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A ESPOSA COMO AUXILIADORA:

Um Chamado Para Glória De Deus


por
Rev: William de Jesus

RESUMO

O objetivo do artigo é mostrar a importância da esposa do pastor como


auxiliadora junto ao ministério pastoral, que aqui será tratado como líderes, partindo
da criação, destacando o estabelecimento do casamento (Gn. 2.18) assunto que
envolve o papel da esposa como auxiliadora de seu cônjuge, cumprindo um
chamado para a glória de Deus, desde eva perpassando por grandes mulheres que
exerceram um papel de extrema relevância no ministério de seu cônjuge, O
chamado para ser um com seu marido requer grande responsabilidade, e
abnegação, haja visto que no ministério pastoral, liderança em geral têm seus
momentos de bonança, porém podem surgir dissabores, problemas que muitas
vezes irão para além do templo, sendo necessário, ter alguém em quem se possa
confiar. Apesar de nem sempre assuntos devem ser compartilhado, mas os desafios
que acompanham o ministério, indireta ou diretamente afetará o cônjuge, que Foi
Divinamente escolhida para compor os pilares de sustentação do esposo em dias de
alegria ou desânimo que independente do tempo em algum momento virá e como é
bom estar em dois, como afirma às escrituras, (Ec.4.9-12), um ministério solitário é
um ministério, sem conformidade, Deus não considerou a opção de Adão continuar
só, porque não era bom (Gn. 2.18) o casal representava o que havia de mais
sublime na criação, os únicos capazes de adorar seu criador, únicos feitos à imagem
de seu criador, portanto um projeto perfeito, dois seres humanos um só carne.

Palavras-Chaves: Deus; Jesus; Esposa; Pastor; Família; Liderança; auxílio;


fidelidade, chamado.
ABSTRACT

The objective of the article is to show the importance of the pastor's wife as an
assistant in the pastoral ministry, which will be treated here as leaders, starting from
creation, highlighting the establishment of marriage (Gen. 2.18), a subject that
involves the role of the wife as an assistant to your spouse, fulfilling a call to the glory
of God, from Eva going through great women who played an extremely relevant role
in their spouse's ministry, The call to be one with your husband requires great
responsibility, and selflessness, given that in the pastoral ministry, leadership in
general have their moments of bonanza, but troubles can arise, problems that often
go beyond the temple, being necessary, to have someone who can be trusted,
despite the fact that issues should not always be shared, but the challenges that
accompany the ministry, indirectly or directly, will affect the spouse, who was divinely
chosen to compose the pillars of support for the husband in days of joy. slang or
discouragement that regardless of the time at some point will come and how good it
is to be in two, as the scriptures say, (Ec.4.9-12), a solitary ministry is a ministry,
without conformity, God did not consider Adam's option to continue only because it
was not good (Gen. 2.18) the couple represented what was most sublime in creation,
the only ones able to adore their creator, the only ones made in the image of their
creator, therefore a perfect project, two human beings, one flesh.

KEYWORDS: God; Jesus; Wife; Shepherd; Family; Leadership; assistant; fidelity,


call.
INTRODUÇÃO

O propósito do presente artigo é apresentar a importância do papel da esposa


do pastor como auxiliadora, o início da história descrito em (Gn. 2.18), “Disse mais o
Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe
seja idônea”. Importante destacar que além do nobre chamado, que se consolida no
Éden, a mulher cumpre um papel de extrema importância, é preciso considerar, a
partir da própria criação do homem (Gn. 1.26-27), “pelo decreto, precede a própria
declaração Divina, ”Não é bom; (Waltke,2010), [lō’ ṭôḇ]. A frase lō’ ṭôḇ é altamente
enfática. Essencialmente, é ruim para Adão viver sozinho, farei dele ‫ּכנגּדו עזר‬, uma
ajuda como ele: ”isto é, um ser auxiliador, no qual, assim que ele o vir, ele poderá se
reconhecer”1 esse ponto é importante, pois reflete o projeto do próprio Deus, quando
estabeleceu uma auxiliadora (Gn 2.18); farei para ele al­guém que o auxilie e lhe
corresponda”. Isso compreende o que Robertson chama de segunda ordenança da
criação de Deus, a constituição do homem e o casamento.2
Em certos aspectos, é preciso considerar que a esposa do líder vocacionado
por Deus exerce um chamado, como deve ser para todas às mulheres, cristã3, essas
mulheres possuem características que as diferem de outras mulheres não cristãs, 1
(Tm 3.8-13), externaliza essas virtudes que as caracterizam são elas: respeitáveis,
não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
É importante situar o termo a qual compreende este artigo, o que
necessariamente é uma auxiliadora?

