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Dora Incontri
Os clássicos e a educação para a paz
Dora Incontri
“Eis aí a grande tarefa social que nos espera: colocar em funcionamento o valor
potencial do homem, permitir-lhe atingir o desenvolvimento máximo de seus dinamismos,
prepará-lo verdadeiramente para mudar a sociedade humana, fazê-la mudar para um
patamar superior.” (Montessori, A Educação e a Paz)
Ou seja, todos esses grandes clássicos do pensamento, confiando plenamente nas
potencialidades humanas de atingirem patamares melhores de amor ao próximo, empatia,
solidariedade e paz, acreditam que a função da educação seja fazer desabrochar esses
impulsos já imanentes no ser, através de estímulos afetivos, de um clima de liberdade e de
um diálogo construtivo.
Dessa maneira, teríamos pessoas que, desde a infância, se sentiriam abastecidas
espiritual e afetivamente; contentes com sua liberdade e consigo mesmas (com um saudável
amor de si, à moda rousseauniana), sem reações de agressividade, violência, que são próprias
do ser humano, acuado, reprimido ou negligenciado. A violência é um sintoma de um
indivíduo que não foi suficientemente amado, cuidado e deixado livre para se fazer a si
mesmo de forma construtiva e segura. A violência social é um sintoma de um sistema
baseado em individualismo, competitividade, conflito de interesses…
“Os homens de hoje se tornaram adultos depois de terem sido, em sua infância e
adolescência, reprimidos, isolados e incitados a perseguir unicamente interesses pessoais.
Foram colocados sob a palmatória de adultos cegos. Esses, muito inclinados a negligenciar
os valores da vida, fixaram nas crianças que lhes foram confiadas apenas o objetivo, egoísta
e mesquinho, e obterem um bom emprego na sociedade.” (Montessori, A Educação e a Paz)
Referências bibliográficas: