Você está na página 1de 39

アートは完璧な自由の場所

A ARTE É O LUGAR DA LIBERDADE


PERFEITA
— ANDRÉ SUARÈS
ARTE NA
B Parque
R
A Nacional da

PRÉ-HISTÓRIA
Paleolítico S
Neolítico I
Serra da
Idade dos Metais L Capivara
Abriga o maior e mais
antigo acervo rupestre
da América. Muitos
artefatos localizados lá
datam de 50.000 anos
e as pinturas rupestres
possuem datações entre
17.000 e 25.000 anos.

Figura 2 - Left Wall: Second Bull, Below: Kneeling Red Cow


c. 17.000 a.C.

[...] se trata das mais antigas relíquias dessa crença universal no poder
da produção de imagens; por outras palavras, que o pensamento desses
caçadores primitivos era que, se fizessem uma imagem de sua presa — e
talvez a surrassem com suas lanças e machados de pedra — os animais
verdadeiros também sucumbiriam ao poder deles. (GOMBRICH, 2000)

Figura 1 - The Black Stag


c. 17.000 a.C.

A pré-história abrange o período em que seres- natureza ao seu redor. Além disso, muitas das
humanos e seus ancestrais se desenvolveram e representações de animais possuem grande
deram os primeiros passos rumo ao desenvolvimento riqueza de detalhes e formas muito fiéis a
da sociedade como conhecemos hoje. Por grande realidade, o que indica que foram realizadas
parte deste período, a caça, o abrigo em cavernas por caçadores que conheciam e interagiam com
e o estilo de vida nômade foram o que possibilitou a esses animais frequentemente.
sobrevivência desses seres-humanos primitivos.
Apesar disso, acredita-se que a relação dos
No Período Paleolítico, a principal manifestação era primitivos com a arte rupestre estivesse longe
Figura 3 - Vênus de Willendorf
a arte rupestre. Dentre outros materiais, o artista de ser como algo decorativo ou contemplativo. c. 28.000 - 25.000 a.C.
utilizava sangue, argila, excrementos humanos, látex Acredita-se que, assim como nós, os primitivos
Também foram produzidos tra- nádegas. A maioria dos especialistas sentações de divindades ou

2 3
de plantas e pó de rochas para desenhar animais, também atribuíam valor imagético a essas
pessoas, objetos e impressões de pés e mãos. representações e possuíam a crença de que, ao balhos em escultura. Mas, tanto na coincide em atribuir a estas “vênus” espíritos protetores de animais
representar os seres nas paredes das cavernas, pintura quanto na escultura, pre- paleolíticas certos fins culto-mágicos e homens, que asseguravam a
Os desenhos representam aspectos do cotidiano passavam a possuir certo poder sobre eles. dominam as figuras femininas com relacionados à fecundidade femini- existência daqueles e o êxito
dessas comunidades, eram feitos do ponto de a cabeça surgindo como prolon- na. Estudos recentes sobre comuni- da atividade de caça destes.
vista do autor, e muitas vezes representando a gamento do pescoço, seios volu- dades primitivas atuais sugerem que
mosos, ventre saltado e grandes essas estatuetas possam ser repre-
ARTE NO EGITO a arte funerária
Pintura
Escultura surge a partir da necessidade de se preservar os
Arquitetura corpos daqueles que iriam fazer a transição para o
próximo plano de vida.

As estátuas, os vasos e as pinturas que decoravam


os túmulos representavam os deuses e os faraós,
narrando episódios mitológicos, acontecimentos
políticos e momentos da vida cotidiana, ao mesmo
tempo que refletiam a hierarquia e a organização
social da época.