O conceito bíblico de “auxiliadora” (ē·zěr) se aplica “àquela que


complementa o seu marido”. O termo foi primeiramente usado nas
Escrituras para descrever a função da mulher, criada por Deus e
apresentada ao homem (Gn 2.18). Na verdade, a palavra em seu contexto
bíblico se refere a uma “companhia indispensável”. Assim como o Senhor
Deus é revelado nas Escrituras como Aquele que ajuda (ē·zěr) quem nele
espera (cf. Sl 33.20), a mulher reflete os atributos divinos no auxílio
prestado ao seu marido e nessa função ela glorifica o Criador.4

1
Disponível em: KEIL e Delitzsch.https://biblehub.com/commentaries/kad/genesis/1.htm Acesso
10/nov/2022
2
ROBERTSON, O.Palmer. Cristo dos Pactos. São Paulo, LPC, 1997, p.68
3
Disponível em: BEEK J.R.http://www.mulherespiedosas.com.br/a-auxiliadora-do-pastor-parte-1-por
-dr-joel-r-beeke/ Acesso 09/11/2022
4
Valdeci Santos. Como uma esposa de pastor pode auxiliar seu marido no ministério. Disponível
em: https://sgap.ipb.org.br/?p=363 Acesso em 14/10/2022
Essa missão regulamentada em gênesis pode ser vista em diversos
momentos das escrituras, indo além de uma simples função, mas estabelece um elo
significativo na história. Pois bem, auxiliadora é alguém que corrobora com seu
conciliar, esse fator não deprecia o ato, tornando quem auxilia inferior a quem é
auxiliado, tema que ganharia espaço nos círculos, feministas, quando o assunto
envolve entrega e submissão, grande parte do conceito real, conforme estabelecido
por Deus, têm sido amplamente distorcido, com o advento do feminismo, essa ideia
de liberdade e luta por direitos têm ganhado força, destoando drasticamente do
plano original, que têm como base suprema às escrituras, falaremos, mas sobre os
erros do movimento feminista mais adiante.
Portanto, a proposta do artigo visa trazer a lume como o papel da esposa fiel
de um líder contribui diretamente em seu ministério, tendo suas bases desde sua
concepção em (Gênesis 20.18), perpassando pela história tanto nas escrituras como
em diversos momentos posteriores, destacando esse nobre chamado. As escrituras
apresentam vários casos de mulheres notáveis e como sua fidelidade ao chamado
Divino contribuíram diretamente no ministério de seus cônjuges.

