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06/10/2022 20:00 IESB

Unidade 01

A Sociedade e as Organizações

Nesta primeira unidade, vamos começar a enxergar o mundo que nos cerca de uma forma um pouco
diferente. A ideia é pensar sobre conceitos e coisas que vemos ou ouvimos falar com tanta
frequência, que eles se tornam transparentes para nós. Sabemos que eles estão ali, mas não
reparamos mais neles. Às vezes,acreditamos que eles são tão naturais quanto o ar que respiramos.
Por exemplo,o que é a sociedade? Tenho certeza que você sabe! Mas será que você sabe explicar o
que ela é para uma outra pessoa? Como foi que ela surgiu? Por que ela é assim? E as empresas? O
que são? Desde quando e por que elas existem? O objetivo desta primeira unidade é formarmos
uma base conceitual para uma efetiva compreensão do que vêm a ser Modelos de Negócios
Disruptivos e Startups. Aproveitem o conteúdo!

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CENÁRIO PRÁTICO
Nós, seres humanos,utilizamo-nos de modelos para “olhar o mundo” e é por meio deles que
construímos teorias, emitimos juízos de valor e estabelecemos como iremos nos comportar em
cada situação. Esses modelos servem de referência para orientar nossas ações, pensamentos e
definem a forma como iremos nos comportar. O modelo que utilizamos para olhar o mundo faz o
mundo que olhamos. Vamos ver como isso funciona na prática. Observe a imagem abaixo e ligue
os nove pontos com apenas quatro linhas retas.

Conseguiu? Foi fácil? Foi difícil? Os modelos que utilizamos para olhar o mundo condicionam
nossas ideias e limitam nossas ações. Para compreender por que pensamos do modo como
pensamos, leia o conteúdo de nossa primeira aula.

Solução:

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Unidade 01
Aula 01

Sociedade

Bem-vindos a nossa primeira aula. Nesse contato inicial com a disciplina,vamos olhar um pouco além das
organizações e começar a ver e entender o ambiente em que vivemos e onde as organizações são criadas.

Relações Sociais e Paradigmas

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Os homens buscaram estar próximos a seus semelhantes, desde a Pré-História, a fim de garantir
sua sobrevivência. Inicialmente, enquanto nômades, em pequenos grupos, mas depois de
perceberem que podiam controlar a natureza, com o domínio da agricultura, se tornaram
sedentários e os agrupamentos humanos começaram a crescer. A partir deentão, os seres humanos,
de modo geral, nascem, crescem e morrem em meio a outros seres humanos.

Esses aglomerados humanos costumam ser chamados de sociedade.

Uma sociedade, portanto, é um agrupamento de homens cujos modos de ser, de sentir, de


pensar e de reagir refletem formas relativamente homogêneas de viver. Assim, quando
falamos em sociedade, temos em mente a ideia de seres humanos em interdependência e
em inter-relações

(SILVA, 2010, p.16)

A ciência que estuda, de modo metódico e sistemático, as relações que se sucedem nesses
aglomerados que chamamos de sociedade é a Sociologia. Segundo Gil (2011), “é a ciência que
estuda as relações sociais, as instituições sociais e a sociedade”, e de acordo com (LAKATOS, 1990,
p. 23), “a Sociologia,(...) é o estudo e o conhecimento objetivo da realidade social”. A autora destaca,
ainda, seu caráter não normativo. A Sociologia não emite juízos de valor sobre os tipos de
associação e relações estudados, pois é baseada em estudos objetivos para melhor revelar a
verdadeira natureza dos fenômenos sociais.

A Sociologia pretende observar com espírito científico os fatos produzidos pelos homens em
sociedade e, a partir dessas observações,buscar explicações sobre sua origem, seu
desenvolvimento e seus efeitos,podendo constituir-se em uma ferramenta, em um
instrumento de intervenção social.Nesse caso, ela torna-se uma ciência aplicada

(SILVA, 2010, p. 16)

Quando a sociologia é empregada em um contexto social específico, ela é denominada de sociologia


aplicada. A diferença básica que se estabelece entre sociologia e sociologia aplicada é que a
sociologia tem o objetivo de descobrir como a sociedade funciona, enquanto a aplicada, por sua vez,
procura entender os conhecimentos adquiridos na sociologia e utilizá-los na resolução
de problemas de natureza prática ou social. A Sociologia Aplicada à Administração é um dos muitos
exemplos de sociologia aplicada.

Ao longo da história, sempre houve grande preocupação de estabelecer códigos de conduta de


como deveriam seras relações que se estabelecem na convivência humana.

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A palavra relação tem sua origem no latim relatio e significa o ato de relatar ou narrar alguma
situação,ou de trazer alguma coisa de volta. A palavra relatio vem da raiz relatus, que é uma forma do
verbo refero. Refero tem vários significados, todos com o sentido de trazer alguma coisa de volta (a
um lugar, a uma pessoa ou à memória). Assim, refero significa literalmente “voltar a levar” ou “trazer
outra vez” (RELAÇÃO, 2020)

De acordo com a Sociologia,o homem, ao se relacionar, volta-se para seu exterior que retorna a ele
sob aforma de um suprimento que proporciona um estado de satisfação ou de insatisfação.

Em outras palavras, a ideia de relação tem a ver com necessidade. E necessidade é tudo aquilo que,
de um modo ou de outro, faz falta, não existe, precisa ser preenchido, completado, suprido. É um
estado de carência percebida, seja ela real ou não, consciente ou inconsciente.

A essa busca constante e ininterrupta pela satisfação de suas necessidades, ou esse permanente ir
em direção a seu ambiente (seja ele composto de pessoas, de animais, de natureza ou de objetos
criados), a Sociologia denomina de relação. Relação étoda e qualquer troca que o indivíduo realiza
com o meio que o cerca, com o objetivo de suprir suas necessidades.

As relações sociais, por sua vez, são caracterizadas por um ir e vir comum a todo conjunto de
indivíduos que vive em um mesmo ambiente, expressando, portanto, suas necessidades e
satisfações sob formas e modos comuns a todos.

É importante diferenciar relações pessoais de relações sociais. A relação pessoal ocorre quando um
indivíduo troca com outro(s) necessidades e satisfações exclusivamente suas. Associais ocorrem
quando um conjunto de indivíduos, uma coletividade, expressa suas necessidades e satisfações de
forma coletiva.

Paradigma
Os comportamentos que se repetem sistematicamente nas relações sociais são chamados de
paradigmas. Paradigma é um modelo ou padrão a seguir. Etimologicamente,este termo tem origem
no grego paradeigma que significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de
modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação (HOUAISS, 2009).

Por que isso é importante? Oque paradigma tem a ver com modelos de negócios disruptivos ou
startups? Feche os olhos, respire fundo e tente visualizar uma escola. Conseguiu? Muito
provavelmente você visualizou um lugar aonde as pessoas vão para aprender a ler, escrever,
adquirir algum tipo de conhecimento etc. Isso ocorre porque nosso paradigma de aprendizagem
pode ser resumido como sendo a escola um lugar físico onde se adquire conhecimento. Há bastante
tempo, com as facilidades das comunicações postais, o ensino passou a ser realizado por
correspondência, à época era um novo modelo ou padrão de ensino e aprendizagem que se iniciava.
Hoje, com a ampla difusão das tecnologias informação e comunicação, as chamadas TIC, o ensino a

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distância é uma modalidade de ensino consolidada, um novo paradigma incorporado à ideia de


escola. O ensino a distância (EaD) é parte integrante em quase todas as relações de ensino e
aprendizagem.

Os paradigmas não estão limitados à ideia de se obter a satisfação. Eles carregam em si, também,
um outro conjunto de sentimentos e valores que determinam como as pessoas vão se portar em
suas relações pessoais. A observância ou não dos paradigmas pode gerar sentimentos de confiança
ou desconfiança, de aprovação ou rejeição e, até mesmo, de atribuição de sucesso ou fracasso.
Quando uma empresa, uma pessoa, um equipamento se comporta ou atua de acordo com os
padrões aceitos ou vigentes,somos mais propensos a confiar naquilo que está sendo dito ou
realizado. Quando o que está sendo proposto foge desses padrões, ficamos desconfiados, adotamos
uma postura mais reativa ou defensiva em relação àquilo que é contrário a nossa crença coletiva.

Entre nós, brasileiros, há um paradigma de higiene e limpeza – tomar banho todos os dias –, que não
necessariamente está presente na cultura de todos os povos, mesmo os povos considerados mais
desenvolvidos.

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SAIBA MAIS
Os franceses não tomam banho! Mito ou Verdade?

No mundo todo,os franceses têm a reputação de não tomar banho. Na verdade, essa fama está
longe de ser apenas um clichê. Veja só: de acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto de
sondagens francês BVA em 2012, 20% da população francesa tomam banho a cada dois dias e
3,5% se lavam apenas uma vez por semana! Mas por que essa aversão dos franceses à higiene
pessoal? Tudo isso é, na realidade, devido à História da França. Na Antiguidade, os franceses
ainda eram pessoas “limpas”, pois frequentavam os banhos públicos diariamente. Mas no século
15, as termas mistas, consideradas como lugares de prostituição e libertinagem pela Igreja
Católica, foram fechadas. Além disso, banhar-se nu era considerado uma atitude pagã e um
incentivo à masturbação. Acredita-se que orei da França Luís XIV, conhecido como o rei Sol,
morreu aos 75 anos e só tomou um banho na sua vida (depois de uma cirurgia)?!! No entanto, no
século 19, depois de uma epidemia de cólera e graças às descobertas de Louis Pasteur sobre o
papel das bactérias nas doenças, a França viveu um movimento higiênico. (Já era tempo!). O
acesso à água encanada em todo o território francês, desde os anos 80, certamente melhorou as
coisas, mas não resolveu totalmente o problema. De acordo com a diretoria do Centro de
Tratamento da Água, apenas 20% dos franceses lavam as mãos antes das refeições, e a maioria
da população também não o faz depois de ir ao banheiro. Mas, paradoxalmente, 90% lavam as
mãos antes de cozinhar. Mas a ideia do francês sujo não passa de uma percepção. Será que os
franceses se lavam pouco ou os outros é que se lavam muito? (O MELHOR DE PARIS, 2020, s.p)

Os paradigmas funcionam como manuais para as mais diversas situações. As pessoas, ao


estabelecerem com seus semelhantes modelos de relações permanentes e estáveis, passam a
enxergar, à medida que essa relação supre suas necessidades, nesses modelos um padrão
permanente e duradouro, que pode ser utilizado em todas as situações semelhantes.

Os paradigmas passam, então, a ser a única forma de satisfazer uma necessidade, de fazer algo, de
julgar uma situação. A cada vez que uma necessidade é satisfeita, ainda que em situações ou
contextos diferentes, as pessoas não precisam pensar, elaborar e realizar novas formas de troca, ou
adotar novas formas de relações sociais, pois basta repetir aquela que, comprovadamente, já
propiciou resultados positivos.

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Ao facilitar a vida das pessoas, os paradigmas tornam-se, praticamente, o único jeito de ver e julgar
a realidade que as cercam. Em contrapartida, quando novas formas de se buscar a satisfação
surgem, elas enfrentam grande resistência. Isso vale para tudo, seja em casa, na escola, no trabalho,
ou em qualquer outro tipo de relação social.

Por exemplo, a Uber é uma empresa de tecnologia que conecta passageiros a motoristas por meio
digital. Em seu primeiro ano de atuação no Brasil, a empresa tinha apresentado um crescimento
expressivo. Possuía mais de 500 mil usuários. Esse crescimento animava tanto os usuários quanto
os motoristas, que se cadastravam no aplicativo. Entretanto, esse crescimento, associado a preços
mais competitivos, maior comodidade, qualidade e agilidade no atendimento aos usuários
preocupava, sobretudo, os taxistas, que viam, na atuação da empresa, uma prática de concorrência
desleal. As autoridades públicas também ficaram preocupadas, pois, à época, não haviam
consolidado um entendimento sobre como tratar esse novo modelo de negócio ou, conforme em
nosso contexto de estudo, esse novo tipo de relação social que estava sendo estabelecido. E quanto
mais a empresa crescia em número de usuários e de motoristas, mais fortes eram as reações dos
taxistas e maior era a pressão destes sobre as autoridades públicas, a fim de proibir a atuação da
empresa em nosso país.

A partir deste exemplo, fica fácil visualizar que, para cada tipo ou momento de necessidade, os
homens criam diferentes modelos de relações sociais e, à medida que um novo modelo supre
necessidades, ele tende a cristalizar-se, isto é, tornar-se permanente, duradouro e válido para todas
as situações semelhantes. Hoje, é corriqueiro vermos pessoas andando de Uber pela maioria das
grandes cidades do Brasil.

Dessa forma, quando os seres humanos se unem formando aglomerados ou conjuntos sociais, eles
criam e desenvolvem sistemas de troca, ou conjuntos de relações sociais, de acordo com suas
capacidades e disponibilidades, para facilitar a luta pela sobrevivência de cada uma das pessoas que
compõem aquele aglomerado ou conjunto social.