Figura 4 - Relevo de Nebhepetre Mentuhotep II e a Deusa


Hathor

Figura 6 - Jarro
A civilização egípcia é reconhecida como uma das Portanto, a arte egípcia é intimamente ligada da Tumba de
mais antigas e complexas civilizações da Antiguidade. à religião e se destaca principalmente com Sennedjem
O primeiro de seus impérios começa por volta de pinturas, esculturas e a arquitetura. No geral, c. 1279–1213 a.C.
Figura 5 - Máscara funerária de Tutancâmon
3100 a.C, período em que grande parte dos seres- a expressão artística tinha, então, a função de c. 1350 a. C.
humanos permaneciam organizados em grupos de aproximar os humanos e os deuses, ancorada
caçadores-coletores. também na crença de que a morte seria uma
passagem para a vida em outro plano, onde
Organizada de forma rigidamente hierárquica,
faraós e sua família continuariam ex istindo.

na pintura,
a sociedade se desenvolveu com um forte eixo
religioso que influenciou a organização política,
social e cultural como um todo. Como classes sociais
se distinguem: faraós, governadores máximos do
estado e adorados como uma divindade; sacerdotes, as convenções para a criação eram muito
fortes e a forma como eram executadas
responsáveis por rituais, festas e todas as atividades
determinava a qualidade do trabalho. Uma
religiosas; nobres, militares, comerciantes e escribas das principais regras era a lei da frontalidade,
responsáveis por registrar a vida do faraó e aspectos que ordenava que os corpos deveriam ser
culturais. pintados em dois ângulos diferentes.

Frequentemente, os desenhos eram


[...] Todo mundo sabe que o Egito é a terra das pirâmides, essas montanhas de pedra que se acompanhados de hieróglifo e as pinturas
erguem como marcos desgastados pelas intempéries no horizonte distante da história. Por eram marcadas por um conjunto de
mais remotas e misteriosas que pareçam, elas contam-nos muito sobre a nossa própria história. simbologias presentes até nas cores

4 5
Falam-nos de uma terra que estava tão completamente organizada que foi possível empilhar utilizadas. Por exemplo: o preto representava
esses gigantescos morros tumulares durante a vida de um único rei; e falam-nos de reis que a morte, o vermelho significava energia e
eram tão ricos e poderosos que puderam forçar milhares e milhares de trabalhadores ou poder, o amarelo simbolizava a eternidade e
o azul homenageava o Nilo.
escravos a labutarem por eles, ano após ano, a cortarem as pedras, a arrastarem-nas para o
local da construção e a deslocarem-nas por meios sumamente primitivos até que o túmulo ficou Figura 7 - Estela de Aafenmut
pronto para receber o rei. (GOMBRICH, 2000) c. 924–889 a.C.
As esculturas gregas represen-
tam o homem como centro do

ARTE universo, inicialmente em posi-


ções frontais e estáticas, mas,
com o passar dos anos, os estu-

GRECO-ROMANA
dos de anatomia aperfeiçoaram
as formas dos corpos e a repre-
sentação de movimentos.

As esculturas ocupavam muitos


dos templos gregos, muitas ve-
zes representando cenas míticas
com dois ou três personagens e
com histórias de heróis, gigantes
e centauros.

Figura 9 - Kouros de Anavisos Figura 10 - Vênus de Milo


525 a.C c. 200 a.C

As pinturas gregas de que mais temos registros estão liga-


das à cerâmica. Os vasos gregos possuem grande harmo-
nia entre seus formatos, cores e ornamentações.

Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram


usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho,
azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia
à função para que fossem destinados.

Figura 8 - Marble sarcophagus with the Triumph of Dionysos and the


Seasons
Figura 11 - Ática
c. 440 a. C.
Grécia e Roma foram importantes civilizações da An- lores permeiam o racionalismo, a beleza – en-
tiguidade Clássica, sendo consideradas verdadeiros tendida como a grande harmonia das coisas –,
berços das sociedades ocidentais modernas. o humanismo e o saber – berço da filosofia oci-
dental e teorias políticas de democracia.
A Península Grega ficou sob domínio romano a partir
de 146 a.C. e foi fundamental como província oriental A arte romana foi muito influenciada pela
do Império Romano, principalmente por sua influên- arte grega. Com um forte caráter de registro
cia na cultura romana, que passou a ser conhecida histórico, grande parte da produção é voltada Figura 12 - Iniciação ao Culto de Deméter
como Cultura Greco-Romana. para temas militares e de feitos políticos. Um c. 60-50 a.C
ponto interessante é o fato de que a junção das
A ambição romana pela região grega estava relacio- duas culturas criou um enorme legado cultural As esculturas romanas eram mais realistas e práticas, mui-
nada com a sua admiração pela cultura, literatura e para o que seria valorizado cerca de 1500 anos tas vezes representando imagens fiéis das pessoas e não
arte, o que levou a um processo de aculturação. depois durante o período Renascentista. representações idealizadas. Esculturas de imperadores e
A arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis figuras históricas são as principais representações estatu-