1. ESPOSAS AUXILIADORAS, EXEMPLOS DE FÉ E PERSEVERANÇA.

É muito comum ouvir queixas quanto a solidão que acompanha o ministério


do pastoral, no entanto, em grande parte é evitável esse dissabor no ministério
quando se têm uma auxiliadora, comprometida com o ministério familiar, o que
também inclui o ministério do seu cônjuge, a solidão no ministério de um líder é algo
corriqueiro, no entanto, ter alguém ao seu lado, compartilhando afeto e
encorajando-o a seguir faz muita diferença, quando de fato ao seu lado existe uma
auxiliadora fiel ao seu chamado. Quando Deus constituiu uma auxiliadora para
Adão, estabeleceu o conceito de família em seu aspecto, mas pleno, Adão não
estaria só, mas ao seu lado estaria alguém para auxiliá-lo, Eva deveria amá-lo,
respeitá-lo, ser fiel ao seu nobre chamado. Feita às devidas considerações, qual o
papel da mulher como auxiliadora, em específico como esposa de pastor, que neste
artigo usarei em dados momentos apontando a figura do “líder”.
Em aspectos gerais, o propósito de Deus quanto ao papel da mulher, em
desempenhar seu chamado para auxiliar seu esposo, formando um só corpo com
ele, uma só carne, (Gn 2.24; Mt 19.5), e juntos desfrutarem das benesses que o
Senhor concedeu, o principal dela constituir uma família, base indiscutível quando
se trata da figura de um líder, pois seu convívio familiar reflete diretamente em seu
ministério. Um aspecto fundamental que compõem essa estrutura é a fidelidade,
partindo do princípio estabelecido pelo próprio Deus, e existe um propósito claro,
quando o assunto envolve o papel do homem na criação e o papel da mulher, Paulo
escrevendo aos coríntios, (1Co 11.9,) descreve aspectos importantes na ordem da
criação, sendo o homem foi criado não em virtude da mulher, mais a mulher foi
criada por causa do homem, Paulo com isso não quer traçar uma linha de
superioridade, conforme (1 Co 11.11,12), mas de propósito, tendo a mulher como
auxiliadora do homem, correspondente a ele.5
Nesse ínterim, a figura da esposa, apesar de ser semelhante a uma coluna
em uma edificação, às vezes escondida entre as paredes, sem destaque mas,
cumpre um papel fundamental para manter a estrutura de pé, essa ilustração define
bem o papel da esposa auxiliadora cumprindo seu papel que não têm tanto
destaque, mas cumpre um papel fundamental no ministério do marido, deixando
claro que não se trata de um papel de liderança, mas de auxiliadora, J.Beek destaca
três aspectos “a) A mulher como uma auxiliadora idônea do homem. b) A Mulher
feita por Deus como seu trabalho manual especial. c) A mulher feita para ser uma
com o homem”.6 Sobre o primeiro aspecto às escrituras traz exemplos, mulheres
fiéis que cumpriram com excelência esse papel.7

1.1 Mulheres fiéis, um exemplo de companheirismo e perseverança.

Abraão foi um líder que Deus escolheu para conduzir seu povo (Gn 12.2-3)
firmando com ele uma aliança, (Gn 15.8-21) ele teria incontáveis descendentes,
dentro dessa aliança um elemento chama atenção, Abraão não poderia ser pai, já de
idade avançada e sua esposa era estéril, mais a promessa de Deus estava bem
definida, um herdeiro legítimo da promessa, Sara seria mãe, é descrita em 1 Pd 3.6

5
Ibid. p.68
6
BLEEKE J. A Criação da Mulher.(Gênesis 2:18-25 e Efésios 5:20-33) Disponível em:
http://www.monergismo.com/textos/antropologia_biblica/criacao_mulher.htm Acesso em 15/10/2022
7
O Antigo Testamento e o Novo Testamento afirmam esta relação estruturada e dependente dos homens e
mulheres: (1) No Antigo Testamento, uma mulher pode servir como profetisa, porém, não como sacerdotisa; (2)
A relação da Deidade é o Pai, o Filho e o Espírito (não Genitor, Descendente, Espírito); (3) No Novo
Testamento, os apóstolos eram todos homens; (4) Como apresentada em 1 Coríntios 11.3–16, a esposa é para o
esposo como o esposo é para Cristo e como Cristo é para Deus; (5) 1 Pedro 3.6 lembra às mulheres que Sara
chamou Abraão “senhor” em sua conversação coloquial (Gn 18.12).
como exemplo de esposa, em Isaías 51.2 é descrita como a matriarca da nação
israelita, “Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não
obstante, o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a
promessa.”(Hb 11.11) sua submissão desde a saída de Abraão de Ur, (Gn.12), Sara
demonstrou fidelidade, acompanhando seu esposo, em uma viagem com bilhete só
de ida.

