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Desafio de projeto

Mecânica dos Fluidos 1


Profs. D.Sc. Claudio C. Pellegrini e Rafael R. S. Melo

Outubro de 2022

Inspirado nas competições estudantis, como o Aerodesign e o Baja, o presente


documento estabelece as regras de uma competição destinada a estudantes de
engenharia mecânica matriculados no curso de Mecânica dos Fluidos 1.

1. Objetivo do desafio
As equipes deverão projetar, construir e testar um modelo em escala reduzida de
embarcação de superfície movida por um grupo motopropulsor padrão (GMPP) a
elástico, utilizando soluções de projeto tão criativas, inovadores e
multidisciplinares quanto possível, e que satisfaçam os requisitos e as restrições
impostas neste Regulamento.
O comitê organizador, ou simplesmente a organização, da competição será
constituída pelo professor da disciplina e até dois convidados a seu critério. A
competição é aberta ao público e o registro de imagens é incentivado.

2. Organização do desafio

2.1. Sobre as equipes


Os estudantes regularmente matriculados na disciplina de Mecânica dos Fluidos 1,
deverão constituir equipes de 4 até 5 participantes nas próximas 3 semanas a
partir de hoje (05/10/2022). O número exato de participantes pode ser
modificado a critério da organização em caso de turmas com muitos ou muito
poucos inscritos. É obrigatório que todos os estudantes estejam filiados a algum
grupo. Findo o prazo de três semanas, os estudantes que permanecerem sem um
grupo serão sorteados para as vagas remanescentes nos grupos existentes ou
agrupados em um grupo próprio.
As Equipes e os protótipos serão identificados por seu nome escolhido pelos
membros e um número definido pela organização. As equipes devem indicar um
Capitão de Mar e Guerra, que será o indivíduo responsável por dialogar com a
organização em caso de dúvidas ou reclamações.

2.2. Sobre a competição


A competição será dividida em duas partes: competição de projeto e a competição
de navegação
Durante a competição de projeto as equipes deverão apresentar um vídeo de
no máximo 10 minutos mostrando e identificando todos os membros durante a
construção do protótipo e a realização dos testes. A apresentação deve consistir de
explicações sobre as atividades mostradas no vídeo e da exposição da
fundamentação teórica utilizada. O apresentador será sorteado no dia da
apresentação dentre os membros presentes da equipe, sendo ele, e apenas ele, o
responsável por apresentar o projeto e responder às perguntas da banca
examinadora, sujeito a penalidades em caso de descumprimento. Todos os
membros de todas as equipes deverão estar presentes a todas as apresentações.
Durante a competição de navegação as equipes deverão comparecer à piscina
do CSA em data e horários previamente estabelecidos. Suas embarcações serão
colocadas na água com o GMPP “abastecido” de energia potencial elástica e elas
serão liberadas do repouso por um membro da equipe ou da organização. Cada
equipe fará jus a apenas duas tentativas de navegação, definidas pelo
abastecimento do GMPP. Cabe à equipe estabelecer o direcionamento inicial da
embarcação.
O comitê organizador determinará a distância que cada embarcação percorreu,
considerada entre o ponto de liberação do protótipo e o primeiro toque em
qualquer das bordas da piscina ou o término do movimento impulsionado1.
Distancias menores do que 5 m não serão consideradas para a premiação. Todos os
membros de todas as equipes devem estar presentes.

2.3. Pontuação
Ambas etapas da as competição possuem valor máximo de 1,0 ponto, totalizando
2,0 pontos.
Durante a apresentação oral serão considerados o tempo, o conhecimento
sobre o tema, o envolvimento do grupo, a clareza da exposição e as respostas ás
perguntas dos jurados. Durante a competição serão considerados o tempo de
montagem, a distância percorrida, problemas construtivos e de projeto, falhas
estruturais e de concepção.
1
Entende-se como movimento impulsionado o período em que a embarcação esteja se
movimentando devido à energia acumulada no GMPP, ou seja, em que o impelidor esteja
convertendo energia potencial elástica em energia cinética de rotação do impelidor, acrescido do
período de desaceleração subsequente. Este último não necessariamente termina em repouso, visto
que externalidades (como o vento) podem criar um movimento residual. A definição do fim do
movimento impulsionado é de responsabilidade do comitê organizador.
Aos membros da equipe vencedora, aquela que percorrer a maior distância
acima de 5 m, será oferecido um prêmio bônus de 0,5 pontos. Caso mais de uma
equipe atravesse toda a piscina, ambas serão premiadas. Caso apenas uma equipe
se apresente para a competição, ela só fará jus ao bônus de 0,5 pontos caso
atravesse toda a piscina.
Para estimular a criatividade e o aprofundamento no tema, ideias consideradas
inovadoras e o desenvolvimento de metodologias detalhadas de cálculo ou projeto
podem valer à equipe um bônus de até 0,5 pontos, não cumulativo ao bônus de
maior distância percorrida. No caso das metodologias, o material escrito deve ser
encaminhado para apreciação do comitê organizador ao final da apresentação oral.
A decisão sobre a premiação cabe apenas ao comitê organizador e não é passível
de recurso ou contestação, por se tratar de um bônus.
A ausência do discente na defesa do projeto ou na competição acarretará na
perda da pontuação apenas do discente ausente e não da equipe.

3. Configuração da embarcação
Somente embarcações de superfície tem o direito de competir. Elas devem ser
movidas pelo GMPP fornecido pela organização da competição e liberadas a partir
do repouso simultaneamente ao acionamento do GMPP. O número de voltas de
torção dos elásticos será estabelecido pela organização e será idêntico para todas
as equipes.

3.1. O grupo motopropulsor padrão


O GMPP é constituído por elásticos torcidos dentro de tubo fixado por braçadeiras
uma base de madeira, com as dimensões mostradas na Fig. 1. O eixo horizontal à
direita é utilizado para transmitir a energia dos elásticos ao impelidor, ficando a
ligação entre os dois dispositivos a cargo da equipe, assim como a fixação do
conjunto à embarcação.

Fig. 1 – dimensões do GMPP


A única forma de propulsão deve ser o GMPP. São proibidos:

 Uso de qualquer dispositivo auxiliar, como velas náuticas, gases


comprimidos, reações químicas, ventiladores, geradores de ondas,
geradores de correntes fluidas, fontes de calor, etc.
 A presença de qualquer fonte de energia dentro ou nas imediações da
embarcação, exceto o próprio GMPP e a fonte associada ao sistema de
navegação.

3.2. O casco
Todas as embarcações devem possuir um casco, com uma parte submersa (o
calado) e outra emersa (o costado). A dimensão das partes fica inteiramente a
critério das equipes, porém o casco deve cobrir vertical e horizontalmente o GMPP.
Em outras palavras, o GMPP deve ficar totalmente contido dentro do casco,
conforme Fig. 2.

Fig. 2 – Configuração do GMPP no casco

No projeto e construção do casco são permitidos:

 Utilização de flutuadores ou cascos múltiplos


 Utilização de lastro
 Utilização de calços para o posicionamento do GMPP
 Tratamento superficial do casco

Ficam, entretanto, proibidos:

 O uso do GMPP como casco da embarcação.


 A submersão ou a inundação do GMPP. A entrada de água no casco é
sujeita a penalidades, mas respingos ocasionados pelo deslocamento ou
pelo vento são permitidos. Não é necessário proteger o GMPP com
carenagens.

3.3. O impelidor
No projeto e construção do impelidor (o elemento mecânico que transfere a
potência do GMPP para a água) são permitidos:

 Utilização de impelidores simples ou múltiplos de qualquer tipo.


 Posicionamento dos impelidores em qualquer parte da embarcação e de
qualquer forma, desde que respeitada a restrição mostrada na Fig. 2.

É terminantemente proibido o uso de dispositivos auxiliares no lançamento


(como catapultas) ou da interferência humana.

3.4. Sistema de navegação


É permitida a utilização de sistemas de navegação e controle da embarcação, desde
que possam controlados à distância e que suas respectivas fontes de energia não
alimentem qualquer outro sistema da embarcação, em particular o de propulsão.

3.5. Peças e componentes


O uso de componentes prontos, obtidos do mercado fica proibido, exceto
rolamentos, engrenagens, servo atuadores, e selos de vedação. Em particular, o
impelidor e o casco devem ser projetados e construídos pela equipe, sob pena de
desclassificação. Qualquer outro elemento que se deseje usar deve ser
previamente submetido à aprovação da organização.
O uso de material reciclado é fortemente recomendado.

4. Reutilização de protótipos anteriores


Embarcações já utilizadas em Desafios da MFL-1 de anos anteriores não poderão
ser reutilizadas, sob pena de desclassificação, a não ser que modificações
substanciais tenham sido feitas e possam ser claramente demonstradas. A intenção
da competição é incentivar a criatividade e não a capacidade de cópia. Pelo mesmo
motivo, cópias de projetos obtidas da internet sem modificações substanciais serão
desclassificadas.

5. Modificações de projeto
O protótipo levado ao dia da competição de navegação deve refletir fielmente o
projeto apresentado durante a competição de projeto e vice-versa. Diferenças
estão sujeitas a penalidades.

6. Ajuda externa
Com o objetivo de preservar os propósitos educacionais da competição, fica
proibida a participação de pessoas com amplo conhecimento e experiência
relacionados à
competição (ex. um construtor profissional de modelos). As decisões relativas ao
projeto devem ser tomadas apenas pelos membros da equipe.

7. Casos omissos
Casos não tratados neste regulamento serão decididos pela organização.

Desejo a todos uma boa competição e que prevaleça o espírito esportivo

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