Em Mateus Jesus firma Seus princípios segundo moldes paralelos à lei mosaica, em uma série de afirmativas: Ouvistes que foi dito aos antigos..."e segue-se uma citaçã o extraída do Pentateuco - Eu, porém, vos digo... (M 5. 21, 27, 31, 33, 38, 43.) Mateus divide a genealogia de Jesus em três porçõ es (1. 17). ⇨E temos ainda de considerar o caso de três parábolas, três indagações, três orações e três negações. Talvez Mateus houvesse escrito sob a impressã o deixada pela lei judaica que diz que pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra será confirmada (Dt 17. 6 e 19. 5, afirmativa essa que chega a ser realmente citada em Mt 18. 16). ⇨Há sete pará bolas em Mateus 13 e sete ais contra os escribas e fariseus, no capítulo vinte e três; com isso Mateus, demonstra o quanto ele apreciava essas questõ es, acima dos demais evangelistas. CARACTERÍSTICAS JUDAICAS – Um manual de catequese para os recém- convertidos e manual escatoló gico para os líderes da Igreja. ⇨Escrito para evangelizar aos judeus, confirmando-os na fé, apó s a sua conversã o. A contínua ênfase dada por Mateus sobre o fato que Jesus cumpriu a lei e as profecias messiâ nicas do Antigo Testamento (Isto e aquilo aconteceram, para que o que foi dito por este ou aquele profeta se cumprisse), ele traçou a genealogia de Jesus fazendo-a recuar até Abraã o, pai da naçã o judaica, isso indica as preferências judaicas do primeiro evangelho. Em contraste com isso, Marcos nã o alude de forma alguma aos antepassados de Jesus. Seu interesse jaz naquilo que Jesus fizera, e os seus leitores gentios (à semelhança da maioria dos leitores modernos) pouco interesse haveriam de ter pela genealogia de Jesus. Porém, era importantíssimo que Mateus demonstrasse a seus leitores judeus o fato de que a genealogia de Jesus, seu Messias, remonta a Abraã o, por intermédio de Davi. ⇨outras características judaicas: a) A designaçã o judaica de Deus como Pai que está nos céus (por quinze vezes em Mateus, uma só vez em Marcos, e nenhuma vez em Lucas). b) A substituiçã o reverente do nome de Deus, por céus (sobretudo na frase reino dos céus, onde os outros evangelistas dizem reino de Deus). c) Um interesse tipicamente judaico pela escatologia (Mateus encerra um capitulo inteiro a mais, sobre o discurso do monte das Oliveiras, do que o fazem Marcos e Lucas). d) Referências frequentes a Jesus como o Filho de Davi. e) Alusõ es a costumes judaicos sem qualquer elucidaçã o (23. 5,27; 15. 2). f) O registro do pagamento do imposto do templo por parte de Jesus (17. 24 - 27), inexistente nos outros evangelhos. g) Declaraçõ es feitas por Jesus revestidas de um sabor claramente judaico (Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de 2 Israel 15. 24 /Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel 10. 5,6 /5. 17 - 24; 6. 16 - 18 e 23. 2, 3). Mateus parece ter narrado a histó ria da natividade a fim de contrariar acusaçõ es assacadas por judeus no sentido que Jesus era filho ilegítimo, que Ele aprendera artes má gicas no Egito, e que proviera de Nazaré, ao invés de ter vindo do lugar certo, Belém da Judéia (capítulos um e dois). Mateus também combate a acusaçã o judaica de que os discípulos de Jesus lhe furtaram o cadáver (28. 11 - 15). UNIVERSALISMO - A Grande Comissã o → dirigida aos seguidores de Cristo, que ordena fazerem discípulos de todas as naçõ es (28. 19, 20). a) Os magos gentios adoram ao Messias (2. 1 - 12). b) ...o campo é o mundo... A pará bola do trigo e do joio (13. 38). c) A pará bola da vinha → Deus haveria de transferir Seu reino da naçã o de Israel para outros (21. 33 - 43). d) Mateus é o ú nico entre os evangelistas a utilizar-se do termo igreja, em seu evangelho (16. 18, 18. 