6 7
não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, arias da cultura romana.
que se dedicavam ao bem-estar do povo. Seus va- A pintura romana é muito conhecida pelas ornamentações
nas paredes de ambientes internos e até residências intei-
ras com pinturas de natureza morta e paisagens realistas
em todas as paredes. As casas não tinham janelas, mas se
abriam para um pátio central, os romanos antigos pintavam
Figura 13 - Augusto de Prima Porta janelas de faz de conta “se abrindo” para cenas requintadas.
c. 20 a. C.
ARTE AFRICANA as máscaras
são artefatos produzidos por grande parte das sociedades
tribais africanas. Assim como outras manifestações, elas,
em geral, têm como objetivo criar um elo entre a materiali-
dade e a espiritualidade coletiva.

Esses adereços são utilizados em diversos ritos e cerimô-


nias, como em casamentos, funerais, celebrações e outros
eventos. As máscaras são vistas pelos povos africanos como
artefatos místicos, devendo ser usadas apenas por algumas
pessoas que têm a permissão para tal.

Figura 15 - Sachihongo Mask


Séculos 19-20

a escultura
é outra linguagem bastante utilizada no continente Africa-
no. Nelas, os olhos e a boca são normalmente perfurados e a
cabeça tem formato cilíndrico, esférico ou cônico. A maioria
desses objetos são feitos como instrumentos espirituais e
coletivos.

Figura 14 - Figura Sentada


Século 13

A origem da história da arte africana está situada Figura 16 - Seated Chief (Mwanangana) Playing
muito antes da história registrada, tendo indícios Sanza
de entalhes em rochas datados em até 6.000 anos
antes de Cristo. Representando a cultura e aspectos
sociais de tribos africanas, a arte traz elementos de
abundância da natureza, abstrações de animais, vida
vegetal e desenhos de formas naturais.

A escultura foi uma forma de arte muito utilizada


no ocidente,
pelos africanos que usavam ouro, bronze e marfim a arte das culturas africanas reverberou no
como matéria prima. Nas pinturas e nas esculturas, final do século XIX através do contato de
a figura humana destaca a preocupação com os va- artistas das vanguardas europeias com os
lores étnicos, morais e religiosos. Representando um artefatos africanos como as máscaras e es-
disfarce para a incorporação de espíritos e a possibi- culturas.

8 9
lidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm
um significado místico e importante na arte africana
e eram usadas nos rituais e funerais.
Detalhe | Figura Sentada
Século 13

Texto adaptado de www.culturagenial.com/arte-africana


ARTE MEDIEVAL Arte Gótica
A pintura gótica surgiu praticamente meio século antes da
arquitetura, sendo muito influenciada pelo cristianismo e
passando a ilustrar não apenas cenas bíblicas, mas também
retratos de burgueses, começando a transmitir certa
emoção.
As esculturas góticas tem conexão com a arquitetura e
são altas, trabalhando a verticalidade e o alongamento de
formas, assim como o retrato de figuras bíblicas conhecidas
pela feição bem determinada.
A arquitetura esbanja o conceito de alongamento vertical.
As grandes catedrais são desenhadas com intuito de passar
para os fiéis uma grande imponência e a sensação de
pequenez diante de Deus. Figura 17 - Van Eyck, Casal Arnolfini, 1434

