Você está na página 1de 12

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção

ROBSON JOSÉ DA SILVA


RA: 00274275, TURMA: TEO.NA8

DISCIPLINA: DIREITO CANÔNICO II: IGREJA E POVO DE DEUS.


PROF. SERGIO TANI.

IPIRANGA .
SÃO PAULO
ROBSON JOSÉ DA SILVA
1
RA: 00274275, TURMA: TEO.NA8

Fichamento do texto

Pessoa e estrutura na Igreja:


Os direitos fundamentais dos fiéis.

27 de novembro de 2023

Prof. Sergio Tani.

IPIRANGA
SÃO PAULO

2
Referência

Capítulo III, Pessoa e estrutura na Igreja; os direitos fundamentais dos fiéis.

Fichamento do texto

(TARCÍSIO BERTONE)

“Quando o concilio Vaticano II, apresentando a iminente dignidade da pessoa a única


criatura que Deus quis por si mesma”, proclamava a “suma ia vocação do homem e a
presença nele de um germe divino”, selava a definitiva uma milenar antropologia cristã,
fecunda em aplicações na esma Igreja”.
“ Na realidade, “nenhuma lei humana pode salvaguardar tão perfeitamente a e a
liberdade pessoal do homem como o Evangelho de Cristo, confiado à Igreja “
“Com a redação dos primeiros projetos da Lex Ecclesiae Fundamentalis, as afirmações
passaram do âmbito antropológico espiritual e pastoral ao plano propriamente jurídico,
tornando-se um estatuto jurídico dos fiéis na Igreja”
1. Personalismo do direito Canônico

“Se a institucionalização “marca a passagem do carisma à organização, da


experiência religiosa à prática religiosa, do caráter espontâneo ao sistemático”, 1" que
lugar ainda resta para o “personalismo”?
E as objeções não acabam aqui [...], acrescenta-se que tal efeito seria inevitável numa
sociedade regida por uma autoridade que recebe, ex iure divino, um verdadeiro poder de
governo.”
“Contudo, no nosso tempo, que se caracteriza por “uma consciência mais viva da
dignidade humana”, também a estruturação jurídica do agir humano é firmada com a
imprescindível exigência de fidelidade à vocação constitutiva do homem.”
“a juridicidade não é mais do que uma categoria do agir pessoal”
“compreende-se como “a doutrina do personalismo tem a vantagem de conferir a todo o
mundo jurídico, através dos valores pessoais, um caráter ético”
“É fora de dúvida que “princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais é e deve
ser a pessoa humana”,

3
“Além disso, deve-se considerar que este encontro sobrenatural com Dei começa já
nesta vida terrestre [...] , já nesta terra, de modo nunca sonhado pela criatura, uma união
sempre mais íntima com Deus, conhecido no seu mistério, embora na obscuridade da fé,
e amado em si mesmo e no próximo.”
“É preciso notar que, além da efusão do dom do Espírito Santo, que torna consortes
divinae naturae, o batismo tem também o efeito de realizar a agregação jurídica à Igreja
[...] outros sacramentos pode- -se sublinhar este duplo efeito, um na ordem "jurídica”
das relações societárias, e outro na ordem da efusão da graça.”
“o recurso ao princípio de aequitas canônica na interpretação e aplicação das normas1
com freqüência permitirá preencher as lacunas de um sistema normativo que
permanecerá sempre muito imperfeito.”
“Na Igreja, o jurídico deve ser sempre pensado segundo a finalidade sobrenatural,
salvífica, personalista a que deve servir.”
“Ora o salvífico, encarnando-se no jurídico”
“A unidade interior de fé deve ter a sua expressão exterior para que a Igreja possa
apresentar-se ao mundo como o “povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”,”
“o direito canônico cumpre uma função sumamente educativa, individual e social, no
intento de criar uma convivência ordenada e fecunda, em que germine e amadureça o
desenvolvimento integral da pessoa humano-cristã.”
“sempre presentes em todo o tecido legislativo e por isso na avaliação do caso concreto,
cuja solução é confiada à sensibilidade do agente do direito canônico”
“Na evolução da autoconsciência eclesial, a pessoa humano-cristã encontra no direito
canônico não só um reconhecimento, mas também e sobretudo uma tutela aberta [...].
Semelhante tutela sugeriu a formulação de uma “carta constitucional” — a Lex
Ecclesiae Fundamentalis (L.E.F.)”
“afirmação de Paulo VI: “O conjunto das relações jurídicas está inseparavelmente
ligado, no processo teleológico desejado pelo Criador, ao valor e à dignidade da
pessoa humana; porque o direito não é outra coisa senão a defesa segura que,
autorizada e legitimamente, dispõe e promove o bem comum e ao mesmo tempo garante
e tutela contra toda eventual interferência aquela autonomia inviolável do indivíduo,
no âmbito da qual todo ser humano se torna efetivamente capaz de efetuar
responsavelmente a realização de sua personalidade”.

