer a disciplina da submissão.

Mas o que queremos tratar aqui é um conceito que vai muito além do que estamos acostumados,
passaremos a ver a disciplina através da palavra de Deus e direção do Espirito.

E o que seria a Submissão segundo o que Jesus nos ensinou? significa viver pensando no bem dos outros,
largando o egoísmo e a vaidade. Em vez de cuidar somente de si, todo cristão deve se preocupar com seus
irmãos. Submissão é estar pronto para abdicar de seus próprios desejos se isso for melhor para outra
pessoa.

³Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um
considerando os outros superiores a si mesmo,⁴não tendo em vista somente os seus
próprios interesses, mas também os dos outros. Filipenses 2:3-4

Que desafio é esse? Num mundo cada vez mais competitivo e canibal

O ensino bíblico a respeito da submissão concentra-se no espirito como vemos o semelhante e como o
valorizamos, apreciamos e respeitamos uns aos outros.

Trata-se de abrimos mãos dos nossos direitos em favor do outro, levar em consideração suas necessidades,
anseios e desejos. Descobrimos que é bem melhor servir o nosso próximo que fazer as coisas a nossa
maneira.

Que libertação é esta? E a liberdade de render a terrível carga de ter que fazer as coisas do nosso próprio
modo, ou seja do meu jeito. A obsessão de exigir que as coisas marchem de acordo com a nossa vontade é
uma das maiores escravidões da sociedade humana.
Será que tudo tem que ser do nosso jeito? Quem conhece pessoas assim? Nossa natureza humana é assim.

Ter liberdade de escolher não fazer sempre as coisas do mesmo jeito significa também estarmos livres para
obedecer a lei de Deus.

Nossa maior dificuldade surge principalmente por que não conseguimos entendermos os ensinos de Jesus de
que o caminho da autorrealização passa pela autonegação.

A autonegação significa a liberdade de priorizar o nosso semelhante e nos leva a nos encontrar a nossa
própria identidade. Não é auto desdém, que alega que não temos valor. Pelo contrário segundo o autor
Foster, a autonegação declara que somos de valor infinito e ainda nos mostra como percebe-lo. A
autonegação é a escolha livre e em liberdade de submeter nossa vontade a dos outros, e ai estaremos
prontos a servir.

E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir


após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Marcos 8.34

Abrir mão de coisas que nos afastam de Deus é imprescindível.

Você já experimentou a libertação decorrente de abrir mão dos próprios direitos? Significa estar livre da raiva
impetuosa e da amargura que sentimos quando alguém não age como achamos que deveria agir. Significa
que, finalmente, somos capazes de romper a cruel lei da reciprocidade, que diz; uma mão lava a outra, mexa
comigo que acabo com você, significa ficar livre para obedecer a ordem de Jesus que diz:

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que
sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. Mateus 5.44
Ou seja pela primeira vez, entenderemos como é possível renunciar ao direito de retaliar e ainda assim
sermos retribuídos pelo nosso pai que está no céu.

Eu vos digo, porém, que não resistais ao homem mau; mas, se qualquer te bater na
face direita, oferece-lhe também a outra. Mateus 5.39
É impossível enxergar o caráter revolucionário da vida e do ensino de Jesus em relação a esse assunto que
ele aboliu as reivindicações de posição e de status, chamando a existência uma ordem inteiramente nova de
liderança, sua vida de cruz aos poucos corroeu todas as ordens sociais baseada no poder e interesse próprio
e na grandeza.

Jesus foi incisivo ao falar para os seus discípulos:

Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: "Se alguém quiser ser o primeiro,
será o último, e servo de todos” Marcos 9.35
Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. João
13.15
Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Efésios 5.21
O chamado para que os cristãos vivam a vida de cruz está arraigado a vida de cruz do próprio Cristo, ele é
nosso maior exemplo a ser seguido.

O que os ensinos de Jesus e de Paulo nos revelam é uma quebra de paradigma e mudança dos conceitos,
agora os menos favorecidos são levados em consideração por eles. Exemplo; mulheres e crianças passam a
ser valorizados.

O revolucionário nesse ensino é que as pessoas a quem a cultura do século l não propiciou nenhuma escolha
são tratados com a gente Morais livres, Paulo concedeu responsabilidade moral e pessoal a quem não tinham
nenhum status jurídico nem moral na própria cultura, transformou pessoas a terem o direito de tomar suas
próprias decisões.

O primeiro chamado das epistolas a subordinação é para os que, em razão da cultura na qual se
encontravam, já eram subordinados: mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, filhos obedeçam a seus
pais, escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos. (Colossenses 318).

Entretanto a mulher, o filho e o escravo não precisariam de certa forma de muito esforço para seguirem os
ensinamentos, pois já estavam debaixo de autoridade.

