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A higienização pode ser uma operação potencialmente perigosa. Neste sentido devem ser tomadas medidas
preventivas, uma vez que os perigos nem sempre são evidentes para os operadores.
Rotulagem dos produtos: Todos os produtos químicos devem ser rotulados e acompanhados pelo respectivo
símbolo de perigo químico, indicando o tipo de perigos e as consequências de uso indevido. Os fornecedores
devem fornecer as fichas de segurança dos produtos (FISPQ).
Restos de alimentos;
Corpos estranhos;
Microrganismos.
Dentro dos materiais indesejáveis mencionados, deve ser dada especial atenção à eliminação e controle
dos microrganismos patogênicos e deteriorantes.
Deverá ser respeitada a integridade das superfícies de trabalho e deverá haver o cuidado de eliminar
qualquer químico utilizado no processo de higienização.
Higienização: Objetivos e etapas
Produzir alimentos seguros
Processo;
Produto;
Superfícies;
Nesta ordem
Higienização: Objetivos e etapas
Sanitização e
Sanitizante
O processo inicia-se com enxague Numa segunda etapa, aplica-se o Numa terceira etapa dá-se o enxague
para a remoção de partículas de detergente, o qual vai atuar sobre as final. No caso de ser necessário
sujidade e de alguns microrganismos partículas de sujidade que se realizar sanitização, aplica-se o
(que são arrastados com os outros encontram aderidas, diminuindo a sanitizante, seguido de enxague para
resíduos). sua ligação às superfícies. remoção completa dos sanitizantes
(dispensável). Por fim, realiza-se a
secagem.
Considerações prévias à Higienização
Tipo sujidade;
Tipo de superfície;
Qualidade da água;
Tipo de equipamentos.
Higienização: Tipo de Sujidade
Modelo de sujidade em superfície aquecida e refrigerada.
Higienização: Tipo de Sujidade (Biofilmes)
Um biofilme é considerado uma estrutura muito
adsorvente e porosa. Os microrganismos representam
somente uma parte da massa de biofilme. A dinâmica
de formação de um biofilme ocorre em etapas distintas,
sendo:
(a) Colonização primária de um substrato; (b) crescimento, divisão celular e produção do exopolissacarídeo (EPS), com o desenvolvimento de
microcolônias; (c) coadesão de células individuais, de células coagregadas e grupos de células idênticas, originando um biofilme jovem, de múltiplas
espécies; (d) maturação e formação de mosaicos clonais no biofilme maduro. (Adaptado de Rickard et al., Trends Microbiol., 11:94-100, 2003).
Higienização: Tipo de Sujidade (Biofilmes)
Imagens de bactérias e matriz de biofilme, captadas através de Microscopia Eletrônica.
Velocidade de fluxo
Escoamento Laminar: Camadas a diferentes
Um alto fluxo não evita a adesão bacteriana e nem remove um velocidades
biofilme já estabelecido, porém os efeitos da velocidade e
turbulência do fluido têm um papel importante no
desenvolvimento e estabilidade dos biofilmes.
Para que não haja acúmulo indesejável de biofilmes em qualquer sistema industrial é necessário controlar a
sua formação. Para isso é necessário definir estratégias de atuação de modo preventivo, onde se evita ou
retarda a formação de biofilmes. Algumas medidas podem ser aplicadas:
Projeção e desenho adequado dos equipamentos (evitar zonas mortas e zonas de estagnação, utilização
de materiais lisos para construção de superfícies,...).
Higienização: Tipos de Superfícies
O aço inoxidável é resistente à corrosão, mas não está totalmente isento de problemas.
Na sua superfície forma-se uma película protetora de óxido de cromo. Essa película quando destruída, refaz-
se naturalmente com o simples contato com o ar. No entanto, se utilizarmos um material abrasivo ou se
empregarmos produtos químicos cáusticos,
a superfície ficará arranhada definitivamente, facilitando a sua corrosão. Nestes dois casos a limpeza e
desinfecção ficarão dificultadas.
