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ATUAL NA PERSPECTIVA DA
BIOLOGIA DO CONHECIMENTO0
Pediram-me para responder a esta pergunta: A educação
atual serve ao Chile e à sua juventude? e, em caso de resposta
afirmativa: Para quë ou para quem? Ao mesmo tempo, pediram-me
de ângulos tão distintos
que considerasse essas questòes partir
a
fizesse tendo em
quanto a sociedade e a sala de aula, e o
mente tanto os que trabalham dando aula para os jovens
da educação?
si
Acho que nào se
humanos, no
pode consid
considerar ueremos
quere.
nenhuma
pergunta sobre
os atazeres que diz respe
àquilo que
Speito ao
valor, à sua utilidade ou se
pode obte
seu
senao se explicita
o que e que se quer. deles,
Perguntarmoseles, Se
se aa
respostas a questä
educação chilena serve, requer des
com a educaçao? O que é educar2 1. como:
O que qucremos
educar? E, em última instância, a grande
Para que
queremos
Que pais queremos? pergunta:
Pcnso que não se pode retletir sobre a educacao
balho é e n o r m e .
eu era estudante, como já disse, desejava
distintos. Quando sem conflito, porque
dela recebia,
comunidade o que
retribuir à s e n s i b i l i d a d e frente a o
outro e m e u
e minha
minha emoção do país c o i n c i d i a m .
Mas
intenção a respeito
propósito o u c o i n c i d ê n c i a e n t r e propósito
individual e
atualmente essa
uma
no momento
em que
social não se dá, porque,
propósito competição profis-
e n t r a r na
se torna
estudante para
pessoa de prepa-
vida estudantil u m processo
sional, ela faz de
sua
n u m âmbito de interaçôes que se define
ração para participar eufemismo: mercado da livre e
negação do outro, sob o
pela nào é n e m pode s e r sadia,
sadia competição. A competição
constitui na negação do outro.
porque se
A competiç o é um feno
A competição sadia não existe.
meno cultural e humano, e não constitutivo do biológico.
Como fenômeno humano, a competição se constitui na negaçãoo
do outro. Observem as emoções envolvidas nas competiçõess
13
fundamental. Nao éé a
a
respeitamos,
e
um ue nao
e a quem
n o s s o mundo,
e que e par
indiferente
ra nós,
pertence ao .
isso s e de
na simples transaçao mercanil
ainda que clara. Nao é a mesma coisa pora.
tdo obvia e tao
parece num e noulro caso sdo diferentess.
as emocoes envolridas
estao agora, implícita ou explicitamens
Os ovens chilenos
atual sistema de educaçao a se
pelo nar
for
sendo forçados
para realizar algo que ndo esta declarado como um projeto
um projeto nacional fundado
nacional, mas que contigura
na
RACIONALIDADE E EMOÇÃo
Habitualmente pensamos
é humano?
O que somos? O que
o
c o m tanta
liberdade, c o n s t i t u e m , como
assim, assustarem
para não
se
cavalos usam
velocidade
c o o os que o s numa
os ultrapassam
transito de veiculos que cavalos
cOn
vemos poucos
Hoje, em Santiago, on
slo usados.
sua
r que a
os
antolhos ainda
Os, as io campo
Para restringir
a visào. >e udo
objetivo ces sao usados vemn
rápido
que
veiculo, por exemplo,
que
a l o vé algo, um
desanda a correr. Se o vê quando
ele se a s s u s t a e
seu lado, diferente.
sua reação é
cle já passou,
não temos
e afirmações sobre os quais
Todos os conceitos
aceitamos c o m o se
significassem algo sim-
refletido, e que
que todo o mundo os entende,
porque parece
plesmente caracteriza o humano é um
Dizer que a razao
são antolhos. frente à emoção, que fica
nos deixa cegos
antolho, porque o
animal ou como algo que nega
desvalorizada como algo declararmos seres racionais
nos
racional. Quer dizer,
ao
desvaloriza as emoções, e não
cultura que
vivemos uma
cotidiano entre razão e emoção, que
entrelaçamento
vemos o damos conta de que
não nos
nosso viver humano, e
constitui
um fundamento emocional.