Já a mudança que mais impactou foi a da classe dominante da época, esses sim tiveram que realmente
mudar de comportamento para seguir a cristo e entender o verdadeiro sentido da autonegação.

A passagem marcante desse ensinamento vemos na passagem de filemon, onde Onésimo o escravo fugitivo
recém convertido a Cristo estava voltando pra casa voluntariamente para seu senhor, por entender que essa
seria a atitude de quem servia a Cristo.

Já Paulo insiste com Filemon que receba Onésimo da melhor maneira, já não mais como um escravo, mas
como um irmão em Cristo Jesus.

Os dois deveriam ser subordinando um a outro por amor a Cristo.

CONCLUSÃO

Então Precisamos discernir que a submissão nos dias de hoje depara com um grande problema, relacionado
a autoridade e aí temos diversos tipos de autoridades.

Porem a submissão tem limites que se encontram nos pontos onde ela torna-se destrutível, ou seja, a
submissão já não está mais baseada na autonegação e nem em Cristo, mas no desejo egoísta de benefícios
próprios.
Complexo é definir quando ela se torna destrutível e é aí que temos que submeter ao Espirito Santo que
discerne com precisão os pensamentos e intenções dos corações, o meu e o seu.

Para nós ele será Mestre e Profeta sempre a nossa disposição, instruindo-nos no que fazer em qualquer
circunstância.

Mas jesus está nos ensinado de uma autoridade espiritual que é determinada e sustentado pelo próprio Deus.

Não vem de mãos humanas e de homens, não são títulos, cargos, diplomas, posições, posses nem qualquer
símbolo externo.

E para terminar quero falar dos 7 Atos de submissão apontados na disciplina:

Nosso primeiro ato de submissão de ser a Deus trino. Pai, filho e espirito. nossa maior submissão está
baseada em Deus.

Segundo: submissão as escrituras, na forma de ouvir a palavra, receber a palavra e obedecer a palavra. A
palavra das escrituras quando praticadas e vividas são o poder de Deus fluindo em nossas vidas avivadas
pelo Espirito Santo.

Terceiro: submissão a nossa família, e o lema deve o cuidado mutuo de um pelo outro, não somente dos
seus próprios interesses, mas também dos interesses dos outros.

Quarto: submissão ao próximo, as pessoas que fazem parte de nossas tarefas cotidianas, trabalho,
faculdade, academia etc.

Quinto: submissão a comunidade cristã, ao corpo de cristo, aqui a uma oportunidade de nos sermos de fato
discípulos de Jesus, de sermos trabalhados, aperfeiçoados, tratados, curados, sempre a algo a ser feito e
nenhuma tarefa por mais simples que seja é desprezada.

Sexto: submissão aos aflitos e desprezados, aos órfãos e as viúvas, é nossa responsabilidade de alguma
maneira de estar entre eles. Ali a vida de cruz. E aqui eu abro um parentes e fecho, envolva-se em algum
projeto comunitário. Seja benção na vida de alguém que precisa.

Sétimo: submissão ao mundo físico, fazemos parte desse muto e temos obrigação de cuidar dele da melhor
forma possível, de forma responsável diante de um mundo cada vez mais irresponsável.

A submissão é um ato lindo de amor, humildade e autonegação onde posso submeter a minha vida em favor
do meu semelhante conforme o próprio Jesus fez por nós na cruz do calvário.

Deus nos abençoe!


AUXÍLIOS PARA A PUC NAS CÉLULAS

O objetivo da palavra ministrada é nos ensinar o verdadeiro sentido da disciplina espiritual da


Submissão que sofre abusos e distorções levando o ser humano a um estado de aceitação ou até
de rejeição total da submissão.

O estudo nos ensina que Submissão significa viver pensando no bem dos outros, largando o egoísmo e a
vaidade. Em vez de cuidar somente de si, todo cristão deve se preocupar com seus irmãos. Submissão é
estar pronto para abdicar de seus próprios desejos se isso for melhor para outra pessoa.

Nesse sentido, pode-se conduzir algumas perguntas para reflexão:

1. O que mais tem sido ensinado neste mundo é que para termos felicidade precisamos fazer a nossa
vontade e que precisamos ter a liberdade para fazer o que nos vier à cabeça. O exemplo de Jesus foi
diferente segundo a carta aos Filipenses 2:1-5. O que Jesus consegui realizar por meio da submissão?

2. Em Efésios 5. 21 nos ensina: “Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”. Você já praticou isso?
Caso negativo, o que pretende fazer para colocar em prática?

3. Você entende a dificuldade que nós seres humanos temos de nos submetermos aos outros?

4. Compartilhe sua experiência com os 7 atos de submissão descritos na palavra.

Você também pode gostar