UFMS 2024 Iniciando a análise dos contos de Machado de Assis. Peço desculpas pela minha voz, estou gripado. Analisando os Contos Fluminenses em preparação para o vestibular da UFMS. Meu primeiro contato com os contos de Machado foi há 25 anos, lendo Contos Fluminenses. O conto 'Miss Dólar' se destacou para mim na época, e ainda mantém seu encanto. Discussão sobre a fase romântica de Machado e sua posição em relação aos realistas. Prefiro os romances realistas de Machado, mas os contos são formidáveis, com características próprias. Diferenças entre contos realistas e românticos de Machado são percebidas ao longo da análise. Opinião pessoal: Machado, mesmo na fase romântica, supera outros escritores do período. Características românticas destacam-se nos contos, diferente dos romances realistas conhecidos. Análise detalhada do início do livro, explorando a estratégia de revelar Miss Dólar ao leitor. Ironia de Machado ao prometer apresentar Miss Dólar logo no início e adiar a revelação. Exploração da descrição poética da personagem, deixando claro que não é a heroína do romance. Miss Dólar é comparada a uma 'cadelinha galga', revelando aspectos da trama. Reflexão sobre a estratégia de Machado em manter o mistério sobre Miss Dólar. Miss Dólar é uma cachorrinha galga que fugiu, com recompensa oferecida por sua dona. Detalhes sobre a recompensa de R$ 200.000 e a busca pela cachorrinha. Análise do valor da recompensa na época, aproximadamente equivalente a R$ 5.000 hoje. Dificuldade das pessoas em encontrar Miss Dólar, que já estava com um colecionador de cães. Referência à rua de Matacavalos, característica recorrente nas obras de Machado. Semelhanças entre o olhar da personagem e a futura personagem de 'Dom Casmurro'. Apresentação de Mendonça, o colecionador de cães que encontra Miss Dólar. Detalhes sobre a entrega da cachorrinha ao moleque encarregado dos cães. Observação sobre a facilidade de leitura de Machado, desmistificando a ideia de dificuldade. A linguagem de Machado é repleta de figuras de linguagem, ironia e metáforas, mas sua leitura é tranquila. O plano de Mendonça de ficar com a cachorra dura apenas o tempo de uma noite, conforme a narrativa de Machado. Exploração da cidade do Rio de Janeiro na época, referência à rua de Matacavalos que futuramente seria Rua Riachuelo. Mendonça decide devolver a cachorrinha, não interessado na recompensa oferecida pela dona. Antônia, a velha dona da cachorrinha, nega ser a dona, revelando que é da sobrinha, Margarida. Destaque para os olhos verdes de Margarida, mencionando versos de Gonçalves Dias. Mendonça teme os olhos verdes de Margarida, associando a cor verde ao mar e tempestades. Comparação entre os olhos de Margarida e os de Capitu, personagem de Dom Casmurro. Mendonça se apaixona por Margarida, apesar do receio causado pelos olhos verdes. Informação sobre a coleção de cães de Mendonça, com nomes de pessoas ilustres. Mendonça, ao seguir duas mulheres, descobre a tia de Margarida e sua cachorrinha, Miss Dólar. Miss Dólar reconhece Mendonça ao entrar na loja, evidenciando sua ligação com ele. Apresentação da tia Antônia como guardiã de Margarida e da cachorrinha. Mendonça conta ao amigo Andrade sobre sua paixão por Margarida e planeja se aproximar dela. Andrade revela que Margarida já rejeitou cinco pretendentes, mas amou apaixonadamente o primeiro. Discussão sobre a dualidade de caracteres no Romantismo, destacando Mendonça como pessoa boa e merecedora. Mendonça é introduzido como um personagem merecedor de felicidade, seguindo a estética romântica. Andrade oferece ajuda, mas Mendonça continua cortejando Margarida por três meses sem progresso. Trecho destacando a possível má interpretação da visita de Mendonça à casa de Margarida. Preocupação com a reputação de Margarida devido às visitas de Mendonça, refletindo a moral da época. Antônia tem um filho chamado Jorge, que gastava R$ 250.000 por mês, revelando um detalhe intrigante. Comparação do valor gasto por Jorge com a recompensa oferecida, indicando a generosidade da recompensa. Contextualização do alto gasto de Jorge com referências à época e análise do valor financeiro da recompensa. Mencionado o Alcazar, um Teatro Café frequentado pela elite no Rio de Janeiro, recorrente em diversos contos. O personagem Jorge, frequentador do Alcazar, revela a importância do local em outros contos deste livro. O termo 'Fluminense' no título refere-se ao estado do Rio de Janeiro, explorando a cidade e o estado nas narrativas. Mendonça, diante da falta de progresso na corte, decide escrever