1.1.1 Alegria e dissabores

Ao falar de Sara, deve ser considerado que mesmo possuindo excelentes


qualidades também, destacam-se alguns aspectos negativos como, precipitação em
vista a sua condição de esterilidade incentivar seu esposo a ter um filho com Hagar,
a promessa não estava destinada a Ismael, Abraão teve um filho com sua serva,
com o consentimento de sua esposa no afã de ver a promessa cumprida em Ismael,
mais Deus havia determinado, que o filho da promessa seria gerado no útero de
Sara, parece paradoxal Sara ser lembrada como exemplo de fé e perseverança,
mas conforme aconteceu.(Gn 17.19). Sara falhou em nutrir uma certa medida de
dúvida concernente as promessas de Deus e ficou muito descontente com sua serva
Agar, que a provocava pela sua condição de esterilidade, (Gn 16.4) sendo até injusta
com ela, o que não foi muito agradável. Apesar dessas atitudes imperfeitas, ela se
tornou um padrão perfeito após um encontro real com Deus. Cumprindo seu
chamado junto a seu esposo.
Em alguns aspectos um paralelo com Eva, alguns aspectos se assemelham,
a Eva foi delegada a nobre missão de ser uma fiel auxiliadora de seu esposo Adão,
Eva no cumprimento de seu dever em obedecer falhou, (Gn 3.1-6) por causa da
desobediência a dor foi acrescentada, a fadiga, e a morte, no entanto, seu dever
como auxiliadora não foi diminuído seu companheirismo permaneceu agora em
outro estado, ambos estavam debaixo da maldição do pecado, e essa maldição não
se restringiu ao casal, mas afetou toda humanidade a qual eles seriam os
precursores.
Quando observa-se a história de Sara, esposa de Abraão, notamos
semelhanças, ela estava debaixo da maldição do pecado, porém também estava
inserida na aliança, e sobre ela foi dada uma nobre missão, promessa efetuada por
Deus “dela procederão nações e reis de povos”. (Gn 17.1-2,7,15–16), Sara cumpriria
um papel importante no projeto de Deus para as nações do mundo, (Hb 11.11), é
digno de nota que o chamado de Abraão foi peculiar, ele estava estruturado em sua
cidade, sua família estabelecida, é impressionante ver como Deus ao chamá-lo já
havia preparado uma companheira fiel, serva do Senhor que, não mediu esforços
em acompanhar seu marido apoiando seu ministério.

2. GRANDES HOMENS, MULHERES NOTÁVEIS.

Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de


Wittemberg 95 teses, o estopim para reforma, o que infelizmente não ganha tanto
destaque é o papel das esposas, com companheiras fieis, (incondicionais)
auxiliadoras, Katharine von Bora foi a esposa de Lutero, mulher de valor inestimável,
algumas características de Katherine, (Jack Gilcrease), a descreve como uma
esposa fiel, que apesar da mesma ter enfrentado grandes lutas e angústias,
demonstrou muita coragem e força em meio às dificuldades, virtudes que seria
inviável sem convicção e sua fé em Cristo, fundamental para sua conversão, que
refletiu em seu testemunho, como, apoiadora, incentivadora, amiga, conselheira,
administradora e abrigo seguro ao seu marido, mãe dedicada aos seus filhos,
idônea,8 tendo sido considerada referência, para futuras gerações de mulheres no
exercício dessa nobre vocação.9

João Calvino, teólogo do século XVI, algo inusitado na história do grande


reformador está relacionado justamente a seu casamento, Calvino elaborou
contendo as características da esposa que, para ele seria ideal, essa lista, sua
pretendente deveria ter certos atributos, inclusive compartilhado com seu
companheiro Guilherme Farel (1489–1565), segundo T.H.Parker “a esposa de
Calvino deveria ser casta, sóbria, prudente, paciente, e cuidar de sua saúde,”10 essa
mulher foi encontrada seu nome Idelette de Bure, viúva de um antigo debatedor de

8
SEMBLANO, Martinho Lutero. Reformadoras: O papel das mulheres na Reforma Protestante. Rio de
Janeiro: Scriptura, 2012. Edição 1.0 p.38
9
JACK Kilcrease. Disponível em:https://lutheranreformation.org/history/katharina-von-bora-luther/
Acesso em 17/out/2022
10
T. H. L. Parker, João Calvino: Uma Biografia . Philadelphia, PA: Westminster, 1975, p.71.
João Calvino, por nome Jean Stordeur, “um líder Anabatista, que, por meio de
discussões teológicas com Calvino, havia se convencido da posição Reformada”11.
Sobre Idelette alguns escritos definem a esposa do grande reformador como
fiel às suas convicções bíblicas, sua dedicação ao seu cônjuge, sempre buscando
corresponder o que às escrituras definem, como uma mulher submissa, (Ef 5.22-24),
Calvino a chamou de “uma mulher de raras qualidades” e”a fiel ajudante do meu
ministério”.
Apesar do que parece ser uma história de um casamento nos moldes
escriturístico, isso não afastou às adversidades que acompanhavam o casal, era um
período, de constantes doenças, instabilidades políticas estavam presentes,
afetaram muito a esposa do reformador, com seu emocional bastante debilitado,
período em que Calvino também enfrentava perseguições, por parte dos
romanistas, um período nevrálgico na história do casal, incertezas e junto a isso a
saúde do reformador piorava, aumentando a angústia de Idelette, outros fatores
como a perda de alguns filhos prematuramente, afetando o casal abruptamente,
mais suas convicções em um Cristo redentor os sustentavam ambos consolaram-se
com grande perdas chegando ao ponto que Calvino externaliza através destas
palavras:

Minha esposa retribui sua gratidão por tanto consolo amigo e piedoso. Ela
só poderia responder por meio de uma secretária e seria muito difícil para
ela ditar uma carta. O Senhor realmente infligir uma ferida severa e amarga
pela morte de nosso filhinho. Mas ele mesmo é um Pai e sabe o que é
necessário para seus filhos.12

A união entre ambos, revela uma grande compromisso entre o casal, que
apesar de enfrentarem dificuldades extremas, demonstram um padrão, de
comunhão e fidelidade a Deus e suas convicções, neste contexto encaixa-se
perfeitamente o texto da carta de Paulo aos (Rm 8.35-39) “Quem nos separará do
amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou
perigo, ou espada? Como está escrito: “Por amor de ti, enfrentamos a morte todos
os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”
Idalette foi reconhecida pelo reformador como “a companheira de sua vida”
11
JOÃO e Idelette Calvino. Por Michael A. G. Haykin com Victoria J. Haykin disponível
em:https://oestandartedecristo.com/2019/03/21/joao-e-idelette-calvino-por-michael-a-g-haykin-com-vic
toria-j-haykin/ Acesso em 17/out/2022
12
IDELETTE de Bure: a esposa de João Calvino https://biteproject.com/idelette-de-bure/ Acesso
em/; 19/out/2022
3. PRINCÍPIOS INEGOCIÁVEIS.

O grande lema que envolve, um princípio inalienável das escrituras, ser exemplo
de fidelidade, em resposta ao nobre chamado de Deus, é fato que esse termo, (em
hebraico, ezer), a ajudadora do primeiro Adão, compreende a forma como Deus
converte “o”não é bom” em “muito bom”. A ajudadora é o ponto mais alto, o ápice da
finalização por Deus na história da criação”13. É de suma importância destacar, que o
papel da mulher como auxiliadora não deve ser compreendida como uma imposição
ou rebaixamento da mulher diante de seu cônjuge, do contrário deve ser entendido
como um chamado nobre, em cumprir uma vocação segundo a palavra de Deus.
Mas quais as implicações, de uma compreensão errada das escrituras.

3.1. Submissão uma palavra proibida?

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;


porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja,
sendo este mesmo o salvador do corpo”.(Ef 5.22-33)

Essa natureza de “ajuda” seria intrínseca à condição feminina, conforme o


plano de Deus? Se, ao respondermos sim a essa pergunta, estivermos
pensando em “ajudadora” depreciativamente ou humilhante, a resposta é
não. Não existe ensino na Escritura que nos leve a isso.14

O erro em adotar uma hermenêutica errada de textos das escrituras acaba


gerando conflitos dentro e fora da igreja, quando a mulher deixa se assumir uma
papel importante no projeto de Deus para família, e esse problema têm nome, Van
Groningen atribui esse senso de autonomia, a um movimento que têm ganhado
bastante projeção nos dias atuais as feminista, a qual ele diz ter como objetivo
chamar a atenção, para uma violação do direito da mulher, é importante destacar a
necessidade de conscientização, a respeito dos graves erros, disseminado pelo
movimento feminista.

3.1.1. O movimento feminista.

13
KATHLEEN Nielson Mulher idônea, sim, mas auxiliadora? Disponível em:https:/ministério fiel.
com.br/artigos/mulher-idonea-sim-mas-auxiliadora/
14
Ibid.
A pergunta que precisa de resposta é, têm como conciliar o cristianismo
como o feminismo, em aspectos, mais extremos a história do “empoderamento”
feminino não pode ser considerado como algo novo vemos ainda no jardim
resquícios do que seria, o lapso de insubmissão e desejo de autonomia na atitude
de Eva, diante das palavras de satanás, por tanto podemos dizer que parte de sua
origem nasce já na antiguidade, mas têm proeminência a partir do século XIX, a
sombra da inferioridade que paira no inconsciente feminino, onde o estigma da
superioridade masculina frente a inferioridade feminina, seria uma eterna
subordinação, e exclusão de direitos, para algumas mulheres é a hora de se libertar
do arcaísmo bíblico, e ser independente criando um conceito de família, nos padrões
totalmente secularizado.
Uma defensora do movimento feminista, Mary Daley15, usa uma linguagem
radical, de um Deus castrador, “Mary sugere que se Deus é homem, então o homem
é Deus. O patriarca divino castra as mulheres enquanto ele tiver permissão para
viver no imaginário coletivo”.
Segundo o conceito feminista às escrituras, e o próprio cristianismo,
confrontando o conceito bíblico de patriarcado, alvo de suas indagações e
descrença resumidamente descrito por Dworkin:

Sob o patriarcado, nenhuma mulher é segura para viver sua vida, amar ou
ter filhos. Sob o patriarcado, toda mulher é uma vítima, no passado,
presente e futuro. Sob o patriarcado, a filha de toda mulher é uma vítima, no
passado, presente e futuro. Sob o patriarcado, o filho de toda mulher é seu
potencial traidor e também o inevitável estuprador ou explorador de outra
mulher. […] Isso significa que teremos que atacar e destruir todas as
instituições, leis, filosofia, religião, costumes e hábitos desse patriarcado16

3.1.2. As inconsistências do feminismo e a resposta bíblica.

Existe clara divergência, entre o que às escrituras ensinam, e o que o


feminismo defende como verdade, isso é claramente coerente com o pensamento
dos defensores do exclusivismo feminista, sugerindo que a palavra de Deus, não

15
SCHLISSEL Steve M.. Irremediavelmente Patriarcal. Disponível em:http://monergismo.com/novo/vida-
crista/irremediavelmente-patriarcal/ Acesso 11/out/2022
16
DWORKIN, A. Nosso Sangue: Profecias e Discursos sobre Política Sexual. Nova York: Perigee
Books, 1981.p.20
coaduna com seus princípios, se debruçando exegeticamente, negar princípios
inalienáveis das escrituras, estes, conhecido como “feministas evangélicos”

Como Bavinck, Dabney e outros já disseram, somente os radicais


permaneceram para a briga final, pois todas as tentativas de meio-termo
fracassaram por fraqueza. Sendo assim, devemos reconhecer que só
existem realmente duas posições dignas de serem seriamente consideradas
por um aprendiz: o feminismo consistente e o pactualismo bíblico
consistente. E os dois lados reconhecem completamente que não é possível
fazer com que a Bíblia ensine o que “feministas evangélicos” gostariam que
ensinasse.17

Conclui-se que a tentativa de desconstruir o que Deus, estabeleceu como


conduta cristã, Deus não constituiu o casamento, como um elo de escravidão da
mulher, em nenhum momento às escrituras diminui a mulher, ao contrário, do que
defendem o feminismo, negando às escrituras, em contraponto às escrituras deixa
claro quanto o papel da mulher como auxiliadora, fiel, idônea, submissa, não como
uma ser inferior, mas como alguém que honra a Deus, e a seu cônjuge. (Efésios 5.
22) diz: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor”.
Está palavra vai de encontro ao senso libertário feminista, existem um sentido
o que se espera de esposa fiel, que a esposa honre seu marido, que exerce
autoridade constituída por Deus, a qual foi comissionado, para refletir a glória de
Deus e sua gloriosa justiça, (Pv 12.4) descreve a mulher virtuosa como a coroa de
seu marido, e adverte aquela que têm um proceder vergonhoso é como podridão
nos seus ossos”.
Existem um propósito de Deus para o homem, assim como usar a mulher,
ambos desempenhando um papel que se complementam, o homem exerce um
papel de liderança cuidando de seu cônjuge com amor, assim como a mulher
desempenha seu nobre papel de auxiliadora, ajudado-o, no enfrentamento de seus
dilemas, ajudando-o a desenvolver um ministério com excelência. “Quando as
diferenças entre os gêneros são vistas da maneira correta, elas geram preciosos
frutos e agradam a Deus”.18 Na busca por independência, claro sem desconsiderar
os efeitos do pecado, sobre toda humanidade, vemos movimentos que, derivam de
concepções erradas sobre as escrituras, Eva foi a primeira mulher a levantar a
bandeira da independência, porém uma independência que lhe custaria uma alto
preço, (Gn.3) mesmo tendo continuidade no que tange ao cumprimento conjugal ela

17
Ibid.
18
Ibid.
estava desligada da comunhão com seu criador mas não de suas obrigações agora
afetada pelo pecado, apontando para o fracasso de tornar-se a parte do que foi
estabelecido por Deus, desde a concepção do matrimônio no Éden.