Arte Românica
As pinturas românicas buscam cores vivas e eram feitas
principalmente em afresco, para decoração de ambientes.
Também se percebe uma certa deformação quanto as for-
A arte medieval é definida pela produção artística criada entre o
mas, pois eram pintadas de acordo com os sentimentos re-
século V e o século XV. Dessa fase se destacam pinturas, tapeça-
ligiosos do artista, então a figura de Cristo era, em grande
rias e grandes criações arquitetônicas voltadas para construção
maioria das representações, desproporcionalmente maior
de igrejas.
de que as demais figuras presentes nas pinturas.
A arte medieval foi uma arte concretamente religiosa e cristã. A
A escultura românica era, assim como a gótica, ligada à ar-
Igreja Católica teve muita importância durante esse período, não
quitetura. Servia a função de decorar ambiente internos,
só em termos sociais como também como principal impulsionador
principalmente os das igrejas, onde também agia como
artístico. Ela controlava a produção artística e delimitava o campo
“guia” para o caminho que os fiéis percorriam no ambiente.
de criação em que artistas podiam criar suas obras. Muitos artistas
eram financiados pela própria igreja para criar obras religiosas que
A arquitetura é dominada pela construção de inúmeras igre-
ficariam em ambientes sagrados.
jas, sendo a maioria feita a partir de elementos da arquite-
tura romana. As igrejas eram também muito amplas, para
Dois estilos artísticos ficaram marcados dentro do contexto da arte
conseguirem suportar a quantidade de pessoas vindas de
medieval: a Arte Românica e a Arte Gótica.
peregrinações (que se tornaram muito comuns durante o

10 11
período).
RENASCIMENTO Na pintura,
grandes nomes foram consolidados
como artistas históricos, dentre os quais:
Michelangelo, Leonardo da Vinci, Botticelli,
Giorgione, entre muitos outros.

Dentre as principais características da


pintura temos a construção em perspectiva,
onde as imagens apresentam uma
profundidade em escala conforme a distância
em que os objetos são posicionados na cena.
Além disso, o trabalho com claro e escuro
e o realismo (representando mais pessoas
do plano real e menos figuras religiosas)
tornaram as imagens muito mais realistas e
aproximadas da realidade.

Figura 18 - O Nascimento de Vênus, Sandro Botticelli, 1483

Esse movimento artístico nasce na em Flo- Em grande oposição aos valores observa- Na escultura,
rença, na Itália, no começo do século XV. dos durante a idade média, o renascimento
Sendo considerado por muitos como a propõe a valorização do ser humano, e não observamos uma busca por representar
maior revolução artística da história, ele mais do divino e da igreja como poder su- corpos mais próximos dos indivíduos
promove um resgate à arte clássica (e aos premo. É o movimento que ficou conhecido verdadeiros e também por representar a
valores clássicos como um todo), se poian- como Humanismo. anatomia dos movimentos e expressividade
do na cultura da Antiga Roma e da Antiga dos mesmos. Assim como na cultura grega e
Grécia. Além disso, com os avanços ma- na de Roma, as esculturas também levam a
temáticos e científicos, traz consigo uma característica monumental e grandiosa.
bagagem de racionalismo voltado para a
construção de imagens, o que resulta na
aplicação da perspectiva em pinturas e em
outros campos de criação.

12 13
BARROCO-ROCOCÓ

A arte barroca estendeu-se por todo o O Rococó é o estilo artístico que surgiu na
século XVII e pelas primeiras décadas do França como desdobramento do barroco,
XVIII. Mais do que um estilo definido, era mais leve e intimista que aquele e foi usado
uma tendência comum a todos as artes: um inicialmente em decoração de interiores.
gosto, resumindo. Para alguns historiadores é um estilo que
durou entre 1720 a 1780, ficou vigoroso até
A arte barroca conseguiu se casar à técnica o advento da reação neoclássica, por volta
avançada e o grande porte da Renascença de 1770, irradiou-se da França para o resto
com a emoção, a intensidade e a dramati- da Europa.
cidades do Maneirismo, fazendo do estilo
barroco o mais suntuoso e ornamentado
na história da arte.

14 15
2
CAPÍTULO
O Belo e o Feio

Figura 19 - Susano Correia, “cante para mim”, