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1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTOS DE HIGIENE
Para que os programas de higiene, limpeza e sanitização tenham fortes impactos nas
fábricas de processamento de alimentos é necessária que se estude a sua viabilidade, desde a
escolha do local da indústria, do projeto de sua construção e instalação, seus equipamentos, a
seleção de seus empregados, etc., ou seja, observar todos os momentos da realização dos
processos (EVANGELISTA, 2003).
O local de construção do prédio deve ser livre de fontes de contaminação que possam
vir a oferecer risco às condições gerais de higiene e sanidade da empresa e com isso, do
próprio produto industrializado (SBCTA, 2000a).
2.1.3 Pisos
Duas características importantes devem presidir a feitura dos pisos: a primeira no que
diz respeito ao material empregado que deve ser de ótima qualidade e a segunda, ao declive
necessário do piso em direção ao ralo, para que a água de lavagem se escoe com facilidade
(EVANGELISTA, 2003).
Os pisos devem ser de material resistente ao trânsito, impermeáveis, laváveis, e
antiderrapantes; não possuir frestas e serem fáceis de limpar ou desinfetar. Os líquidos devem
escorrer até os ralos (que devem ser do tipo sifão ou similar), impedindo a formação de poças
(BRASIL, 1997).
Antes do início da jornada de trabalho, é indispensável que o piso esteja
convenientemente limpo, nas seções de recepção, beneficiamento e industrialização, devendo
esta limpeza manter-se da melhor maneira possível no decorrer dos trabalhos, sendo
necessário para isso a lavagem com água abundante, sob pressão, mantendo-se, entretanto,
todo cuidado para evitarem-se respingos sobre os produtos (BRASIL. “HIGIENIZAÇÃO NA
INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS”.Disponível em: < www.laticinio.net>.Acessado no
dia:19/05/2009.
2.1.4 Paredes
2.1.5 Ventilação
2.1.6 Iluminação
Para que haja iluminação correta, deve haver quantidade hábil de luz e inexistência de
reflexos prejudiciais, pois um recinto com boa iluminação não só assegura uma ótima
visibilidade e segurança do operador, como põe em maior evidência os focos de sujidades do
alimento que surgem, principalmente durante a fabricação de alguns alimentos
freqüentemente expostos às fontes de contaminação e que são identificados pela inspeção
(Evangelista, 2003).
Segundo Evangelista (2003), algumas das principais características que devem ser
observadas nos desenhos dos equipamentos visando uma eficiente prática de limpeza e
sanitização nas indústrias de alimentos são:
a) Rápida desmontagem e limpeza;
b) Superfície lisa e contínua;
c) Abolição dos cantos vivos e “pontos mortos;
d) Exclusão de dobras, soldaduras, chanfraduras e costuras com rebarbas ou
ranhuras, em contato com o produto;
e) Fácil limpeza das superfícies em contato com os alimentos;
f) Impossibilitar a contaminação do produto por metais;
g) Distância adequada entre os equipamentos e o piso, para facilitar a limpeza de
ambos;
h) Registro de saída, preferencialmente cônico, bem perto do corpo do
equipamento;
i) Abolição de buchas vedantes;
j) Ausência de roscas na parte interna da tubulação;
k) Facilidade de inspeção visual quanto aos seus aspectos higiênicos;
l) Entre vários outros pontos.
Componen
tes Alterações pelo aquecimento
Carboidrato - Caramelização;
s - Maiores dificuldades na remoção;
- Polimerização;
Lipídios
- Maiores dificuldades na remoção
- Desnaturação;
Proteínas - Maiores dificuldades na remoção;
polivalentes
Fonte: SBCTA, 2000a.
3.Ação mecânica: consiste na retirada das sujidades em contato com as superfícies por
ações físicas juntamente com a ação química dos produtos.
Exemplos: água pressurizada por equipamento tipo lava jato, esfregação com o auxílio
de esponjas e escovas de cerdas, etc. A ação mecânica remove as sujidades mais grosseiras
permitindo uma melhor limpeza na pré-lavagem e uma maior atividade dos detergentes.
4.Ação química e nível de concentração: é realizada pelos detergentes e sanitizantes.
Sua ação e concentração vão depender basicamente das características das sujidades e das
superfícies a serem aplicados.
2.2 Etapas das operações de limpeza e sanitização
As operações de limpeza estão relacionadas às seguintes etapas: remoção dos resíduos,
primeira lavagem (pré-lavagem), limpeza com detergentes e enxágüe. As etapas relacionadas
às operações de sanitização consistem: aplicação de sanitizante e lavagem final.
De acordo com SBCTA (2000a),pode-se fazer a descrição das etapas relacionadas às
operações de limpeza e sanitização da seguinte forma:
Etapa 2. Pré-lavagem.
A etapa de pré-lavagem tem por objetivo dissolver a maioria dos resíduos das
superfícies através da aplicação de jatos de água fria, jatos de água quente e jatos de vapor de
água. A etapa de pré-lavagem é de grande valor, por reduzir a população microrgânica,
através de sua ação diluente de grande parte dos resíduos existentes. A temperatura da água
vai depender da natureza da sujidade a ser removida.
É uma operação de grande importância no sentido de reduzir a quantidade de
resíduos aderentes aos equipamentos e, quando efetuada de forma adequada, chega a remover
até 90% do material solúvel presente. Essa operação é comumente conduzida com o emprego
de água ligeiramente aquecida (38° a 46°C) já que a água excessivamente quente é
prejudicial, uma vez que pode causar a coagulação (desnaturação) de proteínas, resultando
assim numa aderência maior e, consequentemente, dificultando a operação d elimpeza. Já a
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lavagem com água fria pode resultar na solidificação de gorduras nas superfícies,
prejudicando a eficiência da limpeza.
A importância da água no processo de pré-lavagem
Á água é o solvente usado na lavagem dos equipamentos de alimentos e, por isso, deve
ser quimicamente pura.
O fornecimento da água de boa qualidade é essencial ao funcionamento da
indústria de alimentos, sendo usada não só na operação de limpeza e sanitização, mas também
no processamento, transferência de calor, produção de vapor, etc.
Dependendo da sua utilização, a água deve ter certas características como
potabilidade (própria para o consumo humano), dureza, teor de metais tóxicos, contagem
microbiológica dentro de certos padrões, ausência de odor e sabor indesejáveis, etc. em
função da fonte fornecedora (água de subsolo, rios, lagos, reservatórios, água já tratada do
município, etc.) e do uso final da água (limpeza, processamento, etc.) é recomendável que a
indústria de alimentos, sempre que possível, tenha o seu próprio tratamento de água.
O tratamento de água envolve diferentes métodos baseados nos seguintes
princípios:
- armazenamento em reservatórios por período longo;
- filtração lenta em areia;
- coagulação química e filtração rápida em areia;
- combinação da remoção de dureza e ferro da água seguida de coagulação química e
filtração rápida;
- remoção da dureza;
- remoção de manganês e ferro;
- desinfecção;
Na água de limpeza, a sua dureza é muito importante, podendo ser uma dureza
temporária ou permanente. A dureza temporária, devido à presença de carbonatos e
bicarbonatos de cálcio e de magnésio, é eliminada pelo aquecimento (ebulição),
transformando em carbonatos insolúveis que precipitam e são removidos. Já a dureza
permanente é devida à presença de cloretos, sulfatos e nitratos de cálcio e de magnésio, que
necessitam de outros tratamentos para serem eliminados.
A dureza total é a soma das durezas temporária e permanente, sendo calculada
pela determinação quantitativa de Ca++ e Mg++ e comumente expressa em ppm de CaCO3.
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A diminuição da dureza da água pode ser feita por tratamento térmico, soda, agentes
seqüestrantes e troca iônica (zeólitos e resinas trocadoras de íons).
Além da diminuição da dureza, outros tratamentos são recomendados para a água de
limpeza, dependendo de cada caso.
Para mostrar as diferentes possibilidades de tratamento de água, mencionaremos
algumas operações recomendadas na obtenção da água pura para ser usada na formulação de
alimentos: aeração, sanitização, tratamento com cal, coagulação (com sulfato de alumínio),
sedimentação e filtração por areia.
Solúveis em
ácidos
Insolúveis na
Sais minerais água
Fácil ou difícil
polivalentes Solúveis em
ácido
CONCLUSÃO
Os procedimentos de higiene e sanitização visam prevenir e corrigir problemas que
possam levar à contaminação microbiológica, física ou química dos alimentos, com o intuito
de preservar a pureza, a palatabilidade, e portanto, a qualidade dos alimentos.
Objetiva-se, desse modo, a obtenção de um produto que, além das qualidades
nutricionais e sensoriais, tenha uma boa condição higiênico-sanitária, não vindo a oferecer
quaisquer riscos à saúde do consumidor.
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Perigos químicos: são venenos naturalmente presentes nos alimentos e compostos químicos ou
substâncias tóxicas. Os exemplos de venenos naturalmente presentes são micotoxinas e toxinas de
moluscos. As substâncias tóxicas, adicionadas intencionalmente ou não, são pesticidas, alérgenos,
metais tóxicos, nitratos e nitritos, fungicidas, produtos de limpeza e lubrificantes. Os efeitos dos
contaminantes químicos podem ser a longo prazo (crônicos), cumulativos ou a curto prazo (agudos).
Algumas medidas preventivas são: uso de produtos de limpeza registrados e adequados para uso em
superfícies que entram em contato com alimentos, treinamentos de manipuladores sobre higienização
nas concentrações e tempos corretos, controle na recepção de alimentos através de análises e
laudos de análises.
Perigos Químicos
Perigos Físicos
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Os microrganismos são seres vivos invisíveis a olho nu, que podem ser
encontrados em qualquer parte, e alguns podem ser benéficos para o homem.
Determinados microrganismos são usados na produção de alimentos com
funções específicas, como fermentação, sendo portanto, úteis. Outros causam
a deterioração de alimentos, tornando-os impróprios para o consumo humano.
Os microrganismos patogénicos podem causar doença ou dano nos seres
humanos.
O cloro é o sanitizante mais usado. Devido a sua polaridade, o ácido hipocloroso tem
facilidade de penetração na membrana celular, inativando as enzimas por reação de oxidação
com o grupo sulfidrila, tendo por isso ação bactericida bem mais forte que o íon hipoclorito.
O ácido hipocloroso (HClO) é a forma ativa como germicida, produzido pela reação do cloro
com a água. Como o ácido hipocloroso formado é um ácido fraco, sua tendência à dissociação
leva à formação de íon hipoclorito. O pH e a temperatura da água são fatores
interrelacionados que afetam a eficiência da cloração. Em pH 6,0, aproximadamente 90% do
cloro residual livre está na forma de ácido hipocloroso, enquanto que em pH 9,0 todo o cloro
livre passa à forma de íon hipoclorito. Dependendo da fruta, o uso de uma escova pode
melhorar a eficiência dessa operação (SILVA, 2002). A quantidade de cloro a ser utilizada
pode variar de acordo com o grau de sujidade e número inicial de microorganismos da
matéria-prima. Geralmente, ao se proceder à lavagem, a água deve conter em média de 50 a
100 ppm de cloro residual livre (CRL). Na prática, mais importante que saber a quantidade de
cloro adicionada é garantir que, ao final da sanitização, a água contenha teor de 5mg/L CRL,
no mínimo, garantindo que tenha o composto ativo livre e não combinado com a matéria
orgânica. O pH da solução é outro fator que merece destaque pelo fato de melhorar a
atividade do cloro quando o pH estiver próximo à neutralidade (pode usar uma faixa de 6 a 7).
Nessa faixa de pH, o cloro vai estar em sua forma de ácido hipocloroso, que é mais efetivo do
que na forma de hipoclorito. Um ácido como o HCl pode ser empregado. Freqüentemente,
essa água de lavagem deve ser trocada para não ser veículo de recontaminação dos frutos
(SILVA et al., 1996; SILVA, 2002)
Para lavagem de frutos, os detergentes tensoativos são os mais adequados devido as suas
características que modificam a tensão superficial em interfaces líquido-líquido, líquido-gás e
sólido-líquido. Essas substâncias, geralmente, apresentam na sua fórmula grupos polares
(hidrofílicos) e grupos não-polares (lipofílicos) que as tornam agentes capazes de reduzir a
tensão superficial. Dessa forma, agentes emulsificantes removem a camada cerosa dos frutos
e facilitam a penetrabilidade da água clorada nos interstícios das cascas.