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PSICANÁLISE
Daniel Schor Daniel Schor
Schor
É psicanalista, doutor em Psicolo-
“ Quando tratamos das
Heranças invisíveis
gia pelo Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo (IPUSP), problemáticas narcísico-
onde defendeu também sua
-identitárias, aquelas em que o
dissertação de mestrado. Desde sua
graduação em Psicologia, tem se
do abandono afetivo sentido e a verdade de si estão
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gam um sofrimento mortal em suas almas, cicatrizes mal Se me constituo como sujeito
Atenção Psicossocial (CAPS) Infan- fechadas de experiências traumáticas de abuso e de abandono
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na exata medida em que passo
tojuvenil na região, onde atuou de afetivo? Indivíduos que se mostram quase intratáveis, de difí-
a conceber a existência do
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modo interdisciplinar no estabele- cil acesso, refratários aos esforços terapêuticos de compreen-
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cimento de projetos terapêuticos são e transformação, mas, paradoxalmente, sempre dispostos outro como sujeito […], temos
para crianças e adolescentes em a nos entreter e distrair. Como compreendê-los em termos
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que a insegurança fundamental
situação de sofrimento psíquico metapsicológicos e psicopatológicos? Como empreender esses
intenso. Até o fim de 2010 foi pro- tratamentos? Que perspectivas clínicas eles nos abrem e sobre a verdade de si próprio
fessor da Universidade São Marcos, requerem, seja na instalação dos enquadres, seja nas técnicas, corresponde, necessariamente,
onde lecionou, entre outras, disci- manejos e interpretações?
a uma desconfiança de igual
plinas ligadas às áreas de psicologia
—Luís Cláudio Figueiredo
do desenvolvimento, epistemolo- proporção sobre a verdade do
gia e atenção psicossocial. outro, em cuja realidade
série
PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA
poderei ou não me apoiar.
”
PSICANÁLISE Coord. Flávio Ferraz
HERANÇAS INVISÍVEIS
DO ABANDONO
AFETIVO
Um estudo psicanalítico sobre
as dimensões da experiência traumática
Daniel Schor
Heranças invisíveis do abandono afetivo: um estudo psicanalítico sobre as dimensões
da experiência traumática
© 2017 Daniel Schor
Editora Edgard Blücher Ltda.
da d o s i n t e rnac i o na i s d e
c ata l o g aç ão na p u b l i c aç ão ( c i p )
A ng é l i c a I l a c qu a c rb - 8 / 7 0 5 7
Introdução 15
1. Bernardo e a esperança de “se juntar” 39
2. O efeito “des-historicizante” do trauma: o sujeito
fora do tempo 53
3. João, o herói abandonado 87
4. O efeito autoalienante do trauma: o sujeito fora de si 95
5. Ian, o sujinho sedutor 121
6. O efeito autointoxicante do trauma: o “Eu ruim” 133
7. Perspectivas para o trabalho com pacientes
traumatizados: as condições do processo de
simbolização 155
Epílogo 199
Referências 209
1. Bernardo2 e a esperança de
“se juntar”
Diante disso, seria fácil pensar que o adolescente que agora se pu-
nha em minha frente não era o mesmo “garoto problema” de quem,
semanas atrás, seu pai me havia falado. Isso se, em pouco tempo,
nossos encontros não tivessem começado a revelar a desordem que
escondia por trás de sua grande astúcia e aparente organização.
Tomei sua frase, bem como a imagem de seu retorno para casa
a cinco minutos do meu consultório, como um signo de seu esgo-
tamento, e, num de nossos encontros, disse a ele: “Venho perce-
bendo que pra você está muito difícil vir para cá. Está quase tão
difícil quanto ir à escola e fazer as outras coisas que você quer e
precisa fazer, mas não consegue. O que você acharia se, em vez de
você vir para cá, marcássemos um encontro em outro lugar, um
lugar em que você costuma ir? “Sério? Eu acho uma ótima! Poderia
ser o prédio do meu pai??” “Sim, poderia”.
Heranças Invisíveis
do Abandono Afetivo
Um estudo psicanalítico sobre
as dimensões da experiência traumática
Daniel Schor
ISBN: 9788521211709
Páginas: 216
Formato: 14x21 cm
Ano de Publicação: 2017