4. ESPOSAS FIÉIS COMO COROA DE SEUS MARIDOS

As escrituras, apresentam em diversos momentos exemplos de fidelidade por


parte de mulheres notáveis, que cumpriram um papel preponderante na história, Ana
foi um delas, sua história se assemelha com a história de Sara ambas eram estéreis,
Ana orava constantemente ao Senhor e como uma esposa fiel amava seu marido,
Elcana, neste cenário de aparente frustração, inclusive, pois tinha que enfrentar uma
concorrência, conforme costume da época, o homem optar em ter uma mulher que
te deste filho era de extrema importância para a cultura, seu nome era Penina, que
pelo fato de ter filhos zombava da condição de Ana, mais o exemplo de Ana merece
destaque nestas páginas.
Elcana amava Ana e a honrava (1 Sm 1.4-5) Ele a honrava perante todos, um
fato que precisa ser considerado, a respeito da família, que aponta para uma
característica que, na prática, não é levada a sério pelo menos por boa parte das
famílias, que diferente das opiniões de alguns, o ponto forte de uma família, não se
trata da relação de um mãe piedosa com seus filhos, é o amor a seu esposo, esse
amor é considerado a chave, para uma família sadia, haja vista que, um lar
estruturado não é constitui pelo amor dos, pais aos filhos, a base para uma estrutura
familiar é o casamento, o conceito de família não deve girar em torno dos filhos.19
Esse ponto é de extrema importância, pois o convívio dos filhos em um lar
saudável, fornecerá a eles o exemplo necessário para eles crescerem, tendo na
convivência dos, pais o exemplo de família, para suas vidas, no trato, o afeto
conjugal, as virtudes e também o pecado, a conciliação e o perdão, ensinamentos
que ficará plantado no coração dos filhos enquanto viverem.
Ana apesar das dificuldades apresentada tinha um laço afetivo com seu
marido, assim também era correspondida, Ana era uma exemplo de devoção a Deus
Sm 1.12 Ana orava continuamente ao Senhor, passando-se o tempo Deus concedeu
a Ana um filho a qual ela consagrou a Deus Sm 1.19-20, a vida de Ana oferece
preciosas lições, sua condição não a impediu de exercer seu nobre chamado, junto
19
MACARTHUR, John Doze mulheres notáveis. São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p.91
a seu marido, era um excelente dona de casa cuidava de seu marido, e mantinha
um vida de oração e comunhão com Deus ativa, mesmo sendo vilipendiada por
Penina, ela confiou em Deus e pode ser considerada um exemplo de mulher fiel e
dedicada.

4.1 Esposas Fiel que honram a Deus.

É impressionante como essas mulheres deixaram um legado que marcaram


seu tempo, ajudando a escrever capítulos da história que merece total consideração
que nos abençoam até os dias de hoje através de testemunhos impactantes das
suas vidas piedosas, sendo fiéis auxiliadoras de seus esposos. Mulheres que
amavam a Deus e a sua Palavra, que brilharam ao entenderem o seu chamado para
amar e servir a Deus como mulheres.
É importante destacar alguns aspectos importantes que as descrevem como
servas de Deus, de uma auxiliadora, destaca-se alguns predicados:
Na carta de Paulo a (Timóteo 2.9-15) descreve um aspecto muito importante
às vezes mal compreendido por muitas mulheres quando, o assunto é submissão,
Duncan.J.ligon diz que a polêmica envolvendo submissão na carta de Paulo,
“precede uma promessa de graça e amor soberano”20 e está submissão que
apresenta algumas exortações, também descreve como um verdadeiro proceder
cristão agrada a Deus, não só as mulheres sejam submissas aos homens, também
devem demonstrar uma submissão incondicional ao seu Criador.
Às mulheres (Esposas) em nenhum momento deve encarar a liderança de
seu cônjuge com um fardo ou algo demasiadamente difícil de cumprir, mas deve
perceber que palavras como submissão não quer dizer julgo, mas companheirismo,
dedicação familiar, cuidado com seu cônjuge e saber se portar como com a nobre
missão com a quais foi vocacionada, “Uma mulher digna de honra, de acordo com
Provérbios 31.30, é “a mulher que teme ao SENHOR”. O texto continua dizendo:
“essa será louvada”21.
Quando Paulo escreve aos Efésios expondo uma defesa consistente acerca
do papel da mulher segundo às escrituras, traz não uma forma de subjugar, mas de