2. A autonomia e a esfera privada da pessoa


“do direito canônico em particular, torna-se objeto primário de exame na ciência e na
técnica do direito a chamada “esfera da pessoa.”

4
“Pode- -se falar de “esfera privada da personalidade”, como conceito que designa o
conjunto dos bens que a pessoa possui e que é objeto da proteção do direito, e cujo
conteúdo dependerá, em cada caso, da delimitação que um concreto sistema jurídico fez
da matéria.”
“Costuma-se incluir na esfera corporal os seguintes: poder sobre o próprio corpo, direito
à vida, direito à integridade física e à saúde corporal, liberdade de movimento”
“Na esfera espiritual costuma-se citar: o direito ao nome, o direito à honra e à reputação
pública e privada, o direito à intimidade pessoal, o direito ao segredo da
correspondência epistolar, o direito sobre a própria imagem, o direito de propriedade
intelectual”
“a zona da intimidade pessoal, que confere um timbre característico e inconfundível a
toda a pessoa, e que para diferenciá-la das outras, poderíamos designar como a
dimensão individual da pessoa”
“existe também na Igreja uma esfera privada nas atividades dos fiéis, visto que o
discurso sobre as relações entre indivíduo, comunidade e sociedade pode ser transferido
da comunidade humana de ordem natural para a ordem sobrenatural da Igreja”
“Ambas as dimensões entram em conflito quando os níveis distintos da personalidade
nas suas relações com a comunidade são misturados e postos no mesmo plano.’
“liberdade jurídica em nível constitucional, protegida por concretos direitos
fundamentais, aos quais c oferecido um adequado desenvolvimento nas leis ordinárias
em forma de direitos subjetivos dos fiéis”
“Para o cumprimento das finalidades institucionais da Igreja nasce a Sociedade
eclesiástica, a Igreja-sociedade. A sociedade eclesiástica é aquela dimensão do Povo de
Deus, estabelecida por vontade de Cristo, cuja missão consiste em realizar os fins da
Igreja-instituição.”
“Os princípios que governam a esfera privada do fiel, com uma categoria que bem
poderia ser qualificada como constitucional, são os seguintes [...] 1) Princípio
personalista e comunitário [...] 2) Princípio da igualdade. [...] 3) Princípio de
liberdade. [...] 4) Princípio da autonomia do temporal [...] 5) Princípio de
subsidiariedade. [...] 6) Princípio da autonomia privada. [ ...]”
“Os membros da Igreja, enquanto membros da sociedade civil, têm o direito e o dever
de perseguir, da mesma forma que os outros cidadãos, o bem comum.”

3. Direitos humanos e direitos dos fiéis no ordenamento canônico


“Os direitos fundamentais reconhecidos “sub specie aeternitatis” pelo Magistério da
Igreja a toda pessoa humana são também direitos fundamentais atribuíveis, com todo
o seu valor e com todas as suas consequências, ao fiel, enquanto é também pessoa
humana no âmbito jurídico da sociedade eclesial? A resposta só pode ser positiva: a sua
justificação última é a radical igualdade da dignidade do homem.”

5
“a Const. Lumen gentium, por seu lado, afirma: “E, portanto, uno o povo eleito de
Deus: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’.”
“Hervada, entre outros, com o intuito de superar uma certa concepção “classista” da
Igreja, estabelece como conceito básico do direito das pessoas, o conceito de fiel,
entendendo com isso “todo membro do povo de Deus, qualquer que seja a sua função no
interior dele.[...] aplica-se depois a todos e a cada um dos membros do Povo de Deus,
desde o Papa até o último batizado”
“A diferença funcional dos fiéis não é um tema do direito das pessoas, mas do direito
público, e mais especificamente da organização eclesiástica.”
“para a revisão do projeto da “Lex Ecclesiae Fundamental is”, sugeriu-se que ela deve
proclamar: 1) o reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana a todo
homem, enquanto pode entrar em relação com a Igreja; 2) os direitos fundamentais de
todo homem enquanto chamado à salvação (especialmente do catecumenato); 3) os
direitos fundamentais que são específicos do fiel.”
“De Luca falou da necessidade de que o ordenamento canônico tutelasse alguns direitos
fundamentais do homem. Ele enumerou os seguintes: 1) direito à vida; 2) à integridade
física; 3) de viajar e residir; 4) de associação; 5) de manifestar o próprio pensamento; 6)
à liberdade religiosa; 7) ao livre exercício da atividade profissional; 8) ao matrimônio.”
“Bertrams enumera os seguintes direitos fundamentais:1) liberdade de consciência; 2)
de eleição de estado de vida (matrimônio, virgindade); 3) de viver e associar-se com os
outros fiéis; 4) de exercitar a caridade.”
“A condição constitucional do fiel — explica Hervada — desdobra-se em quatro
direções: a conditio communionis, a conditio libertatis, a conditio subiectionis e a
conditio activa”
“Del Portillo oferece a seguinte enumeração: 1) direito de receber as op nas ajudas
espirituais; 2) de socorrer as necessidades da Igreja; 3) à formaç ao ensino; 4) à própria
espiritualidade; 5) a exercer o apostolado de acordo a própria missão; 6) de associação;
7) de pergunta; 8) à livre eleição do pr< estado; 9) à boa fama; 10) a uma pública
opinião na Igreja; 11) a partf ativamente das ações litúrgicas; 12) ao próprio rito”
“Viladrich. que nos deixou o estudo mais profundo sobre o tema, aprei este elenco: 1)
direito aos bens espirituais da igreja e aos auxílios necessários a salvação, como
sacramentos, palavra de Deus etc.; 2) a participar ativamen vida e dos fins da Igreja; 3)
à própria espiritualidade; 4) ao próprio rito; f exercício integral dos carismas pessoais:
6) a seguir livremente a própria voc eclesial de ministro sagrado, leigo, religioso; 7) ao
próprio apostolado; 8 pergunta à hierarquia; 9) a manifestar livre e publicamente a
própria opiniãi matérias que se referem ao bem comum da Igreja; 10) à informação; 11)
à cação cristã, incluída a mais especializada; 12) à justa liberdade de investig das
ciências sagradas; 13) à livre associação eclesial; 14) à justa autonomi realidade
temporal”
“Com base no conceito de “direito fundamental do fiel” acima indicado procuramos
agora estabelecer uma síntese entre as diversas enumerações [...]

6
Eis um possível elenco:
1) Direito de associação.
2) Direito de manifestar o próprio pensamento.
3) Direito de desenvolver o próprio apostolado.
4) Direito de pergunta.
5) Direito de receber os cuidados pastorais.
6) Direito de socorrer as necessidades da Igreja. [...]
7) Direito à instrução.
8) Direito à livre investigação nas ciências sagradas.
9) Direito à livre iniciativa na Igreja.
10) Direito ao exercício integral dos carismas pessoais.
11) Direito à eleição do estado de vida.
12) Direito à informação objetiva sobre as operações da organização eclesiástica de
caráter interno e externo.
13) Direito ao ensino das ciências sagradas.
14) Direito à autodeterminação nas realidades temporais.
15) Direito de participar ativamente nas ações litúrgicas.
16) Direito ao reto e adequado desenvolvimento das atividades hierárquicas.
17) Direito a desempenhar cargos na organização eclesiástica.
18) Direito de reunião.
19) Direito à própria espiritualidade.”
“Os direitos fundamentais se inserem na posição do fiel como especificações da sua
capacidade jurídica e de agir”
“É preciso referir à conditio subiectionis todos aqueles direitos fundamentais orientados
a que o fiel esteja sujeito ao bem público da Igreja.”
“entre os direitos fundamentais dos fiéis ocupa um lugar de p ordem o direito de receber
os sacramentos”
“Em outras palavras, é isto que se quer dizer: o aspecto jurídico deriva do ato litúrgico,
que é a recepção dos sacramentos, e nos reconduz àquele. Por isso o elemento jurídico
deve ser sempre considerado na perspectiva carismática, pessoal e comunitária, da qual
deriva e à qual está essencialmente ordenado.”
“o ordenamento canônico sanciona o princípio de que o batismo é a condição necessária
para que o homem se torne membro da Igreja e possa participar de todos os direitos e

7
obrigações dos cristãos, e por isso “são plenamente incorporados na sociedade, que é a
Igreja, todos os que, tendo o Espírito de Cristo”
“É importante notar que, embora os catecúmenos não sejam batizados, a Igreja os
considera com particular atenção, pois julga ter com eles vínculos particulares que não
tem com outros não-batizados.”
“A Const. Lumen Gentium, com efeito, afirma: “Os catecúmenos que, sob a ação do
Espírito Santo, desejam e querem expressamente ser incorporados na Igreja, já em
virtude deste desejo lhes estão unidos.”
“o Decreto Ad gentes (sobre a atividade missionária) dispõe: “Enfim, o estado jurídico
dos catecúmenos deve ser fixado claramente no novo Código. Pois eles estão já unidos à
Igreja, já são da casa de Cristo, e, não raro, eles levam já uma vida de fé, de esperança e
de caridade”.”
“as novas perspectivas confimam a intenção de pôr no centro da atenção a pessoa
humana, com a sua esfera de intangível autonomia, enraizada na sua objetiva dignidade:
“Verdade fundamental sobre a qual se funda toda a ordem sócio-jurídica”
4. Integração entre liberdade do fiel e exercícios da “potestas sacra”: por uma
colaboração finalista
“Ora, no seio dessa sociedade sobrenatural, onde vigora uma igualdade fundamental e
uma desigualdade “funcional”, cria-se uma trama de relações jurídicas precisamente
entre os membros da sociedade e os que são chamados a exercitar a “potestas sacra” na
igreja.”
“A doutrina conciliar indica a oportunidade de uma coordenação entre as exigências do
direito e as da pessoa humana, de modo a garantir a legalidade e o respeito da dignidade
do homem”
“O ponto de partida doutrinai é este: Cristo não só confiou o anúncio de sua Palavra e a
administração de sua graça a pessoas humanas, mas o próprio modo pelo qual ele quer
que procedam frente a seus irmãos valoriza singularmente a sua dignidade e
responsabilidade.”.
“criada e informada pelo Espírito Santo, cabe um ministério de palavra, de graça e de
guia pastoral, de modo que sejam assegurados a ordem e a paz, que “seja conservada a
unidade da communio e a vida desta se desenvolva de modo a dar testemunho, também
missionário, a Cristo”.”
“É claro que o exercício da autoridade eclesiástica não pode dificultar a comunhão entre
aqueles que estão revestidos da “potestas sacra” e os outros membros do povo de Deus”
“Jesus, “homem perfeito”, se oferece como modelo àqueles que mandem em seu nome
na Igreja e exige que sua autoridade, por Ele delegada, seja concebida como uma
diakonia, e se imponha sobretudo mediante a persuação, a suavidade e a força da
pedagogia de Deus.”

8
“A colação, de direito divino à hierarquia eclesiástica, da “potestas sacra”, não significa,
contudo, que os outros membros do povo de Deus tenham apenas uma função passiva
na elaboração das normas contidas no ordenamento canônico.”
“O costume constitui um valioso instrumento de participação da communitas fidelium
na função legislativa sem desembocar numa forma de democracia participativa, estranha
à constituição da Igreja”
“o consensus superioris, mesmo tácito, imprime o caráter da juridicidade ao conteúdo
normativo”
“visto que da communitas fidelium, inserida desse modo na comunhão eclesial com a
hierarquia, que se coloca mais claramente ao serviço da comunidade, reforçando suas
exigências e instâncias sem o risco de um perigoso afastamento que, nocivo para a
comunhão, faria a hierarquia parecer um instrumento de poder.”
“O fundamento filosófico e teológico é o da eminente dignidade da pessoa cristã, não só
criada à imagem de Deus, mas também herdeira do seu Reino, e chamada a uma
comunhão íntima com Ele,"’comunhão da qual a Igreja terrestre é “em Cristo como um
instrumento ou um sinal”."
“o Vaticano II, enquanto afirma para os leigos o direito de receber abundantemente dos
Sagrados Pastores os bens espirituais da Igreja, convida- -os também a manifestar aos
Pastores “as suas necessidades e os seus desejos com aquela liberdade e confiança
própria dos filhos de Deus e dos irmãos em Cristo”.
“recorda-se à hierarquia que ela deve reconhecer os carismas e os ministérios dos leigos,
“de modo que todos cooperem, na sua missão, com o bem da Igreja”

