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DE ECONOMIA:
ESCASSEZ, ALOCAÇÃO
DE RECURSOS
Profa Dra Angelica da Trindade
prof.angelica.trindade@frm.edu.br
CONCEITOS BÁSICOS
■ Há uma grande interação entre o direito e a economia que pode ser percebida, por
exemplo, na ampla utilização de contratos como forma de organizar a produção das
empresas em uma economia de mercado, viabilizar o financiamento de novos
investimentos e mesmo a atuação do Estado como regulador de atividades
econômicas.
■ Esses produtos e serviços são comumente denominados de bens econômicos, distintos dos bens
livres, que são aqueles úteis, porém não escassos, por exemplo, o ar que respiramos.
■ Quando afirmamos que determinado bem é escasso, isso significa dizer que a quantidade
disponível desse bem é inferior àquela que desejaríamos possuir.
■ Diante disso, sua utilização pela sociedade deve ocorrer de forma eficiente, obtendo o
máximo retorno possível em sua utilização.
■ Imagine agora que tenhamos de escolher entre dedicar parte de nosso dia a estudar para uma
prova ou trabalhar. É certo que não podemos realizar ambas as tarefas ao mesmo tempo.
■ Precisamos tomar uma decisão, fazer uma escolha entre tirar uma boa nota na prova ou ganhar
o salário referente a um dia de trabalho. Cada uma dessas escolhas representa ao mesmo tempo
um custo e um benefício;
■ dizemos então que há um trade-off no processo de escolha. Escolher algo significa ao mesmo
tempo um benefício e um custo.
■ Pode-se afirmar que o trade-off está associado a uma situação de escolha conflitiva, uma vez
que, a decisão por uma determinada ação econômica que visa à resolução de um determinado
problema acarreta inevitavelmente outros.
■ Assim, as ações dos indivíduos são afetadas pelos incentivos: as pessoas, tanto as
famílias como as empresas, tomam suas decisões baseadas nos custos e benefícios de
uma determinada conduta. Esse custo, o que deixamos de ganhar no momento em que
abrimos mão de algo, é definido como custo de oportunidade.
■ Nesse nosso exemplo, a decisão de passar a tarde estudando para uma prova exclui a
possibilidade de trabalhar naquele mesmo dia.
■ É certo que taxas mais elevadas são, em geral, positivas para o país,
principalmente pelo aumento no nível geral de emprego.
■ Há, além do preço da manteiga, diversas outras variáveis que também afetam a
quantidade consumida desse produto, principalmente:
■ a renda do trabalhador;
■ o preço do pãozinho que é consumido com a manteiga, definido, nesse exemplo,
como um bem complementar;
■ o preço da margarina, que, nesse caso, é o produto considerado pelos
consumidores o mais próximo da manteiga e, assim, definido como um bem
substituto; e
■ a utilidade do produto (gosto).
■ Podemos analisar como a variação de cada uma dessas variáveis, afeta a decisão de um
indivíduo de adquirir determinado produto:
■ aumento do preço do próprio produto: afeta negativamente, quanto maior o preço da manteiga
menor será a quantidade consumida, seja porque as pessoas irão substituir a manteiga por
margarina, seja porque não terão renda suficiente para adquirir a manteiga a seu novo preço;
■ aumento da renda do trabalhador: afeta positivamente, quanto maior a renda (ou salário) maior
poderá ser a quantidade consumida de manteiga pelo individuo;
■ aumento do preço dos bens substitutos: afeta positivamente, pois a quantidade demandada de
manteiga irá aumentar (se o preço reduziu), em detrimento da quantidade demandada de
margarina, que ficou mais cara;
■ aumento da utilidade do produto (gosto): afeta positivamente, quanto mais as pessoas gostarem
de consumir manteiga, maior será a quantidade consumida desse produto.
■ É importante destacar que a utilidade consiste na capacidade que um bem tem de atender a uma
necessidade humana. O conceito de necessidade é subjetivo, sendo relacionado ao prazer ou à
satisfação que o individuo atribui ao consumo de um determinado produto.