20
DUNCAN, J.LIGON. Ministério Feminino na igreja local. São Paulo: Cultura Cristã,2008, p.75
21
BEEKJ.R.Disponível.em:http://www.mulherespiedosas.com.br/a-auxiliadora-do-pastor-parte-1-por-dr-joel-r-be
eke/ Acesso 09/11/2022
demonstrar como as mulheres devem ser submissas a seus maridos, como ao
Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher”. E isso não divide o corpo, mas
mostra tanto proteção por parte do homem, como também é recíproco o cuidado que
a mulher deve ter com seu marido, como se estivesse efetuando para o próprio
Deus, autor de toda criação que estabeleceu parâmetros a serem seguidos, o
homem como coroa da criação, tendo em sua companheira uma fiel auxiliadora,
para suprir não apenas a sua solidão, mas para ser um com ele, para glória de
Deus.

CONCLUSÃO

A esposa fiel é parte integrante do ministério do seu marido, como uma


verdadeira auxiliadora descrita no Jardim do Éden como, carne de sua carne, é
importante lembrar que essa nobre missão descrita em (1 Pe 4.10-11), é uma
declaração ao serviço, que honra aquele quem decreta todas as coisas, “pois os
dons são dados por Deus autorizados por ele a fim de glorificá-lo, ou seja, o serviço,
neste caso da esposa, combatente, que enfrentam lutas, ao lado de seu cônjuge, em
primeiro lugar amar a Deus sobre todas as coisas é um mandamento para todos, no
caso da esposa idosa cuidar da família, ora por ela e apoiar seu cônjuge em seu
ministério, fugindo da tentação de achar-se independente, sabendo que seu direito
está em Deus,22 “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao
Senhor.” (Ef 5.22), uma esposa exemplar, descrita na bíblia, é comparada a uma
pedra preciosa, (Pv 31.10), é sábia e edifica sua casa, (Pv.14.1), deve ser exemplo
de liderança, pois exerce papel de cuidadora do lar, e no cuidado junto ao marido
dos filhos, pois a responsabilidade do casamento repousa sobre ambos, isso sem
descuidar da piedade, não murmuradora nem autoritária, mas colaborando com a
liderança do marido. (1 Tm 3.11) sendo sóbrias em tudo.
A autoridade do marido sobre sua esposa precisa ser com amor, assim como
a esposa deve respeitar seu marido, assim o marido deve honrar sua esposa, (Ef
5.28) “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo.
Quem ama a esposa a si mesmo se ama”.(1 Tm3.2; Tt 1.6) marido de um só mulher,
ou seja, existem virtudes que compreende ambos, o esposo como uma líder fiel,

22
FURMAN, Glória, A esposa do pastor: Fortalecida pela graça para uma vida de amor, São Paulo:
Fiel, 2016, p.87
deve possuir atributos ilibáveis assim como sua esposa formando uma só corpo com
ela, um só carne, apesar dos movimentos em defesa dos direitos das mulheres
(feminismo) as escrituras traçam esses, direitos sem comprometer ou subjugar a
mulher, ao contrário, vemos Deus honrando esse nobre ministério, que movimentos
como o feminista tenta abolir erroneamente das escrituras expondo sua versão
libertaria, contrária aos ensinos das escrituras, essa questão é muito bem descrita
por Paulo na carta aos (Coríntios 11.11-12), “No Senhor, todavia, a mulher não é
independente do homem nem o homem independente da mulher. Pois, assim como
a mulher provém do homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém
de Deus.”23

23
Os textos, referendado, foram extraídos da versão (ARA)
REFERÊNCIA

FURMAN, Glória, A esposa do pastor: Fortalecida pela graça para uma vida de
amor, São Paulo: Fiel, 2016

BEEKJ.R.Disponível.em:http://www.mulherespiedosas.com.br/a-auxiliadora-do-pasto
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