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INFLUENZA VÍRUS

(H1N1, H3N2 e H5N1)


Camila Fernanda
Camila Santos
Gleisiane Teles
Joseanne Meira
Tamires Paiva
Histórico da doença
Os EUA entraram na Aconteceu o primeiro O vírus influenza
1ª guerra mundial. A isolamento do vírus H3N2 aparece e
expectativa de vida influenza e é desencadeia uma
era de 54 anos para demonstrado que a pandemia, que
mulheres e 48 para doença é causado por substitui o do vírus
homens um vírus e não uma
1917 1930 bactéria
1968 H2N2

As ondas de atividade O vírus influenza O genoma do vírus da


da gripe na primavera H2N2 aparece e gripe pandêmica de
e no outono reduzem desencadeia uma 1918 foi
a expectativa de vida pandemia, que completamente
média nos EUA em 12 substitui o de H1N1 sequenciado
anos. em 1918
1918 1957 2005
O Serviço de Saúde O vírus H1N1 aparece,
A terceira onda de
Pública dos EUA distantemente
gripe pandêmica
recomenda a relacionado ao vírus
acontece. A pandemia
vacinação anual de 1918, e
é controlada, mas o
contra influenza em desencadeia uma
vírus H1N1 continua
pessoas com alto pandemia.
circulando por 33
1919 anos. 1960 risco de complicações 2009
graves da influenza
Influenza vírus
Vírus
• Acelulares
• Parasitas intracelulares obrigatórios
• DNA: Adenovírus
• RNA: Retrovírus
• Transcrição e Retrotranscrição

Image from: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/virus.htm

Image from: https://www.infoenem.com.br/virus-estrutura-caracteristicas-e-principais-doencas/


Influenza vírus
• Infecção aguda do trato respiratório, geralmente causada pelo vírus
da influenza sazonal A ou B.

• Influenza C não está associado a epidemias ou pandemias, e


provoca doença leve.

• Ocorre durante todo ano (mais frequente no outono e no inverno,


quando as temperaturas caem), principalmente no Sul e no Sudeste
do país.
Epidemia x Pandemia

EPIDEMIA PANDEMIA
É quando uma doença se É quando uma epidemia se
desenvolve se espalhando espalha para outras regiões,
rapidamente em um local e podendo ser um continente
resultando em várias vítimas inteiro ou até mesmo todo o
em um pequeno espaço de globo terrestre.
tempo.
Pandemia em 2009
• Resultou no rearranjo de genes suínos, aviários e humanos.

Origens do hospedeiro e da linhagem


para a distribuição genética do vírus
influenza A:
• PB2, polimerase básica 2;
• PB1, polimerase básica 1;
• PA, polimerase ácida;
• HA, hemaglutinina;
• NP, nucleocapsídeo;
• NA, neuraminidase;
• M, gene da matriz;
• NS, gene não estrutural
• Cor do segmento gênico no círculo
(From Garten RJ, Davis CT, Russell CA, et al: Antigenic and genetic characteristics of swine-origin 2009 A(H1N1) influenza viruses indica o hospedeiro.
circulating in humans, Science 325(5937):197–201, (2009.)
Etiologia
Agente etiológico

• Vírus de RNA de cadeia simples de grande porte


• Pertence a família Orthomyxoviridae
• Gêneros:
Influenza A: aves, suínos, equinos, humanos
Influenza B: humanos
Influenza C: humanos e suínos

• O RNA codifica 5 proteínas estruturais e 3


proteínas não estruturais.
• Elementos da proteína M e nucleoproteína NP
são usadas para classificar o vírus no tipo A, B e
C.
Image from: https://www.mdpi.com/1999-4915/11/2/122/htm
Agente etiológico

• Hemaglutinina (antígeno H) – glicoproteína de superfície, que permite o vírus se ligar ao ácido


siálico celular e fundir-se com a membrana celular do hospedeiro.

• Neuraminidase (antígeno N) – glicoproteína de superfície, que remove enzimaticamente o


ácido siálico, promovendo a liberação viral da célula hospedeira infectada

• E essas duas glicoproteínas são importantes na patogênese.


