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Renda Fixa

GFP AEP

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Bibliografia

GFP – Renda Fixa 3


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

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Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

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A utilização dos termos Renda Fixa e Renda Variável

Os termos renda fixa e renda variável, se interpretados de forma literal, podem conduzir a erros. Vejamos o real significado de
cada um deles

Como vimos no slide anterior, o investimento em determinado ativo busca como resultado a renda
proporcionada em contrapartida.

A renda de Portanto, entender de que maneira essa renda será paga, é fundamental, pois dessa maneira
um ativo entenderemos os drivers de retorno, ou variáveis mais importantes para a definição da mesma

Ainda nessa perspectiva, podemos expandir a concepção de risco, e passar a entende-lo como o risco de
não recebermos uma renda adequada, e em consequência perdermos poder de compra

Os termos renda fixa e renda variável

Um fluxo de renda fixa


Renda Recebida é aquele que possui os
pagamentos pré-
determinados, ou
Renda Fixa seja, sabemos de
antemão quando os
fluxos serão pagos e
Preço Pago quais os valores de
cada um deles

Um fluxo de renda
? ? variável é aquele que
Renda Recebida ?
? não possui os
?
? pagamentos pré-
determinados, ou
Renda Variável
seja, não sabemos de
? antemão quando os
?
? fluxos serão pagos e
Preço Pago
quais os valores de
cada um deles

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Dominância e Aversão a Risco

A tomada de decisão de investimento leva em conta uma relação observada nos ativos financeiros: o trade-off risco x retorno

Conceito de Dominância

Retorno
Esperado Quando comparamos os quatro ativos
financeiros, quais são os ativos dominantes?
C
A domina B ou B domina A?
B
B domina C ou C domina B?

D
D domina A ou A domina D?
A

C domina A ou A domina C?

C domina D ou D domina C?

Risco

Para que um ativo A seja dominante em relação ao B, o retorno esperado de A deve ser maior
Dominância
que o de B e o risco implícito de A deve ser menor que o de B

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Variância e Desvio-Padrão (população)

O desvio-padrão é uma medida de dispersão em torno da média

Utilização prática

Risco nos O desvio-padrão é utilizado para denotar a magnitude do risco, quando aplicado ao retorno dos ativos
investimentos de investimentos

Fórmula Desvio- ∑ 𝑥−𝜇 2


Padrão 𝜎=
𝑁
2
Fórmula 2
∑ 𝑥−𝜇
Variância 𝜎 =
𝑁

2
2 ∑ 𝑥−𝜇
População 𝑥−𝜇 𝑥−𝜇 𝑉𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝑁
4%

∑ 𝑥−𝜇 2
3%
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 =
-1%
𝑁

-2% Com base nos dados da tabela, calcule


a variância e o desvio padrão
2,5%

1,5%

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Variância e Desvio-Padrão (amostra)

Quando tratamos de um conjunto de dados amostrais, as fórmulas para cálculo da variância e desvio-padrão se alteram

Utilização prática

Risco nos Normalmente trabalhamos com conjuntos amostrais, portanto fazemos uso das fórmulas utilizadas
investimentos para amostras da população

Fórmula Desvio- ∑ 𝑥−𝜇 2


Padrão 𝜎=
𝑁−1
2
Fórmula 2
∑ 𝑥−𝜇
Variância 𝜎 =
𝑁−1

2
Amostra 𝑥−𝜇 𝑥−𝜇 2 ∑ 𝑥−𝜇
𝑉𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝑁−1
4%

3% ∑ 𝑥−𝜇 2
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 =
-1% 𝑁−1

-2% Com base nos dados da tabela, calcule


a variância e o desvio padrão
2,5%
Supondo que os valores representam o
1,5% retonro diário de uma ação, anualize os
dados

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Fator de composição e desconto

Em alguns casos práticos, verificamos que as taxas de composição ou desconto são aplicadas na forma contínua, em
contraponto ao caso mais comum de composição ou desconto discretos

Composição Fatores

Composição discreta 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 = (1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎)𝑛

Composição contínua 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 = 𝑒 𝑡𝑎𝑥𝑎∗𝑛

1
Desconto discreto 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 =
(1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎)𝑛

1
Desconto contínuo 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 =
𝑒 𝑡𝑎𝑥𝑎∗𝑛

Calcule a valorização de um investimento de $100, aplicado a uma taxa de 10% pelo período de quatro anos, considerando-se
uma taxa contínua ou discreta

Quando a duração de um período de composição tende a zero, chegamos aos


Discreto vs
Contínuo juros contínuos. Composição contínua sempre gera mais juros que composição
discreta

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Risco e Retorno esperados

Podemos calcular o risco e retorno de um portfolio a partir dos dados de retorno e risco individuais dos ativos componentes do
portfolio

No mercado financeiro, é praxe a utilização do cálculo do desvio-padrão como medida do risco


Desvio-Padrão
dos ativos. É o que chamamos de volatilidade de um ativo

O retorno esperado é calculado a partir dos dados históricos de um ativo, através do cálculo da
Retorno Esperado
média aritmética dos retornos observados no passado

Com base nos dados contidos na aba “Risco e Retorno Esperados”, calcule:

Retorno esperado diário IBOV Retorno esperado anual IBOV

Volatilidade esperada diária IBOV Volatilidade esperada anual IBOV

Retorno esperado diário PETR4 Retorno esperado anual PETR4

Volatilidade esperada diária IBOV Volatilidade esperada anual IBOV

Retorno esperado diário VALE3 Retorno esperado anual VALE3

Volatilidade esperada diária VALE3 Volatilidade esperada anual VALE3

Para anualizar o retorno esperado, devemos calcular a taxa anual utilizando a equivalência de
Vol diária e Vol anual taxas. Para anualizar a volatilidade, devemos multiplicar a variância por 252 e tirar a raiz
quadrada, ou multiplicar o desvio padrão por raiz de 252

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Risco e Retorno em um portfolio

Podemos calcular o risco e retorno de um portfolio a partir dos dados de retorno e risco individuais dos ativos componentes do
portfolio

Ativo Peso Retorno anual Esperado Risco anual (desvio padrão)


IBOV 45%
PETR4 20%
VALE3 35%
PORTFOLIO 100%

𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑟𝑡𝑓𝑜𝑙𝑖𝑜 = ෍ 𝑤𝑖 ∗ 𝑟𝑖


𝑖=1

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠


𝑠 2 = 𝑤12 ∗ 𝑠12 + 𝑤22 ∗ 𝑠22 + 2 ∗ 𝑤1 ∗ 𝑤2 ∗ 𝑐𝑜𝑣1,2

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟ê𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠


𝑠 = 2
𝑤12 ∗ 𝑠12 + 𝑤22 ∗ 𝑠22 + 𝑤32 ∗ 𝑠32 + 2 ∗ 𝑤1 ∗ 𝑤2 ∗ 𝑐𝑜𝑣1,2 + 2 ∗ 𝑤1 ∗ 𝑤3 ∗ 𝑐𝑜𝑣1,3 + 2 ∗ 𝑤2 ∗ 𝑤3 ∗ 𝑐𝑜𝑣2,3

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝐴 𝑒 𝐵 = 2% 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑤𝑖 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑖


𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝐴 𝑒 𝐶 = 4% 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑟𝑖 = 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑖

𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝐵 𝑒 𝐶 = 1% 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑠𝑖 = 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑖

𝐶𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎𝐴,𝐵 = 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜𝐴,𝐵 ∗ 𝑠𝐴 ∗ 𝑠𝐵

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Tracking Error

Tracking Error é a diferença entre o retorno de um portfolio e seu benchmark. Também é conhecido pelo termo risco ativo

Utilização prática

Cálculo do O tracking error é o desvio-padrão da diferença de retorno entre um portfolio e seu benchmark. É
Tracking Error utilizado como medida de aderência em estratégias passivas ou semi-ativas de investimentos

Data IBOV PETR4 Retorno IBOV Retorno PETR4 Diferença

12/01/2018 79349 17,3

15/01/2018 79752 17,35

16/01/2018 79832 17,65

17/01/2018 81189 18,36

18/01/2018 80963 18,22

19/01/2018 81220 18,26

22/01/2018 81675 18,47

23/01/2018 80678 18,29

24/01/2018 83680 19,34

26/01/2018 85531 19,93

Calcule o TE da ação da Petrobrás em relação ao índice Ibovespa, utilizando os dados da tabela acima.

*Note que o TE é calculado entre uma carteira e um índice, portanto não há sentido prático em fazer o cálculo entre uma ação e um índice

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Sharpe, CV e VAR

Existem medidas comparativas entre o desvio padrão e a média de amostras ou populações

Medidas mais comuns

• Podemos mostrar como o desvio padrão se compara com a média de uma amostra ou população

• O coeficiente de variação dá uma medida relativa da volatilidade (desvio-padrão) dos dados


Coeficiente de
variação • Permite que comparemos diferentes populações e amostras que possuam diferentes unidades de
medida
𝜇
𝐶𝑉 =
𝜎

• É o retorno médio gerado em excesso em relação à taxa livre de risco por unidade de volatilidade ou
risco total
Sharpe Ratio
• Quanto maior o valor do Sharpe Ratio, melhor a relação risco-retorno ajustado

𝑅𝑝 − 𝑅𝑓
𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝑅𝑎𝑡𝑖𝑜 =
𝜎𝑝

• Value at Risk, ou valor em risco é um número que representa a pior perda esperada durante um
certo intervalo de tempo, sob condições normais de mercado com um grau de confiança
considerado adequado
Var - Value at
Risk • Há duas formas de expressar o VAR: as tesourarias dos bancos ou das empresas expressam o VAR
em termos monetários (R$), ao passo que os gestores de fundos de investimentos expressam o
VAR em percentual (%) do patrimônio do fundo

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Sharpe e CV - Interpretações

Podemos calcular o Sharpe Ratio e Coeficiente de Variação para ações, ou para um portfolio qualquer

Exemplos

Supondo uma taxa livre de risco no patamar de 8% a.a., calcule o Índice Sharpe e Coeficiente de Variação do índice Ibovespa,
das ações PETR4 e VALE3 e do portfolio composto pelos três ativos do slide anterior, com base nos dados de 2017

Sharpe Ratio IBOV


Qual a interpretação dada ao Sharpe Ratio?
Coef Variação IBOV

Sharpe Ratio PETR4


A partir dos dados calculados, qual o investimento mais
atrativo?
Coef Variação PETR4

Sharpe Ratio VALE3


Levante uma possível razão para o resultado observado.
Coef Variação VALE3

Sharpe Ratio Portfolio


Seria interessante adicionar novos ativos ao portfolio?
Coef Variação Portfolio

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Dados de Mercado

Quando buscamos determinadas informações em provedores de dados, é comum a observação do cálculo do Sharpe e retorno
em diferentes janelas de tempo

Site Verios

Retorno em diferentes janelas de tempo

Gráfico de rentabilidade ao longo do período

Cálculo da volatilidade anual no período

Índice de Sharpe

Retorno no período

Rentabilidade relativa ao benchmark

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Fronteira Eficiente

A fronteira eficiente é um conjunto de portfolios que representam a melhor combinação dos ativos disponíveis para
investimento para diferentes níveis de risco

Gráfico da Fronteira Eficiente

Fronteira
Eficiente
Retorno
Esperado

Portfolios sub-otimizados

Risco

Através dos dados de retorno do IBOV, PETR4 e VALE3 em 2017, calcule o máximo retorno possível para as volatilidades target
de 20% a.a., 22% a.a. e 26% a.a.

Podemos utilizar o suplemento Solver do Excel para fins de cálculo da fronteira eficiente de um
Solver
conjunto de ativos

GFP – Renda Fixa 17


A distribuição normal

A gaussiana é um modelo de probabilidade largamente utilizado na prática

Curva Normal

A gaussiana é perfeitamente
simétrica. 50% da área está a
esquerda e 50% está a direita
da média

O Eixo Y informa a frequência


de ocorrência de cada valor

O Eixo X representa o intevalo Área sob a curva


de possíveis resultados = 1 (ou 100%)
observados

A média é igual à moda e à


2,0%
2,2%
2,5%
2,7%
3,0%
3,2%
3,4%
3,7%
3,9%
4,2%
4,4%
4,6%
4,9%
5,1%
5,4%
5,6%
5,8%
6,1%
6,3%
6,6%
6,8%
7,0%
7,3%
7,5%
7,8%
8,0%
mediana

Curva Normal

Distribuição
É a distribuição normal em que a média equivale a 0 e o desvio-padrão equivale a 1
normal padrão

Cálculo do Z- 𝑥−𝜇
score
𝑍 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = É a distância em relação à média nas distribuições padrões
𝜎

GFP – Renda Fixa 18


Usos da distribuição normal - Two tailed test

Os testes de duas caldas são utilizados para medir a probabilidade de ocorrência de um resultado entre dois pontos de
observação

90% das observações estão


entre μ+1,65σ e μ-1,65σ

95% das observações estão


entre μ+1,96σ e μ-1,96σ

99% das observações estão


entre μ+2,58σ e μ-2,58σ Área sob a curva = 1 (ou
100%)

μ-1,65σ 90% μ+1,65σ

μ-1,96σ 95% μ+1,96σ

μ-2,58σ 99% μ+2,58σ

GFP – Renda Fixa 19


Usos da distribuição normal - One tailed test

Os testes de uma calda são utilizados para medir a probabilidade de ocorrência de um resultado abaixo ou acima de um ponto
de observação

90% das observações estão


abaixo de μ+1,28σ

95% das observações estão


abaixo de μ+1,65σ

99% das observações estão


abaixo de μ+2,33σ Área sob a curva = 1 (ou
100%)

μ
-3%
90% μ+1,28σ

μ-1,65σ 95% μ+1,65σ

99% μ+2,33σ

GFP – Renda Fixa 20


Usos da distribuição normal

Para ilustrar a aplicação de uma distribuição normal, iremos utilizar um exemplo diverso

Assuma que a temperatura pode ser modelada por uma curva normal, com uma média de 12,5 graus e um desvio padrão de
7,5 graus. Qual é a probabilidade da temperatura cair abaixo de zero grau em um dia qualquer?

𝑥 − 𝜇 0,0 − 12,5
𝑍 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = = = −1,67
𝜎 7,5

0,06 0,07 0,08


1,7 0,0392 0,0384 0,0375
1,6 0,0485 0,0475 0,0465
1,5 0,0594 0,0582 0,0571

𝑃 < 0 =4,75%

0,0 12,5

1,67 desvios

GFP – Renda Fixa 21


Usos da distribuição normal

Para ilustrar a aplicação de uma distribuição normal, iremos utilizar um exemplo diverso

Assuma que a temperatura pode ser modelada por uma curva normal, com uma média de 12,5 graus e um desvio padrão de
7,5 graus. Qual é a probabilidade da temperatura cair se situar entre zero grau e 20 graus em um dia qualquer? Qual é a
probabilidade da temperatura cair se situar acima de 20 graus em um dia qualquer?

𝑥 − 𝜇 20,0 − 12,5
𝑍 𝑉𝑎𝑙𝑢𝑒 = = = 1,00
𝜎 7,5

0,00 0,01 0,02


0,0 0,8159 0,8186 0,8212
1,0 0,8413 0,8438 0,8461
1,1 0,8643 0,8665 0,8686

𝑃 < 20 = 84,13%
𝑃 > 20 = 1 − 84,13% = 15,87%
𝑃 < 20; > 0 = 84,13% − 4,75% = 79,38%

0,0 12,5 20,0

1,67 desvios 1,0 desvio

GFP – Renda Fixa 22


Value at Risk (VAR) - Paramétrico

O VaR Paramétrico baseia-se no conhecimento prévio de uma distribuição estatística para fazer o cálculo das perdas financeiras
com base em hipótese de comportamento da distribuição de probabilidades dos retornos dos ativos.

