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O QUE É KIMBANDA

Por Mario Filho

Muitos escritores de livros de Umbanda separam Kimbanda de Quimbanda, o que é um


grande erro! São apenas grafias diferentes, a primeira é a representação gráfica da língua
Quimbundo ou Umbundu e a outra do Português, que significam a mesma coisa. Os portugueses
transliteraram a palavra kimbanda para quimbanda, sendo este termo mais utilizado fora de
Angola.
Crê-se, no Brasil, infelizmente, que Kimbanda ou Quimbanda seria uma prática de
“magia negra”, com a utilização dos Exus e Pombagiras – Bombogiras, Pombogiras (do
Kimbundo: Mpambu Nzila (ou Njila) – “Caminho que se entrecruza”) para a realização de
feitiços e trabalhos maléficos. Dão a essas entidades o status de criaturas malévolas por
excelência, sendo a Kimbanda o culto ou prática onde eles devem se manifestar. O intuito desse
artigo é evitar esse entendimento errôneo.
Quero destacar, inicialmente, que a Kimbanda (ou a palavra em português Quimbanda)
não tem nada a ver com os demônios da Goécia, “Magia Negra”, ou qualquer coisa nesse
sentido, nem mesmo o trabalho exclusivo com Exus e/ou Pombagiras. Esse entendimento
também é errôneo! O panteão da Kimbanda possui todos os seres que se manifestam na
Umbanda e em outros cultos afro-brasileiros ou afro-ameríndios, tais como Preto(a)s-
Velho(a)s, Caboclos etc.
Não se aguenta mais atribuírem à Kimbanda um culto satânico (no mau sentido) de
destruição e morte. Chega dessas parvalhices e imbecilidades! Veem-se sites, aos montes,
afirmando que Exu Marabô é o demônio Put Satanakia ou que Exu Tranca-Ruas é o demônio
Tarchimache. Quanta irresponsabilidade! O pior é que muitos acreditam nisso!!! Apenas como
esclarecimento: esses nomes vêm do livro chamado de Grande Grimório, escrito pelo Papa
Honorius I ou Honorius III (não se sabe ao certo), fruto da imaginação demoníaca que os
católicos medievais tinham a respeito do mundo espiritual, que deveria ser habitado por
demônios e seres malévolos.
Alguns ditos “acadêmicos” de Umbanda escrevem muitos disparates a respeito do
vocábulo Kimbanda, tal como o “Mestre” Itaoman, influenciado pela Umbanda Esotérica de
W.W. da Matta e Silva que diz, referindo-se a uma pretensa guerra mágica espiritual entre o
“bem e o mal”: “Ergueu-se, assim, dos confins do Reino das Sombras, sob o impulso do ódio
de uma das partes e da maldade da outra, do sangue derramado pelos dois lados, uma ‘Corrente
Maléfica’, que atraiu os piores Magos Negros de todas as épocas, formando-se a ‘Kimbanda’,
que é o ponto de perversidade das raças martirizadas.”1
Nós não mais podemos ler tantos absurdos como, por exemplo, o que escreve MAES
(1997, 165-166), “canalizador” de uma bazófia transmissão do espírito Ramatis:

“o umbandista é o médium, o cavalo, o mago ou o filho do terreiro que deve praticar


unicamente o bem; o quimbandeiro é o médium, o cavalo, o mago ou o filho do terreiro
que pratica exclusivamente o mal. O primeiro é o intérprete das origens angélicas, o
segundo é o marginal, o feiticeiro o discípulo das fontes diabólicas.”2

Quanta imbecilidade em tão poucas linhas! Será que isso foi realmente “canalizado” de
um espírito “de luz”, como se apregoa? É claro que não! Isso apenas representa a pequenez
mental do pretenso médium, este sim nas trevas da ignorância! O que escreve é a vazão de seus
pensamentos tacanhos e sem conhecimento, eivados por uma total ignorância da origem
histórica dos cultos afro-brasileiros. É exemplo claro do racismo e intolerância que existe em
nosso país.
A Kimbanda, assim como todos os demais cultos afro-brasileiros ou afro-ameríndios,
tem panteão próprio, bastante semelhante à Umbanda brasileira e que não tem nenhuma ligação
com o mal, com anjos caídos e com demônios. Aos idiotas e imbecis que pensam diferente só
dou um conselho: aprimorem-se!!
Inicialmente quero destacar que este artigo tem como base a obra “O que é Umbanda”,
de Armando Cavalcanti Bandeira (Rio de Janeiro: Ed. Eco, 1973, pág. 31-37), utilizando-se,
ainda, várias fontes de pesquisa, inclusive de textos escritos em Angola e em outros países.

ANÁLISE

Tem havido muita confusão entre os termos umbanda e quimbanda, inclusive nos
significados etimológicos.
Há páginas e mais páginas escritas sobre o uso do termo Umbanda. Quer-se acreditar
que a primeira vez que foi empregado teria sido na famosa reunião espírita em Niterói – Rio de
Janeiro, quando houve a segunda manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas (no dia 15
de novembro de 1908). Este fato é o mito fundador da Umbanda. No entanto, é inverídico.
Conforme exporemos ao longo deste artigo, ver-se-á que a palavra Umbanda já havia
sido registrada no Séc. XVII em terras, hoje, Angolanas.
Queremos, de uma vez por todas, dizer que aquilo que as pessoas dizem modernamente
ser Kimbanda ou Quimbanda não tem nada a ver com a origem do termo. O uso incorreto da
palavra Kimbanda ou Quimbanda é fruto do mar de ignorância histórica que banha nossos
Terreiros de cultos afro-brasileiros. A má fama da Kimbanda ou Quimbanda advém de
desgraças históricas: a escravização e a imposição do cristianismo católico em terras Bantu3.
No final do Séc. XV Dom João de Portugal enviou uma expedição ao Congo,
comandada pelo navegador Diogo Cão, composta por padres, monges, soldados, camponeses e
profissionais liberais com o intuito de formar uma sociedade nos moldes europeus. Esse envio
foi em atendimento à requisição do Rei, o Manicongo, que foi batizado Católico e queria que
seu reino fosse como a Europa. O Manicongo enviou seu neto a Roma (Vaticano) para estudar
e se tornar Padre. Este, Dom Henrique I, foi o primeiro Bispo negro (1521). O Manicongo e
seus sucessores obrigaram todos os súditos a se tornarem católicos. No entanto, essa não foi
uma opção agradável a eles, sendo que muitos preferiram se manter ligados a sua religião
tradicional.
Dessa forma, aqueles que praticavam o catolicismo eram considerados “homens de
Deus”, pois seguiam uma religião correta. Aqueles que seguiam a religião tradicional, como a
Kimbanda, entre outros cultos tradicionais bantu, foram considerados “homens do diabo”, pois
professavam uma religião primitiva e atrasada, típica do demônio. Esse entendimento chegou
até nós por meio da escravização, pois os que se negavam a se converter, de boa vontade, ao
catolicismo eram feitos escravos.
Em que pese a negativa de conversão, ainda assim, antes de serem embarcados nos
navios negreiros, os escravizados eram “batizados” à força. “Em Angola os escravos eram
batizados enquanto aguardavam embarque nos barracões dos portos portugueses quando
recebiam um nome cristão”.4 O batismo católico compulsório, feito antes do embarque nos
navios, não livrava os escravos de serem humilhados pelos traficantes, que os tratavam como
“seguidores do demônio”.
Ao chegarem aqui, esses escravizados continuaram com sua prática religiosa, mesmo
sofrendo todo tipo de perseguição, utilizando-se de vários subterfúgios para isso, como a
sincretização de seu panteão com os santos católicos, por exemplo (algo que já havia acontecido
em África e não somente nas Américas). Aliado a isso houve uma incorporação do valor “ser
do demônio” como uma estratégia de proteção, pois ao assumirem serem adeptos da Kimbanda
causavam medo nos senhores feudais e em outros negros, que, por receio, muitas das vezes,
não os agrediam e lhes davam um status superior.
Além da escravização e da imposição do catolicismo na África há outro motivo que nunca
poderá ser olvidado: o preconceito, oriundo do racismo, conforme apontam Phaf-Rheinberger
& Pinto:
“A Umbanda vem de Angola. Neste país o termo [Umbanda] significa “medicina
tradicional” ou “prática tradicional de cura”. Aquele que é responsável por essa prática médica
é chamado de Kimbanda. No Brasil esse conceito angolano foi reinterpretado. Umbanda tornou-
se algo como uma religião que promove o contato com o mundo transcendental, através da
iniciação do médium (gn). Da mesma forma é usada, por vezes, como sinônimo do conceito
brasileiro de magia branca (magia boa, magia de cura). A palavra Kimbanda surge no Brazil
com a grafia Quimbanda, mudando-se totalmente seu sentido original. Não se refere mais a
uma pessoa, mas a uma força oposta à magia de cura, sendo chamada de magia negra. Por que
isso aconteceu? Reinterpretações possuem um propósito psicológico. Elas satisfazem as
necessidades das pessoas que podem ser inconscientes. Estamos assistindo ao que uma
sociedade essencialmente racista está fazendo com a terminologia africana. Enquanto a
Umbanda, com uma prática de cura de fundo religioso, é aceita no Brasil, o praticante africano
desta arte de cura não é aceito. Assim, a ideia original do termo quimbanda foi
despersonalizada. Tornou-se um símbolo das forças do mal, da bruxaria. Os conceitos
angolanos originais do termo foram reinterpretados em termos de uma dicotomia bastante
racista, sendo o negro sinônimo de demoníaco e o branco de bondoso.”5
Como bem aponta ORTIZ, houve, no Brasil, um abandono dos significados originais
dos vocábulos Kimbanda e Umbanda, até opô-los sistematicamente, considerando Kimbanda
como “magia negra” e Umbanda “magia branca”.

“No Brasil ocorre uma separação da arte do Kimbanda, de sua pessoa de sacerdote-
feiticeiro; o Kimbanda é expulso para a região da Quimbanda enquanto parte de seu
saber, a Umbanda, é reinterpretado segundo os valores da sociedade brasileira. Uma
curiosa inversão se opera: a Umbanda transformar-se em magia branca em oposição à
Quimbanda, magia negra.”6

Para BANDEIRA (p. 34) a palavra Kimbanda, oriunda da língua Quimbundo, não pode
ser confundida com feiticeiro, pois designa funções diferentes: “o curandeiro é o Kimbanda, o
feiticeiro é o Muloji”. Para afirmar isso, vale-se das palavras do Padre Antônio Miranda de
Magalhães, que viveu muitos anos em Angola e publicou o livro Alma Negra, editado em
Lisboa, em 1936, no qual afirma que o “mezinheiro, preparador de ervas, não deve ser
confundido com o feiticeiro”7. Ilustra isso com uma expressão, em quimbundo, que define
muito bem a diversidade funcional entre os dois: “O KIMBAND ‘EKI KI MULOJI É” (Este
curandeiro não é feiticeiro); e outra frase: “NGEJIAMI UMBANDA” (Conheci a arte de curar).
BANDEIRA (P. 34) nos lembra que em 1894 Heli de Chatelain, em seu livro Folktales of
Angola, registrava o termo Umbanda e Kimbanda e mostrava a sua derivação gramatical e
significado, como é encontrado em qualquer dicionário Quimbundo, assim, nada há de mais
claro e positivo. Isso vai de encontro aos inúmeros livros umbandistas que afirmam que o termo
foi utilizado pela primeira vez no Brasil, quando do evento conhecido como a segunda
manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ora, sabe-se que quando do início da
Umbanda havia uma luta para dar um nome adequando àquele movimento. Primeiramente se
pensava em usar o termo Embanda (uma corruptela clara de Imbanda, plural de Kimbanda, que
será explicado ao longo deste artigo), porém não soava bem. Houve também, a proposta de se
utilizar Alabanda, pois segundo alguns autores um dos espíritos incorporados por Zélio de
Moraes era um malaio muçulmano (conhecido como Orixá Malet), portanto Alabanda seria
traduzido como da “banda de Alá”. Entretanto, a melhor opção encontrada foi o uso do termo
já grafado (desde o séc. XVII) e conhecido entre os descendentes angolanos, ou seja, o termo
Umbanda.
Etimologicamente o substantivo KIMBANDA (que significa, em Angola, curandeiro,
médico ocultista), sendo que ao se substituir o prefixo KI por U, forma-se um nome abstrato, o
qual designa arte ou ofício. UMBANDA, então, é a arte de curar, ofício de ocultista.
BANDEIRA (p. 34) afirma, em sintética análise de obras que consultou (as quais foram
referenciadas por este articulista para que o leitor possa, ele mesmo, aumentar suas pesquisas)
que Umbanda teria os seguintes significados:
“Termo da língua quimbundo, comum a várias tribos e línguas africanas especialmente entre
os Umbundos e, segundo o etnólogo Carlos Estermann é bastante usado entre os Nhaneka-Umbi
e igualmente conhecido pelos Cunhamas, embora nestes com menos frequência em seus cultos;
entretanto não se restringe a Angola, pois, é encontrado na Guiné nos cânticos de invocação
espiritual. Abrange alguns significados semelhantes: arte de curar, magia, segundo o Padre
Domingos V. Balão e J. Cordeiro da Mata.”8
 “[…] bruxaria, magia, arte ou magia de encantar.”9
 “[…] ciência médica ou ciências médicas; originando-se de KIMBANDA, médico.”10
 “[….] arte de curar originando-se do verbo KUBANDA, subir, de onde deriva o
vocábulo KIMBANDA, curandeiro, do qual resulta o substantivo UMBANDA.”11

BATSTONE, por sua vez, traz definições ao vocábulo Umbanda:


“A palavra Umbanda vem originalmente da língua Kimbundo (uma das línguas falada em
Angola) sendo usada para descrever objetos religiosos e o líder religioso, também chamado de
Kimbanda. No Brasil a palavra Umbanda foi aplicada, a partir dos anos 1930 (gn), para designar
um novo sistema religioso de grande apelo para a classe média, que sintetizou elementos nativos
brasileiros, bem como elementos africanos e europeus. Da cultura indígena se apropriou do
herbalismo e da imagem heroica do Caboclo; dos africanos se apropriou de elementos rituais
do Candomblé, da Europa absorveu o catolicismo popular e o espiritismo de Allan Kardec.”12
O etnólogo e historiador Oscar Ribas, define a Umbanda como ciência de Quimbanda13,
referindo-se sobre a origem quanto ao termo “Kubanda”. BANDEIRA supõe que Kubanda se
trata do verbo “subir”, pois o espírito “segundo a concepção bantu, vem de baixo (da terra) para
cima, e não de cima para baixo, como os espíritas acreditam”.14
BANDEIRA (p.35) cita a etnologista Ana de Sousa Santos, do Instituto de Investigação
Científica de Angola, que faz um estudo detalhado sobre o vocábulo Kimbanda e sua relação
com o termo Kubanda:
“Se na combinação de regras gramaticais se pode aceitar o modo como se articula o
prefixo e radical de “Kubanda” para resultar “KIMBANDA”, e a relação desses vocábulos com
Umbanda tal como apresenta Cavalcante Bandeira, de acordo com o que preceitua José L.
Quintão , a verdade é que em razão funcional e etimológica do termo ‘Kubanda’ tal ligação
deve ser rejeitada. Por isso, diz muito bem o autor: “Não podemos entender a modificação de
sentido por falta de relação direta ou indireta da palavra ‘banda’ que hoje na concepção usada
não tem qualquer relação com o Quimbanda. De fato, o termo “quimbanda” (quimbanda), a
nosso ver não derivou de “Kubanda”, subir, galgar, mas certamente de “kubanda” (note-se que
há variações e pronúncia) consertar, remendar. Ora, visto uma das funções do curandeiro ser
exatamente a de consertar os males físicos dos mortais, é muito natural que dali proviesse sua
origem, ou então de “Kubanda”, sinônimo de prescrever, visto que receita, aconselha,
prescreve, etc (…) mas há mais, também ao verbo “kubanda” é atribuído o significado de
desvendar. Outorgando-se à missão do “kimbanda” cuidar do mistério das enfermidades
psíquicas que, como se sabe, para isso, esse agente recorre às cerimônias de adivinhação, assim
se estabelece mais uma relação entre “Kubanda” e “Kimbanda”. Quanto à “kubanda” (ou
banda) com o significado de subir, só aparece em toda a atividade de “quimbanda” e em práticas
religiosas ou mágicas religiosas, pelo menos dentro do que temos conhecimento durante as
sessões dos “ilundu” (espíritos), quando o médium começa a entrar em transe, mas só no sentido
de incitamento e aplauso. Com respeito ao vocábulo Umbanda, se ele não pode servir para
rotular um culto africano, como muito bem salienta Cavalvanti Bandeira, pode-se admitir que
entre os bantos ele seja como que uma convergência de elementos culturais religiosos. Em
Luanda, tem a Umbanda ainda hoje uma feição característica apreciável como expressão de um
processo ritualista orientado por uma entidade – a mãe de umbanda – (Mamy ia umbanda) – ou
pai de umbanda (Pai ia umbanda), conforme for o sexo feminino ou masculino. Modernamente
há nesta sociedade quem traduza essa expressão por madrinha ou padrinho.”15
JAMES e BROADHEAD na obra Historical dictionary of Angola dão o seguinte significado à
palavra Kimbanda: “Adivinho que herdou ou adquiriu as habilidades necessárias para se
comunicar com o mundo espiritual”.16 Acrescentam que “o Kimbanda pode manter contato com
os espíritos dos antepassados para saber se eles foram ofendidos por alguém e, em caso
afirmativo, como resolver a questão”17.
O escritor, músico e compositor Nei Lopes, em seu famoso Novo Dicionário banto do
Brasil, dá para o vocábulo Quimbanda um dos seguintes significados:

“Sacerdote de cultos de origem banta. Do quimbundo kimbanda, sacerdote e médico


ritual correspondente ao quicongo nganga. O termo se distingue de outro como o
quimbundo muloji e o quicongo ndoki, que designam o feiticeiro, agente de práticas que
objetivam malefícios.”18

Assim, o Kimbanda é um médico, que utiliza a Umbanda, ciência(s) médica(s). No


Candomblé de tradição banto, ou conhecido como Candomblé Angola, Kimbanda é o nome do
Rito praticado, sendo o Sacerdote chamado de Táta Kimbanda (Pai de Quimbanda), assim como
é chamado, também, no culto de Kimbanda, o Sacerdote.
Para RIBAS o Kimbanda desempenha as funções de adivinho e de médico, ambas
necessárias para a cura de doenças. Cita outros agentes religiosos angolanos tais como muloji
(feiticeiro), o kilamba (ministro do culto de espíritos ctónicos designados por yanda19), ou
múkua-mbamba (homem-do-chicote que persegue os feiticeiros). Para o autor “os dois
primeiros agentes, o kimbanda e o mulôji, distinguem-se na sua prática e ciência,
respectivamente umbanda, como arte de curar e uanga, como feitiço, malefício”20.
Continua RIBAS:
“O adivinho que promove a ligação entre vivos e mortos pode acumular o papel do Kimbanda,
o que detém poderes para curar doenças do corpo ou da alma, mediante rituais de invocação
dos espíritos dos antepassados, oferendas e “limpeza” dos elementos atingidos pelo
malefício.”21
TENGUNA diz que: “Os sacerdotes encarregados de chamar os espíritos do passado,
do funeral do rei e da investidura de um novo rei, dos rituais de iniciação na idade adulta das
moças e rapazes eram chamados de kimbandas, pessoas de ambos os sexos, especialmente
preparados para exercer essas funções e era entre eles que se encontravam os ‘artistas’: os
contadores de histórias, os músicos, os dançarinos e os artistas plásticos, os escultores e os
pintores de estatuetas e das máscaras. Chamavam os espíritos benéficos e tinham,
evidentemente, competência de curar doenças e resolver conflitos sociais. Faziam-no
frequentemente por adivinhação, ou seja, consultando os espíritos. […] Também havia espíritos
do mal. Estes não eram chamados pelo Kimbanda e sim pelo Muloji (o feiticeiro ou bruxo) e
eram pagos para causar desgraças a alguém.”22
O etnólogo Arthur Ramos em seu livro “O Negro brasileiro” nos informa: “O grão-
sacerdote chama-se quimbanda (ki-mbanda), ao mesmo tempo médico, adivinho e feiticeiro.
Em Angola, fazem os negros a distinção entre o “Kimbanda Kia Dihamba”, o verdadeiro
chamador ou invocados dos espíritos e o “Kimbanda Kia Kusaka” ou feiticeiro que cura
doenças. Costumam, ainda, em algumas regiões de Angola, fazer a distinção entre o “Nganga”
ou “Ganga” (derivado do “nganga”, senhor) que seria o cirurgião principal, o verdadeiro
sacerdote e o Quimbanda o curandeiro. No Brasil o mesmo Embanda (Imbanda) cumpre as duas
funções.”23
Em Angola a palavra Imbanda24 (Embanda) é o plural de Kimbanda. Já ‘Mbanda
(Umbanda) é a arte de curar desenvolvida e praticada pelos Imbanda”25 banto, de Angola,
passada por tradição oral de geração em geração com bastante zelo. Esta arte ainda é praticada
em toda Angola como parte do sistema religioso tradicional. Muitas gerações angolanas foram
salvas de pestes, epidemias, doenças incuráveis, doenças espirituais e emocionais, por meio
desta arte milenar de curar. Desde tempos mais remotos Angola foi sempre terra de muitas artes
curativas, praticadas pelos Imbanda, também conhecidos como Otyimbanda (curandeiros).
O poeta português Tomaz Vieira da Cruz, que viveu muitos anos em Angola, nos brinda com
um belo poema, chamado “Buzi”. Em uma das estrofes desse poema lemos:
“Buzi, ó flor do Songo [cidade angolana],
para males da muxima [coração],
Kimbanda não tem milongo!” [cura].26
O Vocabulário Kimbundo-Português de Alberto Oliveira Pinto nos traz a palavra
Kimbanda com o seguinte significado: “Kimbanda (plur. Imbanda) – Especialista de magia
Mbundu e Imbangala, havendo vários tipos, consoante o espírito que tratavam e os meios que
utilizavam (t. kimbundu).”27
O Kimbanda também lança mão de métodos de adivinhação e vatícinio, sendo os mais
conhecidos o transe, o muxacato, jimbamba (búzios), ngombo ya cisuka (tipo de adivinhação),
o trabalho com os Inkice (divindades semelhantes aos Orixás), etc. Por meio desses vários
métodos o kimbanda desvenda as origens das doenças, indica às pessoas as causas ambientais,
espirituais ou mágicas das doenças e as aconselha com receitas da mesma ordem, não deixando,
nunca, de recorrer à farmácia da natureza. Faz, também, o diagnóstico tradicional e já utilizava,
no passado, antes da colonização, p.ex., o cordão umbilical para tratar doenças da infância. A
zooterapia foi também muito usada, para tratar doenças mentais. A massagem tradicional
angolana foi e ainda é muito usada pelos Imbanda.
O Jornal de Angola, edição de 24/09/2010 traz uma reportagem sobre o Kimbanda
(Sacerdote) Xanene, personagem importante da região de Lobito, uma cidade do Estado de
Benguela, Angola: “Xanene é um kimbanda bastante conhecido na cidade do Lobito pelo
tratamento que faz com raízes, pós, fumaças e banhos. A sua acção curativa tem maior
incidência nas pessoas com problemas psíquicos. São vários os pacientes que depois de
passarem por hospitais, clínicas, centros de medicina natural e ervanárias, o procuram. A maior
parte dos doentes que passa pelas suas mãos regista melhorias, por isso vai tratar doentes a
todas as regiões do país, inclusive a Luanda. Fruto do seu trabalho, é um dos poucos kimbandas
reconhecido pelas autoridades provinciais, podendo tratar os pacientes em sua casa, no bairro
do Alto Esperança, na cidade do Lobito, onde tem quartos para internamentos.”28
Na província do Bengo estão situados os dois principais centros de devoções de Angola,
onde o sincretismo entre as tradições angolanas e católicas, andam de mãos dadas: Igreja da
Santa Ana, em Caxito na capital do Bengo e Senhora da Muxima, no município de Muxima,
província do Bengo. Desde o século XVI, nas Igrejas da Santa Ana e da Senhora da Muxima,
durante os 365 dias do ano, ora-se com a fé que move montanhas. Pela intercessão dessas duas
poderosas “intercessoras divinas”, milagres sem conta, aconteceram no passado e continuam a
acontecer na vida dos angolanos. Lamentável a falta de divulgação desses milagres. Os rios
Bengo, kwanza, Ndanji, lagoa da Ibendua e outros cursos de água, fazem parte do grande
misticismo do Bengo, pela crença popular na kianda (singular de yanda) a divindade feminina
da mitologia Banto, que vive nas aguas do planeta. Rituais da Sagrada Tradição angolana, são
realizados, desde os tempos mais remotos, nos rios e lagoa aqui mencionados. Artes curativas
tradicionais são mais uma evidência do misticismo do Bengo. Umbanda é uma das artes de
curar desenvolvida e praticada pelos povos banto, e continuada pelos seus descendentes, os
angolanos. A Umbanda é praticada em toda Angola e na diáspora banto, como parte dos
sistemas religiosos dos povos banto e angolano.
Ignorantes, que desconhecem tudo aquilo que escrevemos anteriormente, falam as
piores sandices que se podem imaginar, citando, por exemplo, a chamada “kimbanda malei”,
sendo esta oriunda da “má lei” para alguns idiotas ou do termo malê (do yorùbá Ìmàlè), que
designa o seguidor da religião islâmica, dizendo que a Kimbanda seria a reunião das práticas
dos feiticeiros muçulmanos.
Um “autor” de historinhas “para boi dormir”, escreveu o seguinte absurdo:
“Malei é uma palavra que realmente deriva do povo Malê – portanto encontramos uma forte
presença de magia árabe/sufi e Marabô realmente é o chefe dessa linha, por causa de sua
conexão com os feiticeiros muçulmanos do norte da África Ocidental, chamados de Marabos
[Marabouts]”.
É difícil de entendermos como alguém pode se dizer kimbandeiro e escrever essa
idiotice, que não possui nenhuma base. Vamos esclarecer, então:
 Malei vem do Orixá Mallet que Zélio Fernandino de Moraes, o precursor da Umbanda,
incorporava. Zélio dizia que o Orixá Mallet era um “tipo de Ogum” e que o protegia;

 Malê não era um povo, mas era como os yorùbá (grupo etnolinguístico que está distribuído
em vários países da África Ocidental) não muçulmanos chamavam os negros muçulmanos,
conforme citei anteriormente. A palavra yorùbá que dá origem ao termo é Ìmàlè;

 O Exu Marabô, ao qual o “autor” se refere, cujo nome não tem nenhuma ligação com o
termo Marabout, pois este é o professor de Alcorão, conselheiro político e religioso; alguns
Marabout praticam a medicina tradicional africana, sendo que na linguagem berbere é
sinônimo de santo, enquanto que o nome Marabô, dado ao Exu (Orixá), vem da seguinte
cantiga, feita em língua Yorùbá (portanto não tem nada a ver com a língua Kimbundu):

“A jí kí Barabo ẹ mo jùbá, àwa kò ṣé


A jí ki Barabo e mo jùbá,
e ọmọdé kọ èkọ́ kí Barabo ẹ mo juba
Ẹlẹ́gbára Èṣù l’ọ̀nà”
Tradução:
Acordamos e cumprimentamos (saudamos) Barabo,
que vós não nos façais mal
Acordamos e cumprimentamos (saudamos) Barabo,
A criança aprende na escola que deve saudar Barabo,
Senhor da Força, Èṣù dos caminhos.
Portanto, vê-se, claramente que Barabo é um Oriki, uma louvação, a Èṣù, que pelo uso
lingüístico acabou se tornando Marabô.

CONCLUSÃO

As práticas dos Imbanda (plural de Kimbanda), provenientes de crendices ou não, são


artes que existem realmente e as terapêuticas tradicionais dão e sempre deram muito bom
resultado. Sem terem apoio da ciência moderna, ou da medicina ocidental, os Kimbanda
(Imbanda), prestam um serviço à comunidade, sendo capazes de diagnosticar, prevenir, tratar e
curar as doenças próprias da época, hereditárias ou não. Com os seus conhecimentos e
experiência em terapêuticas obtidas a partir dos seus conhecimentos da natureza e dos recursos
naturais agrícolas, florestais, hídricos, e minerais os kimbanda asseguraram, no passado, a saúde
pública em Angola. Presentemente, apesar de continuarem com as suas práticas de medicina
tradicional, são mais procurados pelas suas capacidades como xamâs.
Desde a antiguidade, Angola foi sempre terra de muitas artes curativas, praticadas pelos
imbanda. Homens e mulheres, verdadeiros artesãos da cura, abençoados por Nzambi (Deus)
com o dom de curar, conhecedores e bastante experientes em terapias sobrenaturais e naturais.
Os grandes mestres Kimbanda, da região dos Ambundu, eram e são da província do Bengo,
nomeadamente do Dande. Eles asseguraram, durante muitos séculos, a saúde publica em todas
as tribos de Angola, sem necessitar de fundos internacionais ou apoios de governo e/ou da OMS
(Organização Mundial da Saúde). Para promover e salvar esse grande carisma de curar,
oferecido por Nzambi (Deus) aos angolanos, está-se, hoje, a organizar na diáspora, a revista
M’banda, de medicina natural angolana, onde as terapêuticas são organizadas a partir de
recursos naturais, agrícolas, florestais, marinhos, hídricos e minerais de Angola. No passado,
famílias portuguesas, aderiam a esta arte, para resolver situações que a medicina não conseguia
debelar. A terapêutica tradicional angolana comporta duas partes distintas: parte sobrenatural e
a parte farmacológica.
O Kimbanda, aquele que está apto a oferecer a cura física e espiritual das pessoas,
sempre trabalhou a fim de restaurar a ordem moral da comunidade em que estava inserido. O
universo moral banto, oferecido pelas artes do Kimbanda, foi explicitamente usado como um
escudo psicológico, que deu à população grande nível de autoconfiança e lhes permitiu
enfrentar a dominação e exploração levada à cabo pela colonização portuguesa. Era o que lhes
dava alento para continuarem a sobreviver.
Durante a cruenta guerra civil em Angola, acontecida depois da independência desse
país, os Imbanda tiveram papel preponderante, pois eram eles que ofereciam auxílio psicológico
às vítimas da guerra (vítimas de estupro, soldados em crise, órfãos, viúvas etc). Como é possível
uma arte tão bela e maravilhosa ter recebido a pecha, em nossa pátria, de coisa do mal, do
demônio, da ignorância? Ora, poupem-me!!!!
A diferenciação que muito se faz entre Umbanda e Quimbanda, infelizmente, se dá pelo
projeto iniciado nos anos 1940 de embranquecimento da Umbanda, fruto do racismo e do
eurocentrismo que grassava na classe média daquela época. O 1º Congresso de Espiritismo de
Umbanda foi o carro-chefe desse entendimento, quando se concluiu que era necessário tirar da
Umbanda “as práticas primitivas dos negros africanos”. Dessa forma, a Quimbanda seria o
contraponto da Umbanda, esta dos brancos e evoluídos, aquela dos negros e atrasados. Uma
dicotomia que se observa na sociedade em geral. Não podemos mais admitir isso! É chegada a
hora de haver seriedade naquilo que se faz e pratica.
Para encerrar, quero dizer que o simples fato de inúmeras pessoas que se auto-intitulam
“Pais de Santo” ou “Mães de Santo”, dizerem que praticam a Quimbanda, que trabalham com
Exus e Pombagiras, que são aptos a fazer malefícios, feitiços e amarrações, prometendo trazer
“a pessoa amada em sete dias ou seu dinheiro de volta”, não faz com que a Quimbanda se
resuma ao que falam. São um bando de safados e sem-vergonha, que exploram as crendices dos
incautos. Mais uma vez, poupem-me!!!

REPERCUSSÕES

Depois da publicação deste texto na “Internet” pela primeira vez, recebi muitas
mensagens de felicitações e agradecimento, em que pese algumas opiniões contrárias que foram
escritas. Uma delas me chamou atenção e pelo respeito que tenho pelo interlocutor que ma
escreveu, colo-a abaixo e tentarei respondê-la em seguida:
“Desculpe Mário. Não vou entrar em detalhes, mas o texto está incorreto. A Kimbanda é um
culto feiticeiro, e a Umbanda é um culto religioso. São coisas diferentes. O praticante e iniciado
em Kimbanda é o Kihuendê, termo que significa, feiticeiro, necromante, comunicador dos
mortos. Falam muita bobagem por aí de fato. Várias delas, por exemplo, ao dizer que um Exu
(ou Mavambo) seria um ser de luz, um escravo de Orixá ou, um espírito em evolução. Muito
pelo contrário. São seres noturnos e contraproducentes. Um Kihuendê é um feiticeiro, não um
curandeiro. Todas as visões que ocorrem na Umbanda são visões externas à Kimbanda, que é
um culto totalmente diferente, separado e independente da Umbanda. Seres da Kimbanda
manifestam-se na Umbanda. O oposto não ocorre”.
Bom, como disse antes, em respeito ao autor dessas afirmações, pessoa que conheço há anos,
passo a me debruçar sobre suas palavras. Em primeiro lugar temos que lembrar que a palavra
Kimbanda vem do idioma Kimbundu, portanto é sobre essa língua que a discussão deve andar.

1. A Kimbanda não é um culto feiticeiro, conforme apontei em todo o texto. A etimologia


da palavra, escrita em vários dicionários que citei, bem como outras fontes que
empregam a palavra, são unânimes em afirmar que Kimbanda se refere ao curandeiro,
adivinho, mago, erveiro, raizeiro etc. A palavra também se confunde com a própria
prática, reconhecida como o nome da religião praticada em partes de Angola;
2. A palabra Kihuende, que é sinônima de Kihénde, segundo o Dicionário Kimbundu-
Português (ASSIS JÚNIOR, 1947, p. 119) quer dizer: “Presidente, dirigente. Chefe de
uma assembléia, reunião, junta, tribunal ou congresso. Pessoa mais importante pela sua
hierarquia ou mérito.”29 Não quer dizer aquilo que o interlocutor afirma, então.
3. Mavambo não é uma palavra da língua Kimbundu, mas do léxico Shona, língua falada
por um dos subgrupos (os Shona) dos povos banto que não falavam Kimbundu, cujo
significado é “começo, início”, ou seja, refere-se ao culto que se deve fazer a Mavile,
um dos nomes de Mpambu Nzila, ou seja, deve-se cultuar Mavile primeiro, antes dos
demais Mukixi (divindades). Podemos ver as misturas lingüísticas em rituais dos povos
banto da diáspora.
4. Exus (ou Mavambos como diz o interlocutor) são seres noturnos? Talvez! Entretanto,
dizer que são contraproducentes há uma distância muito grande. Segundo o dicionário
Aurélio contraproducente quer dizer: “que prova o contrário do que se pretendia; que
tem resultado contrário ao que se pretende”. Com essa definição da palavra, não posso
entender que Exu ou Mavambo seja contraproducente, pois ele não é uma prova ou o
contrário do que se queria provar.
5. O interlocutor tem razão quando afirma que Kimbanda e Umbanda são cultos diferentes
e independentes, mas discordo que seres que se manifestam na Umbanda não podem se
manifestar na Kimbanda. Ora, afirmarmos isso é dizer que o mundo espiritual é
cartesiano, formado por categorias que não se misturam. Sabemos, há muito tempo, que
isso não é verdade. O mundo espiritual é permeado de trocas e ações dos agentes
espirituais são intercambiáveis todo o tempo.
REFERÊNCIAS

[1] Itaoman, Mestre. Pemba: a grafia sagrada dos Orixás. Brasília: Thesaurus, p. 137, 1990.
[2] MAES, Ercílio. A Missão do Espiritismo. Rio de Janeiro: Ed. Do Conhecimento, 1967, pp.
165-166.
[3] Constitui um grupo etnolinguístico localizado especialmente na África subsaariana, que
engloba aproximadamente de 400 subgrupos étnicos diferentes.
[4] BOXER, C.R. A idade de ouro do Brasil. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1969, p.
29.
[5] PINTO, Tiago de Oliveira. Crossed Rhythms: african structures, brazilian practices, and
afro-brazilian meanings. In: PHAF-RHEINBERGER, Ineke & PINTO, Tiago de Oliveira
(orgs.). AfricAmerica: itineraries, dialogues and sounds. Frankfurt: Vervuert Verlag, 2008, PP.
161-162.
[6] ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro negro. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 133.
[7] MAGALHÃES, António Miranda. A alma negra. In: Cadernos Coloniais, nº 40. Lisboa:
Editorial Cosmos, p. 07, 1938.
[8] Apud BAIÃO, Domingos Vieira. O Kimbundu sem Mestre. Porto: Imprensa Moderna,
1946, p. 22 e MATTA, J. D. Cordeiro da. Ensaio de diccionario Kimbundu-Portuguez. Lisboa
: Typographia e Stereotypia Moderna da Casa Editora Maria Pereira, 1893, p. 43.
[9] Apud ASSIS JÚNIOR, António de. Dicionário Kimbundu-Português. Luanda: Santos e Cia,
1884, p. 17.
[10] MAIA, Antônio da Silva. Lições de gramática de quimbundo (português e banto – dialecto
omumbuim, língua indígena), apud GABELA, Amboim. Quanza Sul, Angola e Africa
Ocidental Portuguesa. Luanda: Edição do Autor, 1964.
[11] Apud ESTERMANN, Carlos. Etnografia do Sudoeste de Angola: Os Povos não-Bantos e
o Grupo Étnico dos Ambós. Lisboa: JIU, Vol. I, 1960a [29 canções; 23 adivinhas; 19
provérbios; 12 orações (e várias); 40 narrativas da Comunidade Ovambo]
[12] BATSTONE, David B. et alli. Lieberation theologies, postmoderity and the Américas.
New York: Routledge, 1997, p. 108.
[13] RIBAS, Oscar. Ilundu: espíritos e ritos angolanos. Porto: Edições ASA, 1989, p. 27.
[14] Cf. Id., pp. 24-32.
[15] SANTOS, Ana de Sousa. Subsídio etnográfico do povo da ilha de Luanda. In: Memórias
e trabalhos do Instituto de Investigação Científica de Angola: estudos etnográficos: Luanda:
Instituto de Investigação Científica de Angola, Nº. 2, p. 129, 1960.
[16] JAMES, W. Martin & BROADHEAD, Susan Herlin. Historical dictionary of Angola.
Oxford: Scarecrow Press, p. 79, 2004.
[17] Idem.
[18] LOPES, Nei. Novo Dicionário Banto do Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.
[19] Divindades do mar.
[20] RIBAS. Op. Cit, p. 28.
[21] Id., p. 24 e 52.
[22] TENGUNA, Ribeiro. Quanto vale a vida do Africano: uma narrativa fiel de como a
ganância dos países ricos, a ineficiência da ONU e a corrupção de governos do continente afro
destruíram a África e os africanos. São Paulo: Biblioteca 24×7, 2008, p. 156.
[23] RAMOS, Arthur. O negro brasileiro. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1951,
p. 101.
[24] Para um melhor entendimento da palavra Imbanda veja o site “Ritos de Angola”,
disponível em: http://www.ritosdeangola.com.br/page.php?132 , um excelente site de
informações sobre os bantus e sua religiosidade.
[25] LIBBY, Douglas Cole & FURTADO, Júnia Ferreira (org.). Trabalho livre, trabalho
escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. São Paulo: Annablume, p. 297, 2006.
[26] CRUZ, Tomás Vieira da. Buzi. Lisboa: Secretaria Geral do Ministério do Ultramar e da
Junta de Investigações do Ultramar, Estudos Ultramarinos: literatura e Arte, nº 3, 1959, p. 244.
[27] Disponível em:
http://www.multiculturas.com/angolanos/alberto_pinto_kimb_port_vocab.htm, Acesso em
10/02/2010.
[28] SILVA, Jesus. Medicina natural só em último caso. Luanda: Jornal de Angola, 24/09/2010.
[29] ASSIS JÚNIOR, A. de. Diccionário Kimbundu-Português. Luanda: Argente, Santos &
Cia, 1947, p. 119.

Páginas de Internet consultadas:


Ritos de Angola: http://www.ritosdeangola.com.br;
Povo de Aruanda: http://www.povodearuanda.com.br;
Angola Notícia: http://angonoticias.com;
Metropolitan Museum of Art: http://www.metmuseum.org;
Nganga Org: http://www.nganga.org;
Jornal de Angola: http://jornaldeangola.sapo.ao

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