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PROJETO DE EXTENSÃO:
ESCOLA DE PAZ
RAFAEL PECIN
RIO DE JANEIRO
2023
DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO
1. PARTES ENVOLVIDAS
Esse projeto surge como condição posta pela disciplina “Psicologia, Ética e Direitos
Humanos”, que compõe o currículo do curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá,
ministrada neste segundo semestre de 2023 pela professora Ana Claudia de Jesus
Vasconcelos (CRP 05/46942), que é a orientadora da proposta. Na tabela I abaixo, seguem
algumas informações sobre os graduandos que compõem o coletivo responsável por essa
proposta:
A proposta pedagógica é realizar uma ação de campo, em contato com a sociedade, dentro
das limitações impostas a graduandos em psicologia e com objetivos consonantes aos
preceitos teóricos desenvolvidos pela disciplina. Na reunião inicial, quando o grupo debateu
sobre as possibilidades, chegou-se ao consenso de que uma ação de utilidade social seria
aquela voltada para a divulgação e promoção dos direitos humanos à luz do debate ético,
assim como a promoção e a divulgação da ciência psicológica de forma responsável e
voltada ao combate à desinformação. Ademais, acreditamos que os alunos do ensino médio
regular, na faixa etária entre 15 e 18 anos, seriam os mais beneficiados por essa ação, já
que esse período da adolescência é uma etapa de desenvolvimento com muitas
transformações e grande potencial para o engajamento mais profundo com o mundo que
nos cerca. Assim sendo, a proposta será realizada com 3 turmas do Ensino Médio Regular
noturno, do Colégio Estadual Freire Allemão, uma unidade escolar da rede estadual de
ensino do Rio de Janeiro. Esse colégio funciona em um prédio compartilhado com outra
unidade escolar da rede municipal da capital (E.M. Almirante Saldanha e está localizado na
Avenida Cezário de Melo, nº4180, no bairro de Campo Grande. O público alvo da ação são
alunos das turmas 1001, 2001 e 3001, moradores das adjacências, somando um
quantitativo total estimado entre 90 e 100 alunos (No presente momento essa unidade
escolar passa por transformações em sua base de matrículas com a exclusão e inserção de
alunos, apresentando assim rotatividade e variabilidade do quantitativo total de alunos).
2. PROBLEMÁTICA IDENTIFICADA
O contato com a comunidade onde encontra-se o público alvo foi feito por
intermédio de um dos integrantes do grupo, graduando em Psicologia e Professor
da rede estadual de educação, Rafael Pecin (Mat. 09567496) que ministra aulas de
matemática para as turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos) dessa escola a
mais de 10 anos. De acordo com as informações coletadas pela própria escola, a
maioria dos alunos são moradores de áreas carentes, comunidades de ocupação
irregular e desordenada, bem como compõem famílias de baixa renda. Alguns já
exercem atividade econômica informal, alguns possuem famílias devastadas (com
ausência de pais) e alguns já são pais ou estão prestes a ser. A grande maioria
apresenta dificuldades de aprendizagem devido a carência de pré-requisitos e
muitos apresentam comportamentos considerados inadequados para o ambiente
escolar, caracterizados por indisciplina, desrespeito às regras, desrespeito aos
professores e funcionários, desrespeito aos outros alunos e propensão a desordem
e a violência. Acredita-se ainda que esses indivíduos carecem de reflexões
importantes acerca das próprias atitudes à luz da ética e como essas atitudes
podem causar sofrimento aos outros, e ainda, ao que foi percebido e observado,
eles desconhecem a Declaração Universal dos direitos Humanos e seus preceitos.
3. DEMANDA COMUNITÁRIA E JUSTIFICATIVA
Em nosso país, a Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto
da Criança e do Adolescente, discorre sobre os direitos garantidos aos adolescentes como
seu acesso a educação, a promoção de sua saúde física e mental, a inviolabilidade de sua
integridade psíquica e moral, entre outros. O artigo 18 afirma, “É dever de todos velar pela
dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
4. OBJETIVOS
4.2.2 – Compreender a ética como modo de ser e modo como se quer viver pelo
bem coletivo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Entendemos ética como uma reflexão moral das atitudes e ações humanas e, de
acordo com Figueiredo e Guilhem (2008), a ética “... constitui a parte da filosofia que se
ocupa com a reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral.”, ao
mesmo tempo que consideram a moral como o conjunto das regras que regem nossas
vidas. O Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1987, que foi revogado em 2005,
conceitua ética segundo Aristóteles, “um modo de ser”. Cabe ressaltar ainda que a ética
desse filósofo grego é chamada de ética das virtudes e do equilíbrio.
