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POLÍTICAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA E PROMOÇÃO DA IGUALDADE


SOCIAL NO BRASIL
Clara Santos Gregorio da Silva1

RESUMO Este artigo aborda as políticas de combate à violência e promoção da igualdade


social no Brasil, destacando a importância da política na sociedade contemporânea. A
democracia e a cidadania são exploradas como princípios fundamentais, com ênfase em
exemplos previstos na Constituição, como o voto e a propaganda política. Em relação às
políticas de combate à violência e promoção da igualdade social, as políticas afirmativas são
discutidas como mecanismos para corrigir desigualdades históricas e estruturais. No entanto, a
implementação dessas políticas enfrenta dificuldades, como pressões, resistências,
estereótipos arraigados e falta de recursos. O resumo destaca a importância de compreender o
significado das políticas afirmativas e o papel delas na construção de uma sociedade mais
justa e inclusiva.
Palavras-chave: políticas de combate à violência, promoção da igualdade social, políticas
afirmativas, implementação, desafios, resistências, pressões, estereótipos, significado.

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO 2 O PAPEL DA POLÍTICA NA SOCIEDADE 3


DEMOCRACIA E CIDADANIA 4 POLÍTICAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA E
PROMOÇÃO DA IGUALDADE SOCIAL NO BRASIL 4.1 POLÍTICAS
AFIRMATIVAS 4.2 A DIFICULDADE NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS
AFIRMATIVAS NO ATUAL CENÁRIO BRASILEIRO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS.

1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a violência e a desigualdade social são desafios persistentes que afetam a
qualidade de vida e a dignidade de muitos cidadãos. A violência se manifesta em diferentes
formas, desde a criminalidade urbana até a violência doméstica e institucional. A desigualdade
social, por sua vez, é evidenciada pela disparidade de acesso a serviços básicos, oportunidades
educacionais e emprego, entre outros fatores.
Nesse contexto, as políticas públicas desempenham um papel fundamental na
transformação da realidade social. Elas são ferramentas essenciais para combater a violência e
promover a igualdade, visando garantir que todos os cidadãos tenham acesso a direitos e
oportunidades de forma justa e equitativa.

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Bacharelando em Direito na UNEB; Clarasgregorios@gmail.com
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Este artigo busca analisar a importância das políticas de combate à violência e


promoção da igualdade social no Brasil, considerando o papel da política na sociedade
contemporânea. Para isso, serão abordados três aspectos centrais: o papel da política na
sociedade, a relação entre democracia e cidadania, e a importância das políticas afirmativas
como estratégias para a promoção da igualdade.
Serão discutidos os desafios enfrentados na implementação dessas políticas,
considerando as particularidades do atual cenário brasileiro. A análise se concentrará nas
dificuldades, como resistências, falta de recursos e problemas estruturais, que muitas vezes
impedem a plena efetivação dessas políticas.
Por fim, será reforçada a necessidade de um compromisso contínuo com a formulação
e implementação de políticas efetivas de combate à violência e promoção da igualdade social.
A construção de uma sociedade mais justa e igualitária requer um esforço conjunto dos
poderes públicos, da sociedade civil e de diversos atores envolvidos, com o objetivo de criar
condições favoráveis para uma transformação social positiva.
Em suma, este artigo visa contribuir para o entendimento da importância das políticas
de combate à violência e promoção da igualdade social no Brasil, destacando a necessidade de
ações concretas e estratégias eficazes para alcançar uma sociedade mais inclusiva, justa e livre
da violência.

2 O PAPEL DA POLÍTICA NA SOCIEDADE

O papel da política na sociedade é multifacetado e envolve diversos aspectos que


moldam as relações entre os indivíduos e a organização coletiva. Para compreender melhor
essa dinâmica, é interessante explorar as perspectivas de pensadores como Aristóteles e
Thomas Hobbes.
Aristóteles, em sua obra "Política", aborda a política como a busca pelo bem comum e
a organização da cidade-estado (polis). Para ele, a política é um meio de alcançar a virtude e a
excelência moral, sendo a atividade que permite aos indivíduos viverem uma vida plena e
alcançarem a felicidade. Segundo Aristóteles, a política envolve a participação ativa dos
cidadãos na tomada de decisões, com o objetivo de promover a justiça, a igualdade e o bem-
estar coletivo.
Por outro lado, Thomas Hobbes, em sua obra "Leviatã", apresenta uma perspectiva
mais centralizada e autoritária do papel da política. Para Hobbes, a política é a única forma de
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manter a ordem e evitar o caos inerente à natureza humana. Ele argumenta que os indivíduos
devem abdicar de parte de sua liberdade em favor de um poder centralizado e soberano,
representado pelo Estado, que é responsável por garantir a segurança e a estabilidade da
sociedade.
Essas diferentes perspectivas sobre o papel da política na sociedade ressaltam a
importância de se encontrar um equilíbrio entre a participação cidadã e a necessidade de uma
autoridade centralizada. A política desempenha um papel fundamental na definição e
implementação de leis, na distribuição de recursos e na promoção da justiça social. Ela busca
regular as relações entre os indivíduos, garantindo a proteção dos direitos individuais e
coletivos, além de promover o bem-estar e a igualdade dentro da sociedade.
Nesse sentido, a política tem o objetivo de criar um ambiente propício para o
desenvolvimento humano, buscando soluções para problemas sociais, econômicos e culturais.
Ela também envolve a negociação de interesses diversos e o estabelecimento de consensos,
visando conciliar as demandas e necessidades de diferentes grupos e indivíduos.
Em suma, o papel da política na sociedade é essencial para a promoção do bem
comum, da justiça e da harmonia social. Ao analisar as perspectivas de pensadores como
Aristóteles e Thomas Hobbes, é possível compreender as diversas dimensões dessa atividade
e a importância de se buscar um equilíbrio entre a participação cidadã e a autoridade
centralizada, para construir uma sociedade mais justa, equitativa e harmoniosa.

3 DEMOCRACIA E CIDADANIA

A democracia e a cidadania são princípios fundamentais previstos na Constituição de


um país, como é o caso do Brasil, e desempenham um papel crucial na garantia dos direitos e
na participação política dos cidadãos. Nesse contexto, o voto e a propaganda política são
exemplos concretos de como esses conceitos se manifestam na prática.
A democracia é um sistema político no qual o poder emana do povo, sendo exercido
por meio de eleições livres e periódicas. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabelece
que o voto é um direito e um dever do cidadão, garantindo a participação ativa dos indivíduos
na escolha de seus representantes políticos. O voto é uma expressão concreta da cidadania,
permitindo que cada cidadão contribua para a formação do governo e das políticas públicas.
Além do voto, a propaganda política também desempenha um papel significativo na
democracia. A Constituição brasileira assegura a liberdade de expressão e de manifestação do
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pensamento, garantindo o direito dos partidos políticos e candidatos de divulgarem suas ideias
e propostas para a população. Através da propaganda política, seja em campanhas eleitorais
ou em debates públicos, os cidadãos têm acesso a informações sobre os candidatos, suas
plataformas e suas visões para o futuro do país. Essa troca de informações e ideias contribui
para a formação de opinião dos eleitores e para o debate público sobre questões relevantes.
Além desses exemplos, a Constituição também prevê outros direitos e mecanismos de
participação cidadã. Ela garante a liberdade de associação, permitindo que os cidadãos se
organizem em entidades e movimentos sociais para expressar suas demandas e buscar
mudanças na sociedade. Também assegura o direito à petição, permitindo que os cidadãos
apresentem suas reivindicações aos órgãos públicos.
A democracia e a cidadania, conforme estabelecido na Constituição, são fundamentais
para a construção de uma sociedade justa e inclusiva. Elas visam assegurar a igualdade de
direitos e oportunidades para todos os cidadãos, promovendo a participação ativa na vida
política e na tomada de decisões que afetam a sociedade como um todo.
No entanto, é importante ressaltar que a democracia e a cidadania não devem ser vistas
como estáticas ou garantidas apenas pela Constituição. Elas exigem a participação constante e
engajada dos cidadãos, que devem acompanhar e fiscalizar o exercício do poder, defender
seus direitos e lutar por uma sociedade mais justa e democrática.
Em resumo, a democracia e a cidadania, previstas na Constituição, são fundamentais
para garantir a participação política dos cidadãos. O voto e a propaganda política são
exemplos concretos de como esses princípios se materializam na prática, permitindo que os
cidadãos escolham seus representantes e sejam informados sobre as propostas políticas. No
entanto, a efetivação desses direitos requer o comprometimento e a participação ativa dos
cidadãos para construir e fortalecer uma sociedade democrática e participativa.

4 POLÍTICAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA E PROMOÇÃO DA


IGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

No Brasil, a implementação de políticas de combate à violência e promoção da


igualdade social é um desafio constante. A violência, em suas diferentes manifestações, afeta
negativamente a vida dos cidadãos e impede o pleno desenvolvimento social e econômico do
país. Nesse contexto, é fundamental a adoção de políticas efetivas que abordem essas questões
de forma abrangente e estrutural.
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O combate à violência deve ir além de abordagens meramente punitivas e repressivas.


É necessário adotar uma abordagem multidimensional, que engloba tanto a prevenção quanto
a repressão, e que considere as causas e os contextos sociais em que a violência se manifesta.
Para promover a igualdade social, é fundamental criar políticas que enfrentem as
desigualdades estruturais presentes na sociedade. Isso implica em combater a discriminação, o
racismo, a desigualdade de gênero, a homofobia e outras formas de exclusão social. A
promoção da igualdade social requer a implementação de medidas afirmativas e ações
direcionadas a grupos historicamente marginalizados.

4.1 POLÍTICAS AFIRMATIVAS

As políticas afirmativas são mecanismos adotados pelo Estado para corrigir


desigualdades históricas e estruturais, promovendo a inclusão e a igualdade de oportunidades.
Elas buscam garantir que grupos socialmente vulneráveis tenham acesso a direitos e
benefícios que foram historicamente negados.
No Brasil, um exemplo de política afirmativa é a reserva de vagas em instituições de
ensino superior para estudantes oriundos de escolas públicas e para candidatos autodeclarados
negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Essa política, conhecida como sistema
de cotas, tem o objetivo de ampliar a participação desses grupos no ensino superior, reduzindo
as desigualdades educacionais e promovendo a diversidade.
Outro exemplo importante é a Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012), que estabelece a
reserva de vagas para pessoas de minorias sociais com em universidades públicas e institutos
federais de educação, além de concursos públicos e em outros diversos setores. Essa medida
busca garantir que estudantes de famílias socioeconomicamente desfavorecidas ou cidadãos à
margem das mazelas sociais tenham acesso ao ensino superior ou ao mercado de trabalho,
contribuindo para a promoção da igualdade de oportunidades.

4.2 A DIFICULDADE NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS


AFIRMATIVAS NO ATUAL CENÁRIO BRASILEIRO

A implementação de políticas afirmativas no Brasil tem enfrentado diversos desafios e


resistências, refletindo um contexto complexo e controverso. Embora essas políticas sejam
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fundamentais para promover a igualdade e combater as desigualdades históricas, sua


implementação nem sempre é fácil ou bem-sucedida.
Uma das dificuldades está relacionada às pressões e resistências de grupos que se
sentem ameaçados pelas políticas afirmativas. Alguns argumentam que essas medidas são
injustas, pois supostamente privilegiam determinados grupos em detrimento de outros. Essas
objeções muitas vezes têm origem em uma compreensão equivocada do significado das
políticas afirmativas, confundindo-as com um tratamento preferencial injusto, em vez de um
esforço para corrigir desigualdades históricas.
Outra dificuldade reside na necessidade de superar estereótipos e preconceitos
arraigados na sociedade. A implementação de políticas afirmativas requer uma mudança
cultural e uma conscientização da importância da promoção da igualdade e da inclusão. É
necessário educar a população sobre os fundamentos e os objetivos dessas políticas,
desmistificando visões distorcidas e promovendo o diálogo construtivo.
Tentativas de implementação de políticas afirmativas no Brasil têm ocorrido em
diferentes esferas, como no ensino superior, mercado de trabalho e representatividade política.
O sistema de cotas em universidades públicas e a reserva de vagas para pessoas de baixa
renda são exemplos de medidas adotadas para garantir o acesso igualitário à educação
superior. No entanto, a implementação dessas políticas tem enfrentado desafios, incluindo a
necessidade de adequação das estruturas e recursos das instituições de ensino.
No âmbito do mercado de trabalho, embora tenham sido criadas leis que incentivam a
contratação de pessoas com deficiência e a promoção da igualdade de gênero, ainda há
dificuldades em garantir sua efetiva implementação. Barreiras estruturais e preconceitos
persistem, dificultando a inclusão e a ascensão profissional desses grupos.
É importante ressaltar que as políticas afirmativas têm um significado profundo e uma
relevância histórica. Elas visam corrigir desigualdades que foram construídas ao longo do
tempo, de forma estrutural e sistemática. Buscam criar oportunidades equitativas para grupos
historicamente marginalizados, ampliando suas vozes e representatividade na sociedade.
O sucesso na implementação de políticas afirmativas depende da vontade política, do
engajamento da sociedade civil e da adoção de estratégias abrangentes. É fundamental que
essas políticas sejam acompanhadas por programas de suporte e capacitação, a fim de garantir
que os beneficiários possam efetivamente usufruir das oportunidades oferecidas.
Em resumo, a implementação de políticas afirmativas no Brasil enfrenta desafios
como pressões e resistências, estereótipos arraigados e necessidade de conscientização. As
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tentativas de implementação ocorrem em diferentes setores, como educação e mercado de


trabalho, mas ainda há obstáculos a serem superados. É essencial compreender o significado
dessas políticas e o seu papel na promoção da igualdade e inclusão social.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção de uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil exige o engajamento


político e a implementação de políticas de combate à violência e promoção da igualdade
social. As políticas afirmativas desempenham um papel fundamental nesse processo, visando
corrigir desigualdades históricas e promover a inclusão de grupos marginalizados. No entanto,
a implementação dessas políticas enfrenta desafios complexos, exigindo a superação de
resistências e ações efetivas para garantir sua eficácia.
A democracia e a cidadania são elementos essenciais para a consolidação de uma
sociedade mais justa, em que todos os cidadãos possam desfrutar de seus direitos plenamente.
Através do diálogo democrático, do fortalecimento das instituições e da participação cidadã
ativa, é possível avançar na formulação e implementação de políticas que combatam a
violência e promovam a igualdade social.
Em última análise, é fundamental que haja um compromisso contínuo com a
promoção da igualdade social e o combate à violência no Brasil. Isso requer ações
coordenadas entre os poderes públicos, a sociedade civil e outros atores relevantes. Somente
através desses esforços conjuntos poderemos alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e
livre da violência.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. A Política. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1965.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo: Editora Malheiros. 14 ed., 2007.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 01 de jul. de
2023.
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GOYARD-FABRE, Simone. O que é Democracia? (Tradução Cláudia Berliner) São Paulo: Marins
Fontes, 2003.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. (Tradução de
João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva). 3. ed. São Paulo: AbrilCultural, 1983. Col. Os
Pensadores.

MENDONÇA, Ana. O que são cotas e por que precisamos delas? Disponível em:
https://www.colab.re/conteudo/cotas Acesso em: 04 de jul. de 2023.

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