17). O evangelho de Mateus é um evangelho cristã o judaico, mas com uma perspectiva universal. LUCAS O EVANGELHO DA CERTEZA HISTÓRICA - O terceiro evangelho começa com uma referência a narrativas prévias sobre os primó rdios do movimento cristã o, baseadas sobre relató rios de quem havia sido testemunhas oculares e ministros da palavra (1. 1, 2); refina o seu projeto, declarando-o uma exposição em ordem sobre aquela fidedigna tradiçã o, além de esclarecer seu propó sito, que é o de convencer seus leitores, sobre a exatidã o histó rica das tradiçõ es cristã s (1. 3, 4). O homem Lucas - Provavelmente Lucas era um gentio (ou, pelo menos, um judeu helenista), podendo ter-se convertido em Antioquia da Síria. Seu nome é de origem grega. Nas despedidas constantes em Cl 4. 10 – 14. Os livros de autoria lucana começam com uma dedicató ria formal, ao estilo literá rio greco-romano (os ú nicos livros do Novo Testamento que assim fazem). Do termo “médico” amado – Face seu interesse acima do normal demonstrado por enfermidades, mediante seu uso frequente de termos médicos Lc 8. 43.
UNIVERSALISMO GENTÍLICO - Ele mostra que o evangelho é universal, que
Jesus derrubara a barreira entre judeus e gentios e inaugurara uma comunidade de â mbito mundial na qual as antigas desigualdades entre escravos e libertos, entre homens e mulheres, nã o mais existem. Porquanto Lucas se dirigiu a uma audiência gentílica, ele nã o demonstra o interesse judaico pelas profecias messiâ nicas cumpridas, com o mesmo grau de intensidade com que o faz Mateus. E modificou expressõ es peculiarmente judaicas, juntamente com alusõ es a costumes judaicos, a fim de que seus 3 leitores gentios pudessem compreender melhor o que lessem. Mt 23. 2 alusão ao costume judaico de caiar os tú mulos para torná -los claramente visíveis, para que ninguém viesse a contrair contaminaçã o cerimonial inadvertidamente, ao tocar em algum deles. Lc 11. 44 →o termo usado é para se afastar do costume judaico, porém mantendo firme o pensamento essencial. Provas de que é um evangelho para os gentios: 1. Jesus é luz para revelaçã o aos gentios 2. 32 ↔ Is 40 ↔ Lc 3. 6. 2. A genealogia de Jesus nã o remonta somente até Abraã o, mas até Adã o, progenitor da raça humana inteira 3. 23 - 38. 3. Jesus chamou atençã o para o fato que Elias foi abrigado por uma viú va fenícia, e nã o por uma israelita, e para o fato que Eliseu curou a um leproso sírio (Naamã ), e nã o um leproso israelita 4. 25 - 27. 4. A Grande Comissã o de evangelizar a todas as naçõ es 24. 47. UNIVERSALISMO SOCIAL E ECONÔMICO – 7. 36 – 50 / Zaqueu , o publicano 9. 1 – 10 / o criminoso penitente que morreu na cruz ao lado da de Jesus 23. 39 – 43 / o filho pró digo 15. 11 - 32 (uma pará bola) / o publicano que se arrependeu 18. 9 - 14 (uma pará bola) / os samaritanos e os pobres /Tiago e Joã o foram repreendidos por haverem querido chamar fogo do céu contra uma aldeia de samaritanos 9. 51 - 56) / O bom samaritano, em certa parábola, aparece sob luz que lhe é favorável 10. 29 - 37) / O ú nico leproso, dentre nove outros, que voltou para agradecer a Jesus pela cura recebida, era um samaritano, tendo sido chamado - este estrangeiro 17. 11 – 19 / Jesus pregou as boas novas aos pobres 4. 16 – 22 / No Magnificat, Maria afirma que Deus ...exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos... 1. 52b, 53 / banquete aos pobres, aleijados, coxos, cegos 14. 12, 13. A visão de Lucas de Jesus - Jesus é o Salvador do mundo, dotado de amplas simpatias, capaz de associar-se com toda espécie de gente, que tinha contatos com fariseus e publicanos igualmente (7. 36, 11. 37, 14. 1, 19. 1 - 10), e que demonstrava preocupaçã o com vítimas de calamidades pessoais (7. 11 - 17; 8. 40 - 56 e 9. 37 - 43). Nos pontos em que Mateus se concentra sobre Jesus e o reino, Lucas se concentra sobre Jesus e o povo comum. Lc é o mais completo dos evangelhos sinópticos!
JOÃO – O EVANGELHO DA FÉ EM JESUS PARA A VIDA ETERNA.
O ú ltimo dos quatro evangelhos exibe uma profundeza teoló gica que ultrapassa à dos evangelhos sinó pticos. Identificação → o autor escreve como aquele a quem Jesus amava, nã o movido pelo egoísmo - porquanto nunca se identifica por seu pró prio nome! - mas a fim de ressaltar que o conteú do do evangelho merece crença.
Suplementação dos evangelhos sinópticos →Joã o suplementa os
4 evangelhos sinó pticos destacando o ministério da Judéia, omitindo muitas pará bolas e o tema do reino de Deus. Dos discursos de Jesus em João - O quarto evangelho contém discursos mais longos, feitos por Jesus, do que os outros evangelhos sinó pticos. Teologia joanina - A lavagem dos pés dos discípulos, por parte de Jesus, representa o efeito purificador de Sua obra remidora. Também se nota um frequente toque irô nico, na pergunta feita por Jesus: 10. 32 / outras expressões → nascer de novo 3. 3; Jesus seria levantado (execução e ressurreição) 12. 20 – 36 (v. 32). OUTROS TERMOS.
A Palavra → A Verdade = revelaçã o. Jesus é a Palavra (ou Logos) revelató ria
de Deus, ele revela a verdade, a qual é mais que mera veracidade. Testemunho → Luz, Trevas = pessoa e cará ter de Deus, conforme testemunhado por Jesus, pelo pró prio Pai, pelo Espírito Santo, pelas Escrituras e por outros. Como luz ilumina à queles que creem e que dissipa as trevas do mal. Julgamento →A dissipaçã o das trevas é o Julgamento do mundo. Nã o que Jesus tivesse vindo a fim de condenar ao mundo, mas é que Ele veio para discriminar (distinguir, fazer a diferença) entre aqueles que pertencem à luz e aqueles que pertencem à s trevas - e estes ú ltimos já estã o condenados por si mesmos, devido à sua incredulidade. O mundo → O mundo, a sociedade humana controlada por Sataná s, faz oposiçã o à luz, e por isso torna-se objeto da ira divina 3. 16 o amor de Deus veio por meio de Jesus Cristo e continua a manifestar-se através do amor que os discípulos de Jesus têm uns pelos outros. Glória →Com o intuito de revelar a gló ria do Pai, o Pai, por Sua vez, glorificou ao Filho mediante a exaltaçã o celestial. Eleição →Crença, regeneraçã o, conhecimento o homem experimenta a regeneraçã o do Espírito Santo, chega ao conhecimento salvador de Deus por intermédio de Cristo. (sinergismo = tem participação, o livre arbítrio / monergismo = não tem participação) Universalidade → Vida Eterna, permanência, paracleto o convite é caracterizado pela universalidade. Aqueles que aceitam tal convite recebem a vida eterna, um lugar permanente em Cristo, e o Paracleto, ou Espírito Santo, em Seu papel variado de Consolador, Conselheiro e Advogado. CONTEÚDO - O sombrio pano-de-fundo do evangelho consiste das reiteradas rejeições de Jesus por parte dos Judeus : Purificaçã o do templo (2); cura do paralítico (5); multiplicaçã o dos pã es para os cinco mil homens (6); quando Seus meio-irmã os procuraram tratá -Lo com sarcasmo (7); sua presença na festa dos Taberná culos (7); sua afirmaçã o de ser a luz do mundo (8); Sua unidade com Deus Pai (10)... 5