Características da partícula viral
ESTRUTURA:
• Vírus pleomórficos
• Nucleocapsídeo com simetria helicoidal
• Recoberto por membrana lipoproteica
• Genoma RNA – segmentado (8seg.)

PROTEÍNAS:
• HA: hemaglutinina
• NA: neuraminidase
• M1: matriz
• M2: montagem do vírus
• NP: nucleoproteína
• PB, PB1, PB2: polimerases
Tipos de vírus
• Os vírus da influenza tipo A são divididos em
subtipos, que são definidos pelos antígenos H e
antígenos N presentes no vírus.
• 3 subtipos antigênicos do antígeno H (H1, H2 e H3)
• 2 subtipos antigênicos do antígeno N (N1 e N2)
• O que permite diversas combinações diferentes.

• Influenza tipo B é dividido em Victoria e Yamagata.

• Influenza tipo C não está associado a epidemias ou


pandemias e provoca doença leve

Available at https://phil.cdc.gov/phil/details.asp;
Douglas Jordan and Dan Higgins, 2009.)
Mudanças no
vírus influenza
Variação antigênica

• Conhecida também como Antigenic drift;

• Pequenas variações ou mutações nas proteínas de superfície do vírus resultando em novas


amostras dentro do mesmo subtipo viral;

• Ocorre frequentemente e faz com que o sistema imunológico não reconheça. Razão pela qual
uma pessoa pode adquirir influenza mais de uma vez ao longo da vida;

• Devido a essa variação antigênica, a composição da vacina contra influenza é revista


anualmente.
Rearranjo genômico/Mudança antigênica

• Conhecida por Antigenic shift;


• Ocorre apenas nos vírus influenza A e são
grandes mudanças antigênicas. Surge nova
hemaglutinina e/ou neuraminidase em vírus
influenza que infecta humanos;
• Os novos subtipos emergem a partir de uma
população animal e são distintos dos subtipos
que circulam em humanos;
• A loteria de rearranjos pode originar linhagens Quando dois Influenzas diferentes entram
muito perigosas. Gera o estrago causado por em uma mesma célula, seus genes
essas variantes híbridas; podem se rearranjar na formação de
• Evento fundamental no surgimento de novas partículas virais.
linhagens pandêmicas.
Algoritmo da Influenza

Fonte: Ministério da Saúde


Influenza A

• Mais suscetível às variações antigênicas e apresenta diversos subtipos.

• Encontrado em várias espécies de animais (suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves), além
dos seres humanos.

• Atualmente os subtipos H1N1pdm09 e H3N2 circulam de maneira sazonal e infectam humanos.

• Os vírus H5N1, H7N9, H10N8, H3N2v, H1N2v, entre outros podem infectar humanos e causar
doenças graves.

• O vírus influenza A (H7N9) é um subtipo de origem aviária.


Influenza A

• Genomas dos vírus influenza A e B contêm um complexo de transcrição/replicação viral


formado pelas proteínas PB1, PB2 e PA, associado à extremidade de cada segmento.

• Nucleoproteína é composta pelo conjunto de RNA, NP, PB1, PB2 e PA

• Envelope viral é formado por: dupla camada lipídica, contendo projeções proeminentes
formadas por glicoproteínas HA, NA e proteína M2, cobrindo a proteína M1.
Influenza A - Classificação

Código do
Lab./Número
de cultivo
Influenza A - H1N1

• Conhecida como gripe Influenza tipo A ou gripe suína, ela se tornou


conhecida quando afetou grande parte da população mundial entre
2009 e 2010.

• Os sintomas da gripe H1N1 são bem parecidos com os da gripe comum


e a transmissão também ocorre da mesma forma.

