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Cartilha de Comportamentos diante

de Pessoas com Deficiência


Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
da Prefeitura Municipal de Curitiba
2013

Apresentação

Na sociedade existem inúmeras barreiras que dificultam muito a vida das


pessoas com deficiência e, certamente, as mais difíceis de serem derrubadas são as
atitudinais, geralmente oriundas do desconhecimento em relação às características
destas pessoas ou, ainda, uma manifestação do preconceito historicamente
construído e cristalizado no senso comum.
Por outro lado, evidências no dia a dia nos mostram que existe um interesse,
cada vez mais generalizado dentro da população, em conhecer e relacionar-se
corretamente com as pessoas que têm uma deficiência.
Palestras, cursos, campanhas, livros, folhetos, revistas – em todas as partes da
sociedade constatamos mensagens escritas, faladas, desenhadas e dramatizadas
derrubando mitos e ensinando as formas corretas de se interagir com pessoas cuja
deficiência é bastante variada e cuja presença é notada com mais frequência a cada
dia que passa.
Uma síntese desses comportamentos inclusivos diante de pessoas com
deficiência, bem como de uma série de “mitos e verdades” sobre estas pessoas são
apresentadas a seguir. Além disso, uma explicação sobre as categorias e tipos de
deficiência e exemplos de como utilizar a terminologia correta também fazem parte
deste volume.
Parte do conteúdo foi transcrito e/ou adaptado de inúmeros textos publicados
(ver Bibliografia) e parte foi extraído da experiência profissional do consultor Romeu
Kazumi Sassaki, que vem atuando no movimento de direitos nos últimos 50 anos.
Que este material colabore de fato para que todos fortaleçam e participem da
construção de uma sociedade mais humana e inclusiva. Boa leitura!
A. Dicas de relacionamento junto a pessoas com
deficiência

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA EM GERAL

 Quando você constatar algum fato que considere inadequado, no qual está
presente uma pessoa com deficiência, tente resolvê-lo de maneira natural, do
mesmo modo que faria com qualquer outra pessoa em outras situações.

 Converse com a pessoa com deficiência respeitosamente, sabendo que ambos


desejam ser respeitadas como seres humanos. Não a trate com piedade ou
como se ela fosse criança; faça com que prevaleçam as suas vontades e
decisões.
 Comporte-se de igual para igual, ou seja, considerando que vocês dois possuem
a mesma dignidade.

 Aceite a outra pessoa como ela é, assim como você espera ser aceito do jeito
que você é.

 Se você perceber que uma pessoa com deficiência precisa de ajuda e você
pretende ajudá-la, ela poderá lhe dar dicas de como agir de modo correto.
Perguntar com naturalidade como você deve proceder é um bom começo. Caso
a ajuda seja negada, não insista. Muitas pessoas com deficiência têm boa
autonomia e sentem-se incomodadas quando alguém insiste em ajudá-las sem
necessidade.
 Se uma pessoa com deficiência rejeitar ou não receber bem a sua ajuda, não se
aborreça. Todos nós temos o direito de dizer não. E nunca generalize: aquela
determinada pessoa, naquele momento, não quis a sua ajuda. Nada mais que
isso.
 Ao ajudar uma pessoa com deficiência, procure ser discreto. Dependendo da
deficiência, ela já chama a atenção pela sua condição e você deve ser útil e não
causar constrangimento.
 Lembre-se de que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos
garantidos a todos os povos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na
Constituição de cada país.

 Não tente camuflar a deficiência pois geralmente a pessoa tem consciência de


sua condição. A diferença existe e faz parte da diversidade humana.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA FÍSICA

1. Que usa cadeira de rodas

 Não se apóie na cadeira de rodas, nem com as mãos nem com os pés. A cadeira
de rodas é uma extensão do corpo da pessoa que a utiliza.

 Não receie em falar as palavras “ande”, “corra” e “caminhe”. As próprias pessoas


com deficiência física também as utilizam.

 Se a conversa for demorar, sente-se num banco ou sofá de modo que seus olhos
fiquem no mesmo nível do olhar da pessoa em cadeira de rodas. Para uma
pessoa sentada, não é confortável ficar olhando para cima durante um período
relativamente longo.

 Estando presente um acompanhante, fale para a pessoa com deficiência física, a


menos que o assunto seja do interesse apenas do acompanhante.
 Ao ajudar uma pessoa em cadeira de rodas a descer uma rampa ou degraus, use
a marcha à ré, para evitar que, pela excessiva inclinação, a pessoa perca o
equilíbrio e caia para frente.

 Ande na mesma velocidade do movimento da cadeira de rodas.

 Ao planejar eventos, providencie acessibilidade arquitetônica em todos os


recintos.

2. Que usa muletas

 Tome cuidado para não tropeçar nas muletas.


 Ao acomodar as muletas, após a pessoa sentar-se, deixe-as sempre ao alcance
das mãos dela. Isso garante autonomia.

 Ande no mesmo ritmo da marcha da pessoa.

3. Que tenha necessidade no uso dos braços e mãos e do corpo em geral

 Siga, no que for aplicável, as dicas oferecidas no item "Diante de uma pessoa
com DEFICIÊNCIA EM GERAL".

 Esteja atento às particularidades de cada tipo de deficiência física.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA VISUAL

1. Pessoa cega

 Se andar com uma pessoa cega, deixe que ela segure seu braço. Não a
empurre; pelo movimento de seu corpo, ela saberá o que fazer.

 Em lugares estreitos para duas pessoas caminharem, ponha o seu braço para
trás de modo que a pessoa cega possa seguir você.

 Diminua a velocidade quando se aproximarem de obstáculos e procure passar


por eles com certa distância.

 Se estiver com ela durante a refeição, pergunte-lhe se quer auxílio para cortar a
comida ou para adoçar o café, e explique-lhe a posição dos alimentos no prato.

 Num restaurante, é de boa educação que você leia o cardápio e os preços, se a


pessoa cega assim o desejar.

 Se for auxiliar a pessoa cega a atravessar a rua, pergunte-lhe antes se ela


necessita de ajuda e, em caso positivo, atravesse-a em linha reta, senão ela
poderá perder a orientação.

 Se ela estiver sozinha, identifique-se sempre ao aproximar-se dela. Nunca


empregue brincadeirinhas como: “Adivinha quem é?”.

 Se for orientá-la a sentar-se, coloque a mão da pessoa cega sobre o braço ou


encosto da cadeira, e ela será capaz de sentar-se facilmente.
 Se observar aspectos inadequados quanto à aparência da pessoa cega (meias
trocadas, roupas pelo avesso, zíper aberto etc.), não tenha receio de avisá-la
discretamente a respeito de sua roupa.

 Se conviver com uma pessoa cega, nunca deixe uma porta entreaberta. As
portas devem estar totalmente abertas ou completamente fechadas. Conserve os
corredores livres de obstáculos. Avise-a se a mobília for mudada de lugar.

 Se você trabalha, estuda ou está em contato social com uma pessoa cega, não a
exclua nem minimize a participação dela em eventos ou reuniões. Deixe que a
pessoa cega decida sobre tal participação. Trate-a com o mesmo respeito que
você demonstra ao tratar uma pessoa que enxerga.

 Se for orientá-la, dê direções do modo mais claro possível. Diga “direita”,


“esquerda”, “acima”, “abaixo”, “para frente” ou “para trás”, de acordo com o
caminho que ela necessite percorrer. Nunca use termos como “ali”, “lá”.

 Indique as distâncias em metros. Por exemplo: “Uns 10 metros para frente”.

 Ao guiar uma pessoa cega até um ônibus, ao se aproximar de sua porta, indique-
lhe as barras de apoio para que ela possa embarcar com segurança

 Se for a um lugar desconhecido para a pessoa cega, diga-lhe, muito


discretamente, onde as coisas estão distribuídas no ambiente, os degraus,
meios-fios etc.

 Se vocês estiverem numa festa, diga à pessoa cega quais as pessoas presentes
e veja se ela encontra pessoas para conversar, de modo que se divirta tanto
quanto você.

 Se for apresentá-la a alguém, faça com que ela fique de frente para a pessoa a
quem você está apresentando, impedindo que a pessoa cega estenda a mão, por
exemplo, para o lado contrário em que se encontra a outra pessoa.

 Se conversar com uma pessoa cega, fale sempre diretamente, e nunca por
intermédio de seu companheiro. A pessoa cega pode ouvir tão bem ou melhor
que você. Não evite as palavras “veja”, “olhe” e “cego”; use-as sem receio. As
pessoas cegas também as usam.

 Quando se afastar da pessoa cega, avise-a, para que ela não fique falando
sozinha.
 A pessoa cega não vive num mundo escuro e sombrio. Ela percebe coisas e
ambientes e adquire informações através do tato, da audição e do olfato. Ela
pode ler e escrever por meio do braile.

 O computador também é um bom aliado, possibilitando à pessoa cega escrever e


conferir os textos, ler jornais e revistas, via internet ou livro digitalizado, usando
programas específicos (DosVox, Virtual Vision, Jaws, por exemplo) nos quais se
fala o que está escrito na tela.

 Com a bengala ou com o cão-guia, a pessoa cega pode caminhar com


autonomia, identificando ou desviando-se de degraus, buracos, meio-fio, raízes
de árvores, orelhão, postes, objetos protuberantes nos quais ela possa bater a
cabeça etc. O cão-guia nunca deverá ser distraído do seu dever de guiar a
pessoa cega.

 Ao planejar eventos, providencie material em braile.

2. Pessoa com baixa visão

 Ao se tratar de pessoa com baixa visão, proceda quase das mesmas formas
acima indicadas.

 Muitas pessoas com baixa visão usam bengalas e outras não. Não julgue sem
conhecer; você pode encontrar uma pessoa com baixa visão que precisa de
ajuda.

 Ao planejar eventos, providencie material impresso com letras ampliadas.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA AUDITIVA

1. Pessoa surda

 Se quiser falar com uma pessoa surda, sinalize com a mão ou tocando no braço
dela. Enquanto estiverem conversando, fique de frente para ela, mantenha
contato visual e cuide para que ela possa ver a sua boca para ler os seus lábios.
Se você olhar para o outro lado, ela pode pensar que a conversa terminou.
 O interlocutor deve falar de frente para a pessoa, de modo que esta tenha acesso
à leitura orofacial (leitura dos lábios e dos movimentos faciais) e a todo o
movimento corporal, favorecendo uma melhor compreensão da mensagem.

 Não grite. Ela não ouvirá o grito e verá em você uma fisionomia agressiva.

 Se tiver dificuldade para entender o que uma pessoa surda está dizendo, peça
que ela repita ou escreva.

 Fale normalmente, a não ser que ela peça para você falar mais devagar.

 Seja expressivo. A pessoa surda não pode ouvir as mudanças de tom da sua
voz, por exemplo, indicando gozação ou seriedade. É preciso que você lhe
mostre isso através da sua expressão facial, gestos ou dos movimentos do corpo
para ela entender o que você quer comunicar.

 Em geral, pessoas surdas preferem ser chamadas “surdos” e não “pessoas com
deficiência auditiva”.

 Se a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete da língua de sinais,


fale olhando para ela e não para o intérprete.

 É muito grosseiro passar por entre duas pessoas que estão se comunicando
através da língua de sinais, pois isto atrapalha ou impede a conversa.

 Se aprender a língua de sinais brasileira (Libras), você estará facilitando a


convivência com a pessoa surda.

 Ao planejar um evento, providencie avisos visuais, materiais impressos e


intérpretes da língua de sinais.

 O uso da escrita é um bom recurso para esclarecer dúvidas, confirmar um dado


importante, registrar uma informação urgente, garantir a compreensão do recado
ou informação, mudar uma ordem, responder a uma solicitação ou ser usada
como rotina na comunicação de avisos gerais.

2. Pessoa com baixa audição

 Ao se tratar de pessoa com baixa audição, proceda quase das mesmas formas
indicadas para relacionar-se com pessoas surdas.
 Em geral, as pessoas com baixa audição não gostam de ser chamadas de
“pessoas surdas” e sim de “pessoas com deficiência auditiva”.

 Com a velhice, a acuidade auditiva de qualquer pessoa tende a diminuir.


Portanto, diante de uma pessoa idosa, incentive-a a participar da conversa, fale
mais devagar e use frases curtas. Não permita que ela se isole cada vez mais,
nem dê motivos para deixá-la ansiosa ou angustiada.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA DA FALA

 Existem diversas alterações de fala, variando desde as mais simples, como a


dificuldade em pronunciar os sons de maneira correta, até as mais complexas,
como a perda total da voz, as gagueiras mais graves e os transtornos causados
por um problema neurológico, que podem prejudicar tanto a fala como a
compreensão.

 Todas estas alterações podem trazer um prejuízo ou até mesmo um impedimento


para a comunicação oral.

 Mantenha a calma quando falar com alguém que apresenta alguma dificuldade
de comunicação oral. Não tente adivinhar o que ela quer dizer e não a deixe sem
resposta.

 Procure olhar no rosto de quem fala; fale pausadamente; use poucas palavras de
cada vez; espere a sua vez de falar e só comece quando tiver certeza de que o
outro terminou o que tinha a dizer.

 Se não entendeu o que foi falado, não tenha receio de pedir que o outro repita ou
escreva. A maior parte das pessoas com dificuldade na fala tem consciência
disso e não se incomoda em repetir, desde que encontre alguém realmente
interessado em ouvi-la.

 Preste mais atenção no conteúdo da fala do que em sua forma e, principalmente,


não discrimine alguém pela maneira dele de falar.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


 Ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual, aja com naturalidade,
como você faria com qualquer outra pessoa.

 Não confunda “deficiência intelectual” com “transtorno mental”.

 Procure dar-lhe atenção e tratá-la de acordo com a faixa etária: criança,


adolescente, adulta.

 Não a ignore durante conversação. Cumprimente-a e despeça-se dela, como


você o faria com outras pessoas.

 Não a superproteja, nem use linguagem infantilizada.

 Deixe que ela tente fazer sozinha tudo o que ela puder. Ajude apenas quando for
realmente necessário.

 Entenda que a pessoa com deficiência intelectual aprende mais lentamente. Se


você respeitar o ritmo dela e lhe oferecer oportunidade, ela pode desenvolver
habilidades, tornar-se produtiva e participar do mundo com dignidade e
competência.

Diante de uma pessoa com DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL

Deficiências psicossociais (ou psiquiátricas, psíquicas, por saúde mental)


resultam de uma ampla gama de transtornos mentais, historicamente agrupados em
condutas típicas de síndromes neurológicas, psiquiátricas e psicológicas
(neurose, psicose, esquizofrenia, autismo etc.) e depois em transtornos globais do
desenvolvimento (síndrome de Rett, síndrome de Asperger, psicose, transtornos
do espectro do autismo, transtorno bipolar etc.).

 Aprendemos melhor sobre como agir diante destas pessoas convivendo com
elas na vida familiar, em ambientes de estudo e de trabalho e no seio da
comunidade.
 Outra fonte de tal aprendizagem é a rede de grupos de apoio (autoajuda, ajuda
mútua) que estão surgindo em toda parte, grupos estes que são de dois tipos:
aqueles liderados por pessoas com deficiência psicossocial e aqueles liderados
por familiares e amigos de pessoas com esta deficiência. Bom exemplo é o
protagonismo das famílias de pessoas com transtornos do espectro do autismo
(TEA).
 Em geral, as pessoas com deficiência psicossocial desejam ser reconhecidas
como pessoas titulares de direitos humanos e liberdades fundamentais, como os
demais cidadãos.
 Elas desejam ter a oportunidade de atuar como protagonistas e não apenas
como simples beneficiárias passivas ou espectadoras de ações assistenciais.
Também desejam ter acesso aos programas de tratamento quando necessários.
 Qualquer que seja a forma de agir diante de pessoas com deficiência
psicossocial, ela deve estar em conformidade com os seguintes documentos:
"Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência" (ONU, 2006;
Brasil, 2008 e 2009); "Proteção das Pessoas com Transtorno Mental" (Lei
10.216, 6/4/01); "Transtornos Globais do Desenvolvimento" (Resolução MEC
4, 2/10/09); e "Metas para a Década das Pessoas com Deficiência – Área do
Autismo" (Congresso Brasileiro de Autismo, Fortaleza, 26/11/06).

Diante de uma pessoa com OUTRAS DEFICIÊNCIAS

 Existem pessoas que apresentam uma deficiência que não foi mencionada até
aqui. Por exemplo, a deficiência múltipla, que se caracteriza pela presença
simultânea de duas ou mais CATEGORIAS DE DEFICIÊNCIA acima citadas.

 A pessoa surdocega, ou pessoa com surdocegueira, pode estar acompanhada de


um guia-intérprete, que utiliza diversos recursos de comunicação como, por
exemplo, a Libras tátil (Libras na palma das mãos) ou o tadoma. O tadoma
consiste em a pessoa surdocega colocar a mão no rosto do guia-intérprete, com
o polegar tocando suavemente o lábio inferior e os outros dedos pressionando
levemente as dobras vocais. Assim, pela vibração das dobras vocais, ela
consegue entender o que a outra pessoa está falando. Há pessoas surdocegas
que apenas não ouvem, mas falam; portanto, ela pode “ouvir” pelo tadoma e falar
com a própria voz. Quando entrar numa conversa com uma pessoa surdocega,
que utiliza o tadoma, deixe que ela faça o mesmo com você. A classificação da
surdocegueira continua sendo um tema polêmico: Dentre as pessoas surdocegas
e os especialistas em surdocegueira, há aqueles que aceitam e os que não
aceitam classificar esta condição como deficiência múltipla. Também há opiniões
que consideram a surdocegueira uma categoria à parte da deficiência visual, da
deficiência auditiva e da deficiência múltipla. Não há consenso quanto à
classificação, mas há consenso no sentido de que as pessoas surdocegas se
consideram pessoas com deficiência.

 Também existem pessoas com paralisia cerebral, com síndrome de Down, com
hiperatividade, com ostomia, com dislexia e assim por diante. Mas, paralisia
cerebral, síndromes diversas, hiperatividade, ostomia, dislexia etc. não são tipos
de deficiência; são condições que acarretam alguma deficiência e não
deficiências propriamente ditas.

 Por outro lado, existem pessoas com epilepsia, com hanseníase, com transtorno
de déficit de atenção (TDA) etc. Porém, epilepsia, hanseníase, TDA etc. também
não constituem tipos de deficiência; são doenças que podem acarretar alguma
deficiência.

 Há casos em que uma doença e uma condição estão presentes juntas. Por
exemplo, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

 Podemos, então, comportar-nos diante de uma pessoa com deficiência resultante


dessas condições ou doenças, seguindo todas as dicas gerais e algumas das
dicas específicas, de acordo com cada caso.

 A questão das condições e doenças como causas de deficiências é polêmica e


não encontra um consenso entre especialistas. Por exemplo, a ostomia e a
paralisia cerebral foram colocadas como formas (tipos) de deficiência física, e
não como causas de deficiência física, no Decreto nº 5.296, de 2/12/04.

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