Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GARANHUNS
2019
RAFAEL ELIAS DE MENEZES
GARANHUNS
2019
RAFAEL ELIAS DE MENEZES
BANCA EXAMINADORA
Agradeço, primeiramente, ao meu bom Deus, por ter me sustentado até aqui e
ter feito grandes coisas em minha vida. Aquele que começou a boa obra é fiel para
completá-la.
À toda minha família, especialmente os meus pais, meu muito obrigado, por
todo amor, esforço e dedicação tido na minha criação, e que me fizeram ser a pessoa
que sou hoje. Sem esquecer-se das minhas irmãs, Rayanne e Raynnara, que também
fizeram parte de todo processo de minha formação pessoal e acadêmica-profissional.
Agradeço enormemente ao professor Erick Ramos, por toda orientação,
ensinamentos e interlocução tida durante a elaboração do presente trabalho, além das
valiosas aulas ministradas durante o curso.
Aos demais professores da instituição que fizeram parte deste processo de
conhecimento e aprendizagem durante esses cinco anos de percurso acadêmico e
aos meus amigos e colegas de curso, pela amizade e companheirismo durante todos
estes anos.
Agradeço, ainda, aos meus amigos pessoais, Rubem e sua esposa Alaine, por
terem sido fundamentais na minha formação, certamente, seus conselhos e apoio
foram de fundamental importância para que esse momento chegasse.
E a todos os demais amigos que, direta ou indiretamente, contribuíram de
alguma forma para minha formação, minha sincera gratidão. Sem vocês esse sonho
não seria possível.
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU DE SIGLAS
EC Emenda Constitucional
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................ 9
2 NOÇÕES GERAIS ACERCA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............... 11
2.1 Conceitos e características dos direitos fundamentais.......................... 11
2.2 Evolução histórica e dimensões dos direitos fundamentais.................. 14
2.3 A titularidade dos direitos fundamentais.................................................. 18
2.4 Destinatários dos direitos fundamentais e os tipos de eficácia............. 20
2.5 Resolução de conflitos entre direitos fundamentais............................... 23
2.6 Limites aos direitos fundamentais e a teoria dos limites dos limites.... 25
3 O DIREITO FUNDAMENTAL À LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA CF/88 27
3.1 As diversas modalidades da liberdade de expressão............................. 27
3.1.1 Liberdade de manifestação de pensamento e/ou opinião............................. 28
3.1.2 Liberdade de expressão artística.................................................................. 28
3.1.3 Liberdade de ensino e pesquisa.................................................................... 29
3.1.4 Liberdade de comunicação e informação ou liberdade de imprensa............ 30
3.1.5 Liberdade de expressão religiosa.................................................................. 32
3.2 A evolução constitucional e legal do direito à liberdade de expressão 33
3.3 Amplitude da proteção atual dada a liberdade de expressão no Brasil 36
3.4 Da vedação ao anonimato e do direito de resposta................................. 38
3.5 Da vedação à censura e o controle do abuso da liberdade de
expressão..................................................................................................... 41
4 O PODER JUDICIÁRIO COMO CENSOR DA IMPRENSA........................... 43
4.1 Uma análise da liberdade de imprensa no atual cenário sociopolítico
brasileiro...................................................................................................... 43
4.2 A importância da liberdade de imprensa em um Estado Democrático
de Direito...................................................................................................... 46
4.3 O direito à crítica jornalística..................................................................... 48
4.4 As técnicas e cuidados do jornalismo profissional na elaboração de
uma matéria ou notícia............................................................................... 49
4.5 A atuação censória do Poder Judiciário com a desarrazoada
utilização da técnica da ponderação........................................................ 53
5 METODOLOGIA........................................................................................... 58
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 60
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 62
9
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste primeiro momento, será apresentada uma noção básica acerca de teoria
geral dos direitos fundamentais, onde serão estudados os conceitos e os principais
aspectos relacionados aos direitos fundamentais, para que o desenvolvimento do
tema, que será aprofundada nos próximos capítulos, torne-se de melhor compreensão
e absorção.
Sendo assim, o trabalho iniciará expondo os conceitos doutrinários e as
classificações dos direitos e garantias fundamentais, e, em seguida, adentrará em
uma evolução histórica, explicando as chamadas “gerações” ou “dimensões” dos
direitos fundamentais.
Posteriormente, serão estudados os titulares e os destinatários destes direitos,
isto é, os sujeitos ativos, que são detentores dos direitos fundamentais, e os sujeitos
passivos, que devem observância e respeito aos mencionados direitos (eficácia
vertical e horizontal e diagonal dos direitos fundamentais).