• O problema da gripe H1N1 é que ela pode levar a complicações de


saúde muito graves, podendo ser fatal. O vírus vive por duas a oito
horas em superfícies e lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as
chances de contaminação.
H3N2v
Conhecida também como G i e de Hong-Kong , por causa da origem da pandemia em 1968-1969;

Subtipo de influenza do tipo A com antígenos de superfície H3 e N2 (sofre constantes mutações em sua
glicoproteína da hemaglutinina, o que afeta a ação dos anticorpos humanos contra a doença e por isso
há a necessidade de se produzir uma nova vacina a cada ano);

Originalmente, o H3N2 não é um vírus que afeta humanos, sendo mais comum em espécies como aves
e suínos. Contudo, a transmissão entre pessoas é possível. Dessa forma, fica conhecido como vírus
variante;

Transmitida por aves criadas soltas e sem higiene;

Muitas vezes, o vírus H3N2 é confundido com o H2N3, um outro tipo de vírus que não afeta humanos,
se transmitindo apenas entre os animais.
H3N2v
• Destaque nos EUA, no início do inverno de 2018 após causar várias mortes. O aumento das mortes
por H3N2 no Hemisfério Norte aconteceu porque o vírus que circulou era diferente do que a vacina
prevenia;

• Para especialistas não é possível afirmar que a incidência no Brasil seja igual ao dos EUA, lembrando
que há um inverno muito mais intenso na América do Norte

• Em 2018, até 07 de abril, foram registrados 286 casos de influenza em todo o país, com 41 óbitos. Do
total, 71 casos e 12 óbitos foram por A/H3N2.

• Até abril deste ano, foram identificados 54 casos de influenza A (H3N2) no Brasil;

• A principal complicação decorrente de gripe H3N2 consiste em crises de insuficiência respiratória, que
podem levar o paciente a óbito se não forem tratadas imediatamente e em caráter de urgência.
H3N2v
O Vírus Variante Influenza A H3N2 (também conhecido como H3N2v ) com a matriz (M) gene do vírus
H1N1 da pandemia de 2009 foi detectado pela primeira vez em humanos em julho de 2011, nos Estados
Unidos (Indiana, Lowa, Maine Pensilvânia e Virgínia Ocidental);

Em 2012, foram detectados 309 casos de infecção H3N2v em 12 estados. Em 2013, foram detectados
19 casos de H3N2v em cinco estados;

Neste momento a circulação do vírus H3N2v está limitada aos Estados Unidos. Em nosso país não há
circulação desta variante, até esta data.
H5N1
• Gripe do frango
• Gripe aviária
• Resfriado das aves (menos comum)

• Doença infecciosa aguda altamente contagiosa


• Causado pelo vírus da influenza tipo A
• Para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é
considerada de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário
Oficial do Brasil – Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento/MAPA
H5 - Subtipos

• 9 subtipos do vírus H5 (H5N1, H5N2, H5N3, H5N4, H5N5, H5N6, H5N7, H5N8 e H5N9);

• H5N1 é o mais patogênico;

• Ao ser introduzido de forma pouco patogênica em aves de criatórios pode se tornar altamente
patogênicos em poucos meses;
• Em sua forma patogênica causa a morte de todas as aves
infectadas;
• Tem como característica ataques súbitos e rápida disseminação;
• O H5N1 divide-se em diferentes categorias, de acordo com os
genótipos: V, W, G e Z. Todos os vírus H5N1 que causaram infecção
em seres humanos pertencem ao genótipo Z.
H5N1 – Histórico
• Março e abril de 1997 – infecção fatal pela
influenza aviário H5N1 em granjas de frangos
e aves domésticas de Hong-Kong (Ásia);

• Maio de 1997 – 1º caso de transmissão do


vírus de galinhas para seres humanos

• A comparação entre todos os oito segmentos


de humanos e aves mostrou homologia de
sequências maior que 99%
H5N1 – Histórico
• Agosto de 2006 – nos EUA foram
identificados subtipo H5N1 de baixa
patogenia em aves silvestres

• Julho de 2007 – o país informou a


Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
sobre a identificação de perus criados para
consumo infectados, que demonstra a
possibilidade de transmissão do vírus de
aves silvestres a comerciais.
H5N1 – Epidemiologia
• Maio de 1997 – isolamento do subtipo H5N1 do
aspirado traqueal de uma criança de 3 anos com
odinofagia, febre e tosse.

• O paciente foi medicado com ácido acetil-salicílico e


antibióticos, continuou sintomático e foi hospitalizado;

• Faleceu 16 dias após o início dos sintomas com


pneumonia extensa relacionada à influenza,
complicada por síndrome de Reye;

• Dezembro de 1997 – vírus foi isolado em 18


pacientes, 7 dos quais tinham história positiva de
contato com aves domésticas e 6 vieram a falecer.
H7N9

• Subtipo de vírus influenza A de origem aviária;


• Primeiros casos ocorram em março de 2013
na China;
• Não havia sido detectado circulando em outro
animal ou infectando humanos até então.
H7N9 – visão global

PERIGO:

• Vírus com potencial pandêmico segundo classificação pela Influenza Risk Assessment Tool;

• Baixa patogenicidade em aves dificulta a identificação da propagação internacional das aves


infectadas;

• Maioria dos pacientes acometidos desenvolve gripe com complicações graves, com evolução
para óbito em cerca de um terço dos casos.
H7N9 – dados epidemiológicos
• China com 568 casos importados na Malásia e Canadá por viajantes chineses;

• A partir de 2013, epidemias anuais de infecções humanas esporádicas na China foram


relatadas (2013-2017 – seis epidemias);
• A 5ª epidemia de outubro de 2016 a setembro de 2017 foi a maior com 766 infecções
humanas;
• Número de casos humanos: 1.565 confirmados; 616 mortes (desde 02/2013);

• Desde 10 de fevereiro de 2017, o vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (HPAI) foi
detectado num total de 58 amostras de aves de capoeira ou ambientais (46 galinhas, 2 patos
e 10 amostras ambientais);
• Nenhum caso foi relatado desde julho de 2019.

Fonte: http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/en/empres/h7n9/situation_update.html
H7N9 – avaliação de risco do CDC

• Risco atual BAIXO para a saúde pública;


• Potencial de pandemia ALTO;
• Possibilidade do vírus ganhar capacidade
de se espalhar de maneira fácil e
sustentável entre as pessoas;
• Dos novos vírus influenza A é que tem
maior potencial de causar uma pandemia.
Influenza tipo B
• Infectam somente os seres humanos

• Não são classificados em subtipos

• Os vírus circulantes são divididos em 2 grupos


principais, denominados linhagens B/Yamagata e
B/Victoria

• Sofre menos variações antigênicas e está


associada a epidemias mais localizadas. Em
algumas temporadas, há predomínio de cepas B.
Influenza tipo C e D*
• Infectam os seres humanos e suínos

• É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, portanto
apresenta implicações menos significativas de saúde pública.
• IMPORTANTE: em 2011, um novo tipo de vírus da gripe, o D, foi isolado de
suínos e gado nos EUA e também foi identificada a circulação em bovinos, na
França. A partir de 2014 esse vírus vem sendo mais identificado.
Aspectos
Epidemiológicos
Influenza Sazonal

Causa doenças em humanos anualmente, em regiões com climas


temperados, nos meses de inverno, disseminando de pessoa a
pessoa por meio de espirros, tosses ou contato com superfícies
contaminadas
Influenza Pandêmica
Uma pandemia ocorre quando surge um
vírus da gripe que a maioria das pessoas
não possuem imunidade, e porque é tão
diferente de qualquer cepa anterior em
humanos e isso faz com que se
dissemine facilmente entre as pessoas.

Ex: em 2009, uma linhagem de vírus A


(H1N1), nunca identificada anteriormente,
emergiu se disseminando por todo o
mundo, causando a pandemia de
influenza A (H1N1)pdm09.
Influenza Variante ou Zoonótico

Humanos também podem se infectar com


vírus influenza que circulam entre os
animais, como os subtipos de vírus da
influenza aviários (H5N1) ou H7N9. Outras
espécies, incluindo cavalos e cachorros,
também possuem seus subtipos de vírus
influenza A.
Reservatórios

• Influenza A – humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves (sendo que as aves
migratórias desempenham papel importante na disseminação natural da doença entre
distintos pontos do globo terrestre);

• Influenza B – somente humanos;

• Influenza C – humanos e suínos.