todo sistema racional tem
correntemente
chamamos de
são o que
As emoções não conotamos
sentimento. Do ponto
de vista biológico, o que
corporais din micas
falamos de emoçòes são disposiç es
quando domínios de ação em que
nos
definem os diferentes
que mudamos de domínio
mudamos de emoção,
m o v e m o s . Quando
sabemos isso na práxis da
vida
verdade, todos
de ação. Na define
insistimos que o que
cotidiana, negamos porque
mas o
Ao
como h u m a n a s
e elas s e r e m racionais.
nossas condutas estamos sob
todos sabemos que, quando
mesmo tempo fazer e coisas
determinada emoção, há
coisas que podemos
como válidos certos
não podemos fazer, e que aceitamos
que sob outra emoção.
argumentos que
não aceitaríamos
ao chegar ao
Tomemos exemplo a seguinte situação:
como
aumento
em pedir um
escritório, uma pessoa fala que pensa " - Não
secretária amiga diz: peça
de salário ao chefe, e a
com raiva e não vai
Ihe dar nada."
nada hoje porque ele está
um indício de que
O que a secretária disse nao é, por acaso,
atuar de uma
com raiva sô pode
ela sabe que uma pessoa
de uma maneira
certa ndo porque esteja restringida
forma,
domínio no qual só são pos
absoluta, mas porque está num
dizemos também que
siveis certas ações e não outras? Assim,
têm um poder, um valor
ou uma
as coisas ditas com raiva
serenidadee no
respeitabilidadediferente daquelas ditas na
coisa dita na raiva
cquilibrio. Por que? Nao porque uma
sereaidade, mas
Seja menos racional que uma coisa dita na
distin-
sua racionalidade se funda em premissas básicas
porque
tAs, aceitas a priori, fundada numa perspectiva de preferèncias
15
eri de O
que a raiva deline. Todo sistema racional se cons
previamente aceitas, ui no
operar com premissas a
partir de uma
certa emoçào.
Biologicamente, as emoçoes Sao disposiçòes corporais
determinam ou especificam domínios de açôes. que
retletir sobre como vOCes reconhecem Suas Convido-o
próprias emoc
c as dos outros. Se o fizerem, verão que vocês
baseia
premissas simplesmente aceitas, porque,
em
nte
ou conscic
inconscientemente, assim o queremos.
16
Tiveira Dias
as pessoas.
discussão entre
existem dois tipos de uma maneira
Notem que resolvem de
desacordos, que se envolvidas
discussÖes,
Há acontecer é as pessoas
máximo que pode vezes dois é igual a
que o dois
ruborizadas. Se cu digo que multi-
ficarem não é assim! Olha, a
me dizem:
"- Não,
vocês como se
cinco, e mostrando-me
dessa maneira",
se faz dizer:"- Ah!é
plicação no máximo
eu vou
multiplicação,
constitui a Se isso
têm toda razão, desculpem-me."
verdade! vocês e u ficar
ruborizado e
ocorrer é
17
fundamentais de uma ideologia ou de um.
premissas
sao aceitas a priori e, portanto, não tem
fundamento religiao
Alem disso, se chegamos
a propor um racional.
argumento
racio
para escolher entre essas ou aquelas premissas reivindica nal
o humano se constitui no
entrelaçamento do
emocional
com o racional. O racional se constitui nas
coerências opera.
cionais dos sistemas argumentativos que
na linguagem, para defender ou
construímos
justificar nossas ações.
Normalmente vivemos nossos argumentos racionais sem
fazer referência às emoçðes em que se fundam,
porque não
sabemos que elese todas as nossas ações têm um
funda
mento emocional, e acreditamos que tal condição seria uma
limitação ao nosso ser racional. Maso fundamento emocio
nal do racional é uma limitação? No! Ao
contrário, é sua
condição de possibilidade, e agora vou lhes explicar por quê.
16
adultos. Examinando
sua arcada
eram animais
comedores de gràos, dentária, sabemos que
e,
presumivelmente,
indica caçadores apenasportanto
que esses nossos colheitadores
ocasionais. Tudo isso
alimentos e estavam imersosantepassados
machos que numa compartilhavam seus
sensualidade
participavam
de vida que funda do recorrente, com
cuidado das crias,
em um
uma
na qual, além disso, o linhagem
cérebro
que chega até o
modo
presente,
430cm' a 1450 ou 1.500cm'. Mas cresce de e
humano, e com
corno
surge
aproximadamente
o
crescimento propriamente
que se associa esse
Tem-se dito, do cérebro?
mação do cérebro freqüentemente, que a história da
de humano está transfor
relacionada con
instrumentos, principalmente com utilização a
mão em sua desenvolvimento o
a mão
fabricação. Nào compartilho dessa da
já estava desenvolvida opinião, pois
nesses
Parece-me mais factível nossos
que a destreza e a antepassados.
manual que nos caracterizam sensibilidade
descascar as
tenham surgido na arte de
pequenas sementes de
da
participação da mão na carícia, por sua gramineas da savana, e
moldar-se a qualquer
do corpo de capacidade
de
sensual. Ao contrário,superficie
eu defendo
maneira suavee
que história do cérebro a
humano está relacionada principalmente
Quando com
gato brinca com uma bola, ele está linguagem.
um a
mesmas
coordenações usando as
musculares que nós. Se
chão, vocès se envolvem enm algo
cês seguram cai no que vo-
não é diferente da
brincadeira do gato. O macaco jogo
um
que
com uma faz isso
elegncia igual ou ainda maior que a de vocès,
sar demão no
sua ape-
se estender como a
nossa. O
humano não está peculiar do
na
manipulação, mas na
no linguagem e
seu
entrelaçamento com emocionar. o
Mas
com a
a
hominizaçao do cérebro primata está relacionada
se
19
vemos que o
estão conversando quando
curso de
interaçdes seconstitui num fluir de coordenaçðes de ac uas
vêem coordenaçðes de açðes ou, seou s
Se vocês nao
iargao moderno, nào vëem comunicaçao, nunca falara
relacionada de
coordenae
linguagem. Alinguagem está com
enaçõer
de ação, mas nào com qualquer coordenação de ação.
ação, a
apen
consensuais. Mais:ainda, a
com coordenaçãode ações
é um operar em coordenaçðes consensuais de coordena linguagem
consensuais de açdes. Vamos esclarecer isto.
EVOLUÇÀO E COMPETIÇÃO
linguagem.
que constituem a
que
nsensuais
Em suma, penso também que modo de vida
o
no
ascoordenações consensuais de conduta
de coord qual Surgenm
surg
consensuais de conduta intimidade da
na
rdenacações
sensualidade e no compartilhar, dando assim origem à l
a
,
linguagemna
convivência
pertence à história de nossa linhagem há pelo
milhòes de anos. E digo isso levando menos em 3,5
conta o or
envolvimento anatômico funcional e
que nosso cérebro de
com a linguagem oral. to
AS EMOÇÒES
SOCIAL
O FUNDAMENTO EMOCIONAL DO
história da
emoção fundamental que torna possível
a
A
chocar, mas
hominização é o amor. Sei que o que digo pode
com base no cristianis-
insisto, é o amor. Não estou falando
mo. Se vocês me perdoam direi que, infelizmente,
a palavra
amor foi desvirtuada, e que a emoção que ela conota perdeu
amor é algo especial e
sua vitalidade, de tanto se dizer que o
mas não é nada
difícil. O amor é constitutivo da vida humana,
do social, mas nem toda
especial. O amor é o fundamento constitui o
convivência é social. O amor é a emoção que
domínio de condutas em que se
dá a operacionalidade da
na convivência, e é
outro
aceitação do outro como legítimo falamos
conotamos quando
esse modo de convivência que
funda o
amor é a emoção que
do social. Por isso, digo que o
23
~simerii o
social. Sem a aceitação do outro na
fenômeno social.