O capítulo prosseguirá tratando acerca dos métodos de resolução de conflitos
ou colisões entre os direitos fundamentais, onde será esmiuçada a técnica da
ponderação de princípios, que utiliza a proporcionalidade e razoabilidade como
parâmetros para a busca do equilíbrio quando houver conflitos entre dois ou mais
direitos fundamentais.
Por fim, serão vistos os limites ou restrições para o exercício de direitos
fundamentais, bem como apreciada a “teoria dos limites dos limites”.
doutrina traz algumas conceituações, como, por exemplo, Bulos (2015, p. 526), que
define:
Fica claro que estes direitos, como a própria nomenclatura sugere, são
considerados essenciais e inerentes à própria condição humana, e seu
reconhecimento, nas ordens jurídicas dos Estados, é condição primordial para o
aperfeiçoamento da pessoa humana e o desenvolvimento das civilizações, estando
estes direitos intimamente relacionados com os chamados direitos humanos – numa
perspectiva de direito internacional -, havendo, inclusive, uma comunicação mútua e
recíproca entre estes e aqueles.
Nos dizeres de Dimoulis e Martins (2008), os direitos fundamentais tratam-se
direitos público-subjetivos de pessoas (físicas ou jurídicas), previstos em dispositivos
constitucionais, que têm como finalidade limitar o exercício do poder estatal em face
da liberdade individual.
Desta maneira, pode-se afirmar que os direitos fundamentais surgiram
justamente como uma forma de impor limites e restrições ao Estado sob os indivíduos,
no período pós-absolutismo, de forma a conceder aos cidadãos mais liberdade sobre
suas ações e, principalmente, sobre a propriedade privada, exigindo do Estado uma
conduta mais abstencionista (negativa), no sentido de não interferir na liberdade
individual do cidadão.
Posteriormente, foram se incorporando ao catálogo de direitos fundamentais,
não apenas direitos relacionados à liberdade individual, mas também direitos coletivos
e transindividuais ou difusos, podendo ser chamados de direitos sociais.
Por isso, diz-se que a fundamentalidade material do direito fundamental está
essencialmente ligada à noção de dignidade da pessoa humana
(MENDES; BRANCO, 2017). Esse critério aferidor justifica a existência de garantias
básicas aos indivíduos, como, por exemplo, a liberdade de expressão, o direito ao
voto, o devido processo legal, que, inclusive, acabam por influenciar na própria
formação e fundamentação de um Estado Democrático de Direito que respeite a
condição humana e garanta aos indivíduos suas liberdades públicas.
Quanto às características dos direitos fundamentais, assim como definir uma
14
desta forma, foi-se ampliando seu catálogo para abranger direitos que antes não eram
reconhecidos como tais.
Baseado nessa evolução histórica, Bonavides (2004) traz uma classificação
que separa didaticamente os direitos fundamentais em “gerações”, ou
“dimensões”, como preferem denominar outros autores, nas quais os direitos
fundamentais passam por uma transformação quantitativa e qualitativa.
Assim, com o passar dos tempos, foram se acrescentando novos direitos ao rol
de direitos fundamentais, de forma a ocorrer um processo cumulativo de direitos, onde
novas gerações de direitos não excluem/extinguem as gerações passadas, mas, na
verdade, somam-se a elas, ampliando qualitativamente o catálogo de direitos
fundamentais.
Por esse motivo, parte da doutrina prefere classificar os direitos fundamentais
em “dimensões”, ao invés da expressão “gerações”, justamente porque essa
expressão transmite a ideia de que uma geração posterior substitui a anterior,
anulando-a, enquanto aquela terminologia indica que os novos direitos somam-se
quantitativa e qualitativamente à dimensão anterior, sem, contudo, anula-los, sendo
esta a terminologia que será adotada neste trabalho daqui em diante.
Deste modo, os direitos fundamentais, tal como se conhece hoje, objeto de
proteção de uma ordem constitucional escrita, encontraram origem nos meados do
século XVIII, durante a Revolução Francesa e Americana, sobretudo com a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Por coincidência, o lema da revolução francesa, “liberdade, igualdade e
fraternidade”, profetizava, em suma, o que viriam a ser os direitos de 1ª, 2ª e 3ª
dimensão, respectivamente. Posteriormente, por estarem em constante processo de
evolução, acrescentaram-se os ditos direitos fundamentais de 4ª e 5ª dimensão.
Sendo assim, conforme ensina Bonavides (2004), os direitos de 1ª
dimensão são aqueles relacionados à liberdade do indivíduo perante o
Estado, e isto diz respeito aos direitos civis e políticos.