Características das superfícies em instalações de alimentos
Higienização: Qualidade da Água
A qualidade da água é também um fator determinante. Deve ser
própria para consumo, limpa e transparente, branda (não
precipita sabões nem forma incrustações), livre de
microrganismos e não corrosiva.
Uma água com dureza excessiva, isto é, com
excesso de sais inorgânicos (cloretos de
cálcio e de magnésio, sulfatos e bicarbonatos)
reduz a eficácia de alguns detergentes e
desinfetantes e contribui para a formação de
incrustações na superfície do equipamento
durante a evaporação. O uso de águas
brandas está particularmente indicado para as
operações de limpeza química.
Higienização: Tipo de Equipamentos
Existe um conjunto de equipamentos que apresentam superfícies não visíveis e cheias de contornos onde se
acumulam resíduos. Neste caso, antes de se proceder ao primeiro enxague, é necessário desmontar os
equipamentos de modo a conseguir-se fazer uma higienização correta.
A maioria dos procedimentos passam por uma ação conjunta desses três componentes.
Detergentes
O tempo de contato
deve ser suficiente para
que o produto químico
seja eficaz.
Acelera as
reações
químicas.
No entanto, em grande parte das situações, os resíduos são misturas complexas, pelo que geralmente, os
detergentes são misturas de vários agentes de limpeza, que incluem uma gama alargada de componentes
alcalinos inorgânicos, ácidos orgânicos e alguns aditivos.
Além das características funcionais pretendidas, os detergentes devem ser o menos corrosivos possível,
estáveis e biodegradável. A seleção final do detergente depende da consideração de todos os fatores acima
referidos e deverá apoiar-se nas recomendações do fornecedor.
Sanitização
Após à limpeza, a sanitização é usada para eliminar ou reduzir o número de microrganismos viáveis, por
remoção ou destruição e para prevenir o crescimento microbiano durante o período de produção. A
sanitização é especialmente requerida em superfícies úmidas, as quais oferecem condições favoráveis ao
crescimento de microrganismos.
Tipos de Sanitização/Desinfecção
Sanitização/Desinfecção por calor: bom método pois não é corrosivo e destrói todos os tipos de
microrganismos. No entanto, apresenta a limitação de não poder ser utilizada em superfícies sensíveis ao
calor, e de ser relativamente cara (apresenta bons resultados em circuitos fechados).
Desinfecção por radiação: é um processo mais usado em hospitais e laboratórios e não tanto na indústria
de alimentos. Os restos de alimentos e outras sujidades absorvem a radiação tendo um efeito protetor
sobre os microrganismos.
Sanitzação química: é mais generalizada na indústria de alimentos. Na prática, não existem sanitizantes
universais, pelo que é preciso algum cuidado na escolha e aplicação dos desinfetantes.
Principais Fatores na Atuação dos Sanitizantes
Existem vários tipos de sanitizantes entre eles, destacam-se os antifúngicos e os bactericidas. Em termos da
forma de apresentação, podem ser: líquidos, sólidos e até gasosos (ex: gás de cloro).
A eficácia dos desinfetantes depende essencialmente de seis fatores: tempo de contato, temperatura,
concentração, pH, limpeza prévia e dureza da água.
Tempo de contato: quanto maior for a contaminação mais tempo será necessário para a
desinfecção/sanitização.
Temperatura: De uma forma geral atuam melhor a temperaturas acima da temperatura ambiente. No entanto,
em muitos casos o aumento da temperatura é limitado pela volatilidade dos sanitizantes.
Concentração: Na maioria das aplicações quanto mais concentradas forem as soluções mais rápida é a sua
atuação.
Limpeza prévia: A eficácia dos sanitizantes é reduzida na presença de restos de alimentos, pois por um lado,
pH: Cada sanitizante tem uma gama de valores de pH onde é mais eficaz.
estes vão ter um efeito protetor sobre os microrganismos e por outro lado, pode ocorrer a neutralização. É assim
essencial a remoção de toda a sujidade antes da sanitização. No caso de superfícies pouco sujas, é possível
aplicar uma solução que inclui o detergente e o sanitizante.
Principais Fatores na Atuação dos Sanitizantes
Há que considerar ainda os seguintes fatores:
- Método de aplicação;
- Corrosividade do produto;
A seleção final depende da consideração de todos os fatores acima referidos e deverá apoiar-se nas
recomendações do fornecedor.
Métodos de Higienização
A seleção de um sistema de limpeza deve considerar a forma como a combinação real das condições
influenciará a limpeza. Esta seleção é muito importante, por razões de eficácia e de custos, sendo em
algumas situações conveniente o conselho de um profissional da área.
Limpeza Manual
É usual os operadores limparem manualmente, usando equipamentos e complementos básicos, com água e
um detergente.
Este tipo de limpeza, pouco sofisticada, necessita de muita mão-de-obra e requer muita atenção pois pode
levar a resultados variáveis. Podem ser:
Escovas;
Raspadores;
Mecanismos abrasivos;
Imersão: Pode realizar-se com ou sem agitação para a lavagem de pequenas peças de equipamento
desmontáveis: formas, caixas e outros utensílios (geralmente utiliza água quente e/ou detergente).
Alta Pressão: As bombas de água de alta pressão podem ser portáteis ou fixas dependendo do volume e
necessidade da operação.
Espuma e Gel: Consiste em pulverizar a espuma ou gel sobre a superfície do equipamento e deixar atuar
durante um determinado período de contato. Este método é bastante interessante pelo fato de haver uma
poupança considerável em termos de custos de mão de obra.
Limpeza de Equipamentos e Circuitos Fechados: Sistemas CIP (“Cleaning In Place”), consiste numa
instalação específica para higienização em circuito fechado. Nestes sistemas, tem lugar uma circulação,
distribuição, aspersão e armazenamento de produtos de higienização e água sobre as superfícies a
higienizar. Isto pode fazer-se de uma maneira automática (circuitos fixos) ou manual (circuitos móveis).
Métodos de Higienização
Alta pressão Esfrega manual e imersão Aspersão
Métodos de Higienização - Exemplo de Gerador de espuma
Métodos de Higienização - Exemplo de limpeza CIP
Princípios do desenho sanitário - Evitar Pontos Mortos
Produto
Anel de Vedação
Tubo de Inox
Product rest
Visualmente conforme
Imagem Ampliada
Tub.
CIP
32
Recalque
50mm OD Line, 20,0 M3/h 50mm ID
25 m3/h
CIP –
Correção Pulsar / Flipar
Válvula
A avaliação da eficácia da higienização é muito mais do que a simples inspeção visual, embora esta
represente uma parte essencial desse processo. A eficácia da higienização considera:
1. Superfície livre de resíduos: quando toda a sujidade e resíduos tiverem sido removidos.
2. Superfície livre de químicos: quando os materiais de limpeza e/ou sanitização tiverem sido removidos por
enxague.
Contagem em Placa: Esta é a técnica mais usada. Começa-se por mergulhar a extremidade da de bastão
(tipo “cotonete”) de algodão ou alginato da cálcio – num tubo com água ou solução de diluição estéril, retira-
se e esfrega-se na superfície a analisar.
Determinação do ATP (bioluminescência): É um método rápido que quantifica a
quantidade total de matéria orgânica incluindo microrganismos e resíduos de alimentos.
Ambos contêm ATP que vai ser convertido, proporcionalmente em luz através de um
sistema enzimático. A luz emitida é quantificada com um fotômetro. A vantagem
fundamental desta técnica é que os resultados são obtidos em tempo real.
Pontos importantes:
Área 2
Área 3
Área 4
Procedimento de Higienização
Tabela 1: Padrão de cores para utensílios e materiais de higienização.
Sanitizante
Parâmetros de atenção do CIP no Supervisório
Enxágue
Etapas do CIP centrífuga
Caustico
Enxágue Enxágue
Sanitizante Caustico
Enxágue Enxágue
Sanitizante
Enxágue
Deficiências comuns de CIP
Fatores importante no COP - Código de cor
Certo
Errado
Pontos que contribuem para contaminação do ar e propiciam pragas
??
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