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19/10/23

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quinta

INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO.


Em Mateus Jesus firma Seus princípios segundo moldes paralelos à lei
mosaica, em uma série de afirmativas: Ouvistes que foi dito aos antigos..."e
segue-se uma citaçã o extraída do Pentateuco - Eu, porém, vos digo... (M 5.
21, 27, 31, 33, 38, 43.)
Mateus divide a genealogia de Jesus em três porçõ es (1. 17).
⇨E temos ainda de considerar o caso de três parábolas, três
indagações, três orações e três negações. Talvez Mateus houvesse escrito
sob a impressã o deixada pela lei judaica que diz que pela boca de duas ou
três testemunhas, toda palavra será confirmada (Dt 17. 6 e 19. 5, afirmativa
essa que chega a ser realmente citada em Mt 18. 16).
⇨Há sete pará bolas em Mateus 13 e sete ais contra os escribas e fariseus,
no capítulo vinte e três; com isso Mateus, demonstra o quanto ele
apreciava essas questõ es, acima dos demais evangelistas.
CARACTERÍSTICAS JUDAICAS – Um manual de catequese para os recém-
convertidos e manual escatoló gico para os líderes da Igreja.
⇨Escrito para evangelizar aos judeus, confirmando-os na fé, apó s a sua
conversã o. A contínua ênfase dada por Mateus sobre o fato que Jesus
cumpriu a lei e as profecias messiâ nicas do Antigo Testamento (Isto e aquilo
aconteceram, para que o que foi dito por este ou aquele profeta se
cumprisse), ele traçou a genealogia de Jesus fazendo-a recuar até Abraã o,
pai da naçã o judaica, isso indica as preferências judaicas do primeiro
evangelho. Em contraste com isso, Marcos nã o alude de forma alguma aos
antepassados de Jesus. Seu interesse jaz naquilo que Jesus fizera, e os seus
leitores gentios (à semelhança da maioria dos leitores modernos) pouco
interesse haveriam de ter pela genealogia de Jesus. Porém, era
importantíssimo que Mateus demonstrasse a seus leitores judeus o fato de
que a genealogia de Jesus, seu Messias, remonta a Abraã o, por intermédio de
Davi.
⇨outras características judaicas:
a) A designaçã o judaica de Deus como Pai que está nos céus (por
quinze vezes em Mateus, uma só vez em Marcos, e nenhuma vez em
Lucas).
b) A substituiçã o reverente do nome de Deus, por céus (sobretudo na
frase reino dos céus, onde os outros evangelistas dizem reino de
Deus).
c) Um interesse tipicamente judaico pela escatologia (Mateus encerra
um capitulo inteiro a mais, sobre o discurso do monte das Oliveiras,
do que o fazem Marcos e Lucas).
d) Referências frequentes a Jesus como o Filho de Davi.
e) Alusõ es a costumes judaicos sem qualquer elucidaçã o (23. 5,27; 15.
2).
f) O registro do pagamento do imposto do templo por parte de Jesus
(17. 24 - 27), inexistente nos outros evangelhos.
g) Declaraçõ es feitas por Jesus revestidas de um sabor claramente
judaico (Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de
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Israel 15. 24 /Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em
cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas
perdidas da casa de Israel 10. 5,6 /5. 17 - 24; 6. 16 - 18 e 23. 2, 3).
Mateus parece ter narrado a histó ria da natividade a fim de contrariar
acusaçõ es assacadas por judeus no sentido que Jesus era filho
ilegítimo, que Ele aprendera artes má gicas no Egito, e que proviera de
Nazaré, ao invés de ter vindo do lugar certo, Belém da Judéia
(capítulos um e dois). Mateus também combate a acusaçã o judaica de
que os discípulos de Jesus lhe furtaram o cadáver (28. 11 - 15).
UNIVERSALISMO - A Grande Comissã o → dirigida aos seguidores de Cristo,
que ordena fazerem discípulos de todas as naçõ es (28. 19, 20).
a) Os magos gentios adoram ao Messias (2. 1 - 12).
b) ...o campo é o mundo... A pará bola do trigo e do joio (13. 38).
c) A pará bola da vinha → Deus haveria de transferir Seu reino da naçã o
de Israel para outros (21. 33 - 43).
d) Mateus é o ú nico entre os evangelistas a utilizar-se do termo igreja,
em seu evangelho (16. 18, 18. 17). O evangelho de Mateus é um
evangelho cristã o judaico, mas com uma perspectiva universal.
LUCAS O EVANGELHO DA CERTEZA HISTÓRICA - O terceiro evangelho
começa com uma referência a narrativas prévias sobre os primó rdios do
movimento cristã o, baseadas sobre relató rios de quem havia sido
testemunhas oculares e ministros da palavra (1. 1, 2); refina o seu
projeto, declarando-o uma exposição em ordem sobre aquela fidedigna
tradiçã o, além de esclarecer seu propó sito, que é o de convencer seus
leitores, sobre a exatidã o histó rica das tradiçõ es cristã s (1. 3, 4).
O homem Lucas - Provavelmente Lucas era um gentio (ou, pelo menos, um
judeu helenista), podendo ter-se convertido em Antioquia da Síria.
Seu nome é de origem grega. Nas despedidas constantes em Cl 4. 10 – 14.
Os livros de autoria lucana começam com uma dedicató ria formal, ao estilo
literá rio greco-romano (os ú nicos livros do Novo Testamento que assim
fazem).
Do termo “médico” amado – Face seu interesse acima do normal
demonstrado por enfermidades, mediante seu uso frequente de termos
médicos Lc 8. 43.

UNIVERSALISMO GENTÍLICO - Ele mostra que o evangelho é universal, que


Jesus derrubara a barreira entre judeus e gentios e inaugurara uma
comunidade de â mbito mundial na qual as antigas desigualdades entre
escravos e libertos, entre homens e mulheres, nã o mais existem. Porquanto
Lucas se dirigiu a uma audiência gentílica, ele nã o demonstra o interesse
judaico pelas profecias messiâ nicas cumpridas, com o mesmo grau de
intensidade com que o faz Mateus. E modificou expressõ es peculiarmente
judaicas, juntamente com alusõ es a costumes judaicos, a fim de que seus
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leitores gentios pudessem compreender melhor o que lessem. Mt 23. 2
alusão ao costume judaico de caiar os tú mulos para torná -los claramente
visíveis, para que ninguém viesse a contrair contaminaçã o cerimonial
inadvertidamente, ao tocar em algum deles. Lc 11. 44 →o termo usado é
para se afastar do costume judaico, porém mantendo firme o pensamento
essencial. Provas de que é um evangelho para os gentios:
1. Jesus é luz para revelaçã o aos gentios 2. 32 ↔ Is 40 ↔ Lc 3. 6.
2. A genealogia de Jesus nã o remonta somente até Abraã o, mas até
Adã o, progenitor da raça humana inteira 3. 23 - 38.
3. Jesus chamou atençã o para o fato que Elias foi abrigado por uma
viú va fenícia, e nã o por uma israelita, e para o fato que Eliseu curou a
um leproso sírio (Naamã ), e nã o um leproso israelita 4. 25 - 27.
4. A Grande Comissã o de evangelizar a todas as naçõ es 24. 47.
UNIVERSALISMO SOCIAL E ECONÔMICO – 7. 36 – 50 / Zaqueu , o
publicano 9. 1 – 10 / o criminoso penitente que morreu na cruz ao lado da
de Jesus 23. 39 – 43 / o filho pró digo 15. 11 - 32 (uma pará bola) / o
publicano que se arrependeu 18. 9 - 14 (uma pará bola) / os samaritanos e
os pobres /Tiago e Joã o foram repreendidos por haverem querido chamar
fogo do céu contra uma aldeia de samaritanos 9. 51 - 56) / O bom
samaritano, em certa parábola, aparece sob luz que lhe é favorável 10.
29 - 37) / O ú nico leproso, dentre nove outros, que voltou para agradecer a
Jesus pela cura recebida, era um samaritano, tendo sido chamado - este
estrangeiro 17. 11 – 19 / Jesus pregou as boas novas aos pobres 4. 16 –
22 / No Magnificat, Maria afirma que Deus ...exaltou os humildes. Encheu
de bens os famintos e despediu vazios os ricos... 1. 52b, 53 / banquete
aos pobres, aleijados, coxos, cegos 14. 12, 13.
A visão de Lucas de Jesus - Jesus é o Salvador do mundo, dotado de amplas
simpatias, capaz de associar-se com toda espécie de gente, que tinha
contatos com fariseus e publicanos igualmente (7. 36, 11. 37, 14. 1, 19. 1 -
10), e que demonstrava preocupaçã o com vítimas de calamidades pessoais
(7. 11 - 17; 8. 40 - 56 e 9. 37 - 43). Nos pontos em que Mateus se concentra
sobre Jesus e o reino, Lucas se concentra sobre Jesus e o povo comum. Lc é o
mais completo dos evangelhos sinópticos!

JOÃO – O EVANGELHO DA FÉ EM JESUS PARA A VIDA ETERNA.


O ú ltimo dos quatro evangelhos exibe uma profundeza teoló gica que
ultrapassa à dos evangelhos sinó pticos. Identificação → o autor escreve
como aquele a quem Jesus amava, nã o movido pelo egoísmo - porquanto
nunca se identifica por seu pró prio nome! - mas a fim de ressaltar que o
conteú do do evangelho merece crença.

Suplementação dos evangelhos sinópticos →Joã o suplementa os


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evangelhos sinó pticos destacando o ministério da Judéia, omitindo muitas
pará bolas e o tema do reino de Deus.
Dos discursos de Jesus em João - O quarto evangelho contém discursos
mais longos, feitos por Jesus, do que os outros evangelhos sinó pticos.
Teologia joanina - A lavagem dos pés dos discípulos, por parte de Jesus,
representa o efeito purificador de Sua obra remidora. Também se nota um
frequente toque irô nico, na pergunta feita por Jesus: 10. 32 / outras
expressões → nascer de novo 3. 3; Jesus seria levantado (execução e
ressurreição) 12. 20 – 36 (v. 32).
OUTROS TERMOS.

A Palavra → A Verdade = revelaçã o. Jesus é a Palavra (ou Logos) revelató ria


de Deus, ele revela a verdade, a qual é mais que mera veracidade.
Testemunho → Luz, Trevas = pessoa e cará ter de Deus, conforme
testemunhado por Jesus, pelo pró prio Pai, pelo Espírito Santo, pelas
Escrituras e por outros. Como luz ilumina à queles que creem e que dissipa
as trevas do mal.
Julgamento →A dissipaçã o das trevas é o Julgamento do mundo. Nã o que
Jesus tivesse vindo a fim de condenar ao mundo, mas é que Ele veio para
discriminar (distinguir, fazer a diferença) entre aqueles que pertencem à luz
e aqueles que pertencem à s trevas - e estes ú ltimos já estã o condenados por
si mesmos, devido à sua incredulidade.
O mundo → O mundo, a sociedade humana controlada por Sataná s, faz
oposiçã o à luz, e por isso torna-se objeto da ira divina 3. 16 o amor de Deus
veio por meio de Jesus Cristo e continua a manifestar-se através do amor que
os discípulos de Jesus têm uns pelos outros.
Glória →Com o intuito de revelar a gló ria do Pai, o Pai, por Sua vez,
glorificou ao Filho mediante a exaltaçã o celestial.
Eleição →Crença, regeneraçã o, conhecimento o homem experimenta a
regeneraçã o do Espírito Santo, chega ao conhecimento salvador de Deus por
intermédio de Cristo. (sinergismo = tem participação, o livre arbítrio /
monergismo = não tem participação)
Universalidade → Vida Eterna, permanência, paracleto o convite é
caracterizado pela universalidade. Aqueles que aceitam tal convite recebem
a vida eterna, um lugar permanente em Cristo, e o Paracleto, ou Espírito
Santo, em Seu papel variado de Consolador, Conselheiro e Advogado.
CONTEÚDO - O sombrio pano-de-fundo do evangelho consiste das
reiteradas rejeições de Jesus por parte dos Judeus : Purificaçã o do templo
(2); cura do paralítico (5); multiplicaçã o dos pã es para os cinco mil homens
(6); quando Seus meio-irmã os procuraram tratá -Lo com sarcasmo (7); sua
presença na festa dos Taberná culos (7); sua afirmaçã o de ser a luz do mundo
(8); Sua unidade com Deus Pai (10)...
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