Aqui, pode-se citar como exemplos de direitos fundamentais de 1ª dimensão, o
direto à liberdade (nas suas mais várias formas), direito à propriedade, direito à vida,
direito à participação política, entre outros.
Para o mesmo autor doutrinário, estes direitos “traduzem-se como faculdades
ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais
característico; enfim são direitos de resistência e oposição perante o Estado”
16
MITIDIERO, 2018).
Além disso, conforme pontuam Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2018), há na
doutrina brasileira até mesmo quem defenda a existência de uma 6ª dimensão em
desenvolvimento nos dias atuais, representada pelo direito humano e fundamental de
acesso à água potável, por haver uma relevância fundamental da água potável para
a vida, saúde e até para o desenvolvimento humano.
Esta concepção, baseia-se especialmente na gradual consagração desse
direito no contexto do direito internacional dos direitos humanos e do direito
constitucional comparado.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade. (grifos acrescidos)
não residentes no país (por exemplo, turistas), as pessoas jurídicas e até mesmo os
apátridas, levando em consideração a universalidade dos direitos
fundamentais (LENZA, 2019).
Há de se anotar, contudo, que alguns não serão titulares absolutos de todos os
direitos fundamentais, mas somente daqueles que guardarem compatibilidade à sua
peculiar natureza.
Nesse sentido, ensinam Dimoulis e Martins (2008, p. 81):
Com poucas exceções, a Constituição Federal garante os direitos
fundamentais a determinadas categorias de pessoas, excluindo
implicitamente os demais, isto é, não lhes oferecendo proteção em nível
constitucional. Além disso, depara-se aqui com uma situação complexa, já
que cada categoria de direitos possui titulares diferentes.
Essa idéia – por mais estranha que seja – pode ser assimilada com mais
facilidade se se pensar que os direitos fundamentais visam não somente a
proteção da dignidade da pessoa humana, mas também a limitação do poder.
E, em determinadas hipóteses, até mesmo o Estado estará em uma situação
de sujeição ao poder.
Essa sujeição ao poder, por parte de um ente estatal, pode acontecer, por
exemplo, na hipótese da Fazenda Pública ser litigante em um processo judicial,
quando, sujeitos ao poder do juiz, lhes deverão ser garantidos o devido processo legal,
a ampla defesa, o contraditório, e demais direitos fundamentais de cunho processual.
O Estado pode ser titular ainda do direito à propriedade. Veja-se que é
perfeitamente compatível com o direito à propriedade, a condição do sujeito ativo ser
uma pessoa jurídica de direito público, visto que, o Estado pode ser – como o é –
titular de bens e coisas. Assim, o Estado pode opor a qualquer indivíduo, ou mesmo
à outras pessoas jurídicas de direito público, o seu direito fundamental à propriedade.
Além dos órgãos estatais (na acepção ampla aqui utilizada), também os
particulares, na condição de destinatários, estão sujeitos à força vinculante
dos direitos fundamentais, temática habitualmente versada sob o rótulo da
constitucionalização do direito privado ou, de modo mais preciso, da eficácia
dos direitos fundamentais na esfera das relações privadas.
Existe, atualmente, uma parte da doutrina que reconhece ainda um terceiro tipo
de eficácia, denominada de eficácia diagonal dos direitos fundamentais.
Conforme pontua Contreras (2009 apud NUNES JÚNIOR, 2019), a aplicação
dos direitos fundamentais nas relações trabalhistas, por exemplo, não podem ser
consideradas uma eficácia horizontal, visto que, na prática, sob o ponto de vista
econômico e jurídico, o empregado e o empregador não estão em condições de
igualdade, pois haveria uma superioridade do empregador na relação, decorrente dos
poderes que detém sobre seus subordinados.
Por isso, a doutrina que defende a existência da eficácia diagonal dos direitos
fundamentais vai afirmar que o empregador detém direitos e deveres diretivos
e sancionatórios que podem ser comparados, guardadas as devidas proporções, ao
poder do Estado. Esses poderes, consistem em um conjunto de atribuições do
empregador, que, na relação de trabalho, acaba por desequilibrar a relação entre
empregado e empregador, extraindo-o de um plano horizontal (em igualdade de
condições) e colocando-o em plano diagonal (com o empregador acima do
empregado) (CONTRERAS, 2009 apud NUNES JUNIOR, 2019).
Outro exemplo clássico onde há uma relação desigual entre os particulares, é
a relação de consumo, onde o poderio econômico do fornecedor o coloca em uma
posição de superioridade diante o consumidor, este, parte mais vulnerável e
hipossuficiente da relação.