■ Assim, por meio do modelo de demanda conseguimos prever como a variação de cada uma
dessas variáveis afeta a quantidade consumida de determinado produto.
■ Portanto, é bastante difícil prever o que ocorrerá com a quantidade consumida de manteiga se,
ao mesmo tempo, houver um aumento de seu preço e um aumento da renda do trabalhador uma
vez que as duas variáveis afetam a quantidade consumida de manteiga de maneira inversa.
■ Em virtude dessa complexidade são realizadas simplificações nos modelos econômicos
que nos permitem entender, por exemplo, de que maneira isoladamente cada uma das
variáveis afetará o resultado final.
■ Essa hipótese é denominada coeteris paribus e quer dizer que “tudo o mais está
constante”.
■ Ou seja, tudo o mais permanece constante: renda, preço dos bens complementares,
preço dos bens substitutos e a utilidade.
■ A água é um exemplo interessante para discutirmos a análise marginal. Muito embora seja
indispensável à vida (elevada utilidade total), como se trata de um bem abundante na natureza, e
havendo praticamente livre disponibilidade de unidades adicionais, sua utilidade marginal tende a
zero.
■ A utilidade marginal é igual a zero quando o indivíduo alcança seu ponto de saciedade, uma vez
que a satisfação que a última unidade consumida acrescenta à utilidade total, diminui à medida
que aumenta seu consumo.
■ Essa é a lei da utilidade marginal decrescente: à medida que se aumenta o consumo de
determinada mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui.
■ Desse modo, é fácil perceber que esse conceito está relacionado ao princípio da
saturabilidade, isto é, à medida que se consome um bem, diminui a satisfação ou a
utilidade consumida de cada unidade adicional desse mesmo bem.
■ Em nosso exemplo, portanto, o valor máximo que o consumidor está disposto a pagar
por uma unidade adicional de um copo de água é pequeno.
❖ A utilização do ferramental matemático
■ A utilização da matemática, também denominada ferramental quantitativo, é bastante difundida
na análise econômica. Nosso objetivo aqui será entender de que forma essa notação pode ser útil
na apresentação de modelos econômicos, bem como nos familiarizar com a utilização de tabelas,
gráficos e equações. Esses recursos são muito úteis, permitindo a visualização imediata de ideias.
■ Uma análise comparativa entre os dados passa a ser possível, por exemplo: Dados de produto
interno bruto (PIB) entre países por meio de tabela.
Link: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/03/04/pib-do-brasil-em-2021.htm
■ Quando comparamos o valor do PIB brasileiro em anos consecutivos, obtemos a
taxa de variação anual, que é geralmente apresentada na forma percentual.
• Em valores monetários,
o PIB do Brasil
em 2021, por exemplo,
foi de R$ 8,9 trilhões.
• No último trimestre
divulgado (3º trimestre
de 2022), o valor foi de
R$ 2 543,6 bilhões.
• O Brasil foi o 24º país que mais
cresceu no 3º trimestre de 2022
em relação ao anterior. A lista é
da Austin Rating e contempla
50 nações.
• disponível:
(https://www.poder360.com.br
/economia/pib-do-brasil-
cresce-04-no-3o-trimestre-diz-
ibge/)
• O Brasil está em 12º no
ranking de maiores
economias do mundo no
acumulado do ano. Tem US$
1,89 trilhão em PIB nominal.
■ Governo: a existência de impostos e gastos de governo faz com que a renda nacional
disponível seja igual à renda nacional menos os impostos diretos e que o governo
também adquira bens e serviços;
2008 40,51
2009 40,15
2010 40,54
2011 40,82
2012 40,98
2013 41,10
2014 e 2015 41,37
2016 e 2017 41,80
DIAS MÉDIOS TRABALHADOS POR ANO SOMENTE PARA PAGAR
TRIBUTOS:
Fonte: IBPT.
DIAS MÉDIOS TRABALHADOS POR ANO SOMENTE PARA PAGAR
TRIBUTOS:
Fonte: IBPT.