5. Iniciativa do fiel para com a missão da Igreja

“A Igreja nasceu para, dilatando o Reino de Cristo por toda a terra para a glória de Deus
Pai, tornar os homens participantes da Redenção salvadora e por eles todo o mundo seja
verdadeiramente ordenado para Cristo”
“Vaticano II nos introduz no tema dos “incepta apostólica”: em outras palavras, reafirma
a co-responsabilidade de todos os membros do povo de Deus “.a consecução do fim da
Igreja, entendido como apostolado.”
“Apostolicam Actuosita que indica três grandes fins, correspondentes a três grandes
setores de atividade;
a) Apostolado da evangelização e santificação dos homens, [...]
b) A animação cristã da ordem temporal: [...]
c) A ação caritativa e a assistência social “com que se leva ajuda eficaz . indivíduos e
aos povos que se encontram em necessidade como expressão viv da caridade de Cristo e
da Igreja”."

9
5.1 o papel da mulher
“exercem inúmeros ministérios reconhecidos: pensemos nas missionárias, nas
hospitaleiras, naquelas que se dedicam à assistência doméstica, naquelas que exercem o
magistério como serviço aos irmãos na fé, nas catequistas; pensemos no papel de quem
é mãe e mestra e naquela “igreja doméstica” que é a família etc
“no Concilio confirmou a exigência de maiores responsabilidades: “Visto que nos
nossos dias as mulheres tomam parte sempre mais ativa em toda a vida social, é de
grande importância uma mais ampla participação delas também nos campos do
apostolado da Igreja”
“E o III Sínodo dos bispos proclamou: “Queremos também que as mulheres tenham a
própria parte de responsabilidade e de participação na vida comunitária da sociedade e
também da Igreja. Propomos que este tema seja examinado profundamente, com meios
adequados, por exemplo através de uma comissão mista composta de homens e
mulheres, de religiosos e leigos, de diversas condições e competências”.”
“Já são muito numerosas as comunidades cristãs que se beneficiam do empenho
apostólico das mulheres”
“diante das discussões sobre a admissão das mulheres na ordenação sacerdotal, a S.
Congregação para a doutrina da fé lembrou que “a Igreja Católica, por fidelidade ao
exemplo do seu Senhor, não se considera autorizada a admitir as mulheres à Ordenação
Sacerdotal” [...] A missão das mulheres na Igreja e na sociedade nem por isso é menor e
menos eficaz”
5.2 As formas de apostolado
“Os fiéis podem exercer o apostolado individualmente — apostolado pessoal — ou
reunidos em comunidades ou associações — apostolado organizado”
“O apostolado individual que promana exuberantemente da fonte de uma vida
verdadeiramente cristã (cf. Jo 4,14) é o princípio e a condição de todo o apostolado dos
leigos, mesmo do apostolado organizado, e nada pode substituído!”
“O apostolado organizado corresponde, portanto, de modo feliz às exigências humanas
e cristãs dos fiéis e ao mesmo tempo apresenta-se como sinal da comunhão e da unidade
da Igreja em Cristo que disse: ‘Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou
no meio deles”
5.3 Iniciativa dos fiéis e autoridade eclesiástica
“podem ser sintetizados nestes pontos capitais.
— A hierarquia tem uma função ministerial, [...]
— Além de respeitar a liberdade e a iniciativa dos fiéis, a hierarquia tem a obrigação de
promovê-las e suscitá-las (função subsidiária), [...]
— A função subsidiária, que cabe de modo especial aos bispos, refere-se tanto ao
apostolado individual como ao organizado,”