Note que a busca pela satisfação da necessidade em relação ao modelo de negócio da Uber se faz
presente no contexto dos usuários, dos motoristas e da própria empresa. Cada um em busca de um
tipo de satisfação ou de atendimento a uma necessidade diferente. Os primeiros têm sua
necessidade de deslocamento com agilidade, qualidade e baixo custo suprida; o segundo, busca
satisfazer suas necessidades de trabalho e ganhos financeiros e, por fim, a empresa, que almeja
crescer, se consolidar no mercado e, consequentemente, lucrar.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considere o conteúdo da aula e assinale a alternativa correta.

O ser humano se utiliza de meios que ele mesmo cria para saciar suas necessidades.

A alternativa está correta, pois é possível afirmar que a história do homem sobre a
Terra está estreitamente vinculada à criação e ao aperfeiçoamento de novos
instrumentos que facilitem seu trabalho para satisfazer suas necessidades.

A sociologia é a ciência que estuda, de modo subjetivo, metódico e sistemático, as


relações que se sucedem na sociedade.

A resposta está incorreta, pois a Sociologia pretende observar com espírito


científico os fatos produzidos pelos homens em sociedade, busca o estudo e o
conhecimento objetivo da realidade social. Não emite juízos de valor sobre os tipos
de associação e relações estudados, pois é baseada em estudos objetivos para
melhor revelar a verdadeira natureza dos fenômenos sociais.

As relações sociais ocorrem quando um indivíduo troca com outro(s)necessidades e


satisfações exclusivamente suas.

A alternativa está incorreta, porque as relações sociais ocorrem quando um


conjunto de indivíduos, uma coletividade, expressa suas necessidades e satisfações
de forma coletiva. A relação pessoal, por sua vez, ocorre quando um indivíduo troca
com outro(s) necessidades e satisfações exclusivamente suas.

Paradigma é um modelo ou padrão a seguir, decorrente de comportamentos que se


repetem sistematicamente nas relações sociais e que está restrito à ideia de se obter a
satisfação das necessidades.

A alternativa está incorreta, uma vez que os paradigmas não estão limitados a ideia
de se obter a satisfação. Eles carregam em si, também, um outro conjunto de
sentimentos e valores que determinam como as pessoas vão se portar em suas

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relações pessoais. A observância ou não dos paradigmas pode gerar sentimentos de


confiança ou desconfiança, de aprovação ou rejeição e, até mesmo, de atribuição de
sucesso ou fracasso.

Os comportamentos que se repetem sistematicamente nas relações sociais são


chamados de paradigmas. Paradigma é um modelo ou padrão único a seguir e que
abarca todos os contextos sociais e os mais diferentes grupamentos humanos.

A alternativa está incorreta, tendo em vista que os paradigmas de uma sociedade


não necessariamente estão presentes na cultura de todos os povos, mesmo os
povos considerados mais desenvolvidos.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Sabendo que os paradigmas funcionam como manuais para as mais diversas situações, assinale a
alternativa correta.

A criação de novos modelos de relações sociais possibilita a formação de novos


paradigmas, à medida que esse novo modelo se torna permanente, duradouro e válido
para todas as situações semelhantes.

A alternativa está correta. Os comportamentos que se repetem sistematicamente


nas relações sociais são chamados de paradigmas.

Os paradigmas funcionam como manuais para as mais diversas situações, exceto


aquelas relacionadas às relações pessoais.

A alternativa está incorreta, porque as pessoas estabelecem, com seus


semelhantes, modelos de relações permanentes e estáveis e passam a enxergar, à
medida que essa relação supre suas necessidades, nesses modelos um padrão
permanente e duradouro, que pode ser utilizado em todas as situações
semelhantes.

Os paradigmas representam modelos ou padrões dinâmicos, decorrentes de


comportamentos que se repetem, eventualmente, nos relacionamentos pessoais.

A alternativa está incorreta, porque as pessoas estabelecem, com seus


semelhantes, modelos de relações permanentes e estáveis, e passam a enxergar, à
medida que essa relação supre suas necessidades, nesses modelos um padrão
permanente e duradouro, que pode ser utilizado em todas as situações
semelhantes.

É possível afirmar que a universalidade, abarcando todos os seres humanos, é uma das
principais características dos paradigmas uma vez que estes representam a única
forma de se satisfazer uma necessidade.

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A alternativa está incorreta, tendo em vista que os paradigmas de uma sociedade


não necessariamente estão presentes na cultura de todos os povos, mesmo os
povos considerados mais desenvolvidos.

Novos meios de satisfação das necessidades humanas que surjam não podem vir a ser
considerados paradigmas, pois estes representam apenas regras de convívio social.

A alternativa está incorreta, considerando-se que todos os avanços vinculados à


criação e ao aperfeiçoamento de novos instrumentos que facilitem o trabalho para
satisfazer as necessidades humanas podem estabelecer novos paradigmas, desde
que esse novo modelo se torne permanente, duradouro e válido para todas as
situações semelhantes.

Fechamento
Nesta primeira aula, tivemos nosso primeiro contato com diversos conceitos. Alguns deles irão
aparecer novamente, ou então serão aprofundados nas próximas aulas. Lembre-se, você está
construindo uma base conceitual para poder compreender melhor o mundo que o cerca. De
qualquer forma, após o término desta aula, você já deve se sentir mais seguro para explicar os
seguintes conceitos: sociedade; sociologia; relações pessoais e sociais; necessidade; paradigma; e
tecnologia, em seu sentido mais amplo. Além de conseguir entender a forma pela qual eles se inter-
relacionam. Parabéns!!! Até a próxima aula!

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Unidade 01
Aula 02

Instituições e Organizações

Bem-vindo mais uma vez! Nesta aula, iremos aprofundar um pouco mais nossos conhecimentos sobre
sociedade e abordaremos dois conceitos essenciais para que possamos compreender melhor este mundo a
nossa volta.

As instituições
As relações humanas ocorrem onde quer que haja agrupamentos humanos. E como destaca SILVA
(2014), à medida que o processo de convivência se desenvolve, os conjuntos das relações que se
estabelecem entre os indivíduos se tornam mais complexos, tornando-se um conjunto
extremamente variado e diversificado de relações sociais. Cada um deles apresentando um certo
grau de complexidade, no que diz respeito às formas e aos meios utilizados pelas pessoas para
suprirem suas necessidades. Para cada situação, modelos de relações sociais são criados e, ao longo
do tempo, consolidam-se como definitivos, na medida em que produzem os resultados esperados.

O conjunto de situações assemelhadas e relacionadas a um mesmo aspecto da convivência humana


é denominado de instituição. As instituições sociais são sistemas organizados de relações sociais,
que incorporam padrões de comportamentos com a finalidade de buscar satisfazer as necessidades
básicas de uma sociedade. Existem várias formas de se classificar as instituições sociais. A mais
comum é a que as classifica em: família, educação, economia, política, religião e lazer.

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Cada uma dessas instituições reúne uma infinidade de padrões e modelos de relações e de
comportamentos, entretanto todos sempre relativos a um mesmo aspecto da vida em sociedade.
Cada pessoa convive simultaneamente com relações sociais estabelecidas em diferentes tipos de
instituições.

É importante observar, também, que nenhuma dessas instituições atua de forma independente.
Cada uma influencia as outras da mesma forma que é influenciada por elas. É desta maneira que
cada agrupamento humano desenvolve suas próprias características. Por isso, a diferença entre os
paradigmas de higiene e limpeza adotados por brasileiros e franceses. Vimos isso na aula 1, lembra?

Cada uma das cinco categorias de instituições reúne uma infinidade de padrões e modelos de
relações e de comportamentos. Entretanto, todos sempre relativos a um mesmo aspecto da vida em
sociedade. Cada pessoa convive simultaneamente com relações sociais estabelecidas nessas
instituições.

Vamos fazer um breve exercício. Feche os olhos e reflita de que forma a religião influenciou,
influencia ou pode influenciar sua família ou seu trabalho ou, até mesmo, sua educação? Que
valores ou padrões de comportamento foram incorporados no seu dia a dia? É interessante
perceber como essas instituições afetam nossas escolhas, nossos comportamentos, não é?

Vejamos então, algumas características das instituições:

·são intencionais, considerando que cada uma se propõe como fim ou como objetivo a satisfação de
necessidades sociais de mesma natureza;

apresentam um modelo de comportamento apropriado para cada situação social;


são relativamente permanentes em seus conteúdos; os esquemas de relacionamento, os
comportamentos e as funções desenvolvidas tornam-se duráveis, o que não quer significar que
sejam imutáveis;
têm estrutura unificada, seus diversos elementos que as compõem (comportamentos,
hierarquia, funções etc.) formam um conjunto homogêneo distinto de outros conjuntos;
apresentam uma relação de interdependência entre si; uma mudança ou uma ruptura em uma
das instituições sociais tende a provocar mudanças nas outras.

Em decorrência dessas características, é possível identificar as funções básicas das instituições:

apresentam um modelo de comportamento apropriado para cada situação social;


proporcionam aos membros de uma sociedade um papel social, indicando qual é o
comportamento apropriado ao exercício de uma função a ser desempenhada;
são perenes (relativamente permanentes), dão estabilidade e consistência ao todo
social; e
são reguladoras dos padrões de comportamento.

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À medida que o tempo passa, aumentamos cada vez mais a complexidade das relações sociais ao
desenvolvermos e incorporarmos novas tecnologias. Transformamos nosso ambiente de tal forma
que os modelos de relações assumem novas formas e novos sentidos.

Quanto mais transformamos nosso mundo, mais evidentes e complexos se tornam os problemas
sociais. O grande desafio está em como resolver essas questões complexas. Por exemplo, o plástico
é elemento bastante comum em nosso dia a dia, é tão comum em nossas, casas, nossas escolas,
nosso trabalho que às vezes nem nos damos conta. Via de regra, os plásticos vão para o lixo.

SAIBA MAIS
O Brasil é o quarto país do mundo que mais gera lixo plástico, mas pouco faz para reciclá-lo,
apesar de a política nacional de resíduos sólidos aprovada em 2010 já prever a reciclagem nos
centros urbanos. De acordo com o estudo da WWF, preparado com dados do Banco Mundial, o
Brasil produz anualmente 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos,
China e Índia e à frente de países como Rússia, Indonésia e Alemanha. Cada cidadão brasileiro
produz um quilo de lixo plástico por semana, em média, enquanto na Indonésia essa é a
produção a cada 10 dias e, no Senegal, a cada 25 dias. A maior parte desse lixo é descartada de
forma irregular.

O Brasil recicla apenas 1,28% do plástico que descarta, diz o estudo da WWF. Muito abaixo da
média mundial, de 9%, e, entre os 10 países que mais produzem lixo plástico, o único que fica
abaixo de 5% de reciclagem. Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de lixo plástico, a
reciclagem é de 34,6%. Na China, de 21,9%.

No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são
descartadas de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. Outros
7,7 milhões de toneladas vão para aterros sanitários e mais de 1 milhão de toneladas sequer são
recolhidas pelos sistemas de coleta. Trecho extraído do artigo: “Brasil é o 4º maior produtor de
lixo plástico”.(FORBES, 2019,s.p)

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Esse é um exemplo típico de um problema social complexo. Os impactos desse tipo de lixo sobre o
meio ambiente são devastadores. Acesse o link a seguir: https://www.blogsenacsp.com.br/plastico-
no-meio-ambiente/ e descubra um pouco mais sobre este assunto. Acessou? É assustador, não é? O
que caracteriza a questão do lixo como um problema complexo é o fato de existirem inúmeros
interesses divergentes envolvidos, e cada uma das partes envolvidas acredita que a
responsabilidade de resolver esse problema é dos outros.

Entretanto, no Brasil, temos algumas pessoas que não pensam assim; por exemplo, a Molécoola é
uma startup brasileira que opera para reduzir os impactos do lixo plástico, por meio de um
programa de fidelidade ambiental; ela faz logística reversa de embalagens pós-consumo,
incentivando a reciclagem. As atividades da startup auxiliam as empresas de bens de consumo e o
poder público ao colaborar com a recuperação dos resíduos, contribuindo de forma significativa
para resolver o problema do lixo urbano. Além disso, oferece oportunidades aos profissionais que
trabalham com reciclagem, para que se tornem microempreendedores por meio de seu sistema de
microfranquias, auxiliando-os na obtenção do crédito necessário para que viabilizem o início de
suas operações. Em relação aos consumidores, a startup atua incentivando-os a se engajarem com a
causa de reciclagem e descarte consciente do lixo. Ao depositarem o lixo em suas unidades
franqueadas, os consumidores ganham pontos que podem ser usados para ganhar vouchers de
Uber, créditos no Google Play, no Spotify ou em jogos on-line. O lucro da startup advém da venda
para os grandes recicladores dos materiais plásticos entregues em suas franquias. A startup
terminou o ano de 2019 com 20 unidades de coleta, mais de 400 toneladas de resíduos reciclados e
84 milhões de pontos trocados por benefícios.

Para saber mais sobre essa startup, acesse: https://www.molecoola.eco/.