Comparação dos dias trabalhados em outros países
• Utilizando a mesma metodologia, os cidadãos de outros países trabalham os seguintes dias para pagar
tributos:
■ Considerando que nossa economia produz, exclusivamente, televisores e camisas, isso significa
dizer que todos os fatores de produção (máquinas, equipamentos e mão-de-obra) estão sendo
utilizados exclusivamente na produção desses dois únicos produtos.
■ Nesse caso teríamos, no máximo:
■ Se forem produzidos apenas televisores: 90 aparelhos; Se todos os fatores de produção forem
utilizados para produzir apenas camisas: 100 unidades (ponto C).
■ Se forem produzidos televisores e camisas: qualquer quantidade limitada à direita pela fronteira
de possibilidade de produção.
■ Por exemplo, pontos A e B, em que serão produzidos, respectivamente, 50 e 60 televisores e 25 e
70 camisas;
■ As quantidades produzidas de televisores e camisas identificadas nos pontos A, B e C anteriores
são todos pontos factíveis de ser produzidos. Ocorre que apenas os pontos na fronteira de
possibilidade de produção (B e C) a economia está produzindo a pleno emprego.
■ Ou seja, são combinações de produção tecnicamente eficientes, s, desempreguma vez que se
está produzindo o máximo possível em uma economia e não há desperdícioo nem capacidade
ociosa das máquinas e equipamentos.
■ Em outras palavras, não há como se produzir mais de um produto sem deixarmos de produzir o
outro.
■ Em termos econômicos diz-se que há custo de oportunidade quando passamos a produzir, por
exemplo, do ponto B para o ponto C.
■ O custo de oportunidade, é exatamente aquilo de que fomos obrigados a abrir mão. Nesse caso,
o custo de oportunidade de passarmos a produzir mais camisas (ponto C) é exatamente o que
deixamos de produzir de televisores (sessenta aparelhos) quando operávamos no ponto B.
■ Assim, os pontos B e C são eficientes porque se está obtendo tudo o que é possível por meio dos
recursos escassos existentes nessa economia.
■ Esses pontos são considerados pontos de pleno emprego, em que todos os recursos estão sendo
utilizados, sendo que não é possível produzir mais de um produto sem reduzir a produção do
outro.
■ Já os pontos à esquerda da FPP, muito embora sejam pontos factíveis, são pontos
ineficientes, uma vez que há capacidade ociosa e desemprego na economia, as empresas
estão produzindo abaixo de sua capacidade produtiva e parte dos trabalhadores está
desempregada.
■ Nesse caso não há custo de oportunidade ao passarmos do ponto A para o ponto B, por
exemplo – a quantidade produzida será aumentada de 50 para 60 aparelhos de TV e de 25
para 70 camisas simplesmente com a utilização eficiente dos recursos produtivos existentes
na economia.
■ A fronteira de possibilidade de produção permite-nos ainda visualizar a evolução do
crescimento econômico, a expansão econômica, que pode ocorrer tanto pelo aumento das
disponibilidades de recursos produtivos da economia como pelas melhorias tecnológicas que
aumentam a produtividade das máquinas e dos trabalhadores (deslocamento para a direita
da FPP).
■ De outro lado, é possível entender o que ocorre com uma economia quando ela atravessa
um processo de recessão econômica ocasionado, por exemplo, por uma guerra, quando há o
esgotamento de um importante recurso natural.
■ Nesse caso, a retração econômica consiste no deslocamento para esquerda da FPP, e os
pontos factíveis de produção serão menores.
AUMENTO DA PRODUÇÃO
QUEDA DA PRODUÇÃO
■ OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS DA ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
■ Os países procuram organizar sua economia a fim de resolver, com o menor desperdício possível, os
problemas sobre o que, quanto, como e para quem produzir:
■ o que será produzido: é a primeira pergunta a ser feita, isso porque, como vimos, os recursos
econômicos existentes são escassos. Assim, a sociedade deverá, de início, escolher quais os produtos
e serviços que serão produzidos;
■ quanto será produzido de cada produto ou serviço: essa segunda questão também está relacionada
ao fato de os bens econômicos serem escassos. Portanto, escolhidos os produtos e serviços que serão
produzidos, a sociedade precisa decidir a quantidade que será produzida de cada um deles;
■ como será produzido: é preciso também definir qual processo produtivo será empregado na produção
desses produtos e serviços previamente escolhidos. Essa questão é feita porque existem diversos
processos produtivos alternativos, e cada um deles possui custo e resultado distinto. É certo que o
processo utilizado será sempre o mais eficiente, com menor desperdício, menor custo e maior retorno;
■ para quem se destinará o que foi produzido: como se dará a distribuição dos produtos e serviços
produzidos nessa sociedade. Essa última questão está relacionada a como se dará a distribuição de
renda na economia – é quando surge o importante conceito de equidade, que significa uma
distribuição mais justa dos recursos dentro de uma sociedade.