Mecanismo
fisiopatológico
INFECÇÃO

1. O vírus entra no trato respiratório.

1. Após entrar no trato respiratório, o vírus


começa a se replicar. O trato respiratório
incha e inflama.

2. Uma vez dentro do sistema respiratório,


o vírus entra na corrente sanguínea, e
os primeiros sintomas começam a
aparecer.
Mecanismo fisiopatológico
ADESÃO

• Partícula viral entra em contato com a célula


epitelial;

• A hemaglutinina (HA) se liga por afinidade ao


ácido siálico da membrana celular hospedeira;

• Indução a entrada do vírus na célula por


endocitose;

• Formação do endossoma.
Mecanismo fisiopatológico
DESEMPACOTAMENTO

• Acidificação pela célula até pH 5,0 via proteína M2;

• Clivagem de HA em HA1 e HA2;

• Fusão da parede do endossoma com capsídeo


viral

• Abertura do endossoma

• Desempacotamento

• Passagem do material genético viral ao citoplasma


Mecanismo fisiopatológico
REPLICAÇÃO VIRAL

• No núcleo ocorre a síntese do mRNA viral pela


RNA polimerase;

• O passo inicial da replicação é a ligação do PB2 ao


cap dos mRNAs do hospedeiro;

• As subunidades PB1 e PB2 são funcionais;

• O cap funciona como primer para síntese de RNA


feita pela PB1.
Mecanismo fisiopatológico
REPLICAÇÃO VIRAL
• Poliadenilação;

• Todos os mRNAs são transportados para o citoplasma, os que codificam proteínas de


membrana (HA, NA e M2);

• São traduzidos pelos ribossomos;

• Transcrição das proteínas PA, PB1, PB2 e NP;

• As proteínas PA, PB1, PB2 e NP são transportadas para o núcleo onde ocorre a síntese de
vRNA;

• Formação dos fragmentos de nucleocapsídeos


Mecanismo fisiopatológico
Mecanismo fisiopatológico
LIBERAÇÃO

• Proteínas da membrana viral são transportadas para a membrana plasmática;

• Formação do envelope;

• Nucleocapsídeos virais se associam com a proteína M1 e NS1;

• Associam-se com as regiões da membrana plasmática que contêm as proteínas de


membrana;

• Empacotamento do vírus é completado pela incorporação da membrana plasmática;

• Liberação de novos vírus.


Mecanismo fisiopatológico
LIBERAÇÃO
Resposta
imunitária
Resposta humoral
• Produção de anticorpos contra HA:
• bloqueio da adesão do vírus

• Produção de anticorpos contra NA:


• limita a liberação do vírus pelas células
• reduzindo a gravidade da infecção

• Produção de anticorpos contra M2:


• bloqueio da passagem de prótons
• desnudamento não ocorre
• replicação viral bloqueada
Resposta celular

• Ativação de linfócitos TCD8 específicos:


• nucleoproteínas NP;
• proteínas do complexo polimerase PB2 e PA.

• Reconhecimento de partículas virais via MHC de classe I;

• Liberação de citocinas com atividade antiviral:


• IFN- e TNF- ;
• perforinas – citólise de células infectadas.
Transmissão
Transmissão

• Vírus da influenza sazonal é transmitido por gotículas respiratórias infectadas que são
aerossolizadas por tosse, espirro ou fala.

• A eliminação de partículas virais atinge a intensidade máxima nas primeiras 48 a 72 horas de


exposição ao vírus, depois diminui e se torna indetectável em 10 dias.

• Com menos frequência, o contato com fômites pode causar transmissão.

• Crianças e pessoas imunocomprometidas podem eliminar vírus durante várias semanas.


Períodos
Período de incubação:
no geral, de um a quatro dias.

Período de transmissibilidade:
• Nos adultos pode transmitir o vírus entre 24 e 48 horas antes dos sintomas, e em quantidades
baixas do que durante o período sintomático. Nesse período, o pico da excreção ocorre entre
as 24 e 72 horas do início da doença e declina até os níveis não detectáveis por volta do 5º dia
após o início dos sintomas.
• Os imunodeprimidos podem transmitir o vírus por semanas ou meses.
• As crianças comparadas aos adultos, também excretam o vírus mais precocemente e com
maior carga viral e por períodos mais longos.
Sinais e
sintomas
Sinais e sintomas
Gripe Influenza de modo Podendo ainda estar
Comum/Influenza: súbito: presentes os
• Febre • Calafrios seguintes sintomas na
• Dor no corpo • Mal-estar Influenza:
• Dor de cabeça • Cefaleia • Diarreia
• Tosse seca • Mialgia • Vômito
• Dor de garganta • Fadiga
• Dor nas articulações • Rouquidão
• Prostração • Olhos avermelhados
• Secreção nasal e lacrimejantes
excessiva
• Tosse seca
Complicações
• Complicações ou morte podem ocorrer
especialmente em pessoas de alto risco.
• Ocorre também aumento nas taxas de
hospitalização por pneumonia.

Casos evoluídos podem ter:


• Pneumonia bacteriana ou primária por
influenza
• Sinusite
• Otite
• Desidratação
• Piora das doenças crônicas (insuficiência
cardíaca, asma e diabetes).
Sinais de agravamento
(piora do estado clínico)
A a ecimen de di neia a i neia (f e ncia e ia ia = de 20 inc e /min) hi emia (S O2
<95%)

Persistência ou aumento da febre por +3 dias ou retorno após 48h do período febril (pode indicar pneumonia primária
por influenza ou secundária por infecção bacteriana)

Alteração do sensório (confusão mental, sonolência, letargia)

Hi en a e ial ( i lica 90 mmHg e/ dia lica 60 mmHg)

Di e e 400mL em 24 h a

Exacerbação de doença preexistente (DPOC, cardiopatia ou outras doenças com repercussão sistêmica)

Miosite comprovada por creatinofosfoquinase CPK ( 2 a 3 vezes)

Ele a da c ea inina ica de 2,0mg/dL


Manejo clínico
Síndrome gripal (SG)
Indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou
dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas:
• Cefaleia;
• Mialgia;
• Artralgia;
• Na ausência de outro diagnostico específico.

Em crianças com menos de 2 anos de idade, considera-se também como caso de síndrome
gripal:
• Febre de inicio súbito (mesmo que referida)
• Sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnostico
especifico.
Síndrome respiratória aguda grave
(SRAG)
Indivíduo de qualquer idade, com síndrome gripal (conforme definição anterior)
e que apresente dispneia ou os seguintes sinais de gravidade:
• Saturação de SpO2 <95% em ar ambiente;
• Sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo
com a idade;
• Piora nas condições clínicas de doença de base;
• Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente;
• Indivíduo de qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória aguda, durante período
sazonal.

Em crianças: além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem
intercostal, desidratação e inapetência.
Incidência dos
casos
Diagnóstico
clínico e
laboratorial
Métodos diagnósticos
• Sorologia
• Teste de antígeno rápido
• Ensaios de imunofluorescência virais;
• Reação em cadeia da polimerase
• Cultura

• Amostras nasofaríngeas são recomendadas para isolamento viral. Elas são mais eficazes que amostras
de swab da garganta.
• Cultura viral é o exame definitivo, apesar da disponibilidade de testes diagnósticos rápidos. Em um
quadro ambulatorial, um swab, lavagem ou aspirado nasal devem ser coletados nos 4 primeiros dias da
doença.
• Testes rápidos para influenza fornecem resultados em 30 minutos ou menos; a cultura viral fornece
resultados em 3 a 10 dias. Os testes rápidos apresentam aproximadamente 70% de sensibilidade e 90%
de especificidade para a detecção de influenza.
• Os testes sorológicos de rotina para influenza requerem soro na convalescência agudo e pareado. Não é
recomendado para tomada de decisão clínica precisa.
Diagnóstico clínico
Alterações laboratoriais:
• Hemograma (leucocitose, leucopenia ou
Diagnóstico neutrofilia).
• Bioquímica do sangue (alterações enzimáticas;

laboratorial musculares – CPK – e hepáticas – TGO, TGP,


bilirrubinas).

Radiografia de tórax:
• Infiltrado intersticial localizado ou difuso ou
presença de área de condensação.
Diagnóstico laboratorial

MÉTODO DIRETOS:
• Cultura viral
• Biologia molecular (RT-PCR em tempo real)
• Testes rápidos para detecção de influenza A e B
• Caracterização genética: realizado pelos laboratórios de referência
• Caracterização antigênica: realizado pelos laboratórios de referência

MÉTODO INDIRETOS:
• Testes sorológicos: não têm utilidade prática pois requerem duas amostras com intervalo de 15 a 21 dias
• Método do ensaio imunoenzimático
• Método da imunofluorescência direta e indireta
Diagnóstico laboratorial
(método direto)
Testes rápidos para detecção de Influenza A e B
• Imunoensaio cromatográfico rápido para a Detecção
qualitativa do vírus Influenza A e Influenza B;

• Amostra: Esfregaço Nasal, Esfregaço da Garganta e


Aspirado Nasal;

• Resultados em 15 minutos.
Diagnóstico laboratorial
(método indireto)
Imunofluorescência direta e indireta

• Este ensaio é utilizado na


identificação rápida e específica de
antígenos virais em células
infectadas.
• A técnica de imunofluorescência está
baseada na reação imunológica onde
participam os antígenos e os
anticorpos monoclonais específicos.
Diagnóstico laboratorial
(método direto)
RT- PCR
(reação de cadeia da polimerase via transcriptase reversa)

• Detecta influenza A e B.
• Os espécimes aceitáveis incluem swab
nasofaríngeo, lavagem nasal,
• lavagem brônquica, aspirado nasal e
escarro.
• Resultados relatados em 2 a 4 horas.
Diagnóstico laboratorial
(método indireto)
Ensaio imunoenzimático (EIE)

• Pode ser realizada a detecção direta do antígeno


em secreções nasais através do teste de ELISA
que captura o antígeno viral, utilizando um
anticorpo monoclonal contra a nucleoproteína.

• Os KITS detectam uma nucleoproteína bastante


conservada, quando comparada as proteínas de
superfície e que são comuns a todos os vírus
influenza.
Diagnóstico laboratorial
(método direto)
Cultura viral
Isolamento viral é uma técnica altamente sensível e
muito útil para o diagnóstico de infecções virais,
quando utilizado com espécimes clínicos de boa
qualidade. O padrão ouro para a detecção
laboratorial do vírus influenza continua sendo a
cultura de isolamento. O vírus pode ser cultivado em
cultura de células e em ovos embrionados.
Tratamento
Tratamento

Os medicamentos antivirais para a gripe podem reduzir complicações e óbitos graves, embora os
vírus da gripe possam desenvolver resistência aos medicamentos. Eles são especialmente
importantes para grupos de alto risco. Idealmente, essas drogas precisam ser administradas
precocemente (dentro de 48 horas após o início dos sintomas).
Os antivirais fosfato de oseltamivir (TamifluR) e Zanamivir (RelenzaR) são medicamentos
inibidores de neuraminidase, classe de drogas planejadas contra o vírus influenza.
Indicação: tratamento e profilaxia
(prevenção) da gripe em adultos
e crianças com idade superior a 1
ano.
Mecanismo de ação: reduz a
proliferação dos vírus da gripe,
influenza A e B, pela inibição da
liberação de vírus de células já
infectadas, inibição da entrada dó
vírus em células ainda não
infectadas e inibição da
propagação do vírus no
organismo. Com isso, há a
redução da duração de sinais e
sintomas da gripe, a gravidade da
doença e da incidência de
complicações associadas à gripe.
Fosfato de Oseltamivir Atenção a pacientes renais: as
reações adversas mais

(TamifluR) frequentes são náuseas, vômito,


dor de cabeça e dores.
O Fosfato de Oseltamivir é um
pró-fármaco éster etil, que não
possui atividade antiviral, onde
após a metabolização pelo
fígado e pelo trato
gastrointestinal é transformado
em carboxilato de oseltamivir e
assim torna-se seletivo contra o
vírus influenza dos tipos A e B.