As organizações
Vamos nos concentrar em um modelo específico de instituição, as organizações. Respire fundo e
olhe a sua volta. O que você vê? Descreva o local ou ambiente em que você está. Depois, vá além do
trivial, pense sobre o que está ao seu redor e o que isso representa. Use o tempo que for necessário.

É difícil, não é? Estamos tão acostumados com o que está a nossa volta que tudo parece normal ou
natural e, por isso, não costumamos pensar sobre o que nos cerca. Não questionamos, apenas
aceitamos o que está a nossa volta.

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Sabia que você, provavelmente, nasceu em uma empresa, estudou em empresas, se desloca de um
lugar para o outro por meio de empresas, se diverte em empresas?

E, quando você resolve que vai ficar em casa, no final de semana, descansando longe de tudo, longe
desse tal ambiente formado por organizações, só descansando, sem utilizar os serviços de nenhuma
empresa, é que a situação complica. As emissoras de televisão aberta são empresas. Os provedores
de TV a cabo são empresas. A Netflix é uma empresa. Seu provedor de internet é uma empresa. Ou
então resolve ficar navegando na internet, o Google é uma empresa ou assistindo a vídeos no
Youtube, que também é uma empresa. Então, se você não hibernar o final de semana inteiro, você
vai ser impactado pelo tal ambiente corporativo. Ah! Eu ia me esquecendo, se você mora em um
edifício residencial ou em um condomínio de casas, saiba que o condomínio onde você mora é um
tipo de organização.

É interessante o quanto nossa percepção de mundo muda quando nos damos conta de que o
ambiente que nos cerca não é um ambiente natural, mas um ambiente corporativo, um construto
social.

É difícil enxergar as organizações. Podemos ver os sinais externos, como altos edifícios, uma
estação de computador ou um funcionário educado, mas a organização como um todo é
vaga e abstrata e pode estar espalhada em diversas localidades, até́ mesmo ao redor do
mundo. Sabemos que as organizações estão ali porque elas afetam a todos, todos os dias.
Na verdade, elas são tão comuns que as tomamos por algo que sempre esteve ali. Mal
percebemos que nascemos num hospital, somos registrados em um cartório, estudamos em
escolas e universidades, crescemos com alimentos produzidos em fazendas corporativas,
somos assistidos por médicos integrantes de uma equipe, compramos uma casa construída
por uma construtora e vendida por imobiliária, pegamos dinheiro emprestado de um
banco, recorremos à polícia e aos bombeiros quando estamos com problemas, usamos
empresas de transportes para fazer mudança de casa, recebemos benefícios de órgãos do
governo. A maioria de nós passa muitas horas trabalhando numa organização de um tipo
ou de outro.

(DAFT, 2014, p. 12)

E as organizações, o que são? Você realmente sabe o que é uma organização? Se sim, tudo bem. Se
não, tudo bem também. Pois vamos alinhar esse conceito que parece ser simples, mas não é.

A palavra organização, vem de organon em grego e que significa ferramenta ou instrumento


(MORGAN, 1996). Segundo Jones (2010), organização é uma ferramenta que as pessoas usam para
coordenar suas ações e obter alguma coisa que desejam ou valorizam. E, Silva (2013) acrescenta
que as organizações possuem quatro elementos principais: pessoas, divisão do trabalho, limites de
atuação e objetivos.

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06/10/2022 20:00 IESB

As organizações são ferramentas ou instrumentos que as pessoas utilizam para coordenar suas
ações com o objetivo de obter algo que desejam. Opa! Já vimos isso! Lembra-se do conceito de
paradigma que vimos na aula anterior? As organizações podem ser consideradas um tipo de
paradigma? Isso mesmo, elas representam um padrão ou modelo comum no contexto da sociedade.
E mais, já vimos isso também, o ser humano se utiliza de meios que ele mesmo cria para saciar suas
necessidades. É! Definitivamente, podemos afirmar que as organizações constituem um tipo de
relação social e um tipo de paradigma.

Para formar uma organização, basta que você e uma outra pessoa se juntem para somar seus
esforços com o intuito de realizarem algo que desejam. Isso, normalmente, é completamente
diferente da ideia que a maioria das pessoas tem sobre organização. E, provavelmente é diferente
da ideia que você tinha sobre organização, antes de ler isso.

O ponto central do entendimento deste conceito é o de que as organizações têm como seu principal
elemento as pessoas, e não o patrimônio, ou os equipamentos, ou o dinheiro etc. Isso vai ser muito
importante lá na frente, quando formos aprofundar os conceitos sobre Startups. As pessoas e o que
elas almejam são os elementos centrais das organizações.

Essa não é uma ideia ou uma interpretação nova. Em 1938, Chester Barnard, um renomado teórico
da administração, já destacava que uma organização é um sistema de atividades pessoais ou forças
conscientemente coordenadas (BARNARD, 1938 apud CARAVANTES, 1998).

Depois que entendemos que as pessoas representam o ponto central das organizações, precisamos
entender de que maneira uma coisa relativamente simples pode se tornar algo tão complexo, como
as organizações com que nos relacionamos regularmente.

As organizações, ao longo do século XX, tornaram-se tão importantes no contexto social que é
possível afirmar que o homem moderno é o homem dentro de organizações, que a vida
contemporânea [...] é dominada por organizações grandes, complexas, formais (BLAU; SCOTT,
1970), ou que a sociedade moderna é uma sociedade de organizações (ETZIONI, 1967).

Nossas vidas são construídas em contextos organizacionais e somos influenciados constantemente


pelas organizações e pelas relações que se estabelecem entre elas conforme afirma Schultz (2016).

Souza (2012) destaca a importância das organizações na sociedade e, consequentemente, na vida


das pessoas, ao afirmar que:

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06/10/2022 20:00 IESB

vivemos em uma sociedade organizacional: as organizações estão em toda a parte;


suprimos nossas necessidades por meio de organizações; trabalhamos, divertimo-nos,
relacionamo-nos, agimos politicamente, reivindicamos, enfim, atuamos em organizações.
Somos parte delas e elas são parte de nós: portanto, vivemos e agimos sob condições
organizacionais

(SOUZA, 2012, p. 23).

Essas condições organizacionais dividem-se em sociais, políticas, cognitivas, culturais e ambientais,


conforme a seguir:

as organizações existem e se desenvolvem sob determinadas condições: mais


especificamente, sob condições sociais, políticas, cognitivas, culturais e ambientais. Por
isso, elas mesmas são estruturas contingentes e contextuais. Isso implica que elas não são
plenamente moldáveis, planejáveis, controláveis e racionais como, frequentemente,
pensamos ou desejamos e como, normalmente, pressupõem as políticas e ações
tecnocráticas. Assim, as organizações apresentam determinadas condições que limitam a
racionalidade, a previsibilidade, o planejamento e controle delas e dos seus resultados

(SOUZA, 2012, p. 10).

É por possuírem dimensões concretas e abstratas (ou tangíveis e intangíveis), que as organizações
podem significar muitas coisas ao mesmo tempo, dependendo da perspectiva de análise. Entender a
ideia de organização é relativamente simples, mas compreender a forma pela qual elas interagem,
interferem e determinam nosso contexto social, não.

E essa complexidade somente pode ser minimizada mediante a busca de contribuições de


diferentes áreas do conhecimento, tais como Engenharia, Psicologia, Sociologia, Economia,
Ciências Políticas, Antropologia, Biologia, Matemática, Direito, Informática, Medicina e História,
entre outras. Este é o desafio que enfrentam os estudiosos das organizações e da sua
administração, pois implica lidar com abordagens interdisciplinares e com uma concepção sistêmica
em que as disciplinas se inter-relacionam para focar diferentes níveis da realidade organizacional.

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06/10/2022 20:00 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
As instituições sociais são sistemas organizados de relações sociais, que incorporam padrões de
comportamentos com a finalidade de buscar satisfazer as necessidades básicas de uma
sociedade. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.

O conjunto de situações assemelhadas e relacionadas a um mesmo aspecto da


convivência humana é denominado de instituição.

A alternativa está correta! Esse é o conceito de instituição.

Cada tipo de instituição reúne uma quantidade limitada de padrões e modelos de


relações e de comportamentos, relativos a todos os aspectos da vida em sociedade.

A alternativa está incorreta. Cada uma dessas instituições reúne uma infinidade de
padrões e modelos de relações e de comportamentos, entretanto, todos sempre
relativos a um mesmo aspecto da vida em sociedade.

As instituições são independentes, cada uma com seus padrões e modelos de relações
e de comportamentos. As mudanças em uma instituição não provocam mudanças nas
demais

A alternativa está incorreta. As instituições apresentam uma relação de


interdependência entre si; uma mudança ou uma ruptura em uma das instituições
sociais tende a provocar mudanças nas outras.

As instituições apresentam um modelo de comportamento apropriado para cada


situação social e impõem a seus membros um papel social, definido qual função cada
um desempenhar ou executar.

A alternativa está incorreta. As instituições proporcionam aos membros de uma


sociedade um papel social, indicando e não impondo qual é o comportamento
apropriado ao exercício de uma função a ser desempenhada. A questão está
relacionada aos valores morais que norteiam a conduta das pessoas.

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06/10/2022 20:00 IESB

As instituições são imutáveis em seus conteúdos, por isso, à medida que o tempo
passa, a complexidade das relações sociais aumenta e nos obriga a desenvolver novas
instituições para regular novos tipos de conduta.

A alternativa está incorreta. As instituições são relativamente permanentes em


seus conteúdos; seus esquemas de relacionamento, de comportamentos e as
funções desenvolvidas tornam-se duráveis, o que não quer significar que sejam
imutáveis. Elas incorporam valores que sejam comuns a todos os seus membros e à
medida que transformamos nosso ambiente, os modelos de relações assumem
novas formas e novos sentidos.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considerando que as organizações são ferramentas que as pessoas usam para coordenar suas
ações e obter alguma coisa que desejam ou valorizam, é correto afirmar que:

As organizações representam um padrão ou modelo comum no contexto da sociedade.

A alternativa está correta! As organizações representam um padrão ou modelo


comum no contexto da sociedade. Elas são meios criados e utilizados pelas pessoas
para saciar suas necessidades. Elas representam um paradigma no contexto das
mais diversas sociedades.

Embora o conceito de organização seja difícil de explicar, entender a forma pela qual as
organizações interagem contexto social é extremamente simples.

A alternativa está incorreta. O conceito de organização é relativamente simples,


mas a compreensão de como as organizações interagem no contexto da sociedade é
bastante complexo, “vivemos em uma sociedade organizacional: as organizações
estão em toda a parte; suprimos nossas necessidades por meio de organizações;
trabalhamos, divertimo-nos, relacionamo-nos, agimos politicamente,
reivindicamos, enfim, atuamos em organizações. Somos parte delas e elas são parte
de nós: portanto, vivemos e agimos sob condições organizacionais” (SOUZA, 2012,
p. 23) e a maioria das pessoas não consegue perceber isso.

As organizações são importantes na sociedade porque elas são a única forma de as


pessoas conseguirem satisfazer suas necessidades.

A alternativa está incorreta. As organizações não são a única forma que as pessoas
utilizam para satisfazer suas necessidades, ela constitui-se como um meio entre
vários que foram criados pelo homem com esse objetivo. Isso sem se considerar a
amplitude do significado da palavra necessidade.

A Molécoola, aquela startup brasileira apresentada no texto e que opera para reduzir
os impactos do lixo plástico, não pode ser considerada uma organização, pois a mesma

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06/10/2022 20:00 IESB

não representa um modelo ou padrão aceito pela sociedade.

A alternativa está incorreta. As startups são um tipo de organização que se


constituem em um paradigma, modelo ou padrão comum no contexto social.

As organizações estão presentes apenas em um aspecto de nossas vidas, o


profissional. Nosso relacionamento com as organizações é restrito apenas ao trabalho
que supre nossas necessidades financeiras.

A alternativa está incorreta. As organizações estão presentes em todos os aspectos


da vida em sociedade.

Fechamento
Nesta aula, aprendemos um pouco mais sobre sociedade e começamos a entender o que vem a ser
uma organização e como elas são importantes no contexto da sociedade atual. De qualquer forma,
após o término desta aula, você já deve se sentir mais seguro para explicar os seguintes conceitos: o
que são instituições, a forma mais comum de classificá-las, suas características e funções básicas.
Além disso, você teve um primeiro contato com os conceitos de organização e de sua relevância e
papel no contexto da sociedade. Parabéns!!! Até a próxima aula!

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Unidade 01
Aula 03

Entendendo e Classificando as
Organizações

Bem-vindo mais uma vez! Nesta aula, iremos entender um pouco mais a fundo o que são as organizações,
quais são seus aspectos mais relevantes e como classificá-las.

Explorando os conceitos
Como vimos na aula anterior, é difícil perceber as organizações a nossa volta. Podemos ver
facilmente seus sinais: um prédio, um carro com uma logomarca, uma propaganda na televisão ou
um banner na internet, entre outras coisas. Sabemos que as organizações estão a nossa volta
porque somos afetados por elas o tempo todo. Elas são tão comuns em nosso dia a dia, que nem as
percebemos mais. De tão comuns chegamos, até mesmo, a acreditar que elas sempre estiveram ali,
próximas a nós. Mas isso não é verdade. Nem sempre foi assim.