No dia a dia dos bancos, a distribuição normal é a distribuição utilizada com maior frequência

Calcule o Var Paramétrico, probabilidade 95%, do portfolio representado pela tabela abaixo, com base nos preços de 2017

Ativo Peso Volatilidade Var 95%


IBOV 45%
PETR4 20%
VALE3 35%
PORTFOLIO 100%

5%

GFP – Renda Fixa 23


Value at Risk (VAR) – Não Paramétrico

O VaR Não Paramétrico não faz hipótese alguma sobre a distribuição de probabilidade dos retornos dos ativos. Nestas técnicas
são utilizadas a história dos próprios retornos para obtenção de informações sobre as perdas financeiras

No dia a dia dos bancos, a simulação histórica e a simulação de Monte Carlo são as mais utilizadas

Calcule o Var Não Paramétrico, probabilidade 95%, do portfolio representado pela tabela abaixo, com base nos preços de 2017

Ativo Peso 5% piores resultados Var 95%


IBOV 45%
PETR4 20%
VALE3 35%
PORTFOLIO 100%

Calcule o Var Não Paramétrico, probabilidade 97,5%, do portfolio representado pela tabela abaixo, com base nos preços de
2017

Ativo Peso 2,5% piores resultados Var 97,5%


IBOV 45%
PETR4 20%
VALE3 35%
PORTFOLIO 100%

GFP – Renda Fixa 24


Precificação de um fluxo de caixa

Para precificar um fluxo de caixa, precisamos de três informações: a taxa de desconto, o valor dos fluxos e o instante em que
eles ocorrem

O valor presente de um fluxo de caixa

Considere o fluxo de caixa abaixo: calcule o valor presente do fluxo, sabendo que a taxa de desconto é de 9% ao período (aba
VP)

110

10 10 10 10

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5

r=taxa de desconto % ao período

Para calcular o valor presente do fluxo, podemos fazer uso de uma calculadora financeira ou de uma planilha Excel. No dia a dia
das empresas, utiliza-se o Excel com muita frequência

A representação de Todo ativo financeiro pode ser representado por um fluxo de caixa. Portanto, para precifica-los,
fluxo de caixa precisamos das informações de valor, momento em que ocorrem e taxa de desconto do fluxo

GFP – Renda Fixa 25


O desconto de fluxos de caixa na perpetuidade

Quando trabalhamos com modelos na perpetuidade (Research, Project Finance, Títulos de Renda Fixa perpétuos), efetuamos o
cálculo do valor presente do trazendo o fluxo perpétuo a valor presente

O valor presente da perpetuidade

Considere o fluxo abaixo, cujas taxas de crescimento e desconto são de 3% ao período e 8% ao período, respectivamente

g=taxa de crescimento % ao período

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC7

r=taxa de desconto % ao período


1
𝐹𝐶1 = 𝐹𝐶2 = 𝐹𝐶3 = ⋯ = 𝐹𝐶𝑛 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑝é𝑡𝑢𝑜 = 𝐹𝐶1 ∗
𝑟−𝑔
Considerando-se uma ação preferencial com taxa de crescimento g de 3%, taxa de desconto r=8% e dividendo pago de $100 a
partir do instante 1, calcule o valor presente da perpetuidade

Considerando-se um título perpétuo com taxa de desconto r=8% e fluxo de caixa constantes no valor de $1000 a partir do
instante 1, calcule o valor presente da perpetuidade

Há títulos de renda fixa que não possuem data de vencimento, nesse caso, para calcular seu
Perpetuidades valor, devemos utilizar a fórmula do valor presente da perpetuidade. No caso de ações
preferenciais, a precificação também é calculada dessa forma

GFP – Renda Fixa 26


Árvores de probabilidade

As árvores de probabilidade nos fornecem uma maneira lógica de trabalhar através de eventos sequenciais

Assuma que os preços de ações podem subir ou cair. O preço atual da ação é $10. O retorno da ação pode ser -5% ou +10%. A
probabilidade de uma valorização é de 0,6. Calcule o valor esperado do preço da ação após dois períodos

0,6 Puu=$12,10

P(2up)=0,6x0,6=0,36
Pu=$11,00

0,6

0,4

P0=$10,00
Pud/du=$10,45

0,6
P(1up, 1down)=0,6x0,4=0,48
0,4

Pd=$9,50

0,4
Pdd=$9,025

P(2down)=0,4x0,4=0,16

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑝ó𝑠 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑠 = 0,36 ∗ $12,10 + 0,48 ∗ $10,45 + 0,16 ∗ $9,025 = $10,816

GFP – Renda Fixa 27


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 28


O crédito nas contas públicas

Os governos ao redor do mundo, bem como as empresas, emitem dívida a fim de financiar as contas públicas (governo) e seus
passivos (empresas privadas)

O déficit público, o financiamento ao governo e a emissão de títulos públicos

𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = (𝑃𝑜𝑢𝑝𝑎𝑛ç𝑎 − 𝐸𝑥𝑝. 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠) + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 − 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜


Poupança Empréstimos externos
Poupança Pública
Poupança Privada

➢ Se os impostos são maiores que os gastos do governo, o setor público tem um superávit fiscal e a
poupança pública é positiva.
➢ Se os gastos governamentais são maiores que os impostos, o setor público tem um déficit fiscal e
a poupança pública é negativa

• Letra Financeira do Tesouro (LFT)

• Título Pós Fixado, indexado a taxa Selic

O déficit público é financiado • Letra do Tesouro Nacional


pela poupança privada, e o
estoque da dívida pública • Título Préfixado, remunerado pela taxa DI pré
aumenta. O governo brasileiro
financia o seu déficit público • Nota do Tesouro Nacional – Série B
através da emissão de quatro
títulos públicos: LFT, LTN, NTN- • Título Pós-Fixado ao IPCA (remunerado pelo IPCA + Cupom de Juros)
B e NTN-C
• Nota do Tesouro Nacional – Série C

• Título Pós-Fixado ao IGPM (remunerado pelo IGPM + Cupom de Juros)


– não é mais emitido pelo governo

GFP – Renda Fixa 29


O crédito nas instituições privadas

Os governos ao redor do mundo, bem como as empresas, emitem dívida a fim de financiar as contas públicas (governo) e seus
passivos (empresas privadas)

O capital de terceiros como fonte de financiamento das empresas públicas e privadas

Ativos Passivos

• Caixa • Fornecedores
Alta Liquidez Alta Liquidez
• Estoque • Dívida de Curto Prazo
• Contas a Receber • Dívida de Longo Prazo
Baixa Liquidez Baixa Liquidez
• Ativo Imobilizado • Patrimônio Líquido

As empresas tomam dívidas de


curto prazo a fim de cobrir • Linhas de Capital de Giro
necessidades de caixa
• Outras linhas pré-aprovadas de financiamento bancário
momentâneas. Fazem isso
através de linhas bancárias ou • Notas Promissórias (NPs - título de crédito privado)
notas promissórias

• Debêntures (título de crédito privado)


As dívidas de longo prazo são
• Letras Financeiras e CDBs (instituições financeiras)
usadas em boa parte para
investimentos em imobilizado e • LCIs, LCAs (instituições financeiras)
projetos de longo prazo
• CRAs, CRIs (securitizadoras)

A captação de recursos através de títulos de crédito gera um lançamento contábil em seu ativo (caixa) e outro em seu passivo
(circulante e/ou exigível a longo prazo)

GFP – Renda Fixa 30


Títulos de Renda Fixa

Um título de renda fixa é uma promessa de pagamento do principal a ser amortizado e dos cupons de juros que remuneram o
principal emprestado

Bond Descrição Fluxo de Caixa Exemplos

• São títulos de renda fixa


que pagam o principal • LTN, Debêntures e CDBs
Zero Coupon Bond
mais os juros do período pré-fixados
no vencimento

• São títulos de renda fixa


• NTN-B, NTN-F,
Bullet Maturity que amortizam 100% do
Debêntures IPCA
principal no vencimento

• Sistemas de amortização
de dívida em que o • Sistemas utilizados para
PRICE e SAC principal + juros são amortização de
pagos ao longo da vida empréstimos imobiliários
do título

O fluxo de caixa e
O fluxo de caixa está relacionado com alguns riscos do investimento em títulos
o risco da
operação de renda fixa, tais como risco de maturidade e de oscilação nas taxas de juros

GFP – Renda Fixa 31


Títulos de Renda Fixa – Convencionais

Os títulos de renda fixa são representados por fluxos de caixa que nos trazem as informações de níveis de taxas de juros que
remuneram a aplicação, frequência de pagamento dos cupons e maturidade do título

Tipo Descrição Fluxo de Caixa Exemplos

• São títulos remunerados


por algum índice de • LFT indexada à Selic,
Pós - Fixado
mercado, calculado títulos indexados à Libor
periodicamente

• Os títulos pré-fixados
zero-coupon são
Pré - Fixado remunerados pela taxa • LTN, NTN-F, Treasury Bill
de desconto negociada
na compra

• Títulos remunerados
parte por um índice pós
Parcela Pós - Fixada e
fixado, parte por um • NTN-B, NTN-C
parcela Pré - Fixada
cupom de juros pré-
fixado

Além da definição do fluxo, uma das tarefas mais importantes na precificação


A precificação dos
títulos de RF dos títulos de RF é o cálculo das taxas de juros mais adequadas para desconto
dos fluxos

GFP – Renda Fixa 32


Títulos de Renda Fixa - Não convencionais

Títulos não convencionais podem ter características diversas, tais como opção de conversibilidade em ações, opção de compra
(call option) ou opção de venda (put option) embutidas

Características Descrição Exemplos

• Investidores em títulos conversíveis tem a opção de


Conversibilidade • Debêntures conversíveis
converter os títulos em ações da companhia

• A companhia tem a opção de recomprar o título de renda


• Bonds offshore,
Call Option fixa (amortiza o principal) antes do vencimento. A opção
debêntures
é exercida em um cenário de queda nas taxas de juros

• O investidor tem a opção de forçar a recompra do título


• Bonds offshore,
Put Option pela companhia antes do vencimento do título. A opção é
debêntures
exercida em um cenário de alta nas taxas de juros

A precificação dos Títulos com opções embutidas são precificados de maneira diversa dos títulos
títulos com opção tradicionais, a partir do momento que as opções passam a ter valor (in the
embutida money)

GFP – Renda Fixa 33


Títulos de Renda Fixa – Por tipo de emissor

Dada a característica da empresa, o tipo de título emitido e utilizado para a captação de recursos varia

Emissor Objetivos Exemplos

• Captação de recursos para fins de implementação das


• Títulos Públicos (NTN-F,
Governo políticas fiscais, bem como custeio e financiamento da
NTN-B, LFT, LTN)
máquina pública

Empresas Financeiras (CP – • Captação de recursos para fins de atividade de • Letra Financeira (LF),
Crédito Privado) intermediação financeira LCI, LCA, CDB

Empresas não financeiras • Captação de recursos para fins de gestão do custo de • Debêntures, Notas
(CP – Crédito Privado) capital da empresa, alavancagem, rolagem de dívida Promissórias

O mercado O mercado de títulos de renda fixa brasileiro está em crescimento, verificado


brasileiro de renda pelo maior número de empresas que buscam captação pelo mercado de capitais
fixa e aumento gradual da liquidez dos mercados secundários de crédito privado

GFP – Renda Fixa 34


Títulos de Renda Fixa – Características Gerais

A nomenclatura utilizada nos auxilia a identificar as características do título

Características Gerais

É o valor que o emissor concorda em repagar (amortizar totalmente) o investidor até o prazo de
Valor de Face
vencimento do título (maturity date)

O prazo de um título de renda fixa, ou “term to maturity”, é o número de anos até que o título seja
Maturidade
totalmente amortizado

As garantias dadas ao investidor diminuem os riscos do investimento. Quanto maiores as garantias,


Garantias
menores os riscos, portanto menores as taxas de remuneração dos títulos

Denominação Moeda que denomina o valor de face e cupons do título

Opções Os títulos de renda fixa podem ter opções embutidas (call ou put) que dão o direito ao emissor de
embutidas recomprar o título (call) ou ao investidor resgatar o título (put) antecipadamente

Conversibilidade Possibilidade de conversão do título em ações da empresa emissora

Taxa de juros que remunera o título de renda fixa. Pode ser pago ao longo da vida do título ou apenas
Remuneração
no vencimento (zero coupon bonds)

GFP – Renda Fixa 35


Títulos de Renda Fixa – Características Gerais - Exemplo

As informações abaixo foram extraídas da escritura de uma debênture emitida pelas Lojas Americanas em setembro de 2011

Debênture – LAME14

Características Básicas Descrição

Data da emissão 5 de setembro de 2011

As Debêntures serão simples, ou seja, não conversíveis em


Conversibilidade
ações de emissão da Emissora
As Debêntures serão da espécie com garantia flutuante, com
Espécie
privilégio geral sobre os ativos da Companhia
As Debêntures terão prazo de vencimento de 7 (sete) anos a
Prazo e data de vencimento contar da Data de Emissão, com vencimento final previsto
para 5 de setembro de 2018

Valor de Face unitário R$ 10.000,00

Quantidade de debêntures Serão emitidas 50.000 (cinquenta mil) Debêntures

Sobre o Valor de Face Unitário das Debêntures, incidirão juros


Juros remuneratórios remuneratórios correspondentes à acumulação de 113%
(cento e treze por cento) das taxas médias diárias dos DI
Os valores relativos aos Juros Remuneratórios deverão ser
pagos anualmente, sempre no dia 5 do mês de setembro de
Periodicidade de Pagamento dos Juros Remuneratórios cada ano, sendo o primeiro pagamento devido em 5 de
setembro de 2012 e o último pagamento devido na Data de
Vencimento.

As espécies de debênture serão exploradas posteriormente, e tem relação direta


Espécie
com a precificação do ativo

GFP – Renda Fixa Fonte: http://www.debentures.com.br/exploreosnd/consultaadocumentacao/escrituras/escrituras_d.asp?ativo=LAME14 36


Títulos de Renda Fixa – Principais Riscos

A precificação de um título está diretamente relacionada ao risco que ele carrega. Dessa forma, todos os fatores de risco
influenciam na precificação, é o que conhecemos como relação risco x retorno

Características Gerais

Quanto maior o risco de curva de juros, maior a probabilidade de perda de valor de mercado do título
Curva de Juros
em um cenário adverso de deslocamento da curva de juros

Ao receber o cupom ou parcelas de amortização, há o risco de não haver opções disponíveis de


Reinvestimento
investimentos que ofereçam as mesmas taxas de remuneração

Crédito Risco de inadimplência, está associado à capacidade de honrar dívidas do emissor

Quanto menor a liquidez do título, maior o risco de ocorrência de um grande desconto sobre o preço
Liquidez
na negociação do papel

Ao sofrer um downgrade na escala de classificação de risco das grandes agência de crédito (S&P, Fitch
Downgrade
e Moody’s), pode haver um aumento no nível de spread e consequente desvalorização do título

Para bonds denominados em moedas diversas, há o risco de depreciação da moeda que denomina o
Moeda
título

Se a remuneração do título não for atrelada a algum índice de inflação, em cenários de inflação
Inflação
elevada o investidor pode sofrer uma perda de poder de compra do recurso investido

GFP – Renda Fixa 37


Títulos de Renda Fixa - Pós-Fixados

Os títulos pós-fixados são aqueles que possuem menor risco de mercado, dado que a oscilação de preço observada nesses
ativos é menor que nos títulos pré-fixados

Exemplos

Calcule o preço de um ativo de renda fixa pós-fixado cuja remuneração está atrelada à taxa livre de risco, com base nos dados
abaixo:

• Valor de Face: R$1000

• Período de aplicação: dois anos

• Taxa livre risco a.a. %: 12,5%

• Valor do título apóis dois anos:


R$1000,00

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑎𝑝ó𝑠 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 𝑅$ 1000 ∗ (1 + 12,5%)2

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑎𝑝ó𝑠 𝑑𝑜𝑖𝑠 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 𝑅$ 1265,625

• A taxa que remunera o título pós-fixado não é conhecida de antemão

• No caso da Selic, essa taxa é definida pelo Banco Central do Brasil, nas reuniões do Copom,
que ocorrem a cada 45 dias e tem como base a política de metas de inflação
Observações
• O risco de curva de juros desses títulos é considerado baixo, dado que a taxa que remunera
essas aplicações não varia com muita frequência nem de forma muito agressiva

• Os demais riscos dependem do emissor, ambiente inflacionário, mercado de negociação,


entre outros

GFP – Renda Fixa 38


Títulos de Renda Fixa - Pós-Fixados

A maior parte dos títulos de renda fixa pós-fixados privados tem como índice de remuneração a taxa DI - Depósitos
Interfinanceiros de um dia

CDI - Certificado de Depósito Interbancário

O CDI é calculado com base na média das taxas registradas nas operações interbancárias com lastro em títulos privados. Dado
que o número de dias úteis em 2017 foi de 249 e o CDI acumulado de 9,9255%, calcule a rentabilidade da debênture LAME14,
remunerada a 113% do CDI, para o mesmo período.

LAME14: 11,2858%

CDI: 9,9255%

CDI LAME14

GFP – Renda Fixa Fonte: http://www.cetip.com.br 39


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Os títulos pré-fixados carregam um risco de inflação elevado, já que não oferecem proteção em cenários inflacionários

Exemplos

Calcule o preço dos ativos de renda fixa pré-fixados listados abaixo, com base nas informações fornecidas:

Título A Título B

• Valor de Face: R$1000 R$1000 • Valor de Face: R$1000 R$1000

• Prazo: três anos • Prazo: cinco anos

• Taxa Pré negociada: 8,5% a.a. • Taxa Pré negociada: 8,5% a.a.

• Zero Coupon • Zero Coupon

• Valor atual do título: • Valor atual do título:

𝑅$1000 𝑅$1000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 ℎ𝑜𝑗𝑒 = 3
= 𝑅$782,91 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 ℎ𝑜𝑗𝑒 = 5
= 𝑅$665,04
1 + 8,5% 1 + 8,5%

Caso ocorra um deslocamento na curva de juros de -0,5% (fechamento de 50 bps), qual o novo valor dos títulos? Qual a
variação percentual no preço observada?