Fórmula molecular:
C16H28N2O4
Indicação: tratamento e
profilaxia da gripe causada pelo
vírus Influenza tipo A e B, em
adultos e crianças (maior ou igual
a 5 anos)

Mecanismo de ação: inibidor


potente e altamente seletivo da
neuraminidase, uma enzima de
superfície do vírus influenza. A
neuraminidase viral auxilia na
liberação de partículas virais
recém-formadas das células
infectadas. Ela pode facilitar o
acesso do vírus pelo muco a
superfícies de células epiteliais,
permitindo a infecção viral de
outras células. A inibição dessa
Zanamivir (RelenzaR) enzima é refletida na atividade in
vitro e in vivo contra a replicação
do vírus Influenza tipos A e B.
Políticas de
saúde pública
Políticas de saúde pública
O Sistema Único de Saúde (SUS) concede de forma gratuita a vacina que protege contra os
tipos A e B do vírus Influenza.

• Segura e reduz complicações que podem produzir casos graves da doença


• Organismo leva em média, 2-3 semanas para criar anticorpos que geram proteção contra a
gripe após a vacinação, o ideal é realizar imunização antes do início do inverno, que começa
em junho.
• Período de maior circulação da gripe – final de maio até agosto
• Vacina contra gripe não está na rotina do Calendário Nacional de Saúde, pois trata-se de uma
vacina de campanha, ou seja, ocorre somente em um período específico.
• Por isso, todos os anos, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde,
promove a Campanha Nacional de Vacinação.
Vacinas

Destaques em azul indicam cepas alteradas Fonte: https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nota_tecnica-influenza-v2-190318.pdf


Vacinas

Destaques em azul indicam cepas alteradas Fonte: https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nota_tecnica-influenza-v2-190318.pdf


Grupos prioritários para vacinação
• Crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias): todas as crianças que receberam uma ou duas
doses da vacina influenza sazonal em 2018, devem receber apenas uma dose em 2019.

• Gestantes: em qualquer idade gestacional.

• Puérperas: todas as mulheres no período até 45 dias após o parto estão incluídas no grupo alvo de vacinação. Para isso, deverão
apresentar documento que comprove a gestação, durante o período de vacinação.

• Trabalhador de Saúde: todos os trabalhadores de saúde dos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade.

• Professores: todos os professores das escolas públicas e privadas.

• Povos indígenas: toda população indígena, a partir dos seis meses de idade. A programação de rotina é articulada entre o PNI e a
Secretaria de Atenção a Saúde Indígena (SESAI).

• Indivíduos com 60 anos ou mais de idade deverão receber a vacina influenza, apresentando documento que comprove a idade.

• População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional: o planejamento e operacionalização da vacinação nos
estabelecimentos penais deverão ser articulados com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de
Justiça (Secretarias Estaduais de Segurança Pública ou correlatos), conforme Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
Prevenção
• Vacinação
• Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Manter os ambientes bem ventilados;
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
• Uso de máscaras (uma das recomendações para que o paciente evite espalhá-lo durante esse período
de recuperação.)
Indivíduos que apresentem sintomas de gripe devem:
• Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas);
• Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados;
• Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Atualidades
https://aconteceagora.com.br/sp-registra-510-casos-e-112-mortes-por-h1n1-neste-ano-primeira-morte-pela-doenca-no-estado-faz-10-anos/ 31 de julho de 2019
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/gripe
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/gripe
Referências bibliográficas
https://portal.fiocruz.br/noticia/influenza-conheca-os-subtipos-existentes-e-saiba-como-evitar-contaminacao

http://www.saude.gov.br/saude-de-a

http://sinopsepediatrica.blogspot.com/2016/04/influenza.html

http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/en/empres/h7n9/situation_update.html#

https://www.cdc.gov/flu/swineflu/variant/index.html?CDC_AA_refVal=https%3A%2F%2Fwww.cdc.gov%2Fflu
%2Fswineflu%2Fh3n2v-case-count.html

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/virus-que-provocou-surto-de-gripe-nos-eua-tambem-
circula-no-brasil
Agradecemos pela atenção!
Fim!

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