Existem centenas, provavelmente milhares de definições sobre organizações. Iremos trabalhar com
algumas delas. A primeira que iremos considerar foi escrita por Daft abordam, ainda, a ligação das
organizações com seu ambiente ao se utilizarem da expressão “balizado por um conjunto de
imperativos determinantes (crenças, valores, culturas etc.)” para vinculá-las ao contexto social no
qual estão inseridas.

É possível perceber, após a leitura dos os conceitos acima, que, apesar de usarem palavras
diferentes, todos encerram o mesmo conjunto de ideias.

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Classificação das Organizações


As organizações podem adquirir as mais diversas formas e tamanhos. Algumas são grandes
empresas, outras são, até mesmo, gigantes, entretanto a maioria delas é pequena.

SAIBA MAIS
Existem 193 países e que a Coca-Cola só não é comercializada em dois países? Pois
é!Somente em Cuba e na Coreia do Norte que não é possível encontrar os produtos da
multinacional norte-americana.

Podemos classificar as organizações de diversas formas. Quanto ao seu porte, em grande, média,
pequena e microempresa. Cabe ressaltar que o tamanho das empresas é uma variável contextual,
que influencia no projeto de estrutura e no funcionamento das organizações, da mesma forma que
outras variáveis contextuais, como, por exemplo, ambiente, tecnologia e os objetivos, entre
diversos outros aspectos. As variáveis contextuais devem ser analisadas no contexto social de cada
empresa.

Por exemplo, qual é o tamanho ideal de uma empresa que atua em um mercado local e que compete
com outras empresas que ofertam produtos similares nesse mesmo mercado local? É difícil
responder porque depende do contexto, do que está em volta da empresa.

Outra forma de classificar as organizações é em função de sua finalidade, se a organização possui


ou não fins lucrativos. A principal diferença entre essas organizações é que as pessoas que
participam da primeira direcionam suas tarefas e atividades para que a organização gere resultados
financeiros positivos que serão distribuídos entre seus idealizadores, enquanto as que participam
da segunda estão preocupadas em direcionar seus esforços no sentido de gerar algum tipo de
impacto social. Em ambas, os recursos financeiros são importantes. A diferença é que, nas
organizações sem fins lucrativos, os resultados financeiros positivos devem ser reinvestidos
integralmente para a ampliação dos impactos sociais que elas buscam promover, ao invés de serem
divididos entre seus sócios.

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06/10/2022 20:00 IESB

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

Agora vamos falar de uma classificação que acaba provocando confusão em termos de
interpretação. Vamos entender a classificação das organizações em formal e informal. Pelo senso
comum, muitos confundem a noção de formal e informal com a questão da legalidade. Em termos
de legalidade, todos os países estabelecem uma legislação que normatiza a abertura de
organizações, de empresas. Isto é, estabelecem requisitos objetivos, leis e normas que precisam ser
respeitadas e cumpridas. Ao cumprir essas formalidades as organizações adquirem personalidade
jurídica, as organizações passam a existir como elementos da sociedade, com a capacidade de
adquirir direitos e contrair deveres que lhes são próprios, não mais se confundindo com os direitos
e deveres de seus sócios ou fundadores.

Empreender no Brasil não é uma tarefa fácil. Além das dificuldades naturais de suas atividades e do
risco inerente à sua operação, enfrenta-se, ainda, uma enorme burocracia para legalizar as
empresas.

SAIBA MAIS
Recentemente foi sancionada a Lei da Liberdade Econômica que tem por objetivo reduzir a
burocracia para pessoas jurídicas, visando fomentar a economia brasileira. Juntamente com a
Lei do Inova Simples, as Startups foram muito beneficiadas com um processo de abertura da
empresa bastante facilitado, on-line, automático e que não depende mais de autorização e
alvará de funcionamento. Além disso, outro ponto importante foi a retirada do risco de
responsabilização dos investidores, facilitando o acesso dessas empresas aos recursos
financeiros necessários para que elas se lancem no mercado.

Resolvido o entendimento sobre a questão da legalidade e da personalidade jurídica das


organizações, temos que a classificação em formal e informal refere-se ao arranjo determinado
pelas pessoas que criaram a organização e que estipulam regras e regulamentos, formais, escritos
ou tácitos de conduta para todos seus membros, as pessoas que a compõem. São exemplos destas

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06/10/2022 20:00 IESB

regras e/ou regulamentos: os esquemas de divisão de trabalho, a definição de funções e atividades


que cada um vai executar ou desenvolver; a hierarquização, definindo quem se reporta a quem e
qual o nível de poder de cada um de seus integrantes para realizar determinados conjuntos de
atividades; o horário de início e término da jornada de trabalho etc. Quando essas regras e
regulamento são definidos de forma objetiva e impositiva a todos os seus membros, diz-se que a
organização é formal. De um modo geral, a formalização de uma organização está relacionada à
quantidade de documentação e regras internas que a organização possui para regular a conduta de
seus membros. Lembrando, mais uma vez, que isso não tem nada a ver com a ideia da legalização ou
de requisitos formais para obtenção de personalidade jurídica, tem a ver com o funcionamento,
com a operação da organização.

Por outro lado, as organizações informais referem-se às estruturas sociais baseadas em


compreensão mútua, ajuda e amizade. Além disso, são regidas ou reguladas por normas sociais
tácitas e consensuais, conexões e interesses pessoais de cada um de seus membros.

Os conceitos de organização formal e informal estão intimamente relacionados, tendo em vista que
existem muitas organizações informais dentro das organizações formais. Normalmente, uma
organização formal conta com o apoio de inúmeras organizações informais que existem dentro de
sua própria estrutura.

Uma outra forma de classificação das organizações é feita por Cury (2016), que as classifica em
termos de flexibilidade, complexidade e evolução histórica.

Quanto à flexibilidade, as organizações podem ser consideradas entre dois extremos: de um lado
têm-se as burocráticas, baseadas em suas estruturas formais, menos flexíveis, fortemente
condicionadas por regras e normas, em que a estrutura e os procedimentos estabelecidos definem
suas operações e, no outro extremo, encontram-se as adhocráticas, caracterizadas pela utilização
de sistemas temporários, variáveis e adaptativos compostos, grupos e equipes multidisciplinares,
que cooperam entre si para o atingimento de um determinado objetivo. Enquanto a burocracia
enfatiza a estrutura, suas regras e procedimentos com ênfase maior na rigidez de seus processos, a
adhocracia utiliza uma estrutura flexível capaz de amoldar-se contínua e rapidamente às condições
ambientais.

Quanto à complexidade, as organizações são classificadas a partir de seus processos internos,


considerando, mais uma vez, dois extremos: de um lado estão as que apresentam baixa
complexidade em seus processos internos e, do outro, temos as que apresentam alta
complexidade.É importante destacar que a complexidade não se confunde com o porte ou tamanho
da empresa. O que define a complexidade dos processos são fatores relativos à previsibilidade,
similaridade, estruturação e acessibilidade a determinados elementos ou fatores de produção.
Existem empresas gigantescas que apresentam baixa complexidade em seus processos internos, da
mesma forma que existem micro e pequenas empresas com processos internos bastante
complexos.

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06/10/2022 20:00 IESB

Sabendo, então que o tamanho ou porte de uma organização não é determinante para sua
classificação em termos de complexidade, Cury (2016) as divide em três tipos, segundo sua
complexidade:

Empresa de 1º tipo, isto é, empresa tradicional, de tecnologia simples, de produção


rotineira, de ambiente estável, mecanicista, com ênfase em suas próprias atividades;

Empresa do 2º tipo, isto é, empresa um pouco mais complexa, tanto no que diz respeito à
tecnologia utilizada quanto no que se refere ao cenário de produção, não tão programável,
de ambiente de certa complexidade, com ênfase no indivíduo, procurando motivá-lo no
trabalho, portanto organiza;

Empresa do 3º tipo, isto é, empresa de tecnologia de ponta, às vezes nova, de ambiente de


alta incerteza, turbulento, de alta interdependência entre suas diversificadas áreas, com
ênfase grupal, buscando a mobilização da força de trabalho, induzindo a uma abordagem
adhocrática e contingencial, com estruturas predominantemente temporárias

(CURY, 2016, p. 131).

Observe que Cury (2016) vincula a classificação das organizações em termos de complexidade aos
seus respectivos ambientes, ou contextos sociais. Olhe aí, mais uma vez, a importância da
vinculação ou ligação que as organizações estabelecem com seu ambiente externo. Isso é uma
representação bastante objetiva do que Meireles e Paixão (2003) chamam de imperativos
determinantes.

Quanto à evolução histórica, Cury (2016) considera que, através de sua própria linha do tempo, as
organizações se estruturam de maneiras diferentes, adequadas a cada momento histórico que
vivenciaram. Mintzberg (2003) destaca, nesse sentido, que quanto mais antiga for a organização,
mais formalizado tende a ser o seu comportamento; à medida que as empresas envelhecem, as
atividades repetem-se constantemente, tornando-se mais previsíveis e mais fáceis de serem
formalizadas. Além disso, ele afirma que as organizações se estruturam de forma a refletir a época
de sua origem.

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06/10/2022 20:00 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considere o conceito que considera a organização como um artefato que pode ser abordado
como um conjunto articulado de pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado
fim e balizado por um conjunto de imperativos determinantes (crenças, valores, culturas etc.).
Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.

Considerar a organização como um artefato significa que ela é instrumento que foi
construída com o propósito de satisfazer algum tipo de necessidade específica.

A alternativa está correta. Essa definição retoma a ideia tratada na segunda aula ao
afirmar que as organizações são artefatos. A palavra organização vem de organon,
em grego, e que significa ferramenta ou instrumento (MORGAN, 1996). Segundo
Jones (2010), organização é uma ferramenta que as pessoas usam para coordenar
suas ações e obter alguma coisa que desejam ou valorizam.

A expressão “balizado por um conjunto de imperativos determinantes (crenças,


valores, culturas etc.)” refere-se ao conjunto de normas e regulamentos internos
observados pela empresa.

A alternativa está incorreta. Os imperativos determinantes vinculam a organização


ao contexto social no qual ela está inserida.

O conceito em análise não considera a ligação da organização com seu ambiente


externo.

A alternativa está incorreta. Os imperativos determinantes vinculam a organização


ao contexto social no qual ela está inserida.

O conceito está incompleto, pois não contempla os objetivos que a organização busca
ou pretende alcançar.

A alternativa está incorreta. A Expressão “projetado para um dado fim” indica que a
organização foi criada com um objetivo específico.

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06/10/2022 20:00 IESB

No conceito em análise não é possível identificar a ligação das organizações com seu
ambiente externo.

A alternativa está incorreta. Os imperativos determinantes vinculam a organização


ao contexto social no qual ela está inserida.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
As organizações podem ser classificadas de diversas formas ou maneiras diferentes.
Considerando as formas de classificação das organizações, analise as alternativas e assinale a
correta.

As estruturas organizacionais podem ser modificadas ao longo do tempo de vida ou


existência da organização.

A alternativa está correta. Cury (2016) considera que, através de sua própria linha
do tempo, as organizações se estruturam de maneiras diferentes, adequadas a cada
momento histórico que vivenciaram.

A classificação das organizações em formais e informais refere-se à legalidade das


mesmas, que têm que cumprir uma série de requisitos formais para serem classificadas
como organizações formais. Aquelas que não conseguem atender aos requisitos
formais são ditas ou denominadas informais, pois operam na informalidade.

A alternativa está incorreta! A classificação em formal e informal refere-se ao


arranjo determinado pelas pessoas que criaram a organização e que estipulam
regras e regulamentos, formais, escritos ou tácitos de conduta para todos seus
membros, enquanto as informais referem-se às estruturas sociais baseadas em
compreensão mútua, ajuda e amizade. Além disso, são regidas ou reguladas por
normas sociais tácitas e consensuais, conexões e interesses pessoais de cada um de
seus membros.

Classificar as organizações quanto ao seu porte: em grande, média, pequena e


microempresa estabelece o nível de complexidade das mesmas. Sendo as empresas de
grande porte as mais complexas e as de menor porte, menos complexas.

A alternativa está incorreta. A complexidade não se confunde com o porte ou


tamanho da empresa. O que define a complexidade dos processos são fatores
relativos à previsibilidade, similaridade, estruturação e acessibilidade a
determinados elementos ou fatores de produção. Existem empresas gigantescas

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que apresentam baixa complexidade em seus processos internos, da mesma forma


que existem micro e pequenas empresas com processos internos bastante
complexos.

Sabendo que uma forma de classificar as organizações é em função de sua finalidade,


se a organização possui ou não fins lucrativos, a principal diferença entre essas
organizações decorre do fato de as pessoas que participam da primeira direcionarem
as tarefas e atividades para que a organização gere resultados financeiros positivos
que serão distribuídos entre seus sócios, enquanto as que participam da segunda estão
preocupadas em direcionar seus esforços no sentido de gerar algum tipo de impacto
social. Motivo este que impossibilita as organizações com fins lucrativos de
promoverem qualquer tipo de ações sociais.

A alternativa está incorreta. Essa classificação estabelece o que acontece com o


resultado financeiro positivo gerado pela organização. No caso das organizações
com fins lucrativos, o resultado positivo retorna aos sócios da organização,
enquanto que os resultados financeiros positivos nas organizações sem fins
lucrativos devem ser aplicados na própria organização a fim de garantir e/ou
aprimorar as atividades que a mesma desenvolve, jamais podendo ser repartido
entre os participantes e/ou criadores da organização.

Todas as organizações formais são obrigadas a possuir personalidade jurídica, porém,


entre as informais, somente aquelas consideradas de grande porte têm o direito de
adquirir personalidade jurídica.

A alternativa está incorreta! A classificação em formal e informal refere-se ao


arranjo determinado pelas pessoas que criaram a organização e que estipulam
regras e regulamentos, formais, escritos ou tácitos de conduta para todos seus
membros, enquanto as informais referem-se às estruturas sociais baseadas em
compreensão mútua, ajuda e amizade. Além disso, são regidas ou reguladas por
normas sociais tácitas e consensuais, conexões e interesses pessoais de cada um de
seus membros. Em termos de legalidade, todos os países estabelecem uma
legislação que normatiza a abertura de organizações, de empresas. Isto é,
estabelecem requisitos objetivos, leis e normas que precisam ser respeitadas e
cumpridas. Ao cumprir essas formalidades, as organizações adquirem
personalidade jurídica, as organizações passam a existir como elementos da

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sociedade, com a capacidade de adquirir direitos e contrair deveres que lhes são
próprios, não mais se confundindo com os direitos e deveres de seus sócios ou
fundadores.

Fechamento
Nesta aula, exploramos alguns conceitos e vimos alguns critérios de classificação das organizações.
Lembre-se, você está construindo uma base conceitual para poder compreender melhor o mundo
que o cerca. Aprofundamos nosso entendimento sobre as organizações, mas esse entendimento
está nos remetendo de volta à sociedade. Você percebeu isso? Na próxima aula, discutiremos mais
esta questão. De qualquer forma, após o término desta aula, você já deve se sentir mais seguro para
explicar o conceito de organização detalhando os elementos que o compõem, a diferenciar
objetivos e metas, e os principais tipos de classificação das organizações. Parabéns!!! Até a próxima
aula!

Unidade 01
Aula 04

O Imperativo Ambiental e as
Incertezas

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06/10/2022 20:00 IESB

Bem-vindo mais uma vez! Nesta aula, iremos dar continuidade a nossos estudos sobre sociedade e
organizações. Na última aula, aprofundamos nossos conceitos sobre as organizações e aprendemos
a como classificá-las. Nesta, trabalharemos a questão do imperativo ambiental.

Sistemas Abertos
Agora que já sabemos um pouco mais sobre as organizações, vamos ampliar algumas características
relevantes que, em uma primeira abordagem, costumam passar despercebidas.Existem diversas
maneiras de se pensar as organizações. Uma que merece especial destaque é a abordagem de
sistemas abertos.

Um sistema é um conjunto de elementos mutuamente dependentes que interagem entre si, com
objetivos determinados e que realizam funções determinadas. Vejamos, novamente, o conceito de
organização apresentado por Daft (2014): “organizações são: (1) entidades sociais, (2) orientadas
por metas, (3) projetadas como sistemas de atividade deliberadamente estruturados e
coordenados e (4) ligadas ao ambiente externo”. Pois bem, temos que os elementos mutuamente
dependentes que interagem entre si considerados na definição de sistema encontram-se
explicitados nos itens 1, 2 e 3 da definição de organização; e o trecho com determinados objetivos e
realizam determinadas funções se faz presente nos itens 2 e 3.

Observe que, para os conceitos de sistema e de organização apresentarem integralmente as


mesmas ideias, faltou apenas a ligação com o ambiente externo, que está destacada na definição de
organização.

Os sistemas, por sua vez, são classificados em termos de sua relação com ambiente. Existem
sistemas abertos e sistemas fechados. O primeiro depende do ambiente, o segundo não. As
organizações são um exemplo claro de sistema aberto. As organizações precisam do ambiente
externo tanto para conseguir os diversos recursos que garantem seu funcionamento quanto para
quem ofertar os serviços e produtos oriundos de seus processos internos, aquele conjunto de
atividades orientadas por metas e deliberadamente estruturados e coordenados, lembra?

A organização depende do ambiente e sua interação com ele molda sua estrutura, ou seja, molda a
forma pela qual as tarefas estão coordenadas entre si. Quando ocorre uma mudança no ambiente
externo, a organização se transforma mudando seus produtos, técnicas e estruturas para se

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adaptar a essas mudanças e sobreviver. Isso nos remete ao trecho final da definição de organização
apresentada por Meireles e Paixão (2003) que destaca o fato de as organizações serem balizadas
por um conjunto de imperativos determinantes. O ambiente é um desses imperativos
determinantes.

As organizações apresentam relações de intercâmbio com ambiente através de entradas (insumos)


e saídas (produto) e, para sobreviver, deve reajustar-se às condições do meio. E esse meio, esse
ambiente é a sociedade. A sociedade, como vimos nas aulas anteriores, a cada dia torna-se mais
complexa em um constante processo de mudanças.

As mudanças na sociedade exigem que as organizações se adaptem e se ajustem constantemente.


Esse processo de ajustamento ou de adaptação traz alguns conceitos relevantes,que precisamos
dominar. Você sabe o que é resiliência? A resiliência é “a capacidade de o indivíduo lidar com
problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas”
(QUESSA, et al., 2017).Quando esse conceito é aplicado no contexto das organizações, é
comumente associado ao grau de defesa ou de vulnerabilidade da mesma diante das pressões do
ambiente externo.

Ao ser resiliente, a organização precisa conciliar dois processos opostos, imprescindíveis a sua
sobrevivência: a adaptabilidade e a homeostasia.

A adaptabilidade é caracterizada como sendo a capacidade de se adaptar às necessidades, às


situações e/ou às circunstâncias oriundas do ambiente externo. A homeostasia visa garantir
manutenção do sistema, seus procedimentos e rotinas.

O imperativo ambiental
A organização depende do ambiente. A interação da organização com o ambiente molda sua
estrutura, a forma pela qual as tarefas estão coordenadas entre si. Não, você não está enganado,
você leu isso agora há pouco. Estas ideias estão sendo repetidas aqui para destacar o imperativo
ambiental, pois as organizações surgem em um contexto social, em um ambiente que as justifica e
do qual elas dependem para sobreviver. Na verdade, a influência do ambiente é tão forte e
significativa que chega a definir tanto o propósito quanto o design, a configuração das
organizações.

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O ambiente, em um sentido amplo, engloba tudo o que é externo à organização. Entretanto,


existem elementos no ambiente que não afetam a sobrevivência das organizações, aos quais as
organizações não precisam responder ou se adaptar para sobreviver. Por outro lado, existem
elementos ambientais que têm o potencial de afetar a organização como um todo ou, ao menos
parte dela. Esses elementos são denominados por Daft (2014) como sendo o ambiente
organizacional.

O ambiente organizacional ou ambiente de uma organização é definido pelo campo de atuação da


organização e compreende o conjunto de fatores do ambiente externo que podem trazer, causar ou
provocar incertezas à organização.

Esses fatores ambientais, quando classificados em função de seus elementos comuns, são
chamados de setores. Daft (2014, p. 132-133) classifica-os em dez setores distintos:

Setor da indústria – constitui o conjunto de organizações que oferecem soluções similares a um


mesmo mercado, os aspectos considerados neste setor são: os concorrentes, o tamanho da
indústria, seu grau de competitividade e indústrias correlatas;
Setor de matérias-primas – constitui o conjunto de fornecedores de insumos: instalações
(imóveis e afins) máquinas, equipamentos, ferramentas e serviços;
Setor de recursos humanos – constituído pelo mercado de trabalho em si, agências de emprego,
centros de formação (universidades, escolas técnicas, ensino profissionalizante) e questões
relativas à sindicalização;
Setor de recursos financeiros – formado por bancos, agentes de fomento, mercado de ações e
investimento privado;
Setor de mercado – considera o conjunto de consumidores, clientes e usuários potenciais de
produtos e serviços;
Setor de tecnologia – considera técnicas de produção, pesquisa e desenvolvimento e
tecnologias apropriadas (tecnologias de informação e comunicação; inteligência artificial;
automação etc.);
Setor econômico – composto pelo contexto econômico da(s) localidade(s) onde a organização
atua, relaciona-se ao crescimento, estagnação ou recessão econômica, taxa de desemprego,
taxa de juros, taxa de investimentos, câmbio etc.;
Setor governamental – composto pelo conjunto de leis e regulamentações federais, estaduais e
municipais, impostos; e por aspectos relativos à segurança jurídica, processos políticos,
corrupção etc.;
Setor sociocultural – considera cultura, crenças, valores, religião, idade, movimentos ecológicos
e condutas perante questões relativas à sustentabilidade;
Setor internacional – considera a concorrência de empresas estrangeiras, entrada em
mercados estrangeiros, questões cambiais, regulamentação local e estrangeira, hábitos
estrangeiros etc.

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Entre os quais destaco Vasconcellos e Machado (1982) e Certo e Peter (1993), que dividem o
ambiente organizacional em três níveis distintos: (1) o ambiente geral ou macroambiente; (2) o
ambiente de negócios ou ambiente competitivo ou microambiente; e (3) o ambiente interno.
Normalmente, o ambiente organizacional está sob a forma de três formas geométricas
concêntricas, uns utilizam quadrados, outros círculos, alguns outros triângulos, mas o que importa é
que a figura mais externa representa o ambiente geral; a intermediária, o ambiente de negócios; e
ao centro encontra-se a organização e, consequentemente, seu ambiente interno.

Ao se realizar uma análise ambiental, não é possível considerar o universo como ambiente de uma
organização. É vital que sejam mapeadas variáveis realmente pertinentes à organização para a qual
a análise esteja sendo realizada. O maior condicionante do processo é o âmbito de atuação da
organização. São as características de cada organização (tamanho, autonomia, âmbito de atuação,
grau de participação no mercado etc.) que irão estabelecer o grau de relevância das variáveis de
cada segmento ambiental.

Por exemplo, para uma empresa multinacional atuante em vários países, é de suma importância a
visualização detalhada da relevância dos segmentos políticos, econômicos e socioculturais de cada
país onde atua; por outro lado, quando consideramos uma empresa de pequeno porte, estabelecida
em cidade do interior do estado de São Paulo, o quadro de relevância das variáveis é
completamente diferente. Assim, o grau de relevância das variáveis de cada segmento ambiental
varia de acordo com as características de cada organização.

O ambiente geral ou macroambiente considera os segmentos que não possuem um impacto direto
nas operações diárias da organização, mas que as influenciam de maneira indireta. Comumente
encontramos, neste tipo de ambiente, os setores governamental, econômico, sociocultural, de
tecnologia e de recursos financeiros.

O ambiente competitivo ou microambiente inclui os setores com os quais as organizações mais


interagem, que têm maior impacto em suas atividades e que afetam diretamente sua capacidade de
alcançar suas metas e objetivo. Este ambiente costuma incluir os setores da indústria, matérias-
primas, recursos humanos e mercado. Eventualmente, dado o tipo de operação da empresa, o setor
internacional deve ser considerado no ambiente competitivo das organizações.

Você já ouviu falar da Calçados Beira Rio S.A.?

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

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É interessante reparar que os setores do microambiente são apresentados um a um e destacados


pela sua relevância em relação aos objetivos que a empresa busca alcançar. Isso acontece porque os
setores do microambiente impactam diretamente na capacidade de a empresa alcançar seus
resultados.

Incerteza
O ambiente organizacional ou ambiente de uma organização é definido pelo campo de atuação da
organização e compreende o conjunto de fatores do ambiente externo que podem trazer, causar ou
provocar incertezas à organização.

Não, você não está enganado, você já leu isso. Anteriormente, a partir dessa afirmação,
desenvolvemos os conceitos relativos ao ambiente e seus setores. Agora vamos abordar a questão
das incertezas.

“A incerteza significa que os tomadores de decisão das organizações não possuem informações
suficientes sobre os fatores ambientais e que têm dificuldades para prever as mudanças externas”
(DAFT, 2014, p. 137). E, de acordo com Miliken (1987, p. 135 apud SILVA; BRITO, 2013, p. 184), a
incerteza pode se manifestar de três formas ou tipos distintos:

[…] a incerteza é um constructo multidimensional que envolve três tipos de incerteza. O


primeiro tipo é a incerteza de estado, caracterizada pela falta de habilidade do
administrador em prever como e quais elementos ou componentes poderão mudar no
ambiente. O segundo é a incerteza de efeito, definida como inabilidade em prever o
impacto e a natureza das mudanças ou eventos ambientais sobre o funcionamento da
organização no futuro. Finalmente, a incerteza de resposta, definida como a falta de
conhecimento e de habilidade para entender quais opções de resposta estão disponíveis à
organização, bem como para prever as consequências de cada uma delas para a
organização

(MILIKEN, 1987, p. 135 apud SILVA; BRITO, 2013, p. 184).

A incerteza ambiental pertence, a princípio, ao ambiente competitivo, ou seja, àqueles setores com
os quais as organizações se relacionam diariamente. Porém, setores do ambiente geral podem gerar
incertezas por meio de mudanças nos setores político, econômico ou por mudanças tecnológicas.

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06/10/2022 20:00 IESB

Em linhas gerais, a incerteza, na teoria das organizações, tem sido entendida como o grau de
imprevisibilidade das mudanças e do grau de dissimilaridade ou diferenciação de seus elementos.
As abordagens teóricas para caracterização do conceito de incerteza reduzem a duas maneiras
essenciais a forma pela qual o ambiente influencia as organizações. A primeira refere-se à
dependência de recursos, seu foco está na obtenção dos recursos essenciais para a
sustentabilidade das organizações, logo, defende que a incerteza emerge da falta de controle sobre
tais fontes de recursos. A segunda, denominada incerteza da informação, considera o ambiente
organizacional como a fonte precípua de provisão de informação necessária para subsidiar as ações
da organização, ou seja, a gênese da incerteza está pautada pela dificuldade das organizações em
obter as informações sobre o ambiente.

Essas correntes teóricas possibilitaram caracterizar o ambiente em dimensões que contemplam


seu dinamismo e sua complexidade.

Dimensão simples-complexa
Essa dimensão refere-se à heterogeneidade ou ao número de dissimilaridades dos elementos
externos relevantes para a operação das organizações. Quanto mais fatores externos influenciam a
organização, mais complexo é seu ambiente. Quanto menos fatores, mais simples é o ambiente.

Dimensão estável-instável
Essa dimensão refere-se ao dinamismo do ambiente, refere-se à velocidade das mudanças. Sob
condições de instabilidade as mudanças são abruptas, ocorrem rapidamente ou de forma
inesperada. Em um contexto de estabilidade, as mudanças dos elementos externos ocorrem ou de
forma lenta e gradativa ou com alto grau de previsibilidade.

Estrutura de avaliação do grau de incerteza


ambiental
Ao combinar as dimensões estável-instável e simples-complexa em uma matriz, Duncan (1972,
p.317 apud DAFT, 2014, p. 140) criou uma estrutura de avaliação do grau de incerteza ambiental,
vinculando-a às características do ambiente competitivo das organizações, conforme descrito no
quadro a seguir:

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06/10/2022 20:00 IESB

Fonte:Adaptado de Daft (2014, p. 140)

Considerando que o ambiente molda a estrutura das organizações, isto é, aforma pela qual as
tarefas estão coordenadas entre si, Daft (2014) constrói uma matriz similar, combinando, também,
as dimensões estável-instável e simples-complexa com o foco de estabelecer como o ambiente, em
decorrência de suas incertezas, condiciona as características da estrutura das organizações.

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Fonte:Adaptado de Daft (2014, p. 149)

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A organização depende do ambiente. A interação da organização com o ambiente molda sua
estrutura, a forma pela qual as tarefas estão coordenadas entre si. Considerando a importância
do ambiente para as organizações, analise as alternativas e assinale a correta.

Os sistemas podem ser classificados em termos de sua relação com ambiente.

A alternativa está correta. Os sistemas são classificados em termos de sua relação


com ambiente. Existem sistemas abertos, que dependem do ambiente e sistemas
fechados, que não dependem do ambiente.

Existem organizações que podem ser consideradas um sistema fechado.

A alternativa está incorreta. As organizações são um exemplo claro desistema


aberto. As organizações precisam do ambiente externo, tanto paraconseguir os
diversos recursos que garantem seu funcionamento quanto para quemofertar os
serviços e produtos oriundos de seus processos internos.

O ambiente organizacional ou ambiente de uma organização é definido pelo campo de


atuação da organização e compreende o conjunto de fatores do ambiente externo que
não trazem nenhum tipo de incertezas à organização.

A alternativa está incorreta. O ambiente organizacional ou ambiente de uma


organização é definido pelo campo de atuação da organização e compreende o
conjunto de fatores do ambiente externo que podem trazer, causar ou provocar
incertezas à organização.

O ambiente competitivo ou microambiente inclui os setores com os quais as


organizações mais interagem, mais conhecem, motivo pelo qual não trazem nenhum
tipo de incerteza para a organização, enquanto o ambiente geral é o que mais causa
preocupação e afeta as decisões das organizações.

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Alternativa está incorreta. A incerteza ambiental pertence, a princípio, ao ambiente


competitivo, ou seja, àqueles setores com os quais as organizações se relacionam
diariamente. Porém, setores do ambiente geral podem gerar incertezas por meio de
mudanças nos setores político, econômico ou por mudanças tecnológicas.

O setor de recursos humanos, constituído pelo mercado de trabalho em si, agências de


emprego, centros de formação (universidades, escolas técnicas, ensino
profissionalizante) e questões relativas à sindicalização, é um exemplo típico de um
elemento do macroambiente da organização, ou seja, faz parte do ambiente que não
causam impactos diretos nas operações diárias da organização, mas que as influenciam
de maneira indireta.

A alternativa está incorreta. O segmento de recursos humanos é um elemento


comum do microambiente das organizações. Esse segmento tem um grande
impacto nas atividades das organizações e afeta diretamente sua capacidade de
alcançar suas metas e objetivos.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A incerteza significa que os tomadores de decisão das organizações não possuem informações
suficientes sobre os fatores ambientais e que têm dificuldades para prever as mudanças
externas. Sobre essa temática, analise as alternativas e assinale a correta.

A incerteza é um constructo multidimensional que envolve três tipos de incerteza: a de


estado, a de efeito e a de resposta.

A alternativa está correta. A incerteza é um constructo multidimensional que


envolve três tipos de incerteza. O primeiro tipo é a incerteza de estado,
caracterizada pela falta de habilidade do administrador em prever como e quais
elementos ou componentes poderão mudar no ambiente. O segundo é a incerteza
de efeito, definida como inabilidade em prever o impacto e a natureza das
mudanças ou eventos ambientais sobre o funcionamento da organização no futuro.
Finalmente, a incerteza de resposta, definida como a falta de conhecimento e de
habilidade para entender quais opções de resposta estão disponíveis à organização,
bem como para prever as consequências de cada uma delas para a organização
(MILIKEN, 1987, p. 135 apud SILVA; BRITO, 2013, p. 184).

A organização depende do ambiente, entretanto a interação da organização com o


ambiente não afeta ou interfere ou molda sua estrutura.

A alternativa está incorreta. A organização depende do ambiente. A interação da


organização com o ambiente molda sua estrutura, na verdade, a influência do
ambiente é tão forte e significativa que chega a definir tanto o propósito quanto o
design, a configuração das organizações.

As abordagens teóricas para caracterização do conceito de incerteza reduzem a uma


única maneira a forma pela qual o ambiente influencia as organizações: denominada
incerteza da informação.

A alternativa está incorreta. As abordagens teóricas para caracterização do


conceito de incerteza reduzem a duas maneiras essenciais a forma pela qual o
ambiente influencia as organizações. A primeira refere-se à dependência de

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recursos, seu foco está na obtenção dos recursos essenciais para a sustentabilidade
das organizações, logo, defende que a incerteza emerge da falta de controle sobre
tais fontes de recursos. A segunda, denominada incerteza da informação, considera
o ambiente organizacional como a fonte precípua de provisão de informação
necessária para subsidiar as ações da organização, ou seja, a gênese da incerteza
está pautada pela dificuldade das organizações em obter as informações sobre o
ambiente.

A dimensão simples-complexa refere-se ao dinamismo do ambiente, refere-se à


velocidade das mudanças. Sob condições de complexidade, as mudanças são abruptas,
ocorrem rapidamente ou de forma inesperada.

A alternativa está incorreta. A dimensão estável-instável refere-se ao dinamismo


do ambiente, à velocidade das mudanças. Sob condições de instabilidade, as
mudanças são abruptas, ocorrem rapidamente ou de forma inesperada. Em um
contexto de estabilidade, as mudanças dos elementos externos ocorrem ou de
forma lenta e gradativa ou com alto grau de previsibilidade.

Estruturas mecanicistas, formais e centralizadas são inadequadas a ambientes


classificados como complexos.

A alternativa está incorreta. Conforme se verifica na matriz elaborada por Daft


(2014), na qual ele combina as dimensões estável-instável e simples-complexa com
o foco de estabelecer como o ambiente, em decorrência de suas incertezas,
condiciona as características da estrutura das organizações; as estruturas
mecanicistas, formais e centralizadas são inadequadas a ambientes que são
caracterizados como instáveis.

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Fechamento
Nesta aula, vimos como as organizações são mesmo dependentes do ambiente e como esse
ambiente pode ser analisado sob diversos aspectos, e como estes aspectos condicionam a
organização de uma maneira bastante objetiva. Agora, você já possui uma base conceitual mais
consistente para poder entender melhor a forma pela qual a sociedade influencia e é influenciada
pelas organizações. Após o término desta aula, você já deve se sentir mais seguro para explicar o
conceito de sistemas, sistemas fechados, sistemas abertos, ambiente, macroambiente e
microambiente, identificar os setores que compõem o ambiente e identificar se eles estão no macro
ou no microambiente das organizações, a noção de incerteza ambiental, os tipos de incerteza na
perspectiva das organizações, um modelo de classificação dos níveis de incerteza e outro que indica
os impactos condicionantes das incertezas sobre as estruturas das organizações. Parabéns!!! Até a
próxima aula!

Unidade 01
Aula 05

As Revoluções Industriais e as
Mudanças Exponenciais

Bem-vindo mais uma vez! Nesta aula, iremos entender o porquê de o ambiente estar ficando cada vez mais
complexo, o que são as startups e por que a adhocracia é o modelo de estrutura organizacional mais
indicado para promover inovações. Aproveite esta nossa última aula da primeira unidade! Bons estudos!

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06/10/2022 20:00 IESB

Mudanças Exponenciais
Em nossa última aula, aprendemos como avaliar o grau ou o nível de incerteza ambiental. Você já se
perguntou o porquê de alguém se dedicar a realizar um trabalho desses? Você já reparou como as
coisas a nossa volta parecem estar mudando cada vez mais rápido, como se o tempo estivesse
acelerando? Como coisas novas entram em nossa vida cada vez mais rápido e sem que percebamos
elas rapidamente já estão ultrapassadas e novas coisas parecem surgem para ocupar o seu lugar?
Pois é, essa percepção está correta, as coisas estão mudando cada vez mais rápido. E isso tem
obrigado as empresas a se adaptarem a essas mudanças e, a cada vez que elas fazem isso,
desenvolvendo novas tecnologias, novos produtos, novas soluções, elas contribuem para acelerar
essas mudanças.

VÍDEO
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Vejamos o que diz Ansoff sobre o futuro das organizações:

[...] nos próximos dez anos os conceitos de estrutura e capacidade estão prestes a uma
mudança tão revolucionária quanto a transição das trincheiras estáticas para a guerra de
movimento. Vasta maioria da tecnologia utilizada no design das atuais organizações está
baseada no conceito de uma linha Maginot de estruturas permanentes, ou, na melhor
situação, “semipermanentes”. Se o raciocínio desse paper estiver apenas parcialmente
correto, a tendência está na direção do conceito das capacidades responsivas flexíveis da
guerra em movimento.

(ANSOFF, 1974, p.83 apud MINTZBERG, 2003, p. 304)

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06/10/2022 20:00 IESB

SAIBA MAIS
A linha Maginot refere-se a um conjunto de fortificações defensivas construídas antes da
Segunda Guerra Mundial para proteger a fronteira oriental da França. Essas fortificações
foram facilmente destruídas pelos alemães em maio de 1940.

Sobre a relação entre o ambiente e as configurações que as estruturas organizacionais costumam


assumir, Mintzberg (2003) afirma que as estruturas simples e as mecanicistas são estruturas de
ontem, que a forma divisionalizada das grandes organizações são as de hoje, mas que claramente as
estruturas adhocráticas são as estruturas do amanhã.

Adhocrática, você se lembra desse termo? Nós o vimos em nossa terceira aula. Ao classificar as
organizações quanto a sua flexibilidade, Cury (2016) considerou um contínuo com os seguintes
extremos: de um lado, estruturas mais burocráticas,baseadas em suas estruturas formais, menos
flexíveis, fortemente condicionadas por regras e normas, em que a estrutura e os procedimentos
estabelecidos definem suas operações. Essas estruturas, conforme se depreende da matrize
laborada por Duncan (1972, p.317 apud DAFT, 2014, p. 140) e da elaborada por Daft (2014, p. 148),
são mais adequadas a ambientes estáveis, onde as mudanças ambientais são poucas ou acontecem
deforma relativamente lenta. Isso foi abordado em nossa última aula, lembra?

No outro extremo do contínuo, Cury (2016) colocou as estruturas adhocráticas, caracterizadas pela
utilização de sistemas temporários, variáveis e adaptativos compostos, grupos e equipes
multidisciplinares que cooperam entre si para o atingimento de um determinado objetivo.
Adequadas a ambientes mais instáveis, onde as mudanças ocorrem com maior frequência e de
forma, muitas vezes, imprevisíveis para a maior parte das organizações.

Embora vivamos em uma sociedade em que as mudanças ocorrem de forma exponencial, mudam
rapidamente e, apesar de esse tipo de ambiente requerer estruturas organizacionais mais flexíveis,
nem todas as organizações devem ou podem se utilizar de estruturas adhocráticas.

Você se lembra que,quando começamos a estudar o ambiente, vimos que o ambiente, em um


sentido amplo, engloba tudo o que é externo à organização, ou seja, a sociedade na qual ela está
inserida, porém existem elementos na sociedade que não afetam a sobrevivência das organizações,
aos quais as organizações não precisam responder ou se adaptar para sobreviver. Isso depende do
segmento da economia em que a organização atua.

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Revoluções Industriais
Ficar alheio às mudanças rápidas e sucessivas que vêm ocorrendo tem sido bastante difícil, pois
estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial. Se, no final do século 17, a máquina a vapor mudou o
mundo, desta vez serão os robôs.

Mas antes de falarmos da quarta, temos que entender a Terceira Revolução Industrial.

As consequências da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como sendo a Revolução


Técnico-Científica-Informacional, são notadas principalmente no campo das ciências, na
espacialização e desenvolvimento das indústrias, na economia e nas relações sociais. Essa fase da
Revolução Industrial ainda está acontecendo nos dias atuais. Os bens produzidos e inventados
nesse período são largamente utilizados pela sociedade, com um destaque especial para os
eletrônicos.

O desenvolvimento tecnológico possibilitou a criação de computadores menores, mais rápidos e


com maior velocidade de processamento, além de diversos softwares e isso tudo associado ao
desenvolvimento da internet e diversos outros produtos eletrônicos, como os celulares e,
posteriormente, os smartphones. Esse desenvolvimento tecnológico também foi e está sendo
responsável pelo crescimento acelerado das economias e pela consolidação do capitalismo
financeiro. As indústrias dispersaram-se pelo mundo, instalando-se em países periféricos em
virtude das vantagens econômicas oferecidas.

No contexto da sociedade de um modo geral, as pessoas foram afetadas de diversas formas, pois a
utilização dos produtos de tecnologia desenvolveu novos tipos de relações sociais na medida em
que suas vidas foram se tornando cada vez mais práticas. A internet e os eletrônicos se
popularizaram, diminuíram a distância e o tempo. O que acontece no outro lado do mundo nos
alcança em segundos. Uma nova descoberta, uma nova epidemia ou qualquer outro assunto pode
gerar milhões de mensagens em um curto período de tempo.

Agora que entendemos um pouco mais da Terceira Revolução, vamos nos concentrar de novo na
Quarta Revolução Industrial, pois ela representa a união das tecnologias e compõe um cenário
totalmente novo e necessário para a sociedade e, consequentemente, para o ambiente das
organizações.

A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si


mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura
da revolução anterior. Ela representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do
desenvolvimento tecnológico. Essa revolução é caracterizada pela convergência de tecnologias: (1)
digitais, (2) físicas e (3) biológicas.

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06/10/2022 20:00 IESB

Legal!? Mas o que vem a ser isso? Bem, são apropriações dos tecnológicos da 3ª Revolução
Industrial aplicados em contextos físicos, digitais ou biológicos. Eu sei que ainda não ficou claro,
mas vamos aos exemplos. Você já ouviu falar dos carros autônomos? Aqueles que são autodirigidos,
sem que haja um ser humano conduzindo-os? Tenho certeza que sim! Pois bem, um carro autônomo
ou automóvel autodirigido, veículo autônomo é um veículo robotizado. Não, não são aqueles robôs
de filme de ficção científica! São sistemas de processamento de dados integrados a um conjunto de
tecnologias de sensores, de sistemas de controle e atuadores para captar dados do ambiente,
determinar as melhores opções de ação e executar estas ações de forma mais segura e confiável do
que poderia ser obtida por um condutor humano.

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Viu? O futuro já chegou, só esqueceram de avisar os desavisados. Mas o que isso tem a ver com o
que estamos estudando? Tudo, simplesmente tudo. Você reparou quantas vezes os termos
indústria, economia e startups foram utilizados? Os desenvolvimentos técnico-científicos desde
sempre são apropriados e incorporados pelas organizações a fim de oferecem novas soluções à
sociedade.

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06/10/2022 20:00 IESB

Startups
Desde o final do século passado, temos ouvido as pessoas falarem de um tipo de organização cujo
nome vem se tornando cada vez mais comum: startup.

Mas você sabe o que é uma startup? “Uma startup é uma instituição humana projetada para criar
novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza” (RIES, 2012, p. 26).

Opa!!! Analise esse conceito: humana; projetada; produtos e serviços; ambiente!? Esses são os
elementos constituintes de uma organização! As startups são um tipo de organização!

Ries(2012) acrescenta que elas possuem um objetivo, um destino em mente: o qual pode ser
expresso como sendo criar um negócio próspero e capaz de mudar o mundo. Para alcançar essa visão,
as startups empregam uma estratégia, que inclui um modelo de negócios, um plano de produto, um
ponto de vista acerca dos parceiros e dos concorrentes, e as ideias a respeito de quem são os
clientes. O produto é o resultado final dessa estratégia.

Um startup não precisa ser um negócio, com personalidade jurídica própria. Um novo negócio pode
ser algo que acontece numa empresa existente, como um novo produto ou serviço. Você se lembra
do vídeo do carro autônomo? Pois é aquela startup, a Waymo. Ela surgiu dentro do Google e,à
medida que o projeto se desenvolveu, ganhou vida própria, isto é, personalidade jurídica. Lembra,
também já vimos isso.

Mas a startup, também, pode ser um negócio novo, novo mesmo, no sentido de estar começando
agora, a partir do zero.

Para fechar esta unidade, vamos juntar os seguintes pontos: as startups são organizações
projetadas para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza, logo elas são,
de uma forma ou de outra, projetadas ou estruturadas. O tipo ideal de estrutura organizacional
para condições de extrema incerteza são as estruturas adhocráticas.

As estruturas adhocráticas são projetadas para romper padrões estabelecidos, paradigmas. Sua
estrutura é orgânica (flexível, adaptável), possui pouca formalização do comportamento de seus
integrantes, afinal uma organização inovadora não pode querer padronizar seus integrantes.
Agregam especialistas das mais diversas áreas de conhecimento (multidisciplinaridade) em torno
de seu projeto de inovação. Isso facilita seu ajustamento às complexidades do ambiente.

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06/10/2022 20:00 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considere as revoluções industriais e as mudanças exponenciais e assinale a alternativa correta.

Podemos afirmar que a 4ª Revolução Industrial não é definida por um conjunto de


tecnologias emergentes em si mesmas, mas pela transição em direção a novos
sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução anterior,
compondo um cenário totalmente novo e necessário para a sociedade e,
consequentemente, para as organizações.

A alternativa está correta. A quarta revolução industrial não é definida por um


conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a
novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução anterior.
Ela representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do
desenvolvimento tecnológico. Essa revolução é caracterizada pela convergência de
tecnologias.

Os produtos e serviços decorrentes da 4ª Revolução Industrial já são largamente


utilizados pela sociedade.

A alternativa está incorreta. Já existem pessoas utilizando produtos da quarta


revolução industrial, mas estes não estão amplamente difundidos e nem
largamente utilizados no contexto das diversas sociedades.

O desenvolvimento tecnológico decorrente da 4ª Revolução industrial tem sido


responsável pelo crescimento acelerado das economias e pela consolidação do
capitalismo financeiro.

A alternativa está incorreta. O crescimento acelerado das economias e a


consolidação do capitalismo financeiro decorrem da 3ª Revolução industrial.

É correto afirmar que as indústrias se dispersaram pelo mundo a partir do início da 4ª


Revolução industrial, instalando-se em países periféricos em virtude das vantagens
econômicas oferecidas.

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06/10/2022 20:00 IESB

A alternativa está incorreta. A dispersão das indústrias pelo mundo, instalando-se


em países periféricos em virtude das vantagens econômicas oferecidas, ocorre de
forma mais acentuada no período da 3ª Revolução industrial.

A 4ª Revolução industrial pode ser caracterizada como mais uma etapa do


desenvolvimento tecnológico, tal e qual suas antecessoras.

A alternativa está incorreta. A quarta revolução industrial não é definida por um


conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a
novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução anterior.
Ela representa uma mudança de paradigma. Essa revolução é caracterizada pela
convergência de tecnologias.

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06/10/2022 20:00 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considerando o conceito e o contexto das startups, analise as alternativas e assinale a correta.

As startups possuem estruturas adhocráticas, caracterizadas pela utilização de


sistemas temporários, variáveis e adaptativos compostos, grupos e equipes
multidisciplinares, que cooperam entre si para o atingimento de um determinado
objetivo.

A alternativa está correta, as startups são organizações projetadas para criar novos
produtos e serviços sob condições de extrema incerteza, logo elas são, de uma
forma ou de outra, projetadas ou estruturadas, e o tipo ideal de estrutura
organizacional para condições de extrema incerteza são as estruturas adhocráticas.
As estruturas adhocráticas são projetadas para romper padrões estabelecidos,
paradigmas. Sua estrutura é orgânica (flexível, adaptável), possui pouca
formalização do comportamento de seus integrantes, afinal uma organização
inovadora não pode querer padronizar seus integrantes. Agregam especialistas das
mais diversas áreas de conhecimento (multidisciplinaridade) em torno de seu
projeto de inovação. Isso facilita seu ajustamento às complexidades do ambiente.

As startups são organizações projetadas para criar novos produtos e serviços sob
condições de certeza.

A alternativa está incorreta. As startups são organizações que atuam e


desenvolvem novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza.

As startups são organizações que, necessariamente, precisam de personalidade


jurídica própria, tendo em vista seu objetivo de criar um negócio próspero e capaz de
mudar o mundo.

A alternativa está incorreta. Um startup não precisa ser um negócio com


personalidade jurídica própria. Um novo negócio pode ser algo que acontece numa
empresa existente, como um novo produto ou serviço. Mas também, pode ser um

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06/10/2022 20:00 IESB

negócio novo, novo mesmo, no sentido de estar começando agora, a partir do zero.
Mas que de forma alguma implica obtenção de personalidade. Veja o exemplo da
Waymo.

As startups são caracterizadas por possuir muita formalização do comportamento de


seus integrantes, afinal uma organização inovadora não pode permitir que seus
integrantes percam o foco do objetivo a ser alcançado.

A alternativa está incorreta. Pelo contrário, as startups são projetadas para romper
padrões estabelecidos, paradigmas. Sua estrutura é orgânica (flexível, adaptável),
possui pouca formalização do comportamento de seus integrantes, exatamente
para agregar especialistas das mais diversas áreas de conhecimento
(multidisciplinaridade) em torno de seu projeto de inovação. Isso facilita seu
ajustamento às complexidades do ambiente.

É correto afirmar que o principal fator de existirem poucas startups no Brasil é o fato
de que somente agora o país começa a se beneficiar das inovações decorrentes da 3ª
Revolução Industrial.

A alternativa está incorreta. O ecossistema de startups no Brasil é bem


desenvolvido. Além disso, os exemplos de internet das coisas e biologia sintética
demonstram a forma pela qual o país se insere na 4ª Revolução Industrial.

Fechamento
Terminamos nossa quinta aula e estamos encerrando a primeira unidade. Parabéns!!!! Nesta aula,
abordamos a questão das mudanças exponenciais e como as 3ª e 4ª Revoluções Industriais
contribuíram e continuam a contribuir para essa velocidade alucinante das mudanças. Tivemos
também contato com dois outros conceitos importantes para o desenvolvimento desta disciplina:
inovação e startup. concei, também,

Parabéns mais uma vez!!! Até a próxima unidade!

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06/10/2022 20:00 IESB

AMPLIE SEU CONHECIMENTO


INDICAÇÃO DE LIVROS
ITO, J.; HOWE, J. Disrupção e inovação: como sobreviver ao nosso futuro acelerado. Rio de
Janeiro: Alta Books, 2017.

O mundo é mais complexo e volátil hoje do que em qualquer outro momento da história. As
ferramentas de nossa existência moderna estão ficando mais rápidas, mais baratas e menores a
uma taxa exponencial, assim como milhares de milhões de estranhos em todo o mundo estão, de
repente, a apenas um clique, um tuíte ou uma mensagem de distância um do outro. Quando
essas duas revoluções se juntaram, desencadearam uma força explosiva que está transformando
todos os aspectos da sociedade, dos negócios à cultura e da esfera pública até nossos momentos
mais particulares. Esses períodos de mudança dramática sempre produziram vencedores e
perdedores. O futuro funcionará em um sistema operacional totalmente novo. É uma grande
atualização, mas vem com uma curva de aprendizado íngreme. A lógica de um futuro mais rápido
derruba a sabedoria recebida do passado, e as pessoas bem-sucedidas serão as que aprenderem
a pensar de forma diferente. Em Disrupção e Inovação, Joi Ito e Jeff Howe descrevem essa lógica
em nove princípios organizadores para navegar e sobreviver a este período tumultuado. Seja
estrategicamente abraçando os riscos em vez de mitigá-los (ou adotando o “risco acima da
segurança”), seja buscando inspiração e ideias inovadoras em suas redes existentes (ou apoiar o
“puxar acima do empurrar”), esse modelo dinâmico pode ajudá-lo a repensar sua abordagem
sobre todas as facetas de sua organização.

RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para
criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.

Eric Ries criou uma abordagem revolucionária de administração que está transformando a
maneira pela qual os novos produtos são criados, desenvolvidos e lançados. A Startup Enxuta
ensina empreendedores, administradores e líderes empresariais a serem mais bem-sucedidos na
condução de seus negócios sem, contudo, desperdiçar tempo e recursos. Na esteira da
turbulência da economia mundial, a inovação é essencial para estimular o crescimento
econômico, e o processo criado em "A Startup Enxuta" foi desenvolvida para que se possam
evitar dinâmicas de atualidade. Eric descreve o plano para que cada um possa executar os
princípios fundamentais da startup enxuta em qualquer projeto.

MALONE, M. S. Organizações exponenciais. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.

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06/10/2022 20:00 IESB

Nenhuma empresa poderá acompanhar o ritmo de crescimento definido pelas organizações


exponenciais se não estiverem dispostas a realizar algo radicalmente novo – uma nova visão da
organização que seja tão tecnologicamente inteligente, adaptável e abrangente quanto o novo
mundo em que vai operar – e, no final de tudo, transformar. Os autores pesquisaram
exaustivamente os padrões das empresas exponenciais mais importantes do mundo nos últimos
seis anos, tais como Waze, Tesla, Airbnb, Uber, Xiaomi, Netflix, Valve, Google (Ventures), GitHub,
Quirky e 60 outras empresas, incluindo empresas de sucesso, como GE, Haier, Coca-Cola,
Amazon, Citibank e ING Bank e entrevistaram mais de 70 líderes globais e pensadores, para
trazer uma nova e ampla visão sobre as tendências organizacionais e tecnológicas essenciais,
que podem ser aplicadas nas startups, empresas de médio porte e nas grandes organizações.

INDICAÇÃO DE VÍDEOS
“A fuga das galinhas” (2000), animação britânica. Traz lições, como trabalho em equipe,
estratégia e criatividade.

“Walt antes do Mickey” (2014), filme. A maior mensagem do filme é mostrar como a inovação
nasce de muita persistência e resiliência

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06/10/2022 20:00 IESB

ESTUDO DE CASO
O homem que revolucionou o absorvente na Índia

Arunachalam Muruganantham inventou uma máquina que fabrica absorventes higiênicos


baratos para mulheres da zona rural da Índia.

Como a maioria dos homens adota a abordagem de avestruz quando se trata da menstruação
feminina, as realizações de Arunachalam Muruganantham – inventor de uma máquina que
fabrica absorventes higiênicos baratos para mulheres da zona rural daÍndia– são ainda mais
notáveis.

Durante os anos que passou pesquisando, ele perdeu sua mulher, sua mãe se mudou para longe,
enojada, e os outros moradores de seu povoado ficaram tão perturbados que lhe ofereceram
uma escolha: ser amarrado de ponta-cabeça a uma árvore sagrada ou ser exilado. Mesmo assim,
Muruganantham não desistiu. Na Índia, a menstruação não é apenas um tema tabu. No caso das
mulheres que vivem em vilarejos rurais, a menstruação atrapalha seriamente o ensino, porque
as garotas ficam em casa, faltando às aulas e provas, durante os cinco ou seis dias de sua
duração. Com isso, algumas meninas acabam nem se dando ao trabalho de ir à escola. E há o
impacto dela sobre os ganhos da família: quando as mulheres passam uma semana em cada
quatro sem poder trabalhar, isso afeta o total recebido pela família. Enquanto estão
menstruadas, as mulheres não podem ir ao templo nem preparar comida.

Então, como Muruganantham, ou Muruga, como ele próprio se chama, se enquadra nesse
contexto? Filho de mãe solteira, nascido numa família pobre de Coimbatore, no sul da Índia,
Muruga teve a ideia quando estava tentando impressionar sua mulher, com quem estava casado
havia pouco tempo.

“No início de nossa vida de casados, a única hora em que eu conseguia falar com ela a sós era na
hora do almoço, porque vivíamos com a família. Um dia, na hora do almoço, eu a vi segurando
alguma coisa escondida nas costas e perguntei ‘o que tem em sua mão, Shanti?’. Ela me deu um
tapa no rosto e falou ‘não é de sua conta’. Então vi que era um trapo sujo. Sou o filho mais velho
de minha família e tenho duas irmãs mais jovens, então eu sabia o que era. Quando eu era
criança, tínhamos uma privada aberta, sem telhado. De vez em quando eu encontrava panos
manchados que me faziam fugir da privada. Eu vi a mesma coisa nas mãos de minha mulher e
falei: ‘Por que você não compra absorventes descartáveis?’ Ela me disse que tinha que usar os
panos porque absorventes descartáveis custam caro”.

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06/10/2022 20:00 IESB

Muruga decidiu comprar um pacote de absorventes como presente para sua mulher. Foi a uma
farmácia comprar um pacote, e este lhe foi entregue embrulhado em muito jornal. Era como se
ele estivesse me dando um produto contrabandeado. Mesmo hoje, em cidades grandes como
Mumbai e Déli, eles embrulham os absorventes e os tratam como se fossem alguma coisa que
deve ficar escondida. Olhando para o absorvente higiênico, Muruga disse que ficou pasmo com o
preço, em se tratando de algo que parecia tão feio. Um absorvente pesava menos que 14 gramas,
mas era vendido a 40 vezes o preço do algodão cru. Parecia um curativo grande. “Eu sou filho de
uma tecelã tradicional. Naquela época, em 1997/98, o algodão custava pouco”.

Muruga decidiu fabricar seus próprios absorventes. Comprou uma rede de algodão, cortou-a em
retângulos e envolveu em tecido viscoso. Mas então surgiu o maior problema. Como ele poderia
testar sua criação? “Eu precisava pesquisar algo que é extremamente tabu, numa região do
mundo altamente conservadora. Uma mulher não fala desse assunto com seu marido, nem com
sua mãe.”

Ele pediu feedback à sua mulher, e foi apenas então que entendeu que as mulheres menstruam
mensalmente, e não em dias fixos. “Ela me disse que eu teria que esperar para que ela pudesse
me dar o feedback. Até então eu não sabia disso. Na realidade, 99% dos homens não sabem o
que acontece com o corpo da mulher.”

O feedback não foi ótimo. Shanthi disse que a criação de Muruga era “desagradável” e que ia
voltar a usar os panos. Quando Muruga abordou suas irmãs, elas se recusaram a lhe dar um
retorno, e então ele sofreu um terceiro golpe. Horrorizada com seus experimentos, sua família
lhe disse que, se ele continuasse a fazer o que estava fazendo, ela se negaria a alimentá-lo. Mas
Muruga levou suas pesquisas adiante em segredo. Ele sabia que o uso dos panos pelas mulheres
não era uma opção viável, mas a maioria das mulheres do país continuava a usá-los.

De acordo com o The Times of India, apenas 12% de 355 milhões de mulheres que menstruam
usam absorventes higiênicos. Para a BBC, que publicou uma matéria sobre Muruga, as
consequências para a saúde são sérias. “As mulheres que usam panos com frequência têm
vergonha de deixar que sequem ao sol. Com isso, os panos não são desinfetados.
Aproximadamente 70% das doenças reprodutivas na Índia são causadas por falta de higiene
menstrual. Isso também pode afetar a mortalidade materna.”

Muruga voltou sua atenção às mulheres de uma faculdade de medicina, calculando que elas
teriam menos reservas se fossem abordadas. Foi e voltou de bicicleta – 40 km de ida e outros 40
de volta – para buscar as folhas de feedback delas, mas acabou por descobrir que elas estavam
falsificando as respostas. “Encontrei três delas ocupadíssimas preenchendo as folhas das
outras.” O único recurso que lhe restou, disse Muruga, foi experimentar o absorvente, ele
próprio. Embora seja admirável e provavelmente faça de Muruga o único homem no mundo a
usar um absorvente higiênico para pesquisar um produto para facilitar a vida das mulheres, essa
decisão lhe criaria problemas de todos os tipos. “A questão era: onde eu ia conseguir um útero?

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06/10/2022 20:00 IESB

Então fabriquei um útero com uma bexiga de futebol, o enchi de sangue de animal e fiz um
furinho. Usei o falso útero em todo lugar, enquanto andava a pé ou de bicicleta, debaixo do meu
‘dhoti’ (um pano amarrado em volta do corpo, como um sarongue).”

Muruga estava usando métodos altamente incomuns, e, num povoado pequeno, esse fato não
passou despercebido. Na verdade, as pessoas pensaram que ele tivesse enlouquecido. Ele lavava
seus panos no poço comunitário, e as pessoas começaram a comentar. “Num povoado pequeno e
ortodoxo, a maior ocupação da maioria das pessoas é olhar para o que as outras estão fazendo.”

Os boatos se espalharam, e, depois de ouvir uma fofoca de que Muruga estaria tendo um caso
com as moças da faculdade de medicina, Shanthi fez as malas e disse que ia fazer uma visita a
seus pais. Ela não voltou.

Depois que ela partiu, Muruga teve sua próxima grande ideia. Em lugar de usar um útero
improvisado, ele examinaria absorventes higiênicos usados e veria como funcionavam. “Achei
que era pouco natural usar o absorvente em mim, mas o fato de tê-lo usado me levou a respeitar
as mulheres, por enxergar a coisa desde a perspectiva delas. Desafio qualquer homem a fazer o
mesmo.” Ele já sabia que o algodão não funcionava. Não absorvia o líquido muito bem, e, mesmo
quando absorvia, o líquido acabava filtrando para fora. Mas como ter acesso a absorventes
usados? “Mesmo que você estivesse no Reino Unido, se pedisse um absorvente interno usado, a
mulher chamaria a polícia.”

Ele encontrou algumas voluntárias que concordaram em deixar seus absorventes usados numa
lata de lixo especial, onde ele os buscaria. Amarrando um lenço no rosto para afastar o cheiro,
Muruga fez seus experimentos. Para sua mãe, a gota d’água foi quando ela viu uma fila de
absorventes usados secando ao sol – a técnica de Muruga para reduzir o cheiro.

Convencida de que seu filho estava sob o domínio de alguém que estava fazendo magia negra,
ela fez as malas. Depois que ela partiu, os moradores do vilarejo o cercaram. “Eles acharam que
eu era um pervertido, então a solução que propuseram foi me amarrar a uma árvore sagrada, de
cabeça para baixo. Me deram a opção de deixar o vilarejo. Foi o que eu fiz.” Muruga foi dividir um
quarto pequeno com cinco pessoas.

Com a ajuda de um professor universitário, começou a pesquisar os materiais usados. Então


descobriu que a resposta era usar celulose, e não algodão. Seu principal problema era que as
máquinas que decompõem a celulose custavam milhares de libras. A única opção viável seria
construir sua própria máquina. Depois de quatro anos e meio, ele conseguiu. Hoje Muruga tem
250 máquinas, e, apesar da hesitação inicial, as máquinas foram adotadas em 1.300 vilarejos
espalhados pela Índia. São operadas e vendidas por mulheres, de modo que há menos estigma
associado à compra de uma delas.

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06/10/2022 20:00 IESB

Depois que Muruga mostrou sua máquina ao Instituto Indiano de Tecnologia, o IIT, em Chennai,
o instituto o candidatou a um prêmio de inovação nacional. Ele ganhou o concurso e recebeu o
prêmio das mãos do então presidente da Índia, Pratibha Patil. Mas seu maior motivo de orgulho
foi ajudar as garotas de um vilarejo tribal a frequentar a escola, depois de séculos, porque elas
não precisavam mais ficar em casa quando estavam menstruadas. E uma notícia ainda melhor:
sua mulher voltou para ele. Questionado sobre o que motivou tamanha paixão por um projeto
que se estendeu por 15 anos e que buscou especificamente empoderar as mulheres, Muruga
respondeu: “Fui criado por mãe solteira. Eu vi como minha mãe lutou para me criar, então eu quis
fazer isto para ajudar outras mulheres a ganhar a vida para sustentar suas famílias.” E então ele
diz algo tão comovente que é poderoso: Se você empodera uma mãe, empodera um país.” (BELL,
2014,s.p)

BELL,Poorna. O homem que revolucionou oabsorvente na índia. Exame. Tecnologia, jul., 2014.
Disponível clicando aqui. Acesso em: 13 mar. 2020.

Questões para reflexão

1. Este estudo de caso aborda uma questão social complexa. Identifique no texto e transcreva
trechos que representam questões:
a. Sociais
b. Culturais
c. De saúde
d. Econômicas
e. Tecnológicas
2. Identifique as instituições sociais que aparecem no texto e transcreva trechos que
demonstrem como essas instituições afetaram as escolhas e comportamentos relatados
neste estudo de caso.

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