uma carta romântica a Margarida. Andrade revela que carta pode não ser eficaz, comparando-a à 'certidão de óbito do amor'. Andrade confessa sua experiência de rejeição, revelando que Margarida amava o primeiro pretendente. Margarida responde à carta de Mendonça, estabelecendo limites e criticando sua persistência. A resposta de Margarida destaca a falta de motivo para sua esquiva, atribuindo-a ao temperamento. Mendonça, desanimado, acredita que Margarida perdoaria outra carta, mas se afasta temporariamente. Jorge questiona Mendonça sobre sua ausência, revelando que Margarida tem se fechado no quarto. Margarida, antes não leitora, passa a ler intensamente, afetando sua saúde e preocupando Mendonça. Mendonça retorna após 15 dias ausente, notando seu próprio estado debilitado e questionando a saúde de Margarida. Margarida expressa o desejo de ir para o campo, iniciando os preparativos para a mudança temporária. Após algum tempo na roça, Margarida decide viver lá por mais tempo, indicando uma mudança significativa. Mendonça, buscando uma abordagem diferente, invade a casa das mulheres, gerando um evento inesperado. Miss Dólar late quando Mendonça está à porta do quarto de Margarida, enfatizando a gravidade da situação. Relembra-se que Margarida era viúva, destacando a importância desse detalhe na narrativa. Jorge confronta Mendonça pela invasão, e Mendonça reconhece a gravidade do ato, não buscando desculpas. Margarida se recusa a perdoar Mendonça, destacando a força do descrédito como forma de punição. Mendonça afirma que não tinha a intenção de desacreditar Margarida, revelando sua compreensão da extensão do mal cometido. Dona Antônia visita Mendonça, mencionando a permissibilidade de sua visita devido à idade, evidenciando as normas sociais. Dona Antônia revela ter escrito para Mendonça, destacando a preferência por sua visita em vez de esperar por ele. Dona Antônia comunica que Margarida o ama, apesar das dificuldades, revelando um novo desenvolvimento na trama. Machado de Assis destaca a singularidade romântica de Mendonça, diferente dos românticos tradicionais. Revela-se que Margarida foi infeliz no primeiro casamento, marcado pela motivação financeira do marido. Margarida, temendo interesse apenas por seu dinheiro, evita relacionamentos, influenciando sua relação com Mendonça. Mendonça, após invadir o quarto de Margarida, reflete sobre contar o ocorrido, mas decide manter segredo. Margarida, temendo fofocas, propõe casamento a Mendonça para evitar maledicências e proteger sua reputação. Após dois dias de doença, Margarida pede a Mendonça que vá até ela, revelando sua decisão de se casar para evitar escândalos. Mendonça aceita casar-se, reconhecendo a inevitabilidade e a necessidade de reparação diante da sociedade. O casamento de Margarida e Mendonça não é por amor, mas pela condição imposta para evitar difamações. O livro se mantém romântico, mostrando que, com o tempo, os problemas se resolvem, e o casal se ajusta. Dona Antônia, percebendo a infelicidade dos noivos, sugere que residam em sua casa, mas Margarida revela o casamento de fachada. Margarida explica que o casamento é para salvar sua reputação, não por amor, revelando uma relação de fachada. Com o tempo, Margarida é convencida de que suas suspeitas eram infundadas, e o casamento torna-se efetivo. Apesar de inicialmente aparentar ser um casamento por conveniência, o romance vence as dificuldades, garantindo um final feliz. Machado de Assis aprecia seu próprio conto, destacando sua preferência por esse estilo de literatura romântica. O autor inclui toques românticos, como os noivos prometendo selar o amor até a morte, mesmo diante das adversidades. Miss Dólar, mencionada anteriormente, é citada novamente, e o destino dos personagens termina de maneira feliz. Miss Dólar, indiretamente envolvida nos eventos, encontra um trágico fim, sendo atropelada por uma charrete. O conto encerra com o enterro de Miss Dólar, sob uma laranjeira, evocando sentimentos de tristeza. Uma lápide simples é erguida em homenagem a Miss Dólar, marcando seu triste destino e encerrando a narrativa. O último parágrafo revela a morte de Miss Dólar, conferindo um toque final à história envolvendo a personagem. Machado de Assis expressa seu amor pelo conto, agradecendo ao FMS por incluí-lo na lista de Contos Fluminenses. O autor convida os espectadores a se inscreverem no canal, deixarem um like e promete mais vídeos sobre os Contos Fluminenses. O vídeo conclui com uma despedida e o incentivo ao estudo, encerrando a análise do conto com êxito.