10
“No exercício desta atividade pastoral, respeitem as tarefas que competem a seus fiéis
nas coisas de Igreja reconhecendo-lhes o dever e também o direito de colaborar
ativamente na edificação do Corpo Místico de Cristo”
“princípio de subsidiaridade, princípio de co-responsabilidade na missão da Igreja,
princípio de autonomia nas realidades temporais, princípio da regulamentação do
exercício do poder”
“critério, como expressão do princípio de subsidiaridade, é assim resumido pelo Decr.
Apostolicam actuositatem: [...] vigilância geral, segundo a norma do direito atualmente
em vigor, se refere especialmente aos seguintes aspectos: a) Erigir a observância das leis
eclesiásticas[...] b) Vigiar para que não se introduzam abusos na disciplina eclesiástica,
[...] c) Zelar pela pureza da fé e dos costumes do clero e do povo de Deus (can. 336,2).
d) Procurar que a educação cristã que é ministrada nos centros de ensino esteja de
acordo com os princípios da doutrina católica (can. 336,2). e) Para satisfazer todas estas
exigências, os bispos têm a obrigação de visitar a diocese (can. 343,1). [...]”
“trata-se de harmonizar o dever de vigilância e de visita que o direito comum atribui à
autoridade eclesiástica, com a autonomia privada das associações, segundo o âmbito
que os estatutos aprovados pela mesma autoridade eclesiástica determinam.”
“exigem também, ao mesmo tempo, “uma estima mútua entre todas as formas de
apostolado na Igreja e uma conveniente coordenação, no respeito pela natureza própria
de cada uma”
“As diversas formas (institucionais ou comunitárias) de realizar a missão da Igreja
convergem todas na unidade do fim perseguido e não podem atentar contra a comunhão
hierárquica que vigora na Igreja”
6. Pessoa e ordenamento no direito processual e administrativo da Igreja,
“O procedimento judiciário deve conceder ao acusado o direito de conhecer os seus
acusadores, como também o direito de uma adequada defesa. Para ser completa, a
justiça deve incluir a rapidez do processo. Isto é exigido, de modo particular, nas causas
matrimoniais”
“no ordenamento canônico, que deve tender ao fim da comunhão entre os crentes, é
dada especial relevância à situação das pessoas chamadas a juízo.”
“no concilio Vaticano II se havia estabelecido que “com todos é preciso agir segundo a
justiça e a humanidade”
‘A Comissão Pontifícia para a revisão do código considerou depois que “uni- cuique
christifídelium iura agnoscenda ac tuenda sunt”, e afirmou também que a desconfiança
para com a administração eclesiástica não pode ser eliminada a não ser através da
instituição de tribunais administrativos, de diverso grau, “ut ius suum, quod quis ab
inferiore instantia laesum reputet, in superiori restaurari efficaciter possit”.”
“Para além das discussões sobre a distinção entre “direitos subjetivos” e “interesses
legítimos” [...] é importante sublinhar a virada levada a cabo pela reforma da Cúria.”

11
“E certo que desde o século XII até a Sapienti Consilio (1908) era possível levar ao
contencioso ordinário os conflitos do direito subjetivo entre os privados e a Pública
Administração eclesiástica, usando a chamada “appellatio extraiu- dicialis”; e depois da
Sapienti concilio até a R.E.U. (1967) eram igualmente levados às Congregações
Romanas (C.I.C., can. 1601).”
“Para a competência dos tribunais administrativos sugere-se aumentar o mesmo poder
sobre a legitimidade do ato, visto que, além do direito de ver se o mesmo ato violou
alguma lei, se desejaria atribuir o poder de verificar se foram respeitados os princípios
gerais do direito e da eqüidade canônica e se na provisão impugnada se encontram
motivos fundados e racionais para tê-la emanado.”
“entre as Igrejas locais ou os órgãos inferiores e a S. Sé. Mesmo reconhecendo a
problemática levantada pelas inovações mencionadas, convém recordar que a Igreja se
propôs oferecer, no que se refere à atividade administrativa, um sistema de garantias
para todo aquele que pertence ao povo de Deus”
“A igreja requer hoje um direito canônico coerente com o Espírito do concilio Vaticano
II, e portanto, a sua legislação, além de constituir um conjunto de normas às quais se
deve incondicionado respeito, destina-se a garantir ao indivíduo uma liberdade que o
tutele diante de eventuais abusos de poder.”
Conclusão
“comunhão e personalismo são notas co-essenciais e complementares. Na tensão
histórica por uma equilibrada integração de valores, pôde- -se às vezes acentuar mais a
"comunhão hierárquica” ou “a ordem social”.”
“A Igreja reconhece que tem “uma própria e específica responsabilidade, que se
identifica com sua missão de dar diante do mundo testemunho da exigência de amor e
de justiça”
“Disso resulta que todo o ordenamento canônico deverá ser permeado pela caridade,
como princípio interior que guia a Igreja no seu agir.”
“é certo que, se se entra na Igreja com a fé e o batismo, a unidade à qual os crentes são
chamados é uma comunhão na caridade, dom do Espírito Santo, o qual “habita na Igreja
e no coração dos fiéis como num tempo”
“o amor é o ato constitutivo da personalidade perfeita, é também o ato q verdadeira
comunidade das pessoas”

12

Você também pode gostar