O Código de Ética Profissional do Psicólogo de 2005 traz, em sua apresentação, a
ideia de que ética não é regra mas, deve ser guiada pelo respeito ao sujeito humano e seus
direitos fundamentais. O que converge com o elucidado pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos e por nossa Constituição Federal de 1988, que traz em seu primeiro
artigo, como um dos fundamentos do Estado, a dignidade da pessoa humana.
Conceituamos Psicologia como a ciência que estuda o ser humano, sua mente e
seus comportamentos e consideramos que o objetivo principal de um Psicólogo é ajudar
pessoas. Segundo Bock, Furtado e Teixeira, a Psicologia como ciência coleciona saberes
acerca da subjetividade humana e todo psicólogo dispõe de técnicas e conhecimentos para
auxiliar pessoas em sofrimento de causas psicoemocionais. Os autores afirmam (2023,
p.60),
PLANEJAMENTO DA PROPOSTA
A visita será feita por todos os integrantes do grupo, ou parte do grupo se houver
imprevistos, em apenas um dia a combinar com a direção. A ação planejada consiste em
uma roda de conversa, com duração máxima de 50 minutos, com grupos de no máximo 30
alunos por vez, dispostos em um círculo de cadeiras em alguma sala ou espaço adequado
que houver. O número total de grupos previstos é três e a duração total prevista da ação é
de 150 minutos. Os universitários se colocarão na roda, sentados entre os alunos, e
mediarão uma conversa sobre os temas enunciados anteriormente, pautados nos
referenciais teóricos já descritos. A mediação será feita por meio de perguntas iniciais e
norteadoras (vide possíveis perguntas na tabela II), e a conversa seguirá com base nas
possíveis respostas dos alunos. A intenção é, inicialmente, descobrir quais ideias eles já
possuem e a partir dessas promover a reflexão e desconstrução de possíveis enganos ou
equívocos que houverem. Também há a intenção de apresentar alguns artigos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de forma expositiva, com a leitura na integra,
seguida de questionamentos sobre o entendimento e as opiniões. A intenção nesse
momento e a reflexão sobre o respeito à dignidade humana e as implicações e impactos
que devem causar nas suas próprias atitudes.Vale ressaltar que o grupo de graduandos têm
plena ciência dos cuidados requeridos ao questionar e provocar a reflexão do público alvo e
não há nenhuma intenção de imposição de ideias, apenas o compartilhamento de conceitos
e definições provenientes de teorias científicas, prezando pelo respeito à crenças e valores
morais pessoais e familiares.
RELATÓRIO GERAL
Inicialmente, em contato com a coordenadora pedagógica e diretor geral da
unidade escolar, a ação foi programada para ser realizada no dia 24 de outubro de
18h às 21h30. Contudo, devido a questões de segurança pública a escola não abriu
no dia agendado e a ação foi reagendada para o dia 31 de outubro no mesmo
horário. Nesse dia e horário, dez integrantes do grupo estiveram presentes para
participar da ação, foram recebidos pelos diretores da escola e encaminhados ao
espaço do auditório, onde a ação aconteceu. Primeiramente o grupo se reuniu no
auditório para preparar o espaço, dispor os assentos em uma circunferência, e para
acertar e combinar os últimos detalhes de como a ação seria executada. Não foi
possível iniciar a roda de conversa no horário planejado, pois não havia alunos na
escola. Também não foi possível realizar a ação em três momentos, pois o
quantitativo total dos três grupos previstos não passou de 33 alunos. Iniciamos a
roda de conversa poucos minutos após as 19h, com apenas 15 alunos e, enquanto
a ação já estava em andamento, os outros alunos foram chegando e se
acomodando no círculo. A escola possui três turmas de ensino médio regular, o
público-alvo inicial da ação, e quatro turmas de EJA, que foram convidadas a
participar da roda de conversa devido ao número muito baixo de alunos presentes
do regular, o que alterou a faixa etária do grupo participante para de 15 a 55 anos.
De última hora, o diretor solicitou a permissão para que os professores da unidade
também participassem, a permissão foi concedida e 5 professores estiveram
presentes durante a ação.