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Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.

Gustavo: A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento internacional adotado pela
Assembleia Geral das Nações Unidas que consolida direitos e liberdades para todos os seres os humanos.
Elaborado por um comitê da ONU comandado por Eleanor Roosevolt, esposa de Franklin Roosevolt,
presidente dos Estados Unidos.

A História da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Vinicius: Após o final da Segunda Guerra Mundial, veio a público as atrocidades cometidas pela Alemanha
Nazista, o consenso entre a comunidade mundial era a criação de um "tratado" para evitar futuros conflitos e
promover a paz. Já que a Carta das Nações Unidas, documento que estabelecia os princípios e objetivos das
Nações Unidas não definia suficientemente os direitos.

Ruan: Em Junho de 1946, o Conselho Econômico e Social, órgão da recém fundada ONU criou a
Comissão de Direitos Humanos. Inicialmente, 18 membros faziam parte, porém logo, mais nações
adentram a esse grupo. Em fevereiro de 1947 foi estabelecido o primeiro comitê, nesse comitê, presidido por
Eleanor Roosevolt, entidades redigiram os direitos da Declaração.

Gabriel: O principal redator do projeto foi o canadense John Peters Humphrey, ele havia sido recém
nomeado Diretor da Divisão dos Direitos Humanos. Humphrey trabalhou com outros membros do
Comitê de Redação, como René Cassin, da França, Charles Malik, do Líbano e Peng Chun Chang, da
República da China.

Lucas: A principal contribuição de John foi a produção de um rascunho inicial bastante inclusivo. Já
Cassin, foi importante nas deliberações realizadas ao longo das três sessões da comissão. Com a crescente
tensão entre Oriente e Ocidente, Eleanor Roosevolt utilizou de sua enorme influência e confiabilidade com
as duas super potências para conduzir a redação para um final bem sucedido. Chang se sobressaiu ao
estabelecer acordos quando o comitê enfrentava dificuldades. Por fim, Malik, desempenhou um papel
crítico, refinando questões conceituais básicas.

Gustavo: Em maio de 1948 foi realizada a segunda sessão, o Comitê de Redação levou em consideração
comentários e sugestões de estados membros e organizações internacionais, após a conclusão da sessão em 21
de maio de 1948, o Comitê apresentou a Comissão de Direitos Humanos um texto reformulado. A
Declaração reescrita foi discutida na terceira e última sessão, em Genebra, na Suíça, em 18 de Junho de 1948.
Denominado texto de Genebra, círculos entre os estados membros e foi submetido a diversas emendas.

Vinicius: Após dezenas de reuniões e diversas votações, foi aprovado em 10 de dezembro de 1948, a adoção
da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Das 58 nações membros das Nações Unidas, 48 votaram a
favor. Nações como Polônia, Tchecoslovaquia, Ucrânia, Arábia Saudita e África do Sul abstiveram-se
devido a preocupação sobre a universidalidade dos direitos propostos. Acreditando que a Declaração não
considerava adequadamente as diferenças sociais entre os países.

Estrutura e conteúdo

Ruan: A Declaração Universal dos Direitos Humanos consiste em uma lista de 30 direitos civis, políticos,
culturais e econômicos. O preâmbulo apresenta as razões históricas e sociais que resultaram na demanda por
elaborar a Declaração. Os artigos 1 e 2 estabelecem conceitos básicos de liberdade, dignidade e igualdade.

Gabriel: Os artigos compreendidos entre o terceiro e o quinto apresentam adicionalmente direitos


individuais fundamentais, tais como o direito inalienável à preservação da vida, bem como a proibição
absoluta tanto da escravidão quanto da prática de tortura. Os artigos de 6 a 11 abordam a essencial
legalidade dos direitos humanos, apresentando medidas específicas para sua defesa em casos de violação

Lucas: Os artigos 12 a 17 definem os direitos do indivíduo em relação à comunidade, abrangendo a


liberdade de se deslocar e residir em cada estado, o direito à propriedade e à obtenção de nacionalidade. Os
artigos de 18 a 21 validam as designadas "liberdades constitucionais" e as liberdades espirituais, públicas e
políticas, tais como a autonomia de pensamento, opinião, expressão, crença e consciência, verbalização,
associação tranquila do indivíduo, e o ato de receber e compartilhar informações e ideias através de qualquer
meio de comunicação.

Gustavo: Os elementos do artigo 22 ao 27 estabelecem os direitos sociais, culturais e econômicos de uma


pessoa, abrangendo a área da saúde. Apoiam um extenso direito a um nível de vida suficiente e destacam
particularmente a atenção concedida à maternidade e à infância. Do artigo 28 ao 30 são definidos os
métodos abrangentes de praticar tais direitos, os domínios nos quais os direitos individuais não podem ser
empregados, a obrigação da pessoa perante a sociedade e a restrição do exercício de direitos em desrespeito
aos objetivos da Organização das Nações Unidas.

Impacto no mundo.

Vinicius: No preâmbulo da Declaração, os governos expressaram seu compromisso com medidas


progressivas para garantir que os direitos estabelecidos sejam reconhecidos e observados universalmente e de
maneira eficiente. Eleanor Roosevolt escolheu adotar o texto como declaração ao invés de tratado pois ela
acreditava que teria um impacto semelhante na comunidade global ao que a Declaração de Independência
dos Estados Unidos teve dentro do próprio país.

Ruan: Apesar de não ser juridicamente vinculativa, a Declaração Universal dos Direitos Humanos teve
influência na maioria das constituições nacionais desde 1948. Além disso, o documento serve de base para
um aumento de leis nacionais quanto internacionais, e tem contribuído para o estabelecimento de várias
instituições dedicadas a proteção e promoção dos direitos humanos.
Gabriel: Um estudo de 2022 revelou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos teve um impacto
significativo na adoção de direitos constitucionais em nível nacional. Cerca de 90 constituições redigidas
desde 1948 foram influenciadas pelo documento, seja por reproduzirem suas provisões ou serem inspiradas
por ela.

Lucas: Após 1948, mais de 20 nações africanas que obtiveram independência mencionaram explicitamente a
Declaração em suas constituições. Atualmente, diversas nações, incluindo Afeganistão, Benin, Portugal,
Romênia, Espanha, entre outras, ainda citam diretamente a Declaração em suas constituições, com algumas
delas exigindo que seus tribunais interpretem as normas constitucionais em conformidade com o
documento.

Gustavo: Figuras judiciais e políticas em várias nações têm invocado a Declaração Universal dos Direitos
Humanos como influência para seus tribunais, constituições e códigos legais. Países como Índia, Antígua,
Chade, Chile, Cazaquistão e Zimbábue incorporaram disposições constitucionais e legais da Declaração suas
legislações.

Vinicius: Uma pesquisa até 1988 nos Estados Unidos encontrou referências à Declaração Universal dos
Direitos Humanos em cinco casos na Suprema Corte, dezesseis em tribunais de apelação federais, vinte e
quatro em tribunais distritais federais, uma em tribunal de falências e múltiplas em cinco tribunais estaduais.
Uma pesquisa realizada em 1994 identificou 94 referências à Declaração por tribunais federais e estaduais
nos EUA.

Conclusão

Ruan: Em conclusão, a Declaração Universal dos Direitos Humanos representa um marco significativo na
história da humanidade, estabelecendo princípios fundamentais que visam garantir a dignidade, liberdade e
igualdade de todos os indivíduos. Ao longo das décadas, essa declaração serviu como base para a promoção
dos direitos humanos em todo o mundo, inspirando avanços legais, sociais e culturais.

Gabriel: No entanto, apesar do progresso alcançado, desafios persistentes continuam a desafiar a plena
implementação desses direitos. Portanto, é imperativo que governos, organizações internacionais e a
sociedade civil permaneçam comprometidos em proteger e promover os direitos humanos, garantindo que a
visão de justiça e igualdade consagrada na Declaração Universal seja efetivamente realizada para todos, sem
exceção.

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