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Abstract: This paper analyses the production planning and control systems (PPCSs) in a
large company that produces items for writing. This analysis is based on the comparison
between the PPCSs used in the company and the PPCSs recommended by a recent
methodology published on the Production Planning and Control journal. From this
comparison we observed some differences between the theory and practice. These
differences can be explained by two main factors: (i) due to operational simplicity,
companies tend to choose a small number of PPCSs, even not all of them are the best
option for some processing units; (ii) manufacturing strategy influences the choice of the
PPCSs. This study shows that the methodology and the analysis are very useful for
understanding in depth the operational characteristics of a production system.
Key-words: Production Control system choose; production system; manufacturing strategy
1. Introdução
O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise dos sistemas de
planejamento e controle da produção (SPCP) utilizados no setor de canetas esferográficas
de uma grande empresa de materiais de escrita. Esta análise é feita à luz de dois fatores
que, em nosso entender, são de extrema importância na escolha do SPCP mais adequado a
um sistema de produção: um bom conhecimento do sistema de produção que será
gerenciado pelo SPCP e as estratégias de produção da empresa.
Para o conhecimento das estratégias de produção da empresa, foram realizadas
entrevistas com gerentes sobre os SPCP que a empresa utiliza, foram coletados dados in
loco. Para se conhecer os sistemas de produção da área de canetas da empresa, foram feitas
várias visitas ás suas unidades de produção e então classificou-se este setor como um todo,
de acordo com um sistema de classificação desenvolvido por MACCARTHY &
FERNANDES (2000). A importância da realização desta classificação dos sistemas de
produção reside no fato de que esta classificação, além de proporcionar um melhor
entendimento do funcionamento dos sistemas de produção, serve de base para se projetar e
ou selecionar um SPCP adequado ao sistema de produção em questão. Muitos outros
trabalhos têm buscado resposta para a questão de como escolher ou projetar sistemas de
PCP adequados a diversas situações, por exemplo: VAN DER LINDEN & GRÜNWALD
(1980); GODDARD (1982); AGGARWAL (1985); PTAK (1991); CORRÊA & GIANESI
(1993); PIRES (1995); GSTETTNER & KUHN (1996); MILTENBURG (1997), HUANG
& KUSIAK (1998), dentre outros. Nenhuma delas, no entanto, vai tão a fundo quanto à
proposta de MACCARTHY & FERNANDES (2000) em tratar sistemas híbridos que é a
tendência dos sistemas de produção reais atuais.
A estrutura deste trabalho é a que segue; na seção 2 é apresentado primeiramente
um referencial teórico sobre Estratégia de Produção, de acordo com SLACK et al (1997).
Também nessa seção é apresentado, de maneira simplificada, o modelo de classificação
multidimensional dos sistemas da produção, de acordo com MACCARTHY &
FERNANDES (2000). Na seção 3 os resultados de nosso estudo de caso é apresentado;
tanto os resultados do estudo sobre estratégia de produção quanto os resultados da
classificação dos sistemas de produção e a posterior escolha do SPCP adequado. Ainda na
seção 3 são apresentados os resultados da comparação entre os SPCP encontrados na
prática e os SPCP ideais de acordo com o metodologia de classificação. Na seção 4 são
tecidas análises e conclusões a respeito dos SPCP, as quais se baseiam em 2 pontos
principais: as diferenças encontradas entre os SPCP na teoria e na prática e as estratégias
de produção da empresa.
2. Referencial Teórico
2.1 Estratégia de Produção
De acordo com SLACK et al (1997) a estratégia de produção determina quais são
os objetivos de desempenho mais significativos para a empresa. Estes objetivos de
desempenho são: custo, qualidade, flexibilidade, confiabilidade de entrega (pontualidade),
rapidez, dentre outros. A importância relativa de cada um destes objetivos é influenciada
pela preferência dos clientes, pela ação dos concorrentes e pelo estágio do produto em seu
ciclo de vida. É claro que muitos gerentes podem argumentar que todos estes objetivos
competitivos são importantes para os clientes, porém com certeza alguns objetivos terão
maior relevância do que outros, de acordo com estes três fatores que vimos acima.
Em nosso estudo de caso tentamos descobrir como a empresa prioriza seus
objetivos de desempenho e a partir daí descrever sucintamente como são as estratégias da
empresa . Para ajudar os gerentes a responder esta questão, desdobramos as estratégias em:
Estratégias que influenciam o projeto: estratégia de desenvolvimento de novos
produtos/serviços; estratégias de integração vertical e estratégias de tecnologia;
Estratégias que influenciam o planejamento e controle: estratégia de ajuste de capacidade;
estratégia de desenvolvimento de fornecedores; estratégias de estoques e estratégia de
sistemas de planejamento e controle;
Estratégias que influenciam a melhoria: estratégia de processo de melhoria e estratégia de
prevenção e recuperação de falhas.
3. Resultados
3.1 A Estratégia de Produção da Empresa
Segundo os gerentes, todos os objetivos de desempenho são importantes, porém a
qualidade e a pontualidade dos produtos preponderam. Buscando estes objetivos, algumas
estratégias da empresa podem ser identificadas:
Atividades de Projeto de Produtos:
- Estratégia de Desenvolvimento de novos produtos: a Faber possui equipe multifuncional
que trabalha no desenvolvimento de novos produtos, a partir de orientação de Marketing
com participação da área técnica.
- Estratégia de integração vertical: A integração vertical na área de esferográficas não é tão
acentuada quanto na área de lápis, onde até mesmo as atividades de plantio e
reflorestamento da madeira estão a cargo da empresa. Porém a empresa estuda no
momento a aquisição de um importante fornecedor de tintas.
UP3
UP4 UP5
Legenda:
=> Buffers
4. Conclusões
indústrias que priorizam o desempenho das entregas e a qualidade e que possuem uma
pequena variabilidade no volume e no mix produtivo têm um grande potencial para
usufruir do sistema de controle kanban...”. Concluímos portanto que a empresa busca no
kanban favorecer seus objetivos competitivos prioritários.
Outro fato que favorece a implantação do kanban na empresa também está ligada à
estratégia de produção da empresa, mais especificamente as estratégias ligadas ao
planejamento e controle da empresa: a empresa trabalha com produção suavizada ao longo
do ano, favorecendo em muito o kanban, o qual tem como premissa básica uma demanda
constante. Neste ponto uma observação importante deve ser feita: apesar do sistema
kanban ser favorecido pela estratégia de suavização da produção, este não é usado, na
empresa de acordo com a filosofia just in time (JIT), ou seja produzir apenas quando
necessário, para ordens confirmadas. A empresa se utiliza de um kanban modificado, o
qual produz para previsão de vendas e para estoque.
5. Referências Bibliográficas
ADAN JR., E.E. & SWAMIDAS, P.M.: Assessing Operations Management from a
Strategic Perspective. Journal of Management, v.15, n.2, 1989.
AGGARWAL, S.C.: MRP, JIT, OPT, FMS? Harvard Business Review, Sept/Oct 1985.
CORRÊA, H.L. & GIANESI, I.G.N.: Just in Time, MRP II e OPT – Um enfoque
estratégico. Ed. Atlas, 2a Edição, 1993.
GODDARD, W.: Kanban versus MRPII – which is the best for you? Modern Materials
Handling, Nov 1982.
GSTETTNER, S. & KUHN, H.: Analysis of production control system kanban and
CONWIP. International Journal of Production Research, v.34, n.11, 1996.
HUANG, C.C. & KUSIAK, A.: Manufacturing Control with a push-pull approach.
International Journal of Production Research, v.36, n.1, 1998.
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Production Systems for the Design and Selection of Production Planning and
Control Systems. Production Planning & Control, v.11, n.5, 2000.
MILTENBURG, J.: Comparing JIT, MRP and TOC, and embedding TOC into MRP.
International Journal of Production Research, v.35, n.4, 1997.
PIRES, S.: Gestão Estratégica da Produção. Editora UNIMEP, 1995.
PTAK, C.A.: MRP, MRPII, OPT, JIT and CIM: succession, evolution or necessary
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SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A., e JOHNSTON, R.:
Administração da Produção. Ed. Atlas, 1997.
VAN DER LINDEN, P.M.J. & GRÜNWALD, H.: On the choice of a production control
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VOLMANN, T.E. et al : Manufacturing Planning and Control Systems. Homewood:
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