Neste caso, vai incidir sobre a relação de consumo, assim como na trabalhista,
uma eficácia diagonal dos direitos fundamentais, devendo a parte mais forte na
relação, dar a estrita observância e respeito aos direitos fundamentais do mais fraco,
evitando violações aos direitos deste.
2.6 Limites aos direitos fundamentais e a teoria dos limites dos limites
Prevista no art. 5º, IX, da CF/88, de acordo com o qual “é livre a expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
29
censura ou licença” (BRASIL, 1998), este inciso é de alta relevância para a liberdade
de expressão, especialmente por estar umbilicalmente ligado ao princípio da
dignidade da pessoa humana.
Aqui, a proteção dada a liberdade de expressão inclui várias espécies de
liberdades, tais como a liberdade intelectual (para escrever livros, artigos, colunas,
resenhas, textos dos mais diversos, independentemente de conteúdo questionável),
liberdade artística (para fazer músicas, peças, filmes, obras de arte etc), liberdade
científica (para pesquisar, estudar e fazer experimentos dos mais diversos) e liberdade
de comunicação (para se expressar em qualquer veículo de comunicação social)
(NUNES JÚNIOR, 2019).
Nesse dispositivo, a Constituição estabelece ainda expressamente a vedação
à censura prévia, seja ela administrativa ou judicial (tema que será melhor
desenvolvido em tópico próprio mais adiante), bem como à exigência de licença do
Poder Público para o exercício de qualquer um tipo de manifestação expressiva.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
[...]
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte
e o saber;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(MARMELSTEIN, 2014).
Através dessa regulação legal, os órgãos públicos são obrigados a prestar
informações de interesse público ou particular, a qualquer cidadão que as requererem,
devendo estas serem prestadas no prazo estabelecido na lei, sob pena de
responsabilização da autoridade detentora das informações que se negou ou se omitiu
no fornecimento destas.
As exceções que justificam a negativa de transmissão de informações pelo
Poder Público, trata-se de quando a divulgação ou fornecimento destas, coloquem em
risco a segurança da sociedade e do Estado.
Trata-se, pois, de um direito líquido e certo, cuja violação pode dar ensejo ao
manejo de Mandado de Segurança, nos termos do art. 5º, LXIX, da CF/88.
Assim, conforme dispõe o art. 37, caput, da Carta Magna (BRASIL, 1988), a
Administração Pública deve reger-se, entre outros, pelo Princípio da Publicidade, o
que significa que o sigilo de informações de interesse público deve ser uma exceção
à regra, e que a preferência deve ser a ampla divulgação de informações de caráter
público.
Outra importante garantia constitucional para o exercício da liberdade de
imprensa, é a do sigilo da fonte para os jornalistas, previsto no art. 5º, XIV da CF/88.
Esta garantia serve para a preservação do direito à informação, do direito de
informar e ser informado, e possibilita que qualquer pessoa que seja detentora de uma
informação de relevante interesse público (que muitas vezes revela uma denúncia de
uma ilicitude de uma autoridade pública), transmita-a a um jornalista de sua confiança,
sem o receio de que sua identidade seja revelada (NUNES JÚNIOR, 2019).
Por isso, nenhum jornalista pode ser compelido, contra a sua vontade, a revelar
o nome do seu informante ou a fonte de suas informações, ou mesmo sofrer qualquer
tipo de sanção em razão da sua recusa em responder questionamentos que lhe forem
feitos no intuito de violar o sigilo da fonte.
abrangente.
No entanto, cada Constituição tratou de dar proteção específica e peculiar a
esse direito, de forma a se adequar as peculiaridades históricas e políticas que
envolviam a gênese de cada uma das cartas constitucionais.
Com efeito, conforme registram Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2018), a
Constituição Imperial de 1824, previa, em seu art. 179, IV, que todos poderiam
comunicar os seus pensamentos, fosse por palavras ou escritos, bem como publicá-
los pela imprensa, sem dependência de censura. Contudo, haveriam de responder
pelos eventuais abusos que cometessem no exercício deste direito, nos casos, e pela
forma, que a lei determinasse.
A Constituição de 1891, a primeira da República, dispunha que, em qualquer
assunto, era livre a manifestação do pensamento, seja pela imprensa ou pela tribuna,
sem dependência de censura, respondendo cada um, pelos abusos que cometessem,
nos casos e pela forma prevista em lei.
Ainda a Constituição inaugurante da República, vedou o anonimato, como
forma de se permitir a identificação do eventual violador do direito à liberdade de
expressão, possibilitando a sua respectiva responsabilização pelos danos que
eventualmente cometesse.
A Constituição de 1934, entretanto, foi mais detalhista ao prever que em
qualquer assunto, era livre a manifestação do pensamento, independente de censura,
salvo quanto a espetáculos e diversões públicas, respondendo cada um pelos abusos
que viesse a cometer, nos casos e na forma determinada em lei. Não era permitido o
anonimato. Era assegurado o direito de resposta. A publicação de livros e periódicos
independia de qualquer licença do Poder Público. O texto constitucional previa,
todavia, que não seria tolerada propaganda de guerra ou de processos violentos para
subverter a ordem política ou social.
Já a Constituição de 1937, outorgada no contexto da assim chamada ditadura
do Estado Novo, tinha uma ideologia menos liberal, pois estabelecia sérias limitações
ao livre exercício da liberdade de expressão (SARLET; MARINONI; MITIDIERO,
2018).
Eis a redação da referida Constituição, no que concerne à liberdade de
expressão, in verbis:
termos seguintes:
[...]
15) todo cidadão tem o direito de manifestar o seu pensamento, oralmente,
ou por escrito, impresso ou por imagens, mediante as condições e nos limites
prescritos em lei.
A lei pode prescrever:
a) com o fim de garantir a paz, a ordem e a segurança pública, a censura
prévia da imprensa, do teatro, do cinematógrafo, da radiodifusão, facultando
à autoridade competente proibir a circulação, a difusão ou a representação;
b) medidas para impedir as manifestações contrárias à moralidade pública e
aos bons costumes, assim como as especialmente destinadas à proteção da
infância e da juventude;
c) providências destinadas à proteção do interesse público, bem-estar do
povo e segurança do Estado. (BRASIL, 1937)
de imprensa.
No mesmo período foi editado o Decreto-lei nº 314/67 (Lei de Segurança
Nacional), que também abarcou alguns temas referentes à imprensa. Este diploma
passou a criminalizar, por exemplo, a divulgação de notícias falsas, tendenciosas ou
deturpadas, capazes de por em perigo o nome, a autoridade e crédito ou prestígio do
Brasil, ou qualquer tentativa de indispor o povo com as autoridades constituídas.
Criminalizou também a ofensa à honra do presidente de qualquer dos poderes da
União, entre outras tipificações penais.
No ano seguinte (1968), a imprensa sofreu mais um duro golpe. O Ato
Institucional nº 05, conferiu amplos poderes ao presidente da República, de forma que
a este era facultado impor censura prévia sobre os meios de comunicação, sendo-lhe
necessário somente que julgasse ou considerasse tal ato como necessário à defesa
da Revolução.
Essa prerrogativa foi ampla e largamente utilizada indiscriminadamente nos
anos seguintes, e todos os órgãos de imprensa e de comunicação foram atentamente
fiscalizados e censurados pelo governo, naquilo que desagradavam as autoridades.
Durante algum tempo, a imprensa viu-se ainda sujeita à uma nova e incômoda
legislação sobre Segurança Nacional. A Lei nº 6.620, de 17 de dezembro de 1978,
além de definir alguns crimes de imprensa, também conferiu ao Ministro da Justiça a
prerrogativa de apreender impressos, suspender sua impressão e proibir-lhes a
distribuição, caso estes contivessem crimes contra a segurança nacional.
eletrônicos.
Definitivamente, foi sob a égide da atual Constituição que a liberdade de
expressão e imprensa, alcançou sua mais ampla e justa proteção jurídica. Com
propriedade afirmam Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2018, p. 517):
ou incitações ao crime.
Estas manifestações costumam não estar protegidas pelo direito constitucional
brasileiro, por justamente entrarem em conflito com outros direitos ou valores, que
colocados em ponderação, são mais relevantes, como a dignidade da pessoa
humana, a ordem e a segurança pública.
A princípio, a liberdade de expressão assume uma função de direito de defesa
(direito negativo), operando contra o Estado – mas também contra os particulares, em
razão da eficácia horizontal e diagonal dos direitos fundamentais – no sentido de
garantir ao indivíduo a sua livre manifestação de pensamento, expressão de ideias e
opiniões, sem dependência de censura. Todavia, a liberdade de expressão abrange
também o direito de não se expressar ou direito ao silêncio, de forma que ninguém
pode ser obrigado a se expressar ou a se informar contra a sua vontade.
Assim, o direito de resposta pode ser considerada uma reação à uma injusta
ofensa sofrida, através do uso indevido ou abusos dos meios de comunicação,
assumindo, verdadeiramente, uma perspectiva de desagravo. Essa reação pode se
dar, por exemplo, através de uma réplica à uma nota, da justificação ou explicações
acerca de possíveis denúncias retratadas em reportagens jornalísticas ou da
solicitação de correção/retificação de uma informação contida em uma matéria.
Hodiernamente, os meios de comunicação social assumem a forma não
somente jornais ou telejornais, mas também de revistas, sites, blogs e qualquer outro
meio hábil à transmissão da informação, Todavia, segundo o § 2º do art. 2º,
comentários realizados por usuários da internet nas páginas eletrônicas dos veículos
de comunicação social não pode ser considerado matéria, para fins de desagravo.
Observa-se ainda que, a retratação ou retificação espontânea acerca da
matéria divulgada, pelo veículo de comunicação social, ainda que a elas sejam
conferidos os mesmos destaque, publicidade, periodicidade e dimensão do agravo,
não impedem o exercício do direito de resposta pelo ofendido, nem prejudicam a
propositura de eventual ação de reparação por danos morais.
Tem-se, ademais, que o direito de resposta ou retificação deve ser exercido no
prazo decadencial de 60 (sessenta) dias, contados da data de cada divulgação,
publicação ou transmissão da matéria ofensiva, através de correspondência com
aviso de recebimento encaminhada diretamente ao veículo de comunicação social ou,
inexistindo pessoa jurídica constituída, a quem por ele responda, independentemente
de quem seja o autor da ofensa, conforme prevê o art. 3º, caput (BRASIL, 2015).
Entretanto, na hipótese de divulgação, publicação ou transmissão continuada e
ininterrupta da mesma matéria ofensiva, o prazo será contado da data em que se
iniciou o agravo (art. 3º, § 3º).
O direito de resposta ou retificação poderá ser exercido, de forma
individualizada, em face de todos os veículos de comunicação social que tenham
divulgado, publicado, republicado, transmitido ou retransmitido o agravo original (art.
3º, § 1º).
Ainda segundo a normativa, a resposta ou retificação deverá atender, quanto
41
até a macular a honra e imagem daqueles que são retratados em suas matérias
jornalísticas ou reportagens.
Entretanto, a sociedade brasileira vivencia, nos tempos atuais, uma era de pós-
verdade e de extrema divulgação de notícias falsas (“fake news”), principalmente
pelas redes sociais, onde há uma incontrolável proliferação de (des)informação, que
acabam gerando uma crise na sociedade e, por conseguinte, um múltiplo ataque à
imprensa, tanto do Poder Público, seja através do Executivo ou do Judiciário, quanto
de parcela da população desacreditada com os veículos de comunicação.
Desta forma, se torna cada dia mais importante discutir o papel do jornalismo
feito com qualidade, seriedade e respeitando procedimentos rigorosos de apuração,
que transmitam a informação de modo independente, imparcial e incensurável, dando
à notícia, a função social que ela efetivamente deve ter, qual seja, o de atender o
interesse público.
Acontece que, o atual cenário sociopolítico nacional – e também o internacional
– vem apostando nessa desinformação como tática para tentar desqualificar o
jornalismo tradicional e, assim, acabar se blindando de críticas e análises que podem
ser desconcertantes para os citados ou investigados pela imprensa.
Além disso, o livre exercício do jornalismo vem passando por uma crise de
amparo, especialmente, em decorrência de uma série de medidas judiciais que
acabam, na prática, instaurando uma espécie de censura velada contra a imprensa.
O que se vê, nos tempos de crises atuais, é que, quando a imprensa divulga
notícias de interesse social, denunciando possíveis ilicitudes ou desvios de conduta
por autoridades públicas e políticos, ou mesmo quando apenas relata fatos sobre
determinado agente público, sem realizar qualquer comentário ou juízo de valor sobre
o fato, realizando o jornalismo puramente informativo, calcado apenas em fatos, sofre
ela brutais ataques, tanto do campo político, quanto do jurídico.
Em conjunto, estas forças políticas e jurídicas acabam por verdadeiramente
ameaçar a liberdade de imprensa, e, por conseguinte, acabam cerceando a própria
democracia.
Para se ter uma noção do grave cenário que vivencia o Brasil, no ano de 2019,
o país figurou na 105ª posição no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa,
elaborado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Esse ranking, publicado
anualmente desde 2002 pela RSF, é uma ferramenta de advocacy que se baseia nos
princípios da emulação entre os Estados (REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS, 2019).
45
Além do mais, uma imprensa livre e independente, também constitui uma das
pilastras da democracia, tendo em vista a importância que a imprensa exerce,
sobretudo o jornalismo investigativo, na apuração e denúncia de irregularidades e
ilicitudes, por parte das autoridades públicas.
Por essas razões, a imposição de limites ou restrições desarrazoadas à
imprensa, tais como a proibição de divulgação de matérias jornalísticas e reportagens,
47
da ponderação.
No tópico a seguir serão analisados alguns casos, onde o Poder Judiciário
deferiu pedidos de retirada de publicações ou matérias jornalística de circulação e/ou
determinou a sua não divulgação, buscando analisar a atuação do judiciário e
utilização da técnica da ponderação nos casos de conflitos entre a imprensa e os
direitos da personalidade.
MITIDIERO, 2018).
Ainda, na esfera jornalística, a imprensa também passa pela censura judicial.
Esse tipo de censura ocorre quando um magistrado proíbe a divulgação de uma
reportagem, antes mesmo de sua publicação, podendo esta ocorrer por diversos
fundamentos ou argumentos, como suposta violação à honra ou à privacidade de
alguém.
Sob este argumento, o Poder Judiciário já proibiu a divulgação de várias
matérias jornalísticas. Veja-se algumas:
1) Em fevereiro de 2017, a ex-primeira-dama Marcela Temer, juntamente com
Palácio do Planalto, ingressaram na justiça para tentar impedir a publicação de uma
matéria dos jornais O GLOBO e da “A Folha de S. Paulo”, que relatava sobre uma
troca de mensagens entre a primeira-dama, e um hacker, que teve acesso ao aparelho
celular daquela, e através de chantagem, tentava extorquir dinheiro da primeira-dama.
Frise-se, contudo, que a reportagem não revelava o conteúdo das mensagens
(tampouco a intimidade ou vida privada da primeira-dama), ou sequer insinuava que
o suposto hacker teve acesso a informações que pudessem revelar cometimentos de
crimes. Apenas retratava um fato, qual seja, o de que a primeira-dama estava sendo
vítima de um crime.
O magistrado de primeiro grau, acolhendo o pedido do Palácio do Planalto,
deferiu ordem para que a reportagem fosse retirada do ar, ao fundamento de que “a
inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro", e, com isso, proibiu a
divulgação de qualquer conteúdo do celular de Marcela Temer (O GLOBO, 2017).
A decisão foi reiteradamente criticada pelos órgãos de imprensa e entidades
públicas que a consideraram um verdadeiro cerceamento a liberdade de expressão e
de imprensa, e afronta a democracia, por impedir que os órgãos de imprensa
divulgassem notícias sobre pessoas públicas, e consequentemente, de interesse
social.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por exemplo, afirmou em nota que
a decisão amparada no direito à privacidade não é coerente com os direitos à
Liberdade de Imprensa e Livre Acesso à Informação (apud O GLOBO, 2017).
Felizmente, a decisão foi reformada em segunda instância, através de liminar,
e a reportagem foi publicada normalmente, mas não antes sem uma enorme
repercussão acerca da tentativa de restrição à liberdade de imprensa, considerando,
sobretudo, o período turbulento e de bastante agitação que vive a democracia
55
brasileira.
2) Outro caso conhecido, ocorreu, no presente ano de 2019, onde o ministro do
STF, Alexandre de Moraes, determinou a retirada do ar de uma matéria do site O
Antagonista e da revista Crusoé, a qual faziam citações ao presidente da Côrte, Dias
Toffoli.
A matéria intitulada “O amigo do amigo de meu pai”, fazia referência às
investigações da operação Lava-Jato, em que a defesa do empresário Marcelo Odebrecht
teria juntado em um dos processos judiciais que corre contra ele na Justiça Federal, um
documento no qual esclareceu que um indivíduo mencionado em email como o "amigo do
amigo do meu pai", seria Dias Toffoli.
Relata a reportagem que, no e-mail, Marcelo Odebrecht dialogava com um
advogado e com um executivo da construtora Odebrecht, a respeito se há haviam
"fechado" com o "amigo do amigo". Frise-se que, não havia nenhuma menção a dinheiro
ou a pagamentos de nenhuma espécie no referido e-mail, tampouco algo que indicasse
uma possível conduta desabonadora do atual ministro-presidente do STF.
O e-mail, segundo o empresário, referia-se à tratativas que tinha o advogado da
empreiteira a Advocacia-Geral da União (AGU) sobre assuntos que envolviam as usinas
hidrelétricas do Rio Madeira.
Analisando minuciosamente a matéria, nota-se que não havia nenhuma ilicitude,
por parte do site ‘O Antagonista’ e da revista ‘Crusoé’, na reportagem censurada, pois ela
apenas noticiava um fato, que frise-se, era verídico.
Não era falsa a matéria de que o empresário já condenado pela Lava-Jato, Marcelo
Odebrecht, havia dado esclarecimentos à força-tarefa da Lava Jato sobre o e-mail e citado
o nome do referido ministro, e estava, inclusive, baseada em documentos.
Todavia, a notícia foi censurada judicialmente, pelo ministro do STF, Alexandre de
Moraes, que considerou que a matéria era injuriosa e difamatória à integrante da Corte,
supostamente tendenciosa e ilegal, classificando-a como “fake news”. (G1, 2019)
Assim, a decisão também foi alvo de críticas, sobretudo em razão dos fundamentos
que levaram a ordem de retirada da matéria de circulação, tendo em vista que, para avaliar
que a notícia era injuriosa e difamatória, o ministro relator, apenas levou em consideração
uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que não teria recebido qualquer
informação da força tarefa da Lava-Jato sobre a menção ao nome do ministro, para que
aquele órgão decidisse pela investigação ou não do fato, aspecto este considerado lateral
das investigações.
56
5 METODOLOGIA
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por todo o exposto, vê-se que, no Brasil, a liberdade de imprensa é algo ainda
a ser aprimorado e trabalhado para que a democracia alcance melhores níveis de
excelência.
Não restam dúvidas da importância da tutela constitucional dada aos direitos
da personalidade, por serem estes a incorporação do princípio da dignidade humana.
Todavia da mesma forma, a liberdade de expressão e imprensa também constituem
expressão da dignidade humana, de forma que não há como se pensar em uma
sociedade moderna, pautada por padrões que valorizem à democracia, sem que haja
uma verdadeira garantia de as pessoas manifestarem seu pensamento, de fazerem
críticas, de transmitir informações livremente.
Por isso, o presente trabalho buscou avaliar a atuação censória do poder
judiciário brasileiro, quando submetida à resolução de conflitos entre a liberdade de
imprensa e outros direitos fundamentais da personalidade.
Os objetivos propostos foram devidamente alcançados através dos
desenvolvimentos dos capítulos.
No capítulo 2 foi desenvolvida uma noção básica acerca de teoria geral dos
direitos fundamentais, relacionando conceitos e apresentando os aspectos
fundamentais para a compreensão do tema.
No terceiro capítulo, foram apresentadas as diversas modalidades do direito à
liberdade de expressão no ordenamento jurídico brasileiro, onde foi demonstrada a
evolução histórico-constitucional é legal, bem como o âmbito de proteção dada a esse
direito no Brasil.
Por fim, no capítulo 4 foi analisado como se o Poder Judiciário acaba fazendo
as vezes de censor da imprensa. Neste capítulo foi teve-se um panorama da liberdade
de imprensa no atual cenário sociopolítico brasileiro, e trouxe-se informações
relevantes sobre o exercício da profissão jornalística.
Discutiu-se ainda a atuação do Poder judiciário, quando submetido a resolução
de conflitos entre o exercício livre da imprensa e direitos fundamentais dos retratados
ou citados em notícias, matérias ou reportagens jornalísticas.
Para tanto foram vistos dois casos concretos, onde analisou-se essa atuação
na prática, argumentando sobre como se desenvolve a resolução de conflitos entre os
61
REFERÊNCIAS
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 14. ed. rev. e atual. São
Paulo: Malheiros, 2004.
G1. STF censura sites e manda retirar matéria que liga Toffoli à Odebrecht. G1. Rio
de Janeiro, 15 abr. 2019. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/15/stf-censura-sites-e-e-manda-retirar-
materia-que-liga-toffoli-a-odebrecht.ghtml>. Acesso em 12 nov. 2019.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
LEITE, Fábio. O que é censura judicial e quais valores estão em jogo no caso
Marcela Temer. Nexo Jornal, 14 fev. 2017. Entrevista concedida ao Nexo (Bruno
Lupion). Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/14/O-que-
%C3%A9-censura-judicial-e-quais-valores-est%C3%A3o-em-jogo-no-caso-Marcela-
Temer>. Acesso em: 11 nov. 2019.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 23. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019. Disponível em: <https://forumdeconcursos.com/wp-
content/uploads/wpforo/default_attachments/1550872248-Pedro-Lenza-Direito-
Constitucional-Esquematizado-2019.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2019
LUPION, Bruno. O que é censura judicial e quais valores estão em jogo no caso
Marcela Temer. Nexo Jornal, 14 fev. 2017. Disponível em:
<https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/14/O-que-%C3%A9-censura-
judicial-e-quais-valores-est%C3%A3o-em-jogo-no-caso-Marcela-Temer>. Acesso
em: 11 nov. 2019.
NUNES JÚNIOR, Flávio Martins Alves. Curso de direito constitucional. 3. Ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25. ed. rev. e
atual. nos termos da Reforma Constitucional, até a Emenda Constitucional n. 48, de
10.8.2005. São Paulo: Malheiros, 2005.