Você está na página 1de 3

A importância da ludicidade na aprendizagem e a BNCC

O lúdico vem do latim ludus, que significa jogo, divertimento, brincar. O ato de jogar
é tão antigo quanto a humanidade, ou seja, jogar é um comportamento natural dos
seres vivos, como dito por Johan Huizinga em seu livro Homo Ludens.
Ressaltamos então, a importância do lúdico na sala de aula, como afirma Roloff:

[...] A ludicidade entra neste espaço como integrador e facilitador da


aprendizagem, como um reforço positivo, que desenvolve processos
sociais de comunicação, expressão e construção de conhecimento;
melhora a conduta e a auto-estima; explora a criatividade e, ainda,
permite extravasar angústias e paixões, alegrias e tristezas,
agressividade e passividade, capaz de aumentar a frequência de
algo bom.

Citando as Diretrizes Curriculares e a Base Comum Curricular, podemos afirmar que


o lúdico é uma ferramenta indicada para a realização de aulas criativas no Ensino
Fundamental:
[...] o Ensino Fundamental terá muito a ganhar se absorver da
Educação Infantil a necessidade de recuperar o caráter lúdico da
aprendizagem, particularmente entre as crianças de 6 (seis) a 10
(dez) anos que frequentam as suas classes, tornando as aulas
menos repetitivas, mais prazerosas e desafiadoras e levando à
participação ativa dos alunos. (BRASIL, 2013. p. 121)

Sobre o uso de tecnologias digitais:

Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias


digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos,
sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e
resultados. (BRASIL, 2017. p. 267)

Outro ponto a ser destacado é que o lúdico é um elemento cultural e a ideia de


utilizar jogo na educação não é algo tenro. Jean-Jacques Rousseau, em seu livro
Emílio ou Da educação, esclarece que através do jogo, a criança realiza prazer
àquilo que não gostaria de fazer se fosse imposto a ela. Como também citado por
Dail Nelsy da Silva em sua dissertação, que este é o momento de liberdade, de
alegrias, de brincadeiras, de descobertas, é preciso deixar que a criança viva o
presente de acordo com a sua própria constituição.

A humanidade tem seu lugar na ordem das coisas, e a infância na


ordem da vida humana: é preciso considerar o homem no homem e
a criança na criança. Determinar para cada qual o seu lugar e ali
fixá-lo, ordenar as paixões humanas conforme a constituição do
homem, é tudo o que podemos fazer pelo seu bem-estar.
(ROUSSEAU, 2004, p. 69).

Compreendido que o jogo facilita a aprendizagem, ensina e educa de forma


prazerosa, além de colaborar para o desenvolvimento da criança (KISHIMOTO,
2011). Dessa maneira, usufruir de jogos e brincadeiras na escola significa descobrir
e fortalecer a construção do conhecimento por via da prática.
A implementação do jogo no ambiente educativo é de grande importância, pois é
uma ferramenta poderosa - que, quando utilizada - envolve o cotidiano dos
educandos.

Antes de mais nada, o jogo é uma atividade voluntária. Sujeito a


ordens, deixa de ser jogo, podendo no máximo ser uma imitação
forçada. Basta esta característica de liberdade para afastá-lo
definitivamente do curso de um processo natural. (...) As crianças e
os animais brincam porque se divertem, e é precisamente em tal fato
que reside sua liberdade. (HUIZINGA,1938, p.9).

(...) Mais ainda: a unidade e a indivisibilidade da crença e da


incredulidade, a indissolúvel ligação entre a gravidade do sagrado e
o “faz de conta” e o divertimento, são melhor compreendidas no
interior do próprio conceito de jogo. ((HUIZINGA,1938, p.29).

Você também pode gostar