■ É importante frisar, distribuição equitativa não significa distribuição igualitária, pois os agentes são
diferentes dentro da sociedade.
SISTEMAS ECONÔMICOS:
FEUDALISMO, CENTRALIZADOR E
CAPITALISMO
■ SISTEMAS ECONÔMICOS
■ Esses sistema é definido pelas forças produtivas e pelas relações sociais de produção
existentes em uma determinada sociedade.
■ As relações sociais de produção, por sua vez, são as relações entre as classes
sociais dentro de uma sociedade, forma pela qual o excedente social é
apropriado.
■ Não havia leis como conhecemos hoje, sendo as relações sociais governadas pelos costumes
vigentes no feudo. A posse ou o uso da terra pressupunha certos serviços ou pagamentos
costumeiros, em troca de proteção.
■ O senhor era tão obrigado a proteger o servo quanto esse era a lhe pagar, em troca, com uma
porção de sua colheita ou com sua força de trabalho. A instituição econômica básica era o feudo,
que tinha duas classes distintas: senhores e servos.
■ No sistema centralizador, que existiu, por exemplo, na ex-União Soviética, as decisões
econômicas são tomadas por órgãos políticos, havendo, portanto, coincidência de planos
decisórios políticos e econômicos.
■ Outra importante característica desse sistema produtivo, que o diferencia dos demais é fato de os
órgãos estatais responsáveis pelas decisões econômicas (o quê e quanto será produzido; como
será produzido; a quem será destinado o que foi produzido) serem estruturas centralizadoras,
exatamente por isso ele é denominado sistema centralizador.
■ Assim, os preços são, na verdade, administrados pelo órgão político centralizador, uma vez que
ele será o responsável pela determinação do quê e de quanto deverá ser produzido e consumido
nessa sociedade.
■ No capitalismo, a produção de mercadorias é orientada para o mercado, há propriedade privada
dos meios de produção. O capital consiste nos instrumentos ou em outros meios de produção.
■ A segunda é a teoria do valor trabalho, em que a mercadoria tem seu valor determinado
pela quantidade de trabalho socialmente necessário nela contido, tanto a mão-de-obra
direta, utilizada em sua produção, quanto a mão-de-obra indireta, utilizada na produção
dos instrumentos empregados na produção dessa mercadoria, uma vez que tudo o que
se produz em forma de mercadoria é fruto direto ou indireto de trabalho humano.
■ A teoria do valor utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua
demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa ao consumidor, não
esquecendo que o conceito de satisfação é um atributo subjetivo.
■ Importante mencionar novamente que o valor de cada bem é dado pela utilidade
proporcionada pela última unidade disponível desse bem (utilidade marginal).
■ Assim, quão mais escasso for um determinado produto, maior será sua utilidade marginal e,
portanto, seu valor.
■ A utilidade marginal é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma
unidade do bem. É decrescente porque a satisfação do consumidor diminui com o consumo de
uma unidade a mais.
■ Os preços relativos refletem as utilidades relativas para os consumidores das mercadorias que
estão disponíveis no mercado. O valor que atribuímos a uma mercadoria depende de sua
quantidade disponível no mercado; quanto maior a quantidade, menor será seu valor.
■ Por exemplo, supondo que uma criança estivesse com fome e decidisse saciá-la comendo um
pão. O primeiro pão traria elevada utilidade, o segundo, caso a criança ainda estivesse com um
pouco de fome, traria uma utilidade adicional positiva, mas menor que a do primeiro pão.