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Questões:
Toda a investigação sistemática começa com um problema, uma vez que é 1o passo do
método cientí co ligado ao reconhecimento de uma di culdade sentida, de um obstáculo
ou de um problema que preocupa o investigador (Dewey, 1933).
Seleção do problema
• O investigador deve ter profundo interesse ou uma curiosidade real pela área em que se
insere o problema.
• Identi cação do problema – delimitação geral dos aspetos que o compõem e as lacunas
existentes no âmbito da informação disponível acerca do mesmo.
• O problema clari ca aquilo que se pretende saber e determina o método de pesquisa que
deverá ser utilizado para obter esse conhecimento.
A formulação do problema:
• A formulação de um problema deve indicar de forma clara aquilo que vai ser
investigado.
• Uma boa formulação do problema deve 1) clari car exatamente aquilo que se quer
estudar ou resolver e 2) restringir o alcance do estudo a uma questão especí ca.
• Fazer referência ao que se estuda (objeto de investigação), com quem se vai levar a cabo
a investigação (sujeitos) e como se estuda o problema (variáveis);
• Deve ser baseado num raciocínio lógico derivado da teoria, de estudos anteriores, das
observações dos investigadores, etc.
Problema “de relações” ( ́ formulação mais típica dos estudos não experimentais)
• “Qual a relação entre o tipo de teste de matemática usado e o no de respostas
corretas, de uma turma de alunos do 9o ano de uma escola do distrito de Coimbra?”
Exercício prático:
Investigação em que os alunos de uma escola do 2.o CEB (Coimbra) são submetidos a um
programa de estratégias de ensino da escrita, cujo objetivo é melhorar a sua composição
escrita
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Questões orientadoras:
Problema de investigação:
• A hipótese é uma predição que expressa um resultado possível de um estudo a partir das
variáveis apresentadas no problema (Fraenkel & Wallen, 2003).
• Depois de formulada, o investigador tem de testar ou pôr à prova a hipótese (Coutinho,
2013), submete-la à prova empírica, de modo a ser validada.
• No processo de investigação, são as hipóteses que orientam / justi cam as etapas
seguintes do processo, pois todas essas etapas são conduzidas com o propósito de testar
as hipóteses enunciadas, daí o papel de elevado relevo que desempenham.
Características da hipotese:
• É sempre uma a rmação acerca de um resultado previsto para um problema cientí co,
baseado na teoria ou na investigação anterior.
• Expressa uma relação entre duas ou mais variáveis.
• Costuma ser formulada de acordo com uma lógica de “se...então”.
• Deve ser testável por métodos empíricos.
• Deve ser concisa e clara.
(Caraterísticas de uma hipótese cientí ca (McMillan & Schumacher, 1989)
• A rma simplesmente que não existe nenhuma diferença real entre as variáveis.
• Tem um papel central na lógica do teste de hipóteses na investigação quantitativa.
• A rma a inexistência de relações entre grupos ou a ausência de diferenças
estatisticamente signi cativas.
• Nunca se formula explicitamente, pois ela está implícita (no trabalho do investigador).
• É em relação a ela que é tomada a decisão, a partir dos resultados obtidos.
• Em cada caso, quando a hipótese alternativa formulada é rejeitada, a hipótese nula
correspondente é verdadeira: NOÇÃO DE PROVA INDIRETA.
• Formulação estatística: H0: μ1=μ2.
EXEMPLO: Não serão encontradas diferenças signi cativas entre o método expositivo e o
método participativo no rendimento escolar. ( o método 1 é igual ao método 2 )
• Indica a presença de relações especí cas entre grupos ou de diferenças signi cativas
entre as variáveis em análise, a rmando que um dos grupos é maior/menor/melhor/
pior/etc. que o outro (...).
• Indica o “sentido” da diferença encontrada (i.e., hierarquiza os grupos ou as variáveis).
• É uma hipótese mais especí ca, que abrange, à vez, cada uma das caudas da curva
normal.
• Também é designada por hipótese unicaudal ou unidireccional (ou one-tailed).
• Formulação estatística : H1: μ1›μ2 ou H1: μ1‹μ2.