𝑅$1000 𝑅$1000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 ℎ𝑜𝑗𝑒 = 3
= 𝑅$793,83 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 ℎ𝑜𝑗𝑒 = 5
= 𝑅$680,58
1 + 8,0% 1 + 8,0%
𝑅$793,83 𝑅$680,58
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % = = 1,4% 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % = = 2,3%
𝑅$782,91 𝑅$665,04
GFP – Renda Fixa 40
Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Os títulos pré-fixados carregam um risco de inflação elevado, já qie não oferecem proteção em cenários inflacionários

Exercício – Taxa Preço

Considere um título de renda fixa pré-fixado, com a taxa de 10% ao ano, 3 anos de maturidade, R$1000 de valor de face e com
pagamentos anuais de cupom

R$1000 + Cupom
Cupom Cupom

Preço

Calcule o preço do título para os cenários descritos na tabela abaixo:

Taxa de desconto Preço


6% 1106,92

8% 1051,54

10% 1000

12% 951,96

14% 907,13

GFP – Renda Fixa 41


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Os títulos pré-fixados carregam um risco de inflação elevado, já que não oferecem proteção em cenários inflacionários

Exercício - Continuação

Levando-se em consideração o cálculo dos preços na tabela anterior, plote os pontos resultantes no gráfico abaixo. Calcule a
variação de preço decorrente da variação nas taxas de desconto

Preço

1106,92

∆𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = 5%
1051,54

∆𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = 4,9%
1000

∆𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = 4,8%
951,96

∆𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = 4,7%
907,13

6% 8% 10% 12% 14% Taxa de Juros

GFP – Renda Fixa 42


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Os títulos pré-fixados carregam um risco de inflação elevado, já que não oferecem proteção em cenários inflacionários

Exercício - Continuação

Levando-se em consideração o cálculo dos preços na tabela anterior, plote os pontos resultantes no gráfico abaixo. Calcule a
variação de preço decorrente da variação nas taxas de desconto

Preço

Taxa de
Juros

A curva que descreve o comportamento do preço dos títulos pré-fixados possui


Convexidade
Positiva convexidade positiva, ou seja, para uma mesma variação na taxa de juros, o
preço varia mais na queda que na alta dos juros

GFP – Renda Fixa 43


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

O preço dos títulos pré-fixados convergem para o valor de face conforme o tempo até o vencimento diminui

Relação Preço - Tempo (convergência para o valor de face)

Considere um título de renda fixa pré-fixado, com pagamento de cupons de 9% anuais e três anos de maturidade. Plotar o
preço do título nos cenários de taxa negociada de 8% (cenário A) e 10% (cenário B)

Evolução de Preço
1030
1.026

1020
1.018

1010 1.009
1.000

1000 1000 1000 1000 1000

1.000
990 991

983
980
975
970
0 1 2 3

TIR 8% TIR 9% TIR 10%

GFP – Renda Fixa 44


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

As alteração no preço dos títulos com o passar do tempo podem ser derivadas do menor prazo até o vencimento ou da
mudança nos níveis de juros

Relação Preço - Tempo (taxa de juros e prazo até o vencimento)

Considere um título de renda fixa pré-fixado, com pagamento de cupons de 6% anuais, cinco anos de maturidade e R$100 de
valor de face, sendo negociado a 7%.

Após um ano, o nível dos juros subiu para 8%

1. Precifique o título no instante inicial

𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝐸𝑥𝑐𝑒𝑙: 𝑁𝑃𝑉 = 𝑁𝑃𝑉 7%; 6; 6; 6; 6; 106 = 95,90


6 6 6 6 106
𝑜𝑢 𝑁𝑃𝑉 = + + + +
(1 + 7%) (1 + 7%)2 (1 + 7)3 (1 + 7%)4 (1 + 7%)5
2. Qual foi a parcela de mudança no preço decorrente da passagem de tempo (após 1 ano)

𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝐸𝑥𝑐𝑒𝑙: 𝑁𝑃𝑉 = 𝑁𝑃𝑉 7%; 6; 6; 6; 106 = 96,61 𝐷𝑒𝑙𝑡𝑎 = 96,61 − 95,90 = +0,71
6 6 6 106
𝑜𝑢 𝑁𝑃𝑉 = + + + 𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑔ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑐𝑒
(1 + 7%) (1 + 7%)2 (1 + 7)3 (1 + 7%)4
3. Qual a parcela de mudança no preço decorrente da alteração nos níveis de juros

𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝐸𝑥𝑐𝑒𝑙: 𝑁𝑃𝑉 = 𝑁𝑃𝑉 8%; 6; 6; 6; 106 = 93,38 𝐷𝑒𝑙𝑡𝑎 = 93,38 − 96,61 = −3,23
6 6 6 106
𝑜𝑢 𝑁𝑃𝑉 = + + +
(1 + 8%) (1 + 8%)2 (1 + 8)3 (1 + 8%)4

GFP – Renda Fixa 45


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Via de regra calculamos a taxa de retorno de um título de renda fixa através do cálculo da chamada Taxa Interna de Retorno
(TIR)

Taxa Interna de Retorno

Considere um título de renda fixa com pagamento de cupons anuais a uma taxa de 7%, 4 anos de maturidade, R$1000 de valor
de face sendo negociado a R$950.

Calcule o yield to maturity, ou taxa interna de retorno do título

70 70 70 1070
950 = + + +
(1 + 𝑟) (1 + 𝑟)2 (1 + 𝑟)3 (1 + 𝑟)4

Preço Taxa Interna de Retorno

950

1000

1050

GFP – Renda Fixa 46


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Os títulos de renda fixa possuem três fontes de retorno: pagamento de cupons, desconto ou prêmio em relação ao valor de face
e reinvestimento

Fontes de retorno de um título de renda fixa

Juros (cupons) • Cupom de juros pago periodicamente (não existe nos títulos zero coupon)

Ganho de capital • Ganho decorrente da compra de títulos a desconto em relação ao valor de face

Reinvestimento de Fluxo de • Os fluxos recebidos devem ser reinvestidos. A taxa que remunera os reinvestimentos
Caixa contabiliza o retorno do investimento ao longo do período

Uma das premissas do cálculo da TIR é que os cupons pagos ao longo da vida do
TIR
título serão reinvestidos à mesma taxa.

GFP – Renda Fixa 47


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

O cálculo da TIR embute a premissa de que os fluxos serão reinvestidos àquela mesma taxa

A TIR e o reinvestimento

Considere o fluxo abaixo. Qual a taxa interna de retorno do fluxo? Qual a taxa de reinvestimento implícita nesse cálculo

Valor de Face: R$1000

Taxa Interna de Retorno = 10% a.p.

t0

CF1=100 CF2=100 CF3=100 CF4=1100

-1000

Para que o investidor seja remunerado a 10%, ele deverá reinvestir o fluxo a essa mesma taxa. A fim de verificar essa
afirmação, levaremos todos os fluxos (CF1, CF2, CF3 e CF4) até o vencimento à taxa de 10%. Em seguida calcularemos a taxa
de retorno do investimento. Para isso utilizaremos as funções FV e RATE para cálculo da taxa do fluxo.

𝐹𝑉 10%; 4; −100 = 464,1


1464,1
𝑅𝐴𝑇𝐸 4; 0; −1000; 1464,1 = 10%
t0

-1000

GFP – Renda Fixa 48


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

O cálculo da TIR embute a premissa de que os fluxos serão reinvestidos àquela mesma taxa

A TIR e o reinvestimento

Utilizando uma taxa de reinvestimento diferente da TIR, por exemplo, 5%, chegaremos a um resultado distinto

Valor de Face: R$1000, Taxa Interna de Retorno = 10% a.p.

1431,01 𝐹𝑉 5%; 4; −100 = 431,01

t0
𝑅𝐴𝑇𝐸 4; 0; −1000; 1431,01 = 9,37%

-1000
Nos exemplos anteriores, o valor de compra é coincidente com o valor de face do título. Dessa forma, o ganho de capital é zero.
No entanto se considerarmos que o título foi comprado a 10% de desconto (900), incluíremos uma parcela de ganho de capital
no total de valorização do título

𝐹𝑉 5%; 4; −100 = 431,01


1431,01
𝑅𝐴𝑇𝐸 4; 0; −900; 1431,01 = 12,29%
t0
𝑅𝐴𝑇𝐸 4; 0; −900; 1000 = 2,67% Ganho de capital

-900

A premissa do reinvestimento equivalente à TIR é uma das razões pelas quais,


TIR e VPL
no critério de decisão de projetos, o VPL seja dominante em relação à TIR

GFP – Renda Fixa 49


Títulos de Renda Fixa - Pré-Fixados

Há diferentes fatores que afetam o preço dos títulos de renda fixa, como taxa de juros e maturidade

As taxas de juros e a maturidade dos títulos

Considere os títulos de renda fixa abaixo, com pagamento de cupom anual

Taxa de TIR de Delta TIR de Delta TIR de


Título Maturidade
Juros 9% Preço 10% Preço 11%
A 10 anos 1% 48,66 8,86% 44,70 -8,03% 41,11

B 10 anos 10% 106,42 6,42% 100 -5,89% 94,11

Qual dos dois títulos é mais sensível a alteração na TIR?

Taxa de TIR de Delta TIR de Delta TIR de


Título Maturidade
Juros 9% Preço 10% Preço 11%
C 5 anos 10% 103,89 3,89% 100 -3,70% 96,30

B 10 anos 10% 106,42 6,42% 100 -5,89% 94,11

Qual dos dois títulos é mais sensível a alteração na TIR?

GFP – Renda Fixa 50


Títulos de Renda Fixa - Taxas de Juros e o prêmio de risco

Podemos dividir as taxas observadas em diferentes componentes. A composição final é dependente do comportamento de cada
um deles

As taxas construídas como blocos

Tributação

Spread Prêmio de Risco Liquidez

Risco de Crédito

Inflação Implícita
(esperada)
Taxa de
Referência Taxa livre de risco juros
nominais
Taxa de juros reais
projetada

A cotação dos As taxas de juros que remuneram os títulos públicos no mercado embutem um
títulos públicos prêmio de risco que impacta a precificação desses títulos

GFP – Renda Fixa 51


Títulos de Renda Fixa - Termos de mercado

No dia a dia do mercado, alguns termos são utilizados com frequência, para fazer referência a posições abertas nas carteiras

Termo de mercado Significado Cenários Variação no preço

• Taxa de juros sobe • Valorização do título


• Investidor comprado em
Tomado na curva
juros
• Taxa de juros cai • Desvalorização do título

• Taxa de juros sobe • Desvalorização do título


Dado na curva • Investidor vendido em juros
• Taxa de juros cai • Valorização do título

• Taxa de juros sobe • Desvalorização do título


• Investidor comprado no
Comprado em PU
ativo
• Taxa de juros cai • Valorização do título

• Taxa de juros sobe • Valorização do título


Vendido em PU • Investidor vendido no ativo
• Taxa de juros cai • Desvalorização do título

Tomado na curva ou vendido em PU tem o mesmo significado, assim como dado


Equivalência
na curva e comprado em PU

GFP – Renda Fixa 52


Teorias de formação da curva de juros

Há três teorias amplamente aceitas sobre a formação da curva de juros: Pure Expectation, Liquidity Preference and Market
Segmentation

Pure Expectation Theory, Liquidity Preference Theory and Market Segmentation Theory

• Trata-se da teoria mais simples. Atesta que a curva longa de juros é a composição das
taxas curtas de juros. De outra forma, de acordo com essa teoria, a taxa de dois anos é
Pure Expectation
equivalente a taxa de um título com prazo de um ano mais a taxa esperada de um título
de um ano comprado daqui a um ano

• Essa teoria atesta que o investidor espera um prêmio de risco em recompensa ao maior
risco de juros associado a prazos mais longos. Dado que o risco de juros aumenta com o
Liquidity Preference
prazo, espera-se que o prêmio de risco também aumente com o aumento do prazo de
vencimento. Também é conhecida como Biased Expectation Theory

• Atesta que a taxa de juros em cada prazo da curva é resultado das forças de oferta e
Market Segmentation demanda naquele determinado setor. Pode ser usada para explicar qualquer desenho de
curva.

Os Fundos de Previdência tem preferência por setores mais longos da curva, para cumprir suas
Fundos de Previdência metas atuariais. De acordo com a market segmentation theory, se esses fundos criarem uma
força de demanda na parte longa, veremos um fechamento da curva nesse setor

GFP – Renda Fixa 53


Taxas a Termo

Uma taxa a termo é a taxa disponível hoje para um período começando em um instante de tempo futuro

Taxas a termo, cálculo e notação

t0 t1 t2

Taxa à vista de dois anos (z2)

Taxa à vista de um ano (z1) Taxa a termo de um ano


disponível hoje (1y1y)

1 + 𝑧1 ∗ 1 + 1𝑦1𝑦 = (1 + 𝑧2)2
No dia 14/02/2018, o título pré-fixado zero cupom emitido pelo governo com vencimento em 01/01/2021 estava sendo
negociado a uma taxa de 8,76% a.a., enquanto o título pré-fixado zero cupom emitido pelo governo com vencimento em
01/01/2025 estava sendo negociado a 9,86% a.a.. Calcule a taxa a termo entre os dias 01/01/2021 e 01/01/2025

De acordo com a pure expectation theory, como podemos interpretar essa taxa?

GFP – Renda Fixa 54


Tipos de curva

As curvas de juros geralmente são positivamente inclinadas. No entanto, há cenários em que as curvas se tornam flat, ou até
mesmo invertidas

Curva Significado Cenários Investidor

• Exige um maior retonro


• Juros longos maiores para se posicionar em
Positivamente inclinada • Crescimento econômico
que os juros curtos partes mais longas da curva
(maior risco)

• Investidores buscam os
• Juros longos iguais aos investimentos de menor
Curva Flat • Recessão iminente
juros curtos risco (títulos do governo) e
a curva toda fecha

• Investidores buscam os
investimentos de menor
• Juros longos menores
Negativamente inclinada • Recessão risco (títulos do governo) e
que os juros curtos
a curva toda fecha, em
particular a ponta longa

Positivamente Inclinada Curva Flat Negativamente Inclinada

Qual teoria de formação de curva explica melhor as curvas flat e negativamente inclinada?

GFP – Renda Fixa 55


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 56


Precificação de Títulos Públicos

Focaremos nosso aprendizados nos seguintes fatores: Características, Tipos de Títulos, Taxas de Juros, VNA e Data-Base, Taxa
Real x Taxa Nominal, Cotação e VNA

Tesouro
Tesouro IPCA+ Tesouro IGPM+
Prefixado com
Tesouro Pré- com Juros com Juros Tesouro Selic
Juros
Fixado (LTN) Semestrais Semestrais (LFT)
Semestrais
(NTN-B) (NTN-C)
(NTN-F)

Tipo de título Préfixado Préfixado Pósfixado Pósfixado Pósfixado

Taxa de
Juros (yield) Nominal Nominal Real Real Prêmio/Nominal

Indexador Não tem Não tem IPCA IGP-M Selic

VNA - data
base Não tem Não tem 15/07/2000 15/07/2000 01/07/2000

Cupom Anual Não tem 10,00% 6,00% 6,00% Não tem

GFP – Renda Fixa 57


Precificação de Títulos Públicos

Taxas de Juros, VNA e data-base

Tesouro
Tesouro IPCA+ Tesouro IGPM+
Prefixado com
Tesouro Pré- com Juros com Juros Tesouro Selic
Juros
Fixado (LTN) Semestrais Semestrais (LFT)
Semestrais
(NTN-B) (NTN-C)
(NTN-F)

Taxa de
Juros (yield) Nominal Nominal Real Real Prêmio/Nominal

Nominal A taxa de juros informada para estes papéis não considera o efeito da inflação sobre o valor do título

Real A taxa informada reflete a rentabilidade acima da inflação ao qual o título será remunerado.

O indexador de alguns títulos pode não ser atrelado à inflação. Este é o caso da LFT que pode ter, por
Prêmio
exemplo, um deságio que dá ao investidor um ganho adicional sobre a correção pela Selic.

VNA - data
base Não tem Não tem 15/07/2000 15/07/2000 01/07/2000

O VNA facilita o acompanhamento da evolução dos indexadores. Nas suas datas-base os VNAs tinham
como valor R$1.000,00. Desde então, eles vêm sendo atualizados conforme a evolução dos seus
VNA
indexadores. Assim, a variação dos VNA entre duas datas indica qual a variação do indexador ao qual
ele se refere

Data-Base Indica a data de início da atualização do VNA

GFP – Renda Fixa 58


Precificação de Títulos Públicos

Cupom de Juros

Tesouro
Tesouro IPCA+ Tesouro IGPM+
Prefixado com
Tesouro Pré- com Juros com Juros Tesouro Selic
Juros
Fixado (LTN) Semestrais Semestrais (LFT)
Semestrais
(NTN-B) (NTN-C)
(NTN-F)

Não tem Não tem


Cupom Anual (bullet, zero- 10,00% 6,00% 6,00% (bullet, zero-
coupon) coupon)

São pagamentos feitos ao longo da existência dos títulos. Geralmente, são pagos semestralmente. O
seu valor é calculado como sendo o percentual de cada título (ex: NTN-B tem 6,00% ao ano, ou 2,96%
Cupom ao semestre) vezes o VNA calculado para aquela data. As datas de pagamentos de cupons são
retroativas ao vencimento. Assim, para uma NTN-B com vencimento em 15/08/2006, os cupons serão
pagos em 15/08/2006, 15/02/2006, 15/08/2005 e assim sucessivamente

Bullet, zero-
Título que não paga cupom e amortiza 100% do principal no vencimento
coupon

• Cada título tem o seu cupom definido no momento da sua emissão. Atualimente, as NTN-Bs e NTN-
Cs pagam taxa de 6,00% ao ano.
Taxa do
cupom • A exceção é a NTN-C covence em 2031, que paga 12,00% ao ano.