de
ehaja
que em
haja
coordenações aceitação
podemos esperar que surja a linguagem. Se não há
na aceitaçào mutua, produz-se a
ações, nào
não
Em outraspalavras, se ba na
separação ou
bistória dos seres
rações
destruiça
a
Bupos pequenos, o
que transparece em nosso Senu
24
vivemos
sensuais que
animais
somos não
ainda quando
família; acariciar
mútuo,
de uma
no tocar e legitimidade
do
e s p o n t a n e a m e n t e
nega a
cultura que animais que
uma
a ainda somos
pertencemos
último, com o
corporal; e,
por personalizado
encontro
contato no
sensualidade isso não
vivemos a
em
nossa queixa quando
evidencia
se
outro, o que
da história evolu-
ocorre. momento
origem da
presente
sobretudo no com a
Mas, -que
começou
modo
que
pertencemos
fez parte do
tiva a estar na
linguagem s e
o Homoba
linguagem,
quando constituiu alinhagem
conservar-se,
dependentes do
ao amor.
de vida que, somos
animais
pertencemos, humana desde
que história evolutiva
central na
a emoção conser
O amor é como uma
história e m que a
ela s e dá
e toda do
o início,
vida n o o a m o r , a aceitação
qual
modo de
vação de um é uma condiçãob
o u t r o n a convivência,
outro como um legítimo comportamental,
desenvolvimento físico,
o
necessária para coma
normal da criança, assim
social e espiritual
psíquico, psíquica,
saúde fisica, comportamental,
a conservaçào da
para
social e
do adulto.
espiritual
humanos nos originamos noo
Num sentido estrito, nós s e r e s
maior
dele. Na vida humana, a
amor e s o m o s dependentes
amor: os s e r e s humanos
do sofrimento vem da negação do
parte
somos filhos do amor.
25
observarem
um
fornmiguciro, por exemplo, arao que as
nor
formigas que
o
constituem
destruam um
nao se atacam
mutuamente. Ainda
intruso, cooperam na Ainda
compartilham construção
e
que ataqucm
do formigueiro, e
e na
manutenção
26
A BIOLOGIA DA
EDUCAÇÃO
Agora quero dizer algo sobre a
isso, tenho que convidá-los
a
biologia da educação. Para
acontece com um ser vivo empensar um instante sobre o
sua história que
Nós, seres vivos, somos individual.
sistemas
estrutura. Isso quer dizer determinados
nossa em
algo externo incide sobrequenós, o sistemas tais que, quando
somos
27
lam as
mudam
interaçoes das
as interações das quais n
no
com
qual
meu
estou, e
linguajeio. Masa
nsensuais
linguagem se
linguagem
consensuais
se co
constitui
nào na ca dá no
de ação.
ação, e
e se articipo
cabeça,
coordenaçòes
ou nodas
uir cérebro ou na estrutura do corpo, nem na gramática Ou
na sintaxe.
conotamos quando falamo da psiquê e do
O que ocorre no cérebro, mas se constitui como um mod
tampouco
de relação com a circunstância e/ou com o outro, que dquire
uma complexidade especial na recursividade do operar
humano na linguagem.
no está no cérebro -ela ners
A autoconsciència
espaço relacional que se constitui na linguagem. A ope ce ao
origem à
autoconsciëncia está relacionada cn
que dá
tlexão na distinção do que distingue, que se faz possível.
I no
em quu
dominio das coordenaçöes ações
de no momento
há
linguagem. Entào, a autoconsciencia surge quando o obsee
vador constitui a auto-observaçåo como uma entidade, a0
uma
Curso modulado por interações num meio, segundo
suas
dinamica histórica na qual a única coisa que os agenc
calernos fazem é desencadear mudanças estruturais deter
unadas nessa estrutura. O resultado de tal processo e u
devir de mudanças
estruturais contingente
de interaçóes do organismo,
com a
até
sequ sua
que dura desde seu início
do
morle como num
processo histórico, porque o presene
veira Dias
transformaçãio
uma
como
instante
O futuro de
cada um
em
surge instante.
organismo nesse
origem. E
organismo com
do em stua
do presente
d e l e r m i n a d o
nnca
esta
considerar a
educação
devemos
organismo que
compreensão
nessa
base
e o educar.
EDUCAR?
O QUE É
ou o
em que a criança
se
constitui n o processo
se
O educar ao conviver com o outro,
com o outro e,
adulto convive seu modo de
de maneira que
espontaneamente,
transforma com o do outro
mais congruente
progressivamente
viver se faz educar ocorre, portanto, todo o
convivëncia. O
no espaço
de transforma-
Ocorre como uma
de maneira recíproca.
tempo e história n o c o n v i v e r , e o
com uma
estrutural contingente
ção a viver de u m a
disso é a s pessoas aprendem
resultado que
conviver da c o -
se configura de acordo c o m o
maneira que
" s i s t e m a educa-
vivem. A educaçao c o m o
munidade em que
os educandos
confirmam e m
cional" configura um mundo, e
educados no educar.
dura toda a vida.
A educação é um processo contínuo que
e que faz da comunidade onde vivemos um mundo esponta-
neamente conservador, ao qual o educar se refere. Isso nào
viver o
mundo que
vivermos cor o educandos.
nservaremos
E ed.
outros com
conviver.
nosso viver com eles, o
mundo que educaremo
vivermos
Mas que mundo queremos? no
Quero um mundo em que meus filhos
soas que se aceitame se respeitan cresçam
aceitando que e
como pes
outros num espaço de convivencia em
os outros os
aceitam e respeitam a partir do aceitar-se e resr respeitanndo
mesmos. Num espaço de convivência desse
tipo. eitar-se
a
tar-sce aossi
pode egação
outro será sempre um erro detectavel que se
corigir. Como conseguir isso?E fácil:
do
vivendo esse dese
se deseja
convivencia.
espaço de
Vivamos nosso educar de modo
que a
aceitar-se e a respeitar-se, ao ser aceita e criança aprennda
ser. respeitadaos em
porque assim aprendera a aceitar e a respeitar
a
ser social."
31
muda meu viv
muda m e u viver co
mudar
mundo,
leva a criançaa fazeres
meu a
se
faz70
dian
iano Se
(saber)) rela
ao Chile nao
educação
no
c o t i dliano,
iano,
viver
modo
de modo
que ela
a
com
seu
e mudar
de mundo sem
mundo possa
cionados
refletir
sobre seus
afazeres
ao outro, a educação
deixarr dd
educação no Chile
no
e
respeitar
a si
mesma
nào
Chile.
o
Serve para itar-me se
se não
aceitar-me e respeita ap
Como posso
tratá-los como oportunidades
leot
respeitar meus
eros ea legíitimas
ede de
fui castigado por
equivocar-me? Se aa
educac uivocar-me?
ros como negação dde
mudança, porque como
erros negacão
criança a viver seus
leva a sua
no Chile serve para o Chile
no Chile nao
identidade, a educaçao
aceitar-me e respeitar-me
se o valor do.
Como posso
outro na contínua com que
faço se mede pela
reterëncia ao
peti
me nega e nega
o utro, e não pela seriedade e
ção que
responsabilidade com que realizo o que faço? Se a educação
a competiça0 e a negaçao de si mesmo e do
no Chile estimula
a competição traz consigo, a educação no Chile
outro que
o Chile.
não serve para
e respeito de si
o mesmo,
Édifícil educar para a aceitação
que leva à aceitaço e ao respeito pelo outro, assim como à
se vive nela.
se
Mas como se obtém na educação a capacidade de ajustar
so,
a qualquer domínio do conhecer (fazer)? É preciso, por a
tudo
saber tudo desde o começo? Não, não precisasaber
desde o começo, mas, sim, é necessária uma p o s t u r a
no reflexivano
peito
mundo no qual se vive; são o
necessários a aceitação e
por si mesmo e pelos outros sem a premência da c o m p e
Se aprendi a conhecerea respeitar meu mundo, seja
não
Campo, a montanha, a cidade, o bosque ou o mar, e
32
refletir na aceitação e
negá-lo ou a destruí-lo, e aprendi a
fazeres.
respeito por mim mesmo, posso aprender quaisquer
Se a educação no Chile não leva a criança ao conhecimento
de seu mundo no respeito e na reflexão, não serve para os
chilenos nem para o Chile.
Se a educação no Chile leva a aspirações que desvalori-
zam o que nos é próprio, convidando a um pensar distante
do cotidiano na fantasia do que nao se vive, a educação no
Chile nãoserve nem parao Chile nem para os chilenos.
A ambiço pode, ocasionalmente, levar à riqueza ou ao
exito individual, mas não leva à transformação harmônica do
mundo na sabedoria de uma convivência que não vai gerar
nem pobreza nem abuso.
O que digo é também válido para a educação do adoles-
cente. O adolescente moderno aprende valores, virtudes
que
deve respeitar, mas vive num mundo adulto
que os nega.
Prega-se o amor, mas ninguém sabe em que ele consiste por-
que não se vêem as ações que o constituem, e se olha para ele
como a expressão de um sentir. Ensina-se a desejar a justiça,
mas os adultos vivemos na falsidade. A tragédia dos adoles-
centes é que começam a viver um mundo que
Ihes nega os valores
que foram ensinados. O amor não é um sentimento, é um
domínio de ações
quais outro constituído como um
nas é o
legítimo outro na convivência. A justiça não é um valor trans-
cendente ou um sentimento de
ações no qual não se usa a mentira legitimidade:
é um domínio de
competição, na justificativasuperior
no Chile se
fundam na
enganosa de vantagens e
légios, numa noção de privi
conhecimento de seu mundoprogresso que afasta os
jovens do
responsável da comunidade que os limitando sua
abordagem
média e sustenta,
superior do Chile não serve para o Chile educação
os chilenos.
a
nem para
Se
à
educação
a
média e superior nos
convida à
exploração do mundo natural e não à apropriação,
harmonica com ele,
nossa coexistência
nem
para
essa
educação não serve nem para Chile
os chilenos.
Enfim, a
responsabilidade
dese queremos ou não as
surge quando nos damos conta
a liberdade surge conseqüências de nossas ações;
quando nos damos conta de e
se
queremos
33
nosso querer, ou nao querer as con..
não
ou
34
no qual se devolva o
que se toma
para viver. Ao sermos seres
vivos,
emprestado da natureza
no viver nâo o somos seres
somos. autônomos,
Quero um mundo no
qual seja abolida a
natural", qual no expressão "recurso
é cíclico e que, sereconheeçamos que todo processo natural
interrompermos
história da humanidade, os
seu
ciclo, se acaba. Na
povos
truíram no esgotamento de seus que não viram isso se des-
O progresso não está na chamados recursos
contínua naturais.
complicação
tecnológica, mas na compreensão do mundo mudança ou
natural, que permite
recuperar a harmonia e a beleza da existência
no seu
conhecimento e no respeito por ele. nele, com base
mundo natural e aceitá-lo sem Mas para ver o
devemos aprendera aceitar-nos pretender dominá-lo ou negá-lo,
e a
víduos e como chilenos. respeitar-nos como indi-
Uma educação que não leva os chilenos
respeitar-nos como individuos e
chilenos,
a
aceitar-nos e
35