• A rma que existe uma diferença real entre as variáveis ou grupos, mas que o
investigador está indeciso em como (em que direção) é que as variáveis ou grupos
diferem.
• Indica a presença, em termos gerais, de relações entre grupos ou de diferenças
signi cativas entre as variáveis em análise.
• Não indica o “sentido” da diferença encontrada.
• É uma hipótese mais global, pois abrange ambas as caudas da curva normal.
• Também é designada por hipótese bicaudal ou bidireccional (ou two-tailed).
• Formulação estatística: H1: μ1 μ2.
• H0 a rma que não existe relação, diferença ou efeito entre a VI (variável independente) e
a VD (variável dependente), no caso de estudos experimentais. A hipótese nula não
resulta diretamente do interesse do investigador, mas da necessidade de submeter à
prova as hipóteses alternativas, através da aplicação de testes estatísticos.
• Como os resultados dos testes estatísticos incidem diretamente sobre a hipótese nula
(dando informação sobre a sua probabilidade de ocorrência), só é possível vir a concluir
algo sobre as hipóteses alternativas a partir dos resultados obtidos relativamente às
hipóteses nulas (chama-se a isto noção de prova indireta). Assim, rejeitar uma hipótese
nula signi ca que há evidência su ciente que apoie a suposição do investigador sobre a/
s população/ões em estudo de nida na hipótese alternativa.
Exercício prático:
Pretende-se saber se o treino de relaxamento conduz a modi cações positivas, a nível da atenção/
concentração, dos comportamentos problemáticos em sala de aula, do estado emocional, do
autoconceito e do rendimento escolar de alunos do 8o ano de escolaridade do concelho de Coimbra.
• Variável independente:
- programa de treino versus a sua ausência
• Variável dependente:
- concentração (H1a); comportamentos problemáticos (H1b); estado emocional (H1c);
autoconceito (H1d); e rendimento escolar (H1e)
• Classi cação das hipóteses:
- maioria das hipóteses são de tipo alternativo (H1) direcional (“melhores”;
“inferiores”; “mais positivos”; “mais elevado”; “superior”)
• De nição operacional
É aquela que nos indica os Atribui signi cado a um Uma ponte entre os
passos, os procedimentos, as construto ou variável conceitos ou construtos e as
técnicas, os meios utilizados especi cando as atividades observações,
para medir e/ou manipular ou “operações” necessárias comportamentos e
uma variável. para o(a) medir ou atividades reais.
manipular.
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Observação/Mediação vs Manipulação:
Na investigação quantitativa, todas as variáveis são medidas, mas nem todas são
manipuladas (ou por razões intrínsecas, ou por questões de natureza ética).
Exemplos de Variáveis:
Representatividade da amostra:
- Quando a literatura nos indica que existem diferenças signi cativas entre subgrupos da
população que pretendemos estudar é vantajoso fazermos uma amostragem que
garanta que esses subgrupos (estratos) vão estar representados na amostra de forma
proporcional a o seu peso nessa população.
- Quando usamos informação sobre a população total antes da aleatorização, para a
tornar mais e ciente.
- A amostragem aleatória estrati cada é usada para garantir a representação proporcional
dos grupos que estão representados na
população.
- Qualquer variável pode ser utilizada como critério na determinação de um estrato.
Geralmente, assumem-se como variáveis de estrati cação as características sócio
demográ cas dos indivíduos (sexo, idade, nível de escolaridade, classe social, formação
académica, localização geográ ca, etc.).
- Depois de identi cados os estratos o passo seguinte é determinar qual a sua proporção
na população em estudo.
- A representatividade dos estratos pode ser proporcional (ex. população constituída por
65% homens e 35% mulheres, e na amostra constam 65% homens + 35% mulheres) ou
não proporcional (ex. o investigador seleciona em cada estrato um n.o igual de
elementos, não atendendo à proporcionalidade) da existente na população, dependendo
da opção e dos objetivos do investigador.
Procedimento:
- As amostras estrati cadas não proporcionais são recomendadas quando sabemos que
na população existem grupos minoritários que nos interessa contemplar na nossa
investigação.
- Variáveis que costumam ser utilizadas como critério na formação dos estratos (sub-
grupos):
estatuto socioeconómico, formação académica, localização geográ ca, etc.
Exemplo – escola tem 30% alunos do 3.o CEB e 70% alunos secundário
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Procedimento:
Exemplo:
Idosos que vivem em lares da região Centro → Distrito da região → 10 lares → em cada
um 30 idosos.
- Aamostrageménãoprobabilísticasenãopodemosespeci caraprobabilidadedeumsujeitop
ertencer a uma dada população.
- Estudos em grupos cuja dimensão real não é conhecida e em que os elementos são
difíceis de identi car e contactar (por exemplo, membros de gangs juvenis, pessoas
envolvidas em comportamentos desviantes ou aditivos).
- Estudos com grupos especí cos cuja dimensão e constituição são até conhecidas, mas
devido a constrangimentos legais e/ou éticos, não é possível identi car todos os
elementos desses grupos, pelo que se entrevistam apenas voluntários (por exemplo,
sujeitos portadores de determinada doença ou condição).
- Investigações piloto – (por exemplo, sujeitos que participam numa ação de formação).
Amostragem pensada (criterial):
- Amostragem intencional.
- É, propositadamente, limitada pelo investigador a certas partes da população.
- É o investigador que determina, à priori, quais os subgrupos da população que são mais
representativos do total, invocando razões o mais objetivas possível para justi car as
suas opções; o investigador tem critérios pré-de nidos.
Por exemplo, se quero estudar casos de alunos “problema”, vou selecionar uma amostra
de alunos que apresentam tais características de comportamento irregular na escola.
Por exemplo, estudo sobre sindicalismo, poderíamos limitar, intencionalmente, o estudo a
alguns setores industriais, como os têxteis ou a construção.
Amostragem acidental:
Por exemplo, pessoas que passam na Praça da República (Coimbra) entre as 19h e as 22h.
Por exemplo, quero fazer um estudo com estudantes universitários e utilizo os meus
alunos do 1.o ano.
Os resultados obtidos nestes estudos di cilmente podem ser generalizados para além do
grupo em estudo.
- Amostragem intencional.
- Semelhante à amostra estrati cada, uma vez que se produz um modelo da população
alvo a partir de um certo número das suas características. Contudo, numa amostra
estrati cada os elementos da amostra são selecionados aleatoriamente, enquanto que
numa amostragem por quotas selecionam- se os sujeitos aos quais se tem acesso.
- Não há uma escolha aleatória.
- É o investigador quem decide o número de indivíduos (quotas) e as categorias que vão
ser incluídas
na amostra.
- Muito utilizada em educação; utiliza-se quando o investigador não tem possibilidade de
constituir uma amostra aleatória representativa da população, mas pretende que nela
sejam representados todos os seus diferentes estratos.
Por exemplo, o investigador pode determinar que o seu estudo vai ter uma amostra
constituída por 3 psicólogos, 4 professores de inglês, 2 assistentes sociais e 3 educadores de
infância e a sua amostra ser intencionalmente constituída por essas categorias/estratos
(pro ssionais) e quotas (n.o de sujeitos).
- Amostragem intencional.
- Quando não existe qualquer lista (formal) da população que se pretende estudar.
- Identi ca-se um membro da população-alvo e pede-se-lhe que identi que outros
membros dessa mesma população, e assim sucessivamente.
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- Conhecem-se alguns sujeitos previamente identi cados como membros do grupo que se
pretende estudar e estes sujeitos põem o investigador em contacto com outros membros
desse grupo, e assim sucessivamente.
- Constituída por casos “excecionais”.
- Trata-se de uma técnica útil em populações difíceis de identi car e alcançar (por ex.,
tra cantes de droga, lideres de gangs, prostituição, etc.)
Dimensão da amostra:
- Escolha de sujeitos para o grupo experimental diferentes dos que pertencem ao grupo
de controlo (pertencem a populações diferentes);
- Utilização de estratégias pouco válidas que, posteriormente, se mostram ine cazes.
• Permite a seleção das estratégias metodológicas mais adequadas para cada estudo
concreto.
• Permite ao investigador relacionar os dados que obteve com o conhecimento já
existente, fazendo “pontes” signi cativas para a prática (intervenção) e delineando
sugestões para investigações futuras.