• A NTN-F paga 10,00% ao ano

GFP – Renda Fixa 59


Precificação de Títulos Públicos

Componentes do Preço - Taxa Real x Nominal

Tesouro
Tesouro IPCA+ Tesouro IGPM+
Prefixado com
Tesouro Pré- com Juros com Juros Tesouro Selic
Juros
Fixado (LTN) Semestrais Semestrais (LFT)
Semestrais
(NTN-B) (NTN-C)
(NTN-F)

Cupom Anual Nominal Nominal Real Real Prêmio/Nominal

Monetária Representa a correção da inflação, ou seja, é a reposição da perda do poder de compra do investidor

Real Representa os juros acima da inflação. Assim, é o aumento efetivo do poder de compra do investidor

• É também chamada de taxa aparente porque é obtida pela comparação direta entre o valor de
resgate, sem levar em consideração a perda de poder de compra gerada pela inflação. A taxa
Nominal nominal é formada por uma parte real e outra monetária (que corrige a inflação). Matematicamente
ela é dada por:

1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1 + 𝐼𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 ∗ (! + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙)

GFP – Renda Fixa 60


Precificação de Títulos Públicos

Componentes do Preço - Cotação e VNA

Tesouro
Tesouro IPCA+ Tesouro IGPM+
Prefixado com
Tesouro Pré- com Juros com Juros Tesouro Selic
Juros
Fixado (LTN) Semestrais Semestrais (LFT)
Semestrais
(NTN-B) (NTN-C)
(NTN-F)

VNA - data
base Não tem Não tem 15/07/2000 15/07/2000 01/07/2000

O preço de um título é composto por uma parte relativa à taxa de juros (real ou nominal) ao qual o fluxo será descontado e
outra que é a correção pelo indexador

É o resultado da multiplicação da cotação vezes o VNA. Assim, o preço unitário do título é:


Preço do
Título (PU) 𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 ∗ 𝑉𝑁𝐴
𝑃𝑈 =
100

É o valor presente do fluxo do título, descontado pela taxa de juros informada ou pelo prêmio de
Cotação
deságio

É o valor que corrige o fluxo pelo indexador ao qual o papel é atrelado. Para títulos prefixados (LTN e
VNA
NTN-F) o VNA não é corrigido por nenhum indexador, sendo sempre R$1.000

GFP – Renda Fixa 61


Precificação de Títulos Públicos

Componentes do Preço: PU=Cotação x VNA

O preço unitário do título (PU) é composto por cotação e pela atualização do indexador, o VNA. Assim, PU = (Cotação x
VNA)/100

LTN NTN-F NTN-B NTN-C LFT

Data de
01/01/2020 01/01/2027 15/08/2024 01/04/2021 01/03/2021
Vencimento

DU até o
498 2257 2162 811 788
vencimento*

Taxa de
7,93 9,98 4,86 4,13 0,04
juros a.a.%

Cupom Não tem 10,00% 6,00% 12,00% Não tem

Cotação 86,001 100,49 110,23 107,20 0,00

VNA 1000 1000 3.037,01 3.583,15 9.298,25

PU=Cotação
860,01 1.004,94 3.347,68 3.841,03 9.298,25
/100* VNA

*dias úteis contados a partir de 08/01/2018

GFP – Renda Fixa 62


Precificação de Títulos Públicos

Componentes do Preço - Cálculo da Cotação

• A cotação é o valor presente do fluxo do título, descontado pela taxa de juros ou pelo prêmio de deságio

• Para títulos sem cupom (LTN e LFT), basta trazer a valor presente o valor do vencimento

100
𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 𝑑𝑢
1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252

• A contagem de dias entre duas datas é de dias úteis (DU). Um ano é definido como tendo 252 dias úteis.

• As taxas de desconto adotadas em todos os títulos são taxas adotadas pelo mercado secundário. Assim, o valor do título
varia conforme varia o seu valor de mercado.

• Exemplo: Em 08-01-18 a LTN 010123 estava a 1251 dias úteis do vencimento e com 9,65% de taxa de juros ao ano. Calcule
a cotação

100

Taxa: 9,65%

08 jan 2018
01 jan 2023

63,3

1251 dias úteis

GFP – Renda Fixa 63


Precificação de Títulos Públicos

No dia a dia da gestão de portfolios, é necessário conhecimento pleno da precificação dos títulos, a fim de entender os impactos
da variação nos juros sobre os preços dos títulos

Fundos de investimentos com estratégias conservadoras carregam ativos de baixo risco, entre eles as Letras Financeiras do
Tesouro (LFT), título público indexado à Selic. O gestor responsável pela carteira do fundo está avaliando a compra de uma LFT,
emitida há 83 dias úteis:

1. Calcule o VNA da LFT, sabendo que o fator da Selic acumulada é de 1,02320 e que o VNA na data da emissão da LFT era
equivalente a 9300

𝑉𝑁𝐴 = 9300 ∗ 1,02320 = 9515,76

2. Calcule o preço do título, sabendo que ele é negociado a uma cotação de 99,89

𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 ∗ 𝑉𝑁𝐴 99,89 ∗ 9515,76


𝑃𝑈 = = = 0,9989 ∗ 9515,76 = 9505,29
100 100

Antes que a compra fosse efetivada, notícias negativas divulgadas no exterior fizeram com que o humor do mercado piorasse, o
dólar se valorizou, as taxas de juros nos Estados Unidos caíram e a liquidez nos mercados emergentes diminuiu drasticamente.

1. Dadas essas condições, qual o impacto sobre o prêmio de risco obervado nas taxas de juros no mercado? Devido a quais
fatores?

A aversão ao risco provoca diminuição da liquidez nos mercado emergentes, o que gera prêmio de risco na curva

2. A partir do resultado da primeira questão, qual o impacto sobre a cotação das LFTs? Os títulos passaram a ser negociados a
prêmio ou a desconto?

O prêmio de risco faz com que o valor da cotação caia, portanto o PU do título se desvaloriza, e o mercado passa a negociá-
lo a desconto

GFP – Renda Fixa 64


Precificação de Títulos Públicos

No dia a dia da gestão de portfolios, é necessário conhecimento pleno da precificação dos títulos, a fim de entender os impactos
da variação nos juros sobre os preços dos títulos

Os títulos pré-fixados geram ganhos nas carteiras em cenários de queda nas taxas de juros. Gestores buscam alocação nesses
ativos buscando antecipar ciclos de afrouxamento monetário (corte de juros) e ganhos reais em cenários de baixa inflação
corrente e projetada.

O gestor de um fundo multimercado tem 40% de sua carteira exposta a títulos pré-fixados, após abrir posição comprada em PU
(dado na curva) seguindo o call da mesa de economia de arrefecimento da inflação durante um período prolongado de tempo,
com a compra de LTNs 01/01/2025 a 10,15% a.a..

1. Qual o valor nominal das Letras do Tesouro Nacional?

𝑉𝑁𝐴 = 1000

2. Calcule a cotação a mercado do título e o PU resultante, sabendo que estamos a 1733 du do vencimento e o título está
sendo negociado a 9,75%

100 𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 ∗ 𝑉𝑁𝐴 53,7398 ∗ 1000


𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 1733 = 52,7398 𝑃𝑈 = = = 527,398
100 100
1 + 9,75% 252

3. Calcule a cotação na curva do título e o PU resultante, sabendo que estamos a 1733 du do vencimento

100 𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 ∗ 𝑉𝑁𝐴 51,4367 ∗ 1000


𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 1733 = 51,4367 𝑃𝑈 = = = 514,367
100 100
1 + 10,15% 252

GFP – Renda Fixa 65


Precificação de Títulos Públicos

No dia a dia da gestão de portfolios, é necessário conhecimento pleno da precificação dos títulos, a fim de entender os impactos
da variação nos juros sobre os preços dos títulos

O cenário previsto pela mesa de economia se concretizou, a inflação medida pelo IPCA arrefeceu e as taxas de juros passaram a
se situar em patamares historicamente baixos. Faltando 100 du para o vencimento do título, o fundo ainda mantém a posição, a
curva de juros fechou e o título está sendo negociado a 6%a.a.. Qual o preço de mercado do título? Qual a valorização do ativo,
em taxas anuais, observada durante o período?

100 97,7143 ∗ 1000


𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 100 = 97,7143 𝑃𝑈 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 = = 977,143
100
1 + 6,00% 252

252
977,143 1633
𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 = − 1 = 9,66%
537,398

Também é bastante comum nos referirmos aos movimentos da curva de juros utilizando os termos fechamento de curva e
abertura de curva

Termo de mercado Significado Cenários Variação no preço

• Comprado em PU
• Valorização do título
(dado em taxa)
Fechamento de Curva (ou • Níveis das taxas de juros
taxa) caem • Vendido em PU
• Desvalorização do título
(tomado em taxa)

• Vendido em PU • Valorização do título


Abertura de Curva (ou • Níveis das taxas de juros (tomado em taxa)
taxa) sobem
• Comprado em PU • Desvalorização do título
(dado em taxa)

GFP – Renda Fixa 66


Precificação de Títulos Públicos

Componentes do Preço - Cálculo da Cotação

• Para títulos com cupom, cada fluxo deve ser descontado à taxa de juros para se obter a cotação

0,5 0,5 0,5


1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1
𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 𝐷𝑈1 + 𝐷𝑈2 + ⋯+ 𝐷𝑈𝑛 + 𝐷𝑈𝑛
1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252

• A NTN-B é um título que paga cupom de 6,00% ao ano. O equivalente ao semestre é de 2,96%. (verificar).

• Vale lembrar que a cotação representa o deságio acima do indexador ao que o título é corrigido (qual o indexador da NTN-
B).

• Exemplo: Em 08-01-18 a NTN-B 150535 estava a 4357 dias úteis do vencimento e com 5,20% de taxa de juros ao ano.
Calcule a cotação

Taxa: 5,20% 102,9563

2,9563 2,9563 2,9563 2,9563

08 jan 2018
15 mai 2035

110,01

4357 dias úteis

• A cotação de 110,01 é a que garante a TIR de 5,20% a.a. do fluxo

GFP – Renda Fixa 67


Precificação de Títulos Públicos - VNA LFT

Histórico VNA – O VNA das LFTs é atualizado com base na taxa Selic. Podemos verificar sua evolução com base nos dados entre
15/04/2020 e 15/05/2020

10.625 1,003

10.620
1,0025

10.615
1,002

10.610
1,0015
10.605

1,001
10.600

1,0005
10.595

10.590 1
1-mai
2-mai
3-mai
4-mai
5-mai
6-mai
7-mai
8-mai
9-mai
15-abr
16-abr
17-abr
18-abr
19-abr
20-abr
21-abr
22-abr
23-abr
24-abr
25-abr
26-abr
27-abr
28-abr
29-abr
30-abr

10-mai
11-mai
12-mai
13-mai
14-mai
15-mai
VNA (esq) Índice de Referência - Fator corrigido pela Selic (dir)

GFP – Renda Fixa 68


Precificação de Títulos Públicos - VNA NTN-B

Histórico VNA – O VNA das NTN-Bs são atualizados com base na inflação medida pelo IPCA, e é reajustado três vezes entre os
dias 15 de cada mês, sendo as duas primeiras divulgações do IPCA projeções e a última o IPCA fechado

Projetado ou
Data de Divulgação do IPCA Válido a partir de Válido até
Final

Dia 16 de cada mês Projetado Dia 16 de cada mês Dia 21 de cada mês

Dia 22 de cada mês Projetado Dia 22 de cada mês Dia 09 de cada mês

Dia 08 de cada mês Final Dia 10 de cada mês Dia 15 de cada mês

O IPCA divulgado (projeção e oficial) é utilizado para atualizar o VNA das NTN-Bs entre os dias 15 de cada mês. Assim que uma
nova projeção ou o dado oficial é divulgado, o VNA é atualizado retroativamente

Dia 16 Dia 22 Dia 08

Primeira projeção do Segunda projeção do Divulgação do IPCA


IPCA do mês corrente IPCA do mês corrente oficial do mês anterior
VNA é atualizado pela pelo
VNA é atualizado pela
VNA é atualizado pela dado oficial, desde o dia 15 do
segunda projeção, desde o dia
primeira projeção mês anterior até o dia 15 do
15 do mês corrente
mês corrente
Calcule, com base nos dados abaixo, calcule o VNA das NTN-Bs entre os dias 15/04/2020 e 15/05/2020.

VNA 15/04/2020: 3312,537934

IPCA Válido a partir de Válido até Projetado ou Final


-0,04 16/04/2020 28/04/2020 Projetado
-0,21 29/04/2020 07/05/2020 Projetado
-0,31 08/05/2020 15/05/2020 Final

GFP – Renda Fixa 69


Precificação de Títulos Públicos - VNA NTN-B

Histórico VNA – O VNA das NTN-Bs é atualizado com base nas inflações projetadas e oficial divulgadas ao longo do mês

3.314,00

3.312,00

3.310,00 O VNA projetado e válido a


partir do dia 16/04/2020,
- 0,04%, foi alterado para o
3.308,00 valor projetado de -0,21%,
(ambos para o período entre
os dias 16/04/20 e
3.306,00 15/05/2020). Isso faz com
que vejamos um salto O VNA projetado e válido a
(queda) no valor do VNA partir do dia 29/04/2020,
3.304,00 acumulado, já que o novo - 0,21%, foi alterado para o
valor de atualização é menor valor definitivo de -0,31%,
que a projeção anterior. (ambos para o período entre
3.302,00 os dias 16/04/20 e
15/05/2020). Isso faz com
que vejamos um salto
3.300,00 (queda) no valor do VNA
acumulado, já que o novo
valor de atualização é menor
3.298,00 que a projeção anterior.

3.296,00
15-abr 18-abr 21-abr 24-abr 27-abr 30-abr 3-mai 6-mai 9-mai 12-mai 15-mai
VNA (esq)

GFP – Renda Fixa 70


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 72


Precificação de Títulos Públicos - Calculadora NTN-B e NTN-F

Com base no exposto até aqui, construíremos uma calculadora de títulos públicos para determinação do PU das NTN-Bs e NTN-
Fs

• Para títulos com cupom, cada fluxo deve ser descontado à taxa de juros para se obter a cotação

0,5 0,5 0,5


1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1 + 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 −1 1
𝐶𝑜𝑡𝑎çã𝑜 = 𝐷𝑈1 + 𝐷𝑈2 + ⋯+ 𝐷𝑈𝑛 + 𝐷𝑈𝑛
1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 252

• Cupom da NTN-B: 6% ao ano

• Acessar a cotação dos títulos públicos no site da Anbima - http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

• Calcular o VNA com base no último VNA do período anterior e dados da inflação (truncar na sexta casa decimal)

• Calcular a cotação com base na data do VNA calculado e taxa indicativa negociada da emissão (truncar na quarta casa
decimal)

• Calcular o PU do título com base no VNA e Cotação (truncar na sexta casa)

• Arredondar o fluxo futuro na sexta casa e o fluxo presente na décima segunda casa

• Cupom da NTN-F: 10% ao ano

• Acessar a cotação dos títulos públicos no site da Anbima - http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

• VNA = 1000

• Calcular a cotação com base na data do VNA calculado e taxa indicativa negociada da emissão

• Calcular o PU do título com base no VNA e Cotação (truncar na sexta casa)

• Arredondar o fluxo futuro na sexta casa e o fluxo presente na décima casa

GFP – Renda Fixa 73


Precificação de Títulos Públicos - Sensibilidade

Os títulos de renda fixa são sensíveis a alterações nas taxas de juros que os remuneram. A sensibilidade está relacionada a
fatores como prazo de maturidade e cupom

A Asset do banco JB Morgan possui uma abragente gama de estratégias de investimentos. A mesa de fundos passivos faz a
gestão de portfolios de renda fixa, entre eles fundos indexados a indíces pré-fixados de curto e longo prazo e índices de inflação

Consideremos que os fundos passivos pré-fixados de curto prazo possam ser representados pela NTN-F 01012021 e os de longo
prazo pela NTN-F 01012029.

Uma notícia sobre a inflação americana acima do esperado fez com que surgissem especulações sobre um aumento nas taxas
de juros nos Estados Unidos, o que impactou as taxas brasileiras e deslocou a curva nominal inteira em +100 bps (basis
points), ou +1%

1. Utilize a calculadora de títulos públicos para calcular a variação no preço das NTN-Fs 01012019 e 01012029. Qual
parcela dessa valorização é proveniente do ganho de capital?

2. A partir do resultado anterior, qual a sensibilidade do título para variações na taxa de juros de 100 bps?

Consideremos que os fundos passivos de inflação de curto prazo possam ser representados pela NTN-B 15052019 e os de longo
prazo pela NTN-B 15052035.

Uma notícia sobre a inflação americana fez com que surgissem especulações sobre um aumento nas taxas de juros nos Estados
Unidos, o que impactou as taxas brasileiras e deslocou a curva de juros reais inteira em +100 bps (basis points), ou +1%

1. Utilize a calculadora de títulos públicos para calcular a variação no preço das NTN-Bs 15052019 e 15052035. Qual
parcela dessa valorização é proveniente do ganho de capital?

2. A partir do resultado anterior, qual a sensibilidade do título para variações na taxa de juros de 100 bps?

3. Para uma mesma variação na taxa de juros, quais os títulos mais sensíveis, os de longo prazo ou os de curto prazo?

A Duration é a medida utilizada para cálculo da sensibilidade, ou risco, dos


Duration
títulos de renda fixa.

GFP – Renda Fixa 74


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 77


Crédito Privado - Debêntures

Objetivo das debêntures: captação de recursos de médio e longo prazos para sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de
capital aberto, com fins de investimentos ou refinanciamento

É o único título de renda fixa privado de longo prazo no Brasil. Possui vantagens tais como custo de captação mais baixo e
diversificação do perfil dos credores. Uma emissão de debêntures possui as seguintes características

Característica Detalhamento

Deve ser aprovada em uma AGE • A exceção é a emissão de debêntures simples, ou seja, não conversíveis em
(Assembléia Geral Extraordinária) e a ações e sem garantia, que podem ser deliberadas pelo conselho de
sua ata deve ser tornada pública administração

Deve possuir uma escritura de • A escritura deve especificar todas as condições que a debênture estabelece,
emissão registrada e arquivada em como direitos dos possuidores e deveres dos emitentes, remunerações,
uma Junta Comercial cláusulas restritivas, forma de pagamento, garantias

• Diante da empresa emissora, garantindo que a empresa cumpra as


Agente fiduciário que representa os
cláusulas da escritura de emissão. O agente fiduciário recebe do emissor
debenturistas uma taxa por prestar seus serviços

Banco mandatário é o banco


responsável pela confirmação • Captação de recursos para fins de gestão do custo de capital da empresa,
financeira de todos os pagamentos e alavancagem, rolagem de dívida
movimentações efetuadas pelo emissor

Uma oferta pública de debêntures é semelhante ao processo de lançamento de ações, requerendo


Oferta pública registro na CVM conforme determina sua Instrução n° 400 que dispõe sobre as ofertas públicas de
de Debênture distribuição de valores mobiliários, nos mercados primário ou secundário. A colocação privada de
debêntures não precisa ser registrada na CVM

GFP – Renda Fixa 78


Crédito Privado - Debêntures

A remuneração de uma debênture pode vir através de três formas: pelos juros, pela correção monetária do seu valor nominal
ou pelo prêmio

O emissor define o que ele está considerando em cada um dos casos (juros, correção monetária do valor nominal ou prêmio).

Remuneração das Debêntures

• Esta alternativa de remuneração de uma debênture pressupõe um pagamento periódico


Juros (cupons) de juros (o investidor tem esta entrada de caixa). A taxa de juros é calculada sobre o
valor nominal atualizado pelo indexador da operação

• Também é admitida a emissão de debêntures com cláusula de correção monetária. A


correção monetária atualiza o valor nominal da debênture e deve ter como base os
indexadores dos títulos da dívida pública federal, variação cambial ou índices de preço,
Correção Monetária
podendo ser ajustados por taxa fixa. (Exemplos: IPCA + 9%, Variação Cambial + 5%).
• As emissões com correção monetária atreladas a índices de preço devem observar o
prazo mínimo de um ano para vencimento e repactuação.

• Adicionalmente, a debênture pode pagar prêmio, uma remuneração adicional que eleva a
taxa de retorno da debênture, podendo, inclusive, compensar uma remuneração baixa de
Prêmio juros ou correção monetária. O prêmio da debênture pode ter como base a variação da
receita ou a variação do lucro da companhia emissora. Porém, o prêmio não pode ter
como referencial: índices de preço, taxas de juros ou variação cambial

• A debênture pode incluir: • Qualquer prazo de vencimento; • Amortização (pagamento


Não existe padronização do valor nominal) programada na forma anual, semestral, trimestral, mensal ou
das características deste esporádica, no percentual que a emissora decidir; • Remunerações através de correção
título. monetária ou de juros; • Remunerações através do prêmio (podendo ser vinculado à
receita ou lucro da emissora).

GFP – Renda Fixa 79


Crédito Privado - Debêntures

As formas de remuneração mais comuns no mercado brasileiro são % do CDI e CDI + Spread

IGPM; 1; 0% Outros; 15,6; 2%

DI + Spread; 186,6; 28%

DI %; 362,2; 54%

IPCA; 108,6; 16%


IGPM Outros DI + Spread IPCA DI %

GFP – Renda Fixa Fonte: http://www.debentures.com.br/ - 15/05/2020 80


Crédito Privado - Debêntures - Principais Cláusulas

Além das três formas de remuneração descritas anteriormente, o debenturista pode gozar de outros direitos/atrativos, desde
que estejam na escritura, com o propósito de tornar mais atrativo o investimento neste ativo

Principais Cláusulas

• Uma das cláusulas que podem constar na escritura de emissão da debênture é a que
estabelece a possibilidade de que o investidor possa, em vez de receber o dinheiro
corrigido nas condições previamente estabelecidas, receber o seu equivalente em ações
Conversão da debênture
ordinárias ou preferenciais da companhia, conforme condições de conversão, inclusive
em ações da companhia
quanto à espécie e classe, estabelecidas na escritura de emissão. Os acionistas originais,
neste caso, têm prioridade de compra no lançamento destas debêntures com cláusula de
conversibilidade.

Garantias contra o
• A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real, garantia
inadimplemento da
flutuante, garantia sem preferência (quirografária), ou ter garantia subordinada aos
emissora, que podem ser
demais credores da empresa
reais ou flutuantes

Bônus pelo não


• Os índices de desempenho podem incluir o grau de endividamento, capital de giro, entre
cumprimento de cláusulas
outros
de índice de desempenho

• A empresa emissora da debênture pode repactuar as taxas para o próximo período, caso
isto tenha sido previsto numa cláusula de repactuação de juros na escritura da emissão
Repactuações
da debênture. Repactuação, simplificadamente, é a data onde se inicia uma nova forma
de remuneração da debênture, para um novo prazo definido.

GFP – Renda Fixa 81


Crédito Privado - Debêntures – Cláusulas de resgate
antecipado, Call e Aquisição Facultativa
A escritura das debêntures podem conter cláusulas como o resgate antecipado, opções embutidas ou aquisição facultativa

Cláusulas Descrição Direito Cenário

O resgate permite ao emissor o direito de realizar a compra,


e o debenturista a obrigação de vender ao emissor as
debêntures em seu poder. A cláusula de resgate pode
Resgate • Queda na taxa
explicitar datas específicas em que o emissor possa exercer o • Emissor
Antecipado de juros
direito de resgatar a debênture, ou definir que o emissor
possui o direito de resgatá-la a qualquer instante durante a
vida da debênture

A opção call também dá ao emissor o direito de recomprar as


debêntures, obrigando os investidores a vendê-las pelo valor
pré-estabelecido na Escritura de Emissão. A única diferença
Call (Opção de é que a cláusula da opção call permite que as • Queda na taxa
• Emissor
Compra) debêntures, após a recompra, sejam canceladas, ou de juros
encarteiradas e negociadas no futuro, diferentemente do
resgate antecipado que obriga o emissor a cancelar as
debêntures resgatadas

Possibilidade do emissor adquirir debêntures emitidas por ele


no passado, no mercado secundário, pagando o preço de
Aquisição mercado. Porém, para tanto, o preço de compra (preço de • Queda na taxa
• Emissor
Facultativa mercado) deve ser igual ou inferior ao valor nominal da de juros
debênture e esta possibilidade de compra deve constar do
relatório da administração e das demonstrações financeiras

Para o emissor das debêntures, o resgate antecipado, exercício da call ou aquisição facultativa se
tornam vantajosas no momento em cenários de queda nas taxas de juros, pois a princípio o emissor
Cenários
poderia se financiar a taxas mais baixas de juros. Em contrapartida, o investidor exige uma taxa de
juros mais alta de remuneração

GFP – Renda Fixa 82


Títulos de Renda Fixa – Curva do PU

Vimos anteriormente que a curva que descreve o comportamento do preço em um título de renda fixa com componente de
remuneração pré-fixado possui convexidade positiva. No entanto, quando há uma opção embutida a curva se altera

A curva do PU em títulos que possuem opções embutidas

Títulos perpétuos (sem vencimento) em geral possuem opções de compra, cláusulas de resgate antecipado ou aquisição
facultativa previstas em suas escrituras

Preço

Opção entra no dinheiro


A curva é em taxas iguais ou
modificada para menores. O valor da
taxas de juros mais opção é detido pelo
baixas emissor do título

Taxa de
Juros

A precificação de títulos com opções embutidas deve levar em consideração o


Precificação
efeito da variação do preço da opção

GFP – Renda Fixa 83


Yield to Maturity, Yield to Call e Yield to Worst

As escrituras possuem um calendário especificando as datas em que as opções poderão ser exercidas. Há casos em que a
recompra poderá ser efetuada a qualquer instante durante a vida da debênture

Cálculo dos diferentes Yields

First Call Date Second Call Date Vencimento

t0 c1 c2 t2

Yield to First Call

Yield to Second Call

Yield to Maturity

Yield to Worst é o yield mais baixo, quando comparamos todos os yields


Yield to Worst
calculados (pior cenário)

GFP – Renda Fixa 84


Yield to Maturity, Yield to Call e Yield to Worst - Exemplo

Utilizaremos um exemplo hipotético para ilustar o cálculo do yield to call

Yield to Call - Exemplo

Consideremos um título de renda fixa com valor de face 100, prazo de maturidade de 10 anos e cupom de juros anual de 5%.
Sua escritura prevê uma opção de compra de acordo com o calendário abaixo:

Data da Opção de Compra Preço de Exercício

Oitavo ano 102

Nono ano 101

Sabendo que o bond foi precificado na emissão a 97,5 (desconto), calcule o Yield to First Call, Yield to Second Call, Yield to
Maturity e Yield to Worst

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC7 FC8

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC7 FC8 FC9

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC7 FC8 FC9 FC8

GFP – Renda Fixa 85


Crédito Privado - Debêntures – Cláusula de Vencimento
Antecipado
O agente fiduciário, no exercício de sua função e proteção dos debenturistas pode, observada as condições da escritura,
declarar antecipadamente vencida a debênture

A declaração de vencimento antecipado da debênture, em caso de inadimplemento da companhia, das obrigações assumidas
na escritura da emissão, podem ser, entre outros

Protestos legítimos e reiterados


Falta de pagamento, nas
Transferência do controle da contra a emissora, cujo valor
respectivas datas de
emissora, sem a aprovação agregado ultrapasse
vencimento, de remuneração e
prévia dos debenturistas determinado valor definido na
principal
escritura

Falta de cumprimento pela


Liquidação ou decretação de
Pedido de concordata preventiva emissora de qualquer obrigação
falência
prevista na escritura

Vale mencionar que, dependendo da falta incorrida pela emissora, o agente


Penhora, arresto ou seqüestro
fiduciário deve convocar uma assembléia de debenturistas para então decidir
de bens da emissora
pelo vencimento antecipado

GFP – Renda Fixa 86


Debêntures - Garantias

A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real, garantia flutuante, garantia sem preferência
(quirografária), ou ter garantia subordinada aos demais credores da empresa

A garantia real, fornecida pela emissora, pressupõe a obrigação de não alienar ou onerar o bem
Garantia Real registrado em garantia, tem preferência sobre outros credores, desde que averbada no registro. É
uma garantia forte

Assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos
bens que compõem esse ativo. Ela marca lugar na fila dos credores, e está na preferência, após as
Garantia
garantias reais, dos encargos trabalhistas e dos impostos. É uma garantia fraca, e sua execução
Flutuante
privilegiada é de difícil realização, pois caso a emissora esteja em situação financeira delicada,
dificilmente haverá um ativo não comprometido pela companhia

A garantia quirografária, ou sem preferência, não oferece privilégio algum sobre o ativo da emissora,
Garantia
concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirografários (sem preferência), em
quirografária
caso de falência da companhia.

Garantia A garantia subordinada, na hipótese de liquidação da companhia, oferece preferência de pagamento


subordinada tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

Por ordem de preferência, no caso de falência, teríamos a seguinte prioridade para o recebimento:

I. Créditos derivados da legislação do trabalho


II. Créditos com garantia real (ex: debênture com garantia real)
III. Créditos tributários, excetuadas as multas tributárias
IV. Créditos com privilégio especial
V. Créditos com privilégio geral (ex: debênture com garantia flutuante)
VI. Créditos quirografários (ex: debêntures com garantia quirográfica)
VII. As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas
VIII.Créditos subordinados (ex: debêntures com garantia subordinada)

GFP – Renda Fixa 87


Debêntures - Cláusulas Protetoras

Além das garantias descritas acima o debenturista também pode ser protegido por “cláusulas protetoras” ("covenants") que
podem antecipar o vencimento da debênture

Cláusulas Protetoras Descrição

Limitando ou proibindo certas ações da empresa como limite de dividendos pagos,


Cláusulas Negativas comprometimento de ativos com outras dívidas, proibição de fusões e venda de ativos sem
autorização, entre outras

A obrigação de manter um nível mínimo de capital de giro, grau de endividamento máximo,


Cláusulas Positivas
fornecimento periódico de demonstrações financeiras, entre outras

Significa obrigacões extraordinárias do emissor, além das garantias, que caso não sejam
cumpridas, podem gerar penalidades, como pagar um prêmio adicional, ou declarar
Covenants
antecipadamente vencida a debênture, Para o investidor, são garantias adicionais e um
comprometimento maior da empresa

Quer dizer que se uma dívida do emissor vencer e ele ficar inadimplente, as debêntures também
estarão vencidas automaticamente. O contrário é verdadeiro, ou seja, se ele não pagar a
Cross Default
debênture, ou os juros, as outras dívidas podem ser declaradas vencidas automaticamente. É
como se fosse um “bloco único” de obrigações inter-relacionadas.

GFP – Renda Fixa 88


Debêntures - Agente Fiduciário e Assembléia de Debenturistas

A função do agente fiduciário é proteger o interesse dos debenturistas exercendo uma fiscalização permanente e atenta,
verificando se as condições estabelecidas na escritura da debênture estão sendo cumpridas

Agente Fiduciário

A emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente fiduciário. Esse agente deve ser ou uma pessoa natural
capacitada ou uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central para o exercício dessa função e que tenha como objeto
social a administração ou a custódia de bens de terceiros. Possui, entre outras funções:

I. Proteger os direitos e interesses do debenturista


II. Verificar se a emissora cumpre os limites de emissão
III. Verificar se a prestação de informações obrigatórias pela emissora está sendo feita no momento correto e com veracidade
IV. Verificar se as garantias estão convenientemente constituídas
V. Declarar a debênture antecipadamente vencida e cobrar os valores devidos em caso do não cumprimento das condições
estipuladas na escritura da debênture
VI. Executar as garantias reais e pagar proporcionalmente os debenturistas
VII. Requerer falência do emissor
VIII. Tomar qualquer providência para que os debenturistas recebam seus direitos
IX. Representar os debenturistas no processo de falência, concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial; entre outras

Assembléia Geral de Debenturistas - AGD

• Os debenturistas podem se reunir em assembléia para decidir sobre matéria de seu interesse. A assembléia dos
debenturistas é regida pelos mesmos dispositivos legais de uma assembléia de acionistas.

• A assembléia deve ser regularmente convocada, com um edital de convocação publicado em 3 edições de jornais, iniciando-
se a publicação 15 dias antes da reunião, sendo a última convocação publicada obrigatóriamente na véspera da reunião

• O quorum mínimo para se instalar uma assembléia em primeira convocação é de 50% das debêntures em circulação. Não se
realizando a assembléia, por falta de quorum, deverá ser convocada uma nova assembléia, em segunda convocação, com
antecedência mínima de oito dias. A segunda convocação pode ser instalada com qualquer quorum

• A assembléia de debenturistas pode ser convocada pelo agente fiduciário, pelo emissor das debêntures, pelos debenturistas
desde que totalizem no mínimo 10% das debêntures e pela CVM

GFP – Renda Fixa 89


Emissão 400 e 476

O acesso ao mercado de capitais deve seguir alguns procedimentos básicos definidos pela CVM (Comissão de Valores
Imobiliários)

Há hoje duas formas de acessar o mercado de capitais: via oferta pública pela IN CVM 400 ou via IN CVM 476
O primeiro passo para uma oferta pública é o registro da Companhia na CVM (registro de companhia de capital aberto). Após
este registro, a Companhia definirá se sua emissão seguirá as regras da IN 400 ou IN 476, conforme o caso

Abrangência Registro da Número de


Prospecto
Público Alvo Oferta Investidores

Ilimitada,
qualquer Há a necessidade de preparação do
investidor PF ou PJ O número de prospecto, que entre outras exigências
Deve haver uma
pode participar da investidores que contidas na IN 400, deverá conter:
análise prévia pela
oferta. podem participar
IN 400 CVM, além do
da oferta pública • Sumário do Emissor
registro da oferta
Não há qualquer da IN 400 é • Fatores de Risco
no referido órgão
restrição à ilimitado • Destinação do recurso
negociação dos • Demonstrações Financeiras
papéis ofertados

São os
Pode ser feita para
Investidores
no máximo 75
Profissionais, que
(setenta e cinco)
são pessoas
* Não há análise investidores, * Há a dispensa de publicação de
físicas ou jurídicas
IN 476 prévia ou registro sendo que até 50 prospecto, o que reduz o custo na
que possuem
pela CVM. (cinquenta) preparação da oferta
investimentos
podem investir
financeiros igual
(esforços
ou superior a 10
restritos)
milhões de reais

* Como não há análise ou registro pela CVM e dispensa de publicação do prospecto, a emissão 476 é mais rápida e menos
burocrática

GFP – Renda Fixa 90


Projetos e Emissões Incentivadas - Lei 12.431

A Lei 12.431/11 é uma iniciativa do governo brasileiro com o objetivo de ampliar as alternativas de financiamento da economia
e promover o mercado de capitais como fonte de recursos de longo prazo, especialmente para projetos de infraestrutura

Artigos 01 e 02 - Lei 12.431/11

Art. 1o Fica reduzida a 0 (zero) a alíquota do imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos definidos nos termos da
alínea a do § 2º do art. 81 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, quando pagos, creditados, entregues ou remetidos a
beneficiário residente ou domiciliado no exterior, exceto em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima
inferior a 20% (vinte por cento), produzidos por: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013)

§ 2º (art. 81 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 ) Para os efeitos deste artigo, consideram-se:

a) rendimentos: quaisquer valores que constituam remuneração de capital aplicado, inclusive aquela produzida por títulos
de renda variável, tais como juros, prêmios, comissões, ágio, deságio e participações nos lucros, bem como os resultados
positivos auferidos em aplicações nos fundos e clubes de investimento de que trata o art. 73;

Art. 2o No caso de debêntures emitidas por sociedade de propósito específico, constituída sob a forma de sociedade por ações,
dos certificados de recebíveis imobiliários e de cotas de emissão de fundo de investimento em direitos creditórios, constituídos
sob a forma de condomínio fechado, relacionados à captação de recursos com vistas em implementar projetos de investimento
na área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como
prioritários na forma regulamentada pelo Poder Executivo federal, os rendimentos auferidos por pessoas físicas ou jurídicas
residentes ou domiciliadas no País sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda, exclusivamente na fonte, às seguintes
alíquotas: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Produção de efeito) (Regulamento)

I - 0% (zero por cento), quando auferidos por pessoa física; e

II - 15% (quinze por cento), quando auferidos por pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, pessoa jurídica isenta ou optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional).

• Entende-se por projetos de infraestrutura: logística e transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações,
radiodifusão, saneamento básico e irrigação

• As DIs devem ainda cumprir com alguns pré-requisitos em suas características, como por exemplo, prazos médios acima de
4 anos, entre outras

GFP – Renda Fixa 92


Comparativo entre debêntures comuns e debêntures
incentivadas
Para fins de comparação entre uma debênture comum e uma incentivada, devemos ajustar as taxas de remuneração dos
produtos incentivados

Gross-Up e liquidez

O gross-up de uma taxa, é o cálculo da taxa equivalente caso houvesse a incidência de IR e IOF

Exemplo - Há duas opções de investimentos em debêntures de risco semelhante, de acordo com os dados abaixo:

Debênture empresa X – Pré-fixada – Zero Coupon

• Taxa de remuneração: 10%

• Prazo: 3 anos

• Volume: R$150 MM

• Rating: AA

Debênture empresa Y – Pré-fixada – Zero Coupon (Incentivada)

• Taxa de remuneração: 9%

• Prazo: 3 anos

• Volume: R$200 MM

• Rating: AA

Qual dos dois papéis possuem uma taxa de retorno mais atrativa?

Como podemos comparar a liquidez entre os dois papéis? Há alguma diferença pelo fato de uma ser incentivada e a outra não?

Quais são os principais players desses dois mercados?

GFP – Renda Fixa 93


Emissão Primária - Bookbuilding

Para colocação das debêntures no mercado, é comum a utilização do processo de bookbuilding (emissão primária)

Bookbuilding

Na emissão primária da debênture, a instituição financeira responsável pela distribuição, sozinha ou em conjunto com outras
instituições, pode realizar o processo de bookbuilding, que nada mais é do que uma espécie de “leilão” para a definição dos
juros que a debênture irá remunerar

Este processo pressupõe a existência de uma demanda pela debênture superior à quantidade ofertada. Do contrário, a taxa de
juros máxima definida vai prevalecer

1. Definição da taxa de 2. Investidores interessados 3. Definição da taxa de 4. Rateio de Montantes


juros máxima fazem as propostas retorno

1. A instituição 3. À medida que a soma das


financeira responsável propostas atinge o montante
pela distribuição define, ofertado, define-se a taxa de
juntamente com a retorno, de tal forma que
emissora, a taxa de essa taxa seja a mínima
juros máxima que a (pois o emissor quer pagar o
debênture irá remunerar menor retorno possível) e
que todo o montante de
2. A partir daí, o debêntures seja vendido
investidor interessado em 4. Caso mais de um
adquirir o título, faz a investidor tenha feito
proposta do montante e proposta com taxa de
da taxa mínima que ele retorno igual à taxa de
gostaria de ter como “de corte”, eles terão seus
remuneração montantes rateados

GFP – Renda Fixa 94


Emissão Primária – Bookbuilding - Exemplo

Ilustraremos o processo de bookbuilding através do exemplo abaixo

Bookbuilding

• Quantidade de debêntures ofertada: 10.000

• Taxa de juros máxima: 11,00%

Propostas Recebidas Soma das Propostas Taxa de Juros

3.000 3.000 9,90%

5.000 8.000 10,00%

4.000 12.000 10,30% - taxa de corte

15.000 27.000 10,50%

18.000 45.000 10,80%

20.000 65.000 10,90%

Rateio de 2.000 debênture entre 4.000 debêntures demandadas: 50%

Portanto, a debênture terá como juros a taxa de 10,30%, e os investidores que demandaram a taxa de 10,30% (4.000),
levarão somente 50% deste valor. Os investidores que demandaram uma taxa menor, levarão integralmente o montante
proposto, na taxa de juros definida pelo bookbuilding, ou seja, 10,30% (ou seja, todos os investidores que propuseram uma
taxa de remuneração menor do que a taxa de corte, acabam comprando o valor integral de suas propostas à “taxa de corte”)

GFP – Renda Fixa 95


Crédito Privado - Notas Promissórias

A Nota Promissória Comercial (Commercial paper) é um título privado de financiamento de curto ou médio prazo de companhias
não financeiras

Uma companhia só pode emitir uma Nota Promissória Comercial, caso seu índice de endividamento (Passivo Circulante mais
Exigível a Longo Prazo, sobre Patrimônio Líquido), incluindo as novas Notas Promissórias a serem emitidas, não exceda a 1,2

• A venda de nota promissória comercial necessita obrigatoriamente de uma instituição financeira


atuando como agente colocador, podendo ser uma distribuidora ou corretora
Características
• A nota promissória comercial não possui garantia real, por isso é um instrumento para empresas com
Gerais
bom conceito de crédito
• A nota promissória comercial deve ser nominativa podendo circular através de endosso

• O prazo mínimo da NP é de 30 dias


• O prazo máximo da NP é de 180 dias para S.A. de capital fechado e 360 dias para S.A. de capital
Prazo
aberto
• A NP possui uma data certa de vencimento

• A nota promissória comercial pode ser negociada no mercado secundário e ser recomprada pelo
Liquidez
emissor (desde que tenha a anuência do titular), após 30 dias

Forma de
• Deve estar estipulado na nota promissória a data, o local e a forma de pagamento do resgate
resgate

• A nota promissória não possui cupom de juros. Seu rendimento pode ser pré-fixado (na forma de
Rentabilidade deságio em relação ao valor de face da NP na época de sua negociação), ou pós-fixado (na forma de
correção do valor de face) por indexadores, como: DI, SELIC, TR e TJLP

• A nota promissória comercial tem que ser registrada na CVM, ter anúncios de distribuição publicado
Registro em jornais, além de ter prospecto colocado à disposição dos investidores. Não é necessária a figura do
agente fiduciário para emissão da nota promissória

GFP – Renda Fixa 96


Crédito Privado - Agências de Risco

Uma agência de classificação de risco de crédito é uma empresa que qualifica determinados produtos financeiros tanto de
empresas, como de governos ou países, avalia, atribui notas e classifica esses países, governos ou empresas. A nota de
crédito reflete a perda esperada do título.

Perda Esperada = Probabilidade de Default x Severidade da Perda

COMO A S&P ATRIBUI NOTAS DE CRÉDITO

• AAA: rating mais alto atribuído pela S&P. Devedor tem capacidade extremamente
forte para honrar seus compromissos financeiros
• AA: capacidade muito forte para honrar compromissos
• A: capacidade forte para honrar seus compromissos, mas é mais suscetível a
efeitos adversos de mudanças na economia
• BBB: capacidade adequada para honrar compromissos, mas condições
econômicas adversas podem levar a um enfraquecimento na capacidade de
pagamento
• BB: primeiro grau de rating especulativo. Devedor é menos vulnerável no curto
prazo do que os devedores com ratings mais baixos. No entanto, enfrenta grandes
incertezas no momento e exposição a condições adversas poderiam levá-lo a uma
capacidade inadequada para honrar compromissos
• B: atualmente tem capacidade para honrar seus compromissos financeiros, mas
condições adversas de negócios, financeiras ou econômicas provavelmente
prejudicariam a capacidade e a disposição de pagamento
• CCC: atualmente vulnerável e dependente de condições favoráveis para honrar
seus compromissos financeiros
• CC: devedor está atualmente altamente vulnerável. A avaliação CC é utilizada
quando o default ainda não ocorreu, porém a S&P espera que seja praticamente
certo
• R: devedor avaliado como R está sob supervisão regulatória em decorrência de
sua condição financeira
• SD e D: devedor avaliado como SD (default seletivo) ou D está em default em
uma ou mais de suas obrigações financeiras, incluindo obrigações financeiras
avaliadas ou não. O rating ‘D’ também será usado quando a Standard & Poor’s
acredita que o default será geral e que o devedor não conseguirá pagar todas, ou
quase todas, as suas obrigações no vencimento

• O que é um rating local e o que é um rating global?

GFP – Renda Fixa 97


Crédito Privado - Agências de Risco

Uma agência de classificação de risco de crédito é uma empresa que qualifica determinados produtos financeiros tanto de
empresas, como de governos ou países, avalia, atribui notas e classifica esses países, governos ou empresas. A nota de
crédito reflete a perda esperada do título.

EBITDA interest
Debt/Equity FCF/Debt ROE Debt/EBITDA
coverage

ABC 50% 75% 20% 2 18x

Indústria 42% 24% 7% 3 6x

Melhor/Pior P M M M M

Muito provavelmente a empresa ABC deveria ter um rating:

1. Abaixo da indústria

2. Acima da indústria

3. Igual ao da indústria

GFP – Renda Fixa 98


Crédito Privado e os fundos de crédito

As mesas de gestão do crédito privado nas Assets avaliam a taxa da emissão dos títulos vs o rating atribuído a elas. Após a
comparação, tomam a decisão sobre o investimento

Curva de Crédito da Asset

Taxa
CCC

B
B

BBB

BBB
AAA
AAA

Quais emissões estão caras, de acordo com a curva do banco?

Quais emissões estão baratas, de acordo com a curva do banco?

Prazo

GFP – Renda Fixa 99


Os quatro Cs do crédito – análise do crédito

A análise do crédito tem quatro dimensões - Capacidade, Colateral, Covenants e Caráter

Capacidade
Colateral
• Habilidade em servir o crédito
• Remete às garantias do crédito
• Uso de índices financeiros (Rentabilidade e
fluxo de caixa, alavancagem, cobertura)

Caráter
Covenants
• Habilidade da gestão em para a
• Afirmativos: o que o emissor deve fazer administração do negócio e implementação
da estratégia
• Negativos: o que o emissor não pode fazer

GFP – Renda Fixa 100


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 101


Precificação - Calculadora Debêntures % DI

A partir dos dados da escritura de emissão de uma debênture, podemos estabelecer o seu fluxo e calcular o seu PU trazendo o
fluxo de caixa a valor presente

Acessaremos a deliberação número 19 do Conselho de Regulação e Melhores Práticas de Negociação de Instrumentos


Financeiros para exemplificar o cálculo do PU de uma debênture % DI

• Emissor: Iguatemi Empresa de Shopping Centers AS • Data de Liquidação da operação: 11/05/2011


• Código: IGTA11 • Taxa de Desconto (TIR): 108,5262%
• Data de Emissão: 01/06/2007 • Data do último pagamento de juros: 01/12/2010
• Data de Vencimento: 01/06/2014 • Dp – dias úteis desde o último pagamento: 111
• Liquidação: D+0
• Índice de Correção: % DI • Fator de Juros: 1,05283756
• Taxa de Remuneração: 110% • PU Par: R$10.000 * 1,05283756
• Valor Nominal de Emissão: R$10.000 • PU da operação: 10.560,154394

Dias úteis
Data de Dias úteis Expectativa Pagamento Pagamento Pagamentos
entre
Evento Liquidação entre de Juros de Juros de Principal Descontados
liquidação e
do Evento pagamentos (%) (R$) (R$) (R$)
do evento

Juros 01/06/2011 15 126 11,89 606,106056 601,723286

Juros 01/12/2011 241 126 12,25 658,429077 613,811390

Juros, Amort 01/06/2012 268 127 12,44 682,677453 3.333,33 3.507,716610

Juros 03/12/2012 394 126 12,51 451,684252 369,807450

Juros, Amort 03/06/2013 517 123 12,53 438,382209 3.333,33 2.899,956046

Juros 02/12/2013 646 129 12,46 222,857616 160,749842

Juros, Amort 02/06/2014 769 123 12,44 214,800567 3.333,33 2.406,389770

GFP – Renda Fixa 102


Precificação - Calculadora Debêntures DI + Spread

A partir dos dados da escritura de emissão de uma debênture, podemos estabelecer o seu fluxo e calcular o seu PU trazendo o
fluxo de caixa a valor presente

Acessaremos a deliberação número 19 do Conselho de Regulação e Melhores Práticas de Negociação de Instrumentos


Financeiros para exemplificar o cálculo do PU de uma debênture DI + Spread

• Emissor: Cia Saneamento Básico SP - SABESP • Data de Liquidação da operação: 11/05/2011


• Código: SBSP1A • Taxa de Desconto (TIR): 1,4686%
• Data de Emissão: 01/03/2010 • Data do último pagamento de juros: 01/03/2011
• Data de Vencimento: 01/03/2015 • Dp – dias úteis desde o último pagamento: 47
• Liquidação: D+0
• Índice de Correção: DI + Spread • Fator de Juros: 1,024519779
• Taxa de Remuneração: DI + 1,95% • PU Par: R$1.000 * 1,024519779
• Valor Nominal de Emissão: R$1.000 • PU da operação: 1035,868097

Dias úteis
Data de Dias úteis Expectativa Pagamento Pagamento Pagamentos
entre
Evento Liquidação entre de Juros de Juros de Principal Descontados
liquidação e
do Evento pagamentos (%) (R$) (R$) (R$)
do evento

Juros 01/09/2011 80 127 12,14 69,005551 66,233388

Juros 01/03/2012 204 124 12,35 69,720106 62,703573

Juros 03/09/2012 333 129 12,49 73,734093 61,909615

Juros, Amort 01/03/2013 454 121 12,52 68,510098 333,33 316,483737

Juros 02/09/2013 582 128 12,51 47,996450 35,347512

Juros, Amort 05/03/2014 709 127 12,43 46,293644 333,33 262,048971

Juros 01/09/2014 833 124 12,44 23,258441 15,042820

Juros, Amort 02/03/2015 959 126 12,46 23,797467 333,33 216,098481

GFP – Renda Fixa 103


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 104


Crédito Privado - FIDC

A sigla FIDC significa Fundo de Investimento em Diretiros Creditórios

Um FIDC é estruturado para servir de veículo para a compra de créditos ou recebíveis. O pagamento do crédito remunera o
FIDC, de tal forma que sua rentabilidade está relacionada à taxa de antecipação dos recebíveis

Clientes
Empresas
1. Empresas vendem produtos e ou
serviços a prazo para clientes

Clientes geram direitos creditórios

4. Envio dos direitos


creditórios para o 6. No vencimento clientes
custodiante que pagam ao FIDC em conta
2. Empresas
autoriza a compra corrente mantida no custodiante
cedem
direitos
creditórios FIDC
Investidores
3. FIDC
emite cotas
5. FIDC paga
Fundo de
cessão Investimentos
em Direitos Investidores
adquirem
8. FIDC paga amortização Creditórios cotas
ou resgate de cotas
subordinadas
7. FIDC paga amortização ou
resgate de cotas sêniores

GFP – Renda Fixa 105


Crédito Privado - FIDC

Os recebíveis podem ser cedidos por quaisquer empresas que tenham valores a receber e queiram adiantar o recebimento do
recurso

1. O emissor é titular de direitos de crédito;

2. A gestora lança um Fundo de Investimento em Direitos Lastro


Creditórios;

3. O emissor cede os créditos (cedente) ao Fundo de


Investimento em Direitos Creditórios;

4. No mesmo ato da cessão, o FIDC realiza o pagamento


do preço de aquisição ao emissor;

5. Os pagamentos serão feitos diretamente na conta do


FIDC no banco cobrador o qual transfere diretamente
para a conta do FIDC no banco custodiante
(custodiante);
Recebíveis FIDC
6. Com os recursos recebidos, o FIDC compra novos
direitos de crédito e/ou amortiza suas quotas.

• Cedente: Empresa que cede o direito creditório, ou


recebível

• Cessionário: Aquele que se beneficia ou é adquirente de


certa cessão

• Cota de classe sênior: aquela que não se subordina às


demais para efeito de amortização e resgate

• Cota de classe subordinada: aquela que se subordina às


demais para efeito de amortização e resgate

GFP – Renda Fixa 106


Crédito Privado - FIDC

Iremos utilizar um caso real para esclarecer o processo de remuneração das cotas de um FIDC e a relação cota sênior / cota
subordinada

No mercado de seguros de automóveis, as oficinas credenciadas submetem os orçamentos realizados às seguradoras para
aprovação, antes de darem início aos reparos e compra de peças

O pagamento é realizado no prazo de 30 dias, ou seja, após a aprovação, a oficina passa a ter direito de recebimento de um
crédito por parte da seguradora

A gestora ANTECIPA prôpos uma estrutura, a partir da constituição de um FIDC, em que as oficinas poderiam antecipar esses
recebíveis, para não terem que aguardar o prazo de 30 dias

O FIDC será composto de cotas sênior e subordinada, que serão distribuídas ao mercado. Calcule a rentabilidade da cota
subordinada com base nos dados fornecidos na planilha

1. Oficinas emitem orçamento para


aprovação
Oficinas Seguradoras

Seguradoras aprovam os orçamentos e


geram o direito creditório
2. Oficinas 5. No vencimento seguradoras
cedem pagam ao FIDC em conta
direitos corrente mantida no custodiante
creditórios
FIDC 3. FIDC
emite cotas
4. FIDC paga
cessão Fundo de Investidores

Investimentos Investidores
em Direitos adquirem
cotas 6. FIDC paga amortização ou
Creditórios resgate de cotas sêniores e sub.

GFP – Renda Fixa 107


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 108


Benchmark - Conceito

Benchmark pode ser definido como um ponto padrão de referência para mensuração de qualidade, valor, ou outras medidas

Aplicando esse conceito geral às finanças, um benchmark é uma coleção de ativos ou fatores de risco e pesos associados que
representam as principais características de uma classe de investimentos ou estratégia de gestão

Benchmark Índice ou Referência

Construção da
Mensuração da
Escolha do carteira com Ajustes na
performance ou
Benchmark base no carteira
rentabilidade
benchmark

Classes de Ativos A escolha do benchmark está associada à


estratégia que será implementada pela carteira
de investimentos
Benchmark Risco
Através do benchmark inferimos informações a
respeito da classe de ativos, risco e
Retorno Esperado performance esperada

GFP – Renda Fixa 109


Principais Benchmarks da Renda Fixa

Quando falamos de estratégias de renda fixa, elencamos alguns benchmarks utilizados com maior frequência nas gestoras de
recursos

O CDI é o índice mais O IMA (Índice de


comum na indústria de Mercado ANBIMA) é
fundos, sendo utilizado uma família de índices
como referência nas CDI de renda fixa que
estratégias representam a dívida
multimercado, renda pública por meio dos
fixa passiva, semi- preços a mercado de
ativa e ativa, e fundos uma carteira de títulos
benchmark free. IMA-S IMA-Geral públicos federais.

Principais
índices de
Renda Fixa

IRFM IMA-B

O CDI pode ser Os subíndices do IMA


considerada o custo de são determinados
oportunidade para o pelos indexadores aos
IMA-C
investidor quais os títulos são
atrelados

GFP – Renda Fixa 110


Índices Anbima - IMA

O IMA (Índice de Mercado ANBIMA) é uma família de índices de renda fixa que representam a dívida pública por meio dos
preços a mercado de uma carteira de títulos públicos federais

Os subíndices do IMA são determinados pelos indexadores aos quais os títulos são atrelados

IMA-B5
IMA-B Prazo < 5 anos
Indexados ao IPCA
Composição: NTN-B IMA-B5+
Prazo > 5 anos

IRFM-1
IRFM Prazo < 1 ano IMA-GERAL ex-C
Pré-Fixados Exclui títulos indexados ao
Composição: LTN e NTN-F IRFM-1+ IGP-M
Prazo > 1 ano
IMA-GERAL
IMA-S
Pós Fixados pela taxa
IMA-S
Selic
Composição: LFT

IMA-C5
IMA-C Prazo < 5 anos
Indexados ao IGPM
Composição: NTN-C IMA-C5+
Prazo > 5 anos

Além disso, são divulgados diariamente:

• IMA-Geral ex-C: Carteira que exclui títulos indexados ao IGP-M (NTN-C), por conta da não emissão de novos títulos
e baixa liquidez observada no segmento

• IRF-M 1 e IRF-M 1+; IMA-B 5 e IMA-B 5+: Segmentações dos subíndices IRF-M e IMA-B segundo o prazo de seus
componentes, de forma a atender aos diferentes perfis de maturidade

GFP – Renda Fixa 111


Fundos de Investimentos

Um fundo de investimento é uma forma de aplicação financeira, formada pela união de vários investidores que se juntam para a
realização de um investimento financeiro
É constituído tal qual um condomínio, visando um determinado objetivo ou retorno esperado, dividindo as receitas geradas e as
despesas necessárias para o empreendimento

Fluxo dos Recursos para composição das carteiras dos fundos

Investidores Fundos de Investimentos Carteira dos Fundos


Alocação
Recursos Fundos DI

Fundos Renda Fixa

Fundos Renda Variável

Fundos Multimercado

Gestor aloca de
Escolha dos
Disponibilidade Gestor recebe os acordo com a
fundos para
de recursos recursos no fundo estratégia do
alocação
fundo

• Os fundos de investimentos via de regra possuem benchmarks associados às suas carteiras, e


Benchmarks e as a performance do fundo passa a ser comparada a esse benchmark, para fins de observação da
estratégias de consistência e eficiência da estratégia
investimentos
• Benchmarks dos fundos de renda fixa mais comuns: CDI e família IMA

GFP – Renda Fixa 112


Fundos de Investimentos - Estratégia Passiva

Os fundos que implementam uma estratégia passiva de alocação são também conhecidos como fundos indexados

O objetivo dos fundos indexados é replicar um determinado benchmark. O sucesso de uma estratégia indexada é medido pela
aderência da carteira ao benchmark

Evolução de da cota de um fundo indexado vs bench

148,00 IMA-B5+: 42,06%

Podemos medir a
138,00 performance dos
benchmarks através dos
seus números índices
128,00 Os índices da família IMA
são calculados pela ANBIMA

118,00 Itaú RF IMA-B5+


FICFI: 39,3%

108,00

98,00

88,00

78,00
ago-13

ago-14

ago-15

ago-16
mai-13

mai-14

out-14

mai-15

mai-16
out-13

dez-13

dez-14

out-15

dez-15

out-16

dez-16
jun-13

nov-13

jun-14

jun-15

jun-16
fev-13
abr-13

set-13

jan-14
fev-14
abr-14

set-14

nov-14

jan-15
fev-15
abr-15

set-15

nov-15

jan-16
fev-16
abr-16

set-16

nov-16

jan-17
mar-13

jul-13

mar-14

jul-14

mar-15

jul-15

mar-16

jul-16
IMA-B5+ Itaú RF Imab5+ FICFI

GFP – Renda Fixa 113


Fundos de Investimentos - Estratégia Passiva

Para mensuração da aderência de um fundo passivo ao seu benchmark, é feito o cálculo do tracking error do fundo em relação
ao benchmark

O tracking error é medido através do cálculo do desvio padrão da diferença de retorno entre o fundo e seu benchmark

Análise de aderência - Fundos indexados de Renda Fixa

1. Dados os fundos abaixo e benchmarks correspondentes, calcule os seguintes dados, para o período entre 12/06/17 e
14/02/18: alpha, volatilidade e tracking error

2. Interprete o significado do TE calculado

3. Qual o TE esperado de um fundo indexado?

4. A partir dos dados calculados, determine quais são os fundos indexados

5. Para os casos em que concluímos que os fundos não são indexados, qual a estratégia implementada?

Fundo: 14.437.684/0001-06 Fundo: 22.003.706/0001-40 Fundo: 26.470.457/0001-53 Fundo: 12.831.360/0001-14


Bench: IMA-B5 + Bench: IMA-B Bench: IMA-B Bench: CDI
Alpha: Alpha: Alpha: Alpha:
Vol Fundo Vol Fundo Vol Fundo Vol Fundo
Tracking Error Tracking Error Tracking Error Tracking Error
Estratégia Estratégia Estratégia Estratégia

• Além das estratégias passivas, ou indexadas, temos as estratégias semi-ativas e ativas


Estratégias semi- também, que permitem um maior descolamento da carteira em relação ao benchmark
ativas e ativas de
investimentos • A capacidade de um gestor de gerar alpha em relação a um determinado benchmark é
chamada de skill do gestor

GFP – Renda Fixa 114


Agenda

• Introdução ao Risco e Teoria de Portfolios

• Princípios Básicos

• Títulos Públicos

• Títulos Públicos - Calculadoras

• Crédito Privado

• Crédito Privado - Calculadora de Debêntures

• Crédito Privado - FIDC

• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 115


A abordagem do full valuation (análise de cenários)

A maneira mais óbvia de calcularmos a exposição de um portfolio de bonds a oscilações nas taxas de juros é reprecificar o
portfolio quando as taxas de juros variarem

Cálculo da variação
Valor final do portfolio
nos preços dos bonds
e delta %
Definição de Cenários Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário A
cenário A
Cenário A
Preço dos Bonds no
Variação de preço no
Cenário B cenário b
cenário B
Cenário C Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário C
cenário C
Cenário D
Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário D
cenário D

GFP – Renda Fixa 116


A abordagem do full valuation (análise de cenários)

Olhemos para um exemplo calculando a sensibilidade de um título a diferentes cenários de oscilação na taxa de juros

Suponha que um gestor tenha uma posição par de R$10 MM investidos em um título de RF com prazo de 20 anos e taxa
semestral de 4,5% (não há opções embutidas no título)

O título está sendo negociado a uma taxa de 3% a.s., calcule o preço do título
1045

45 45 45 45 45 45

t0 FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FC40

O gestor do título está preocupado com possíveis oscilações no preço decorrentes de mudanças nas taxas de juros, e decidiu
fazer uma simulação de cenários, de acordo com a tabela abaixo

Cenário Delta nos juros Nova taxa Novo Preço Delta %

A +50bps 3,5%

B +100bps 4%

C +200bps 5%

GFP – Renda Fixa 117


A abordagem do full valuation (análise de cenários)

Olhemos agora para um exemplo calculando a sensibilidade de um portfolio que contém dois títulos, a diferentes cenários de
oscilação na taxa de juros

No caso de um portfolio, cada título é avaliado para um dado cenário e então o valor total do portfolio é computado

Suponha que um gestor administre um portfolio com dois bonds, um com prazo de 5 anos e cupom de 3% a.s. e outro com
prazo de 20 anos e cupoms de 4,5% a.s.

A taxa negociada no bond de 5 anos é de 2,5% a.s. e a taxa negociada no bond de 20 anos é 3% a.s.

O gestor gostaria de avaliar o risco desse portfolio, fazendo uma simulação de oscilação nas taxas de 50bps, 100bps e 200bps
para ambos os prazos (deslocamento paralelo da curva)

Cenário Delta nos juros Nova taxa (5y) Novo Preço Delta %

A +50bps 3,0%

B +100bps 3,5%

C +200bps 4,5%

Cenário Delta nos juros Nova taxa (20y) Novo Preço Delta %

A +50bps 3,5%

B +100bps 4,0%

C +200bps 5,0%

Cenário Delta nos juros Valor bond 01 Valor bond 02 Valor Portfolio Delta %

A +50bps

B +100bps

C +200bps

GFP – Renda Fixa 118


A abordagem do full valuation (análise de cenários)

Faremos a mesma simulação, mas para o caso de um descolcamento não paralelo na curva

No caso de um portfolio, cada título é avaliado para um dado cenário e então o valor total do portfolio é computado

Suponha que um gestor administre um portfolio com dois bonds, um com prazo de 5 anos e cupom de 3% a.s. e outro com
prazo de 20 anos e cupoms de 4,5% a.s.

A taxa negociada no bond de 5 anos é de 2,5% a.s. e a taxa negociada no bond de 20 anos é 3% a.s.

O gestor gostaria de avaliar o risco desse portfolio, fazendo uma simulação de oscilação nas taxas de 50bps, 100bps e 200bps
no título de 5 anos e 10bps, 50bps e 100 bps para o título de 20 anos (deslocamento não paralelo da curva)

Cenário Delta nos juros Nova taxa (5y) Novo Preço Novo valor de mercado Delta %

A +50bps 3,0%

B +100bps 3,5%

C +200bps 4,5%

Cenário Delta nos juros Nova taxa (20y) Novo Preço Novo valor de mercado Delta %

A +10bps 3,1%

B +50bps 3,5%

C +100bps 4,0%

Cenário Delta nos juros Valor bond 01 Valor bond 02 Valor Portfolio Delta %

A +50bps e 10bps

B +100bps e 50 bps

C +200bps e 100bps

GFP – Renda Fixa 119


A determinação dos cenários e o stress test

Na prática, quando da definição dos cenários, um deles é o chamado cenário de stress

Teste de Stress

Cálculo da variação
Valor final do portfolio
nos preços dos bonds
e delta %
Definição de Cenários Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário A
cenário A
Cenário A
Preço dos Bonds no
Variação de preço no
Cenário B cenário b
cenário B
Cenário C Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário C
cenário C
Cenário de Stress
Preço dos Bonds no
Variação de preço no
cenário de Stress
cenário de Stress

• Quando determinamos como as mudanças podem afetar o portfolio, diversos cenários podem ser
Determinação
traçados
dos cenários
• Entre eles, complexos processos estatísticos podem ser utilizados para a determinação de cenários

• Os cenários de stress são construídos para simular o comportamento do portfolio em ambiente de


Cenário de Stress oscilações extremas nas variáveis que impactam os preços dos ativos
• Podemos citar como exemplo recente a crise financeira de 2008

GFP – Renda Fixa 120


Volatilidade nos preços dos bonds

Começaremos nossa análise olhando para os títulos de RF sem opções embutidas

Curva de PU

Preço
Fatores que afetam a volatilidade
nos preços:

• Maturidade
• Taxa do cupom
• Opções embutidas

Taxa de Juros

A variação nos preços dós títulos ocorre em direção oposta à variação da taxa de juros de desconto, e
Propriedade 01
não é igual para todos os títulos de RF

Para pequenas variações na taxa de juros, a variação no preço é praticamente a mesma, com os juros
Propriedade 02
subindo ou caindo

Para grandes variações na taxa de juros, a variação no preço não é a mesma para o caso de juros
Propriedade 03
subindo e juros caindo

Propriedade 04 Para uma grande variação nas taxas de juros, o aumento do preço é maior que a queda no preço

GFP – Renda Fixa 121


Volatilidade nos preços dos bonds – sem opções

Começaremos nossa análise olhando para os títulos de RF sem opções embutidas

Curva de PU

Preço
Fatores que afetam a volatilidade
nos preços:

• Maturidade
• Taxa do cupom
P1 • Opções embutidas

P P Y1 – Y = Y – Y2
P2 P2

Y1 Y Y2 Taxa de Juros

Propriedade 01 Y1 < Y -> P1 > P e Y2 > Y -> P2 < P

Propriedade 02 Se Y – Y1 é aproximadamente 0 -> P1 – P é aproximadamente igual a P – P2

Propriedade 03 Se Y – Y1 é alto, P1 – P <> P – P2

Se Y – Y1 é alto, P1 – P > P – P2 (quanto maior a convexidade, maior a diferença na variação dos


Propriedade 04
preços)

GFP – Renda Fixa 122


Volatilidade nos preços dos bonds – sem opções

Começaremos nossa análise olhando para os títulos de RF sem opções embutidas

Curva de PU

Preço

Convexidade Positiva
Convexidade
Negativa

Taxa de
Juros
Modelos de • Os modelos de precificação devem considerar o efeito das opções no preço do título, de forma a
Precificação calcular o preço de maneira adequada

• Quando há a opção do pré-pagamento (por exemplo em financiamentos imobiliários), o


Call embutida e
comportamento do preço dos títulos é similar ao comportamento dos títulos que possuem opções
pré - pagamento
embutidas

GFP – Renda Fixa 123


Duration

Com o background sobre a volatilidade dos preços de um título de renda fixa, podemos olhar para uma abordagem alternativa
ao full valuation: a abordagem da duration e convexidade

Definição

• Duration é uma medida da sensibilidade aproximada do preço de um título a mudanças nas taxas
de juros
Duration
• Mais especificamente, é a variação percentual aproximada no preço de um título para uma mudança
de 100 bps nas taxas de desconto

• Para ajustar a aproximação obtida com o cálculo do preço pela duration, um ajuste pela
convexidade pode ser feito
Convexidade
• Portanto, usando a duration em conjunto com a convexidade para estimar a variação percentual no
preço de um título causada por variações nas taxas de juros temos a abordagem da
duration/convexidade

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 =
2 ∗ 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∗ ∆𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠

Se utilizarmos a notação:

∆𝑦 = 𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑚𝑎𝑙 𝑉− = 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑠𝑒 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑐𝑎í𝑟𝑒𝑚 ∆𝑦


𝑉0 = 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉+ = 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑠𝑒 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑖𝑟𝑒𝑚 ∆𝑦
Temos

𝑉− − 𝑉+
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 =
2 ∗ 𝑉0 ∗ ∆𝑦

GFP – Renda Fixa 124


Duration

Olharemos para um exemplo simples, a fim de ilustrar a utilização da fórmula da duration

Consideremos um título de RF com pagamento de cupom anual à taxa de 4,5%, 20 anos de prazo e sem opções embutidas
sendo vendido a $122,32 (valor de face = 100), a uma taxa de 3% a.a..

Iremos deslocar a taxa em 10bps, para cima e para baixo e verificar quais serão os novos preços.

Se as taxas se deslocarem -10bps, o preço subirá para 124,03

Se as taxas se deslocarem +10bps, o preço cairá para 120,64

𝑉− − 𝑉+ 124,03 − 120,64
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 = 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 = = 13,85
2 ∗ 𝑉0 ∗ ∆𝑦 2 ∗ 122,32 ∗ 0,001

Interpretação

A duration é interpretada como a variação % aproximada no preço de um título dada uma variação nas taxas de juros de 100
bps (ou 1%)

Consequentemente, uma duration de 13,85 significa que a mudança aproximada no preço para esse título é 13,85% para uma
alteração nas taxas de 100 bps

Delta na taxas de Independente da variação de taxa utilzada no cálculo da duration, sua interpretação é sempre a
juros mesma

GFP – Renda Fixa 125


Duration - Caso prático

Podemos utilizar o conceito de duration para estimar a variação de preço nos títulos públicos

A partir do uso da calculadora de títulos públicos, podemos seguir os seguintes passos para cálculo da duration:

1. Acessar o site http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

2. Verificar a taxa indicativa e PU da NTN-B 2020 (preço inicial)

3. Calcular, através da calculadora de títulos públicos, os novos PUs para variações na taxa de 20bps

4. Calcule a duration

Após o cálculo da duration da NTN-B 2020, repita os passos anteriores para a NTN-B 2045

1. Acessar o site http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

2. Verificar a taxa indicativa e PU da NTN-B 2045 (preço inicial)

3. Calcular, através da calculadora de títulos públicos, os novos PUs para variações na taxa de 20bps

4. Calcule a duration

Qual dos dois cálculos resultou em uma duration maior?

Esse resultado era esperado? Por quê?

Quais as duas variáveis que resultam nos diferentes resultados de duration calculada?

Verifique as propriedades 03 e 04 apontadas anteriormente

GFP – Renda Fixa 126


Agenda

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• Índices Anbima

• Duration - I

• Duration - II

GFP – Renda Fixa 127


Duration - Aproximação da mudança nos preços

Ao utilizar a medida de duration para calcular a variação % no preço, temos a seguinte fórmula

𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 = −𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 ∗ ∆𝑦 ∗ 100

Pequenas mudanças nas taxas de juros

Consideremos o título utilizado anteriormente, com prazo de 20 anos, cupons semestrais e taxa de 4,5% a.s., sendo negociado
a 122,32 e com uma duration de 13,85. Qual a variação no preço aproximada dado um aumento de 5 bps na taxa?

𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 = −13,85 ∗ 0,0005 ∗ 100 = −0,6925%

Caso façamos o cálculo trazendo os fluxos a valor presente (full valuation), chegaremos ao resultado de -0,6894%, o que
mostra que a duration fez um bom trabalho de estimativa de variação nos preços

Grandes mudanças nas taxas de juros

Consideremos o título utilizado anteriormente, com prazo de 20 anos, cupons semestrais e taxa de 4,5% a.s., sendo negociado
a 122,32 e com uma duration de 13,85. Qual a variação no preço aproximada dado um aumento de 100bps na taxa?

𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 = −13,85 ∗ 0,01 ∗ 100 = −13,85%

Caso façamos o cálculo trazendo os fluxos a valor presente (full valuation), chegaremos ao resultado de -12,69%, ou seja, a
duration faz boas estimativas no caso de pequenas variações na taxa, mas não é eficaz quando se trata de mudanças maiores
nas taxas de juros

GFP – Renda Fixa 128


Representação gráfica da utilização da Duration

A duration é uma medida de alteração percentual no preço, e pode ser representada por uma reta (linear)

Preço
Uma linha tangente foi desenhada
para descrever a relação preço/taxa
quando os juros estão a y*

A linha tangente é utilizada para


estimar os preços caso a taxa de
P* juros mude

Erro de
aproximação

Y* Taxa de
Juros

Se desenharmos uma linha vertical a partir de qualquer nível de taxa, a linha tangente representa o
Significado da
preço aproximado estimado pela medida de duration, levando-se em consideração que partimos da
tangente
taxa y*

Dado que a tangente representa a estimativa de preço pela duration, essa representação nos ajuda a
Erro da
entender porque para pequenas variações na taxa o resultado aproximado é mais próximo do preço
aproximação
correto

GFP – Renda Fixa 129


Duration Modificada vs Duration Efetiva

Duration: Descrição genérica da sensibilidade do preço de um bond (como percentual do preço inicial) a uma mudança na taxa
de juros

Duration

Duration Modificada Duration Efetiva

Medida de duration em que se Medida de duration em que se


assume que as alterações nas reconhece que as alterações nas
taxas não alteram o fluxo de caixa taxas podem alterar o fluxo de
esperado caixa esperado

𝑉− − 𝑉+
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 =
2 ∗ 𝑉0 ∗ ∆𝑦

• Quando calculamos o valor de V- e V+, o mesmo fluxo de caixa utilizado para calcular V0 é utilizado.
Duration
• Portanto, as mudanças no preço dos títulos se deve unicamente ao desconto do fluxo pela nova taxa
Modificada
• Essa premissa só é válida para títulos que não possuem opções embutidas

• Alguns valuations levam em conta como a alteração nas taxas afetará o fluxo de caixa esperado
Duration Efetiva • Quando a duration é calculada dessa forma, a chamamos de duration efetiva ou duration ajustada à
opcionalidade

GFP – Renda Fixa 130


Duration Modificada vs Duration Macaulay

É válido também compararmos a relação entre duration modificada e duration Macaulay

1 ∑ 𝑡 ∗ 𝑃𝑉𝑡
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 = ∗
(1 + 𝑦𝑡𝑚) ∑ 𝑃𝑉𝑡
Sabemos que a duration nos diz qual a mudança percentual aproximada no preço de um título dada uma alteração na taxa de
juros

A expressão entre colchetes da fórmula acima é uma medida formulada em 1938 por Frederick Macaulay, e é popularmente
conhecida como Macaulay Duration

𝑀𝑎𝑐𝑎𝑢𝑙𝑎𝑦 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 ∑ 𝑡 ∗ 𝑃𝑉𝑡


𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑢𝑙𝑎𝑦 =
(1 + 𝑦𝑡𝑚) ∑ 𝑃𝑉𝑡

Macaulay • Dado que a duration modificada não é uma medida adequada para títulos com opções embutidas, o
Duration mesmo é válido para a Macaulay Duration

Considere um título de renda fixa que paga uma taxa nominal de 5%a.a. com prazo de vencimento de 5 anos e valor de face de
R$100,00 e YTM de 7%. Calcule a Duration Macaulay

Período Fluxo de Caixa Valor Presente Peso Período x Peso Período x VP


1 5
2 5
3 5
4 5
5 105

GFP – Renda Fixa 131


Duration Macaulay – Algumas interpretações

A duration Macaulay possui algumas interpretações, entre elas a de prazo médio ponderado do título de RF

Considere um título de renda fixa que paga uma taxa nominal de 12%a.s. semestralmente com prazo de vencimento de 2 anos
e valor de face de R$1000,00. O preço de mercado é R$970,96 e o próximo pagamento dos juros ocorrerá em 6 meses. Qual é
o prazo médio ponderado desse título, usando o modelo de Macaulay?

ytm = 13%
Dur. Macaulay = 3,4 semestres

• A duration macaulay é o prazo médio ponderado do título de renda fixa


Macaulay
• O prazo médio calculado pela duration de macaulay permite supor um título sintético que possua
Duration
apenas um fluxo de caixa no futuro com prazo de vencimento igual à própria duration

Podemos representar sinteticamente o fluxo acima como um fluxo sem cupom com o mesmo YTM, ou seja 13% ao semestre
como foi calculado

Para se calcular o valor de face do título sintético, agrupam-se todos os fluxos de caixa futuros na data D = 3,4 semestres, que
foi a duration calculada, conforme mostra o cálculo abaixo

1000
1468,76
120 120 120
120

1 2 3
970,96
970,96

Os dois fluxos de caixa são equivalentes: possuem o mesmo valor presente para a YTM de 13% ao semestre e o mesmo prazo
médio

GFP – Renda Fixa 132


Interpretações da Duration

Vamos olhar para outras definições de duration ou interpretações que aparecem em publicações e que são citadas em
discussões entre profissionais e clientes

1. Duration é a variação % no preço


para um deslocamento na taxa de 2. Duration é uma medida de tempo 3. Duration é a primeira derivada
100 bps

Definição utilizada até o A interpretação apropriada é a de Derivada nesse caso é obtida


momento que a duration mostra a através da diferenciação de uma
volatilidade de um zero coupon função matemática, através da
bond com aquele prazo até a aplicação do cálculo
maturidade
É uma interpretação que carrega
Portanto se dizemos que um pouco significado
título tem uma duration macauly
de 4 anos, devemos pensar que o
título tem a sensibilidade de um
zero coupon de 4 anos de prazo

A duration 4 de um portfolio indica que o valor do portfolio irá mudar aproximadamente 4% se as


Definição 01
taxas variarem 100 bps

Definição 02 A duration 4 de um portfolio é a primeira derivada da função do preço para os títulos da carteira

A duration 4 de um portfolio é a média ponderada dos anos para receber o valor presente do fluxo de
Definição 03
caixa do portfolio

Qual é a definição mais adequada para ser utilizada?

GFP – Renda Fixa * Mais especificamente, essa é a medida de duration de um título na data de aniversário de um cupom 133
Duration de um portfolio

A duration de um portfolio pode ser calculada pelo cálculo da média ponderada da duration dos títulos que compõem o portfolio

𝑃𝑜𝑟𝑡𝑓𝑜𝑙𝑖𝑜 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 𝑤1 ∗ 𝐷1 + 𝑤2 ∗ 𝐷2 + 𝑤3 ∗ 𝐷3 + ⋯ + 𝑤𝑛 ∗ 𝐷𝑛

Onde:

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑖


𝑤𝑖 =
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑓𝑜𝑙𝑖𝑜
𝐷𝑖 = 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑑𝑜 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑖
𝑛 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑓𝑜𝑙𝑖𝑜

Considere o portfolio da tabela abaixo.

Título Valor de mercado Duration

10% 5 anos 4.000.000 3,861

8% 15 anos 4.231.375 8,047

14% 30 anos 1.378.586 9,168

A duration do portfolio pode ser calculada da seguinte forma:

𝑃𝑜𝑟𝑡𝑓𝑜𝑙𝑖𝑜 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 0,416 ∗ 3,861 + 0,440 ∗ 8,047 + 0,144 ∗ 9,168 = 6,47

GFP – Renda Fixa * Mais especificamente, essa é a medida de duration de um título na data de aniversário de um cupom 134
Ajuste de convexidade

A medida de duration indica que independente da alteração na taxa, se aumenta ou diminui, a altereção percentual no preço é a
mesma

No entanto, se olharmos para a propriedade 03 da sensibilidade do preço de um título, não há consistência. Isso é verdade pois
a duration é uma aproximação linear da variação do preço. Essa aproximação pode ser melhorada se utilizarmos uma segunda
medida : a convexidade

Delta % mais
Duration Convexidade
próximo ao exato

𝑉+ + 𝑉− − 2 ∗ 𝑉0
𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑥𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
2 ∗ 𝑉0 ∗ ∆𝑦 2

𝐴𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑥𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 = 𝐶 ∗ ∆𝑦 2 ∗ 100

𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 % 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = 𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 + 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑥𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Exemplo: Para um título hipotético com taxa nominal a.s. de 4,5%, prazo de 20 anos e cupom semestral, negociado a uma taxa
de 3% a.s., sabemos que para um delta nos juros de 20bps temos:

𝑉0 = 134,6722 𝑉− = 140,60 𝑉+ = 129,10

131,8439 + 140,60 − 2 ∗ 129,10


Calculando a convexidade, temos: 𝐶= = 328,36
2 ∗ 134,6722 ∗ 0,0022

Para um delta de -100 bps 𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 % 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = −𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 ∗ ∆𝑦 ∗ 100 + 𝐶 ∗ ∆𝑦 2 ∗ 100 = 24,62%
Para um delta de +100 bps 𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 % 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 = −𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 ∗ ∆𝑦 ∗ 100 + 𝐶 ∗ ∆𝑦 2 ∗ 100 = −18,06%

GFP – Renda Fixa * Mais especificamente, essa é a medida de duration de um título na data de aniversário de um cupom 136
Convexidade - Caso prático

Podemos utilizar o conceito de convexidade para estimar a variação de preço nos títulos públicos

A partir do uso da calculadora de títulos públicos, podemos seguir os seguintes passos para cálculo da convexidade:

1. Acessar o site http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

2. Verificar a taxa indicativa e PU da NTN-B 2020 (preço inicial)

3. Calcular, através da calculadora de títulos públicos, os novos PUs para variações na taxa de 20bps

4. Calcule a convexidade

Após o cálculo da duration da NTN-B 2020, repita os passos anteriores para a NTN-B 2045

1. Acessar o site http://www.anbima.com.br/merc_sec/merc-sec.asp

2. Verificar a taxa indicativa e PU da NTN-B 2045 (preço inicial)

3. Calcular, através da calculadora de títulos públicos, os novos PUs para variações na taxa de 20bps

4. Calcule a convexidade

A convexidade é positiva ou negativa? Como podemos interpretar esse resultado?

Compare os preços calculados com a calculadora e utilizando a abordagem da duration e convexidade

Como a duration e a convexidade nos auxiliam no dia a dia da gestão de recursos, em uma Asset ou uma tesouraria?

GFP – Renda Fixa 137


Os provedores de informação

Provedores com a Bloomberg podem nos fornecer a informação de duration e convexidade dos títulos de maneira atualizada e
instantânea

GFP – Renda Fixa 138


Money Duration e PVBP (Price Value of one Basis Point)

No dia a dia da gestão de recursos, utiliza-se com frequência dois outros termos: a Money Duration e o PVPB

𝑀𝑜𝑛𝑒𝑦 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑀𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 ∗ 𝑃𝑟𝑒ç𝑜

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = −𝑀𝑜𝑛𝑒𝑦 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 ∗ 𝐷𝑒𝑙𝑡𝑎 𝑇𝑎𝑥𝑎

Considere um título de renda fixa com cupom anual de 5%, preço de 91,80 e uma duration modificada de 4,227. Qual é a
Money duration e qual será o novo preço se a ytm cair 0,5%?

𝑀𝑜𝑛𝑒𝑦 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 4,227 ∗ 91,8 = 388,04


𝐷𝑒𝑙𝑡𝑎 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = −388,04 ∗ 0,005 = 1,94
𝑁𝑜𝑣𝑜 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 = 91,80 + 1,94 = 93,74

O PVPB é uma estimativa da mudança no preço de um título dada uma alteração no ytm de 0,1%

𝑃𝑉− − 𝑃𝑉+
𝑃𝑉𝑃𝐵 =
2
Considere um título de renda fixa com 5 anos de prazo, cupom de 5% ao ano precificado com uma ytm de 7%

𝑃𝑉− − 𝑃𝑉+
𝑃𝑉− = 91,838 𝑃𝑉+ = 91,761 𝑃𝑉𝑃𝐵 = = 0,0385
2

No dia a dia das tesourarias e assets, o volume das carteira é muito grande.
PVPB Dessa forma, o PVPB é reportado várias vezes ao dia (perda ou ganho da
carteira após um delta nas taxas de 1 basis point

GFP – Renda Fixa 139


Quadro Resumo

Duration Macaulay, Modificada, Efetiva, Money Duration e PVPB

Modificada

Efetiva Macaulay

PVPB Money Duration

GFP – Renda Fixa 140

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