Você está na página 1de 55

Introdução aos

Evangelhos Sinóticos Bloco IV

Elaborado por Prof. Pe. Fabio da Silveira Siqueira


Doutor em Teologia – PUC/RJ
O EVANGELHO
DE LUCAS
Visto que muitos já tentaram compor uma narração
dos fatos que se cumpriram entre nós –
conforme no-los transmitiram os que, desde o
princípio, foram testemunhas oculares e ministros da
Palavra – a mim também pareceu conveniente, após
acurada investigação de tudo desde o princípio,
escrever-te de modo ordenado, ilustre Teófilo, para
que verifiques a solidez dos ensinamentos que
recebeste.

(Lc 1,1-4)
Autoria (da obra Lc-At)

Testemunho da Tradição

Análise do texto (Ev e At)


Além disso, deve-se notar:

• a semelhança linguística que existe entre o Evangelho de Lucas e o


epistolário paulino;
• segundo Cl 4,14 Lucas era médico e, no Evangelho a ele atribuído os
sintomas dos enfermos são descritos de modo pormenorizado (Lc 4,38
// Mc 1,30; Lc 13,11-13) e ele abranda o juízo pessimista sobre os
médicos (Mc 5,25.29 [ela sofrera nas mãos de vários médicos] // Lc
8,43-44 [ninguém a podia curar]); Jesus é apresentado como “médico
divino” em Lc 4,23 e, particularmente, em Lc 5,17 (comparar Lc 5,17
com Mt 9,1 e Mc 2,1-2);
• o autor do terceiro evangelho parece ser um
homem erudito, que utiliza muitos termos que
não são comuns ao NT e que corrige
construções gramaticais difíceis como a de Mc
4,25 – comparar com Lc 8,18:
Pois ao que tem, será dado,
ὃς γὰρ ἔχει, δοθήσεται αὐτῷ·
e ao que não tem,
καὶ ὃς οὐκ ἔχει,
mesmo o que tem lhe será tirado. (Mc 4,25)
καὶ ὃ ἔχει ἀρθήσεται ἀπ᾽ αὐτοῦ. (Mc 4,25)
Pois ao que tiver,
ὃς ἂν γὰρ ἔχῃ,
será dado;
δοθήσεται αὐτῷ·
e ao que não tiver,
καὶ ὃς ἂν μὴ ἔχῃ,
mesmo o que pensa ter, lhe será tirado”. (Lc 8,18)
καὶ ὃ δοκεῖ ἔχειν ἀρθήσεται ἀπ᾽ αὐτοῦ. (Lc 8,18)
Note-se o uso do subjuntivo do verbo “ter” e o verbo “dokéu”,
tornando mais clara a segunda parte da sentença.
Destinatários
Pelo contexto da obra percebemos que os
destinatários são pessoas que já aceitaram a fé,
provavelmente pagãos convertidos ou judeus oriundos da
gentilidade.
Eis alguns fatores:
- Acomodação ao contexto helenista (Lc 5,19 - Mc 2,4)
- Títulos judeus substituídos por gregos (Rabi e
Rabboúni substituído por Kyrios ou epistátes Mc 10,51 /
Lc 9,33; Abbá, hó Patér - Mc 14,36 - Páter - Lc 22,42);
- Atenua passagens que demonstram a cólera ou
a indignação de Jesus, provavelmente para não
causar escândalo aos pagãos (Lc 6,10 // Mc 3,5; Lc
19,45s // Mc 11,15-17 [p. 18]; Lc 22,40-46 // Mc 14,32-42);

- Fatos favoráveis aos gentios são colocados em


destaque (Lc 3,14; Lc 7,2-10; Lc 10,29-37; Lc 17,11-19; At
10).
• Datação:

Próximo ao ano 70 d.C.


(depois da queda de
Jerusalém?)
Estrutura
Prólogo 1, 1-4
Introdução (Evangelho da Infância) 1,5 - 2,52
I. Anúncio na Galileia 3,1 - 9,50
a) Preparação do ministério público 3,1 - 4,13
b) Ministério de Jesus na Galileia 4,14 - 9,50
II. A subida para Jerusalém 9,51 - 19,27
III. Atividade de Jesus em Jerusalém 19,28 - 24,53
• Antíteses;

• A valorização da figura feminina;

• Lucas mitiga a dureza de algumas passagens.


1.O Caminho para Jerusalém (Lc 9,51)
2.O Evangelho do “Grande Profeta”
3.O Espírito Santo e a Oração
4.O Evangelho da alegria e da pobreza
5.O universalismo da salvação
6.A misericórdia
7.A cristologia como chave de leitura
para a história da salvação
A Cristologia como
Exegese da Escritura
E, começando por Moisés e por todos os Profetas,
interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele
dizia respeito. (Lc 24,27)

Pe. Fabio da Silveira Siqueira


Uma leitura atenta

Um passo importante em nossa aproximação à


Sagrada Escritura é a “leitura”. Devemos fazer
uma “leitura atenta” do texto, seja antes de
estudá-lo, seja quando paramos para a “Lectio
Divina”.
Estrutura do texto

24,1-12 (23,56b?): O sepulcro vazio

24,13-35: Os discípulos de Emaús

24,36-49: Aparição do Ressuscitado

24,50-53: Ascensão do Senhor


Estrutura do texto

É possível perceber em Lc 24 uma progressão: o


anúncio da Ressurreição é feito pelos anjos às
mulheres, assim como os anjos, em Lc 2,
anunciam aos pastores o nascimento do Cristo;
em seguida as mulheres anunciam tudo o que
viram e ouviram aos onze e a todos os demais;
por fim, é o próprio Ressuscitado que, ao final
do texto, se apresenta no meio dos seus
proclamando: “Sou eu mesmo!” (v. 39).
Estrutura do texto
É possível perceber, também, o que alguns autores chamam de
uma espécie de “refrão”, que se repete ao longo de todo o
capítulo:

v. 7: “É preciso que o Filho do Homem seja entregue às mãos


dos pecadores, seja crucificado, e ressuscite ao terceiro dia”
v. 26: “Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e
entrasse em sua glória?”
v. 46: “Assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar
dos mortos ao terceiro dia”
Estrutura do texto

Jean-Noël Aletti, um jesuíta estudioso do NT,


afirma na sua obra “O Jesus de Lucas” (pp. 191-
192) que se pode perceber uma moldura e uma
progressão no capítulo 24 de Lucas. Em esquema,
apresentaremos tal moldura e tal progressão
nos slides seguintes.
Estrutura do texto – Uma Moldura Narrativa

v. 5 [as mulheres estavam] “cheias de temor”


v. 5 [os anjos] “Por que.. Aquele que vive”
v. 7 É preciso...seja entregue...Ressuscite

v. 13: Os discípulos de Emaús estão saindo de Jerusalém


vv. 22-23: Os mesmo discípulos reportam o que as mulheres disseram
ter visto (Ele está vivo)
v. 33: Os discípulos de Emaús retornam para Jerusalém

v. 37 [os discípulos estavam] “cheios de temor”


v. 38 [Jesus] “Por que?”
v. 44 Era preciso... v. 46 Ressucitar ao terceiro dia
Estrutura do texto – Uma Progressão

vv. 1-12: Os “anjos” afirmam que Jesus está vivo, mas ele está
ausente e elas não conseguem encontrá-lo;
vv. 13-33: Jesus está presente entre os discípulos, mas não é
reconhecido. Ao ser reconhecido, torna-se invisível;
vv. 34-35: O Senhor apareceu a Simão.
vv. 36-49: O Senhor se apresentou no meio deles.
vv. 50-53: O Senhor os conduz à Betânia e depois se ausenta
novamente, mas esta ausência não é como a que os discípulos
sentiram depois da sua morte, porque eles retornaram a
Jerusalém “com grande alegria”.
O encontro com
os discípulos de
Emaús

(Lc 24,13-35)
Estrutura do relato
(segundo François Bovon, p. 628)
Lc 24,13-35:

vv. 13-14: Introdução

vv. 15-19a: Enquadramento da cena

vv. 19b-27: Diálogo dos discípulos (vv. 19b-24) com


Jesus (vv. 25-27)

vv. 28-32: Enquadramento da cena

vv. 33-35: Conclusão


vv. 13-14: Introdução
O v. 13 conecta a cena com a que lemos nos vv. 9-12.
“Eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia pra um
povoado chamado Emaús, a sessenta estádios de
Jerusalém...” Esses dois, Cléofas, identificado no v.
18, e um outro que não é mencionado (homem ou
mulher?) fazem parte daqueles identificados como
“todos os outros” no v. 9 – aqueles aos quais as
mulheres anunciaram o que tinham visto e ouvido.
Onde fica
Emaús?
Não há um consenso entre os estudiosos a respeito da localização da
cidade de Emaús citada no NT. Existem duas variantes do texto de Lc
24,13: a que é aceita pela BJ e que coloca Emaús a 60 estádios de
Jerusalém, o que parece mais plausível para que os discípulos possam ter
ido e voltado no mesmo dia; e a que encontramos em outros manuscritos,
que coloca Emaús a 160 estádios de Jerusalém, bem mais distante.
Segundo esta variante, a Emaús do NT seria a Emaus Nicópolis, atestada
na antiguidade como lugar de peregrinação cristã (Jerônimo e Eusébio).
Estudiosos modernos são mais inclinados a aceitar a localização de Emaús
a 60 estádios de Jerusalém, na moderna el-Qubeibeh (cerca de 11 km em
linha reta).
vv. 13-14: Introdução

No v. 14 se introduz o que eles faziam pelo caminho:

“Conversavam sobre todos esses acontecimentos.”

A Paixão do Senhor lhes permanecia um mistério, embora


tivesse sido anunciada aos discípulos: Lc 9,22; 9,43b-45;
18,31-33. Particularmente no segundo e no terceiro anúncio,
Lucas faz questão de enfatizar a incapacidade dos discípulos
para compreender as palavras de Jesus acerca desse mistério.
vv. 13-14: Introdução
No v. 14 se introduz o que eles faziam pelo caminho:

“Conversavam sobre todos esses acontecimentos.”

Particularmente no segundo anúncio da Paixão, Lc 9,43b-45, o


evangelista faz questão de afirmar que eles tinham “medo de
perguntar” a Jesus o sentido daquelas palavras. Entre o
entusiasmo (Lc 9,43b) e a incompreensão (Lc 9,45), está o
mistério da paixão do Filho, que só poderá ser compreendido
no final do Evangelho.
vv. 15-19a e 28-32: as correspondências

O centro dessa perícope está, como se pode notar, nos


vv. 19b-27: o diálogo dos discípulos (vv. 19b-24) com
Jesus (vv. 25-27). Tal “centro” vem emoldurado por um
primeiro (vv. 15-19a) e um segundo (vv. 28-32)
“enquadramento”, ou seja, versículos que preparam
tal diálogo e que, depois, demonstram o fruto desse
diálogo: a revelação que Jesus faz de si mesmo no
partir do pão.
vv. 15-19a e 28-32: as correspondências

Tais versículos encontram uma correspondência na


linguagem. Tanto no v. 15, quanto no v. 28, é uma
atitude de Jesus que dá ensejo à cena. No v. 15, Jesus
“se aproxima” e “se põe a caminho” com eles. No v.
28, quando eles “se aproximam” do povoado, Jesus
faz como se fosse “caminhar mais adiante”.
vv. 15-19a e 28-32: as correspondências

Além disso, enquanto no v. 16 Lucas afirma que


“seus olhos estavam impedidos de reconhecê-
lo”, no v. 31 se afirma que “seus olhos se
abriram e o reconheceram”.
Ao “rosto sombrio” do v. 17, corresponde o
“coração que arde” enquanto Jesus lhes
explica as Escrituras (v. 32).
vv. 15-19a:

Poderíamos destacar um ponto nesse “primeiro


enquadramento”. Qual o sentido do v. 16: o que
os impedia de reconhecer que era Jesus? O
olho representa, aqui, a “inteligência”. Eles
deveriam “ver e compreender”, mas só
conseguirão compreender depois que Jesus
lhes abrir a inteligência explicando-lhes as
Escrituras.
vv. 19b-27: Diálogo dos discípulos (vv. 19b-
24) com Jesus (vv. 25-27)

Chegamos ao centro da perícope. O


diálogo entre Jesus e os discípulos
articula-se em duas partes: a palavra de
Cléofas acerca de Jesus (vv. 19b-24) e a
palavra de Jesus acerca de si mesmo (vv.
25-27).
19Responderam: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um
profeta poderoso em obra e em palavra, diante de Deus e diante de
todo o povo;
20 nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para
ser condenado à morte e o crucificaram.
21Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas, com
tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram!
22 É verdade que algumas mulheres, que são dos nossos, nos
assustaram. Tendo ido muito cedo ao túmulo
23e não tendo encontrado o corpo, voltaram dizendo que tinham tido
uma visão de anjos a declararem que ele está vivo.
24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas tais
como as mulheres haviam dito; mas não o viram!”
V. 19: Jesus, o nazareno, um profeta poderoso em obras e em
palavra, diante de Deus e diante de todo o povo. Se trata de
tudo aquilo que o próprio Evangelho narrou até a paixão. O
mistério da paixão lhes continua incógnito. Como pode tal
“profeta poderoso” ter acabado na cruz (v. 20)?

O v. 21 ressoa nos remete ao desânimo (desesperança –


verbo elpídzo, de onde vem o termo “elpís” - esperança) dos
discípulos:

Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas,
com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas
aconteceram!
Os vv. 22-24 retomam a primeira cena de Lc 24, os
vv. 1-12. A fala de Cléofas é concluída pelo tema da
“ausência” do Ressuscitado que, paradoxalmente,
é Aquele que se encontra em caminho com eles.
Mesmo a significativa mensagem do anjo,
recordada no v. 23, a de que Jesus é “o vivente”,
não fora suficiente para “abrir os olhos” dos
discípulos.
A fala de Jesus está nos vv. 25-27. Jesus chama os discípulos de
“insensatos” (ἀνόητος – anóetos) e “lentos de coração” (βραδεῖς τῇ
καρδίᾳ - bradeís té kardía). Em Pr 17,28, o termo anóetos traduz o
hebraico ‘ewîl – trata-se do estulto, do que não é sábio. No Salmo
48(49),13.21 encontramos o termo grego “anóetos” – no v. 13 ele
traduz uma expressão que significaria “ele permanece na noite” e,
no v. 21, traduz o verbo “bîn” – discernir. O “insensato” é o que não
discerne as coisas, não é sábio, permanece nas trevas. Só Jesus
poderá livrar os discípulos das trevas da ignorância e abrir seus
olhos para compreender o mistério da sua paixão.
A fala de Jesus termina demonstrando que Jesus é
tanto o exegeta, o hermeneuta, o “intérprete”
autorizado das Escrituras, quanto Aquele do qual
falam as Escrituras. Aquele no qual elas se
cumprem.
Ele é o “Cristo” e n’Ele cumpre-se aquilo o que os
profetas haviam anunciado.
v. 27:

O Cristo é o intérprete e a chave interpretativa das


Escrituras (em todas as Escrituras)

v.44:

As Escrituras cumprem-se em Cristo


(Lei, Profetas e Salmos)
vv. 28-32: segundo enquadramento
Como já visto, esses versículos espelham os vv. 15-19a.
Lucas apresenta uma cena de reconhecimento. É na fração
do pão (vv. 30.35), expressão que se tornará técnica para
indicar a Eucaristia das primeiras comunidades cristãs,
que os olhos dos discípulos se abrem e eles “reconhecem”
Jesus. Contudo, paradoxalmente, Aquele que foi
reconhecido torna-se invisível diante deles.
vv. 28-32: segundo enquadramento
Faz-se, assim, uma conexão entre o “Jesus histórico”, ou
seja, aquele de quem Cléofas falava – Jesus Nazareno,
um profeta poderoso em obras e palavra... e o “Cristo
Ressuscitado”: é a mesma pessoa. Contudo, a
Ressurreição não foi somente uma “revivificação”. O
Cristo está com eles agora em uma nova condição, num
novo status, por isso “aparece” e, também, “torna-se
invisível”.
vv. 28-32: segundo enquadramento
A comunidade cristã deve aprender a reconhecer essa
“presença-ausência” do Senhor. Ele está sempre presente,
embora visto não com os olhos da carne, mas com
aqueles do espírito. Isso é o mais importante! Afinal,
durante todo o caminho, os discípulos de Emaús o viam
com os olhos da carne, mas não o reconheciam.
vv. 28-32: segundo enquadramento

A certeza da Ressurreição enche o coração dos discípulos


de uma nova esperança.
Seus olhos se abrem; também sua inteligência se abre
para reconhecer o Cristo; seu coração, outrora “lento” (v.
25), agora “arde” (v. 32) por compreender o verdadeiro
sentido das palavras do Senhor.
vv. 33-35: conclusão

Jerusalém é mencionada no início e no fim do relato.


Decepcionados, é de onde os discípulos saem, retornando
talvez para a sua localidade de origem, Emaús. Depois do
encontro com o Ressuscitado, eles retornam “para
Jerusalém”, vão encontrar-se com os “onze” e os demais
discípulos. Eles narram os “acontecimentos do caminho” e sua
experiência de reconhecimento do Cristo “na fração do pão”.
vv. 33-35: conclusão
Portam um alegre anúncio, e recebem a confirmação da comunidade:
“É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”
O “ver” e o “ouvir” se entrelaçam na perícope. Veja-se o uso do
verno “ver” em Lc 24,23.24.34 “foi visto – apareceu”. Também as
expressões do v. 16 “seus olhos estavam impedidos de vê-lo” e do v.
31 “seus olhos se abriram”. O ouvir é o pressuposto do
reconhecimento no v. 27. Também na conclusão da perícope, o “ouvir”
o testemunho da comunidade e o “fazer-se ouvir” dando o próprio
testemunho é fundamental.
A Cristologia como
Exegese da Escritura
• É interessante notar, já na conclusão de nosso estudo, os
títulos atribuídos a Cristo no decorrer do capítulo 24:

Narrador: “Senhor Jesus” (v. 3); “o próprio Jesus” (v. 15)


Os anjos: “Aquele que vive” (v. 5) – Deus mesmo cf. Sl 42,3 (o Deus “vivente”
- τὸν ζῶντα)
Os discípulos de Emaús: “Jesus, o Nazareno” (v. 19); “profeta poderoso em
obra e em palavra” (v. 19); “aquele que iria redimir Israel” (v. 21);
Apóstolos: “O Senhor” (v. 34);
Jesus: “o Cristo” (v. 26.46) – Jesus corrige o pensamento dos discípulos de
Emaús mostrando-lhes que a Paixão era o caminho para a Ressurreição (vv.
7.26.46).
• É o Cristo quem detém o poder de “interpretar as
Escrituras” (Lc 24,27a // Mt 5,17 // Ap 5,1-10)

“Digno és tu de receber o
livro e de abrir seus selos, pois
foste imolado e, por teu
sangue, resgataste para Deus
homens de toda tribo, língua,
povo e nação. (Ap 5,9)
• As Escrituras cumprem-se em Cristo (Lc 4; Lc 24,27; 24,44).

“Era preciso que se cumprisse


tudo o que está escrito sobre
mim na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos.”
(Lc 24,44)
Compreendemos, assim, a insistência
da Igreja para que leiamos o AT à luz
do NT e do Mistério Pascal de Cristo: o
Antigo Testamento torna-se claro no
Novo Testamento (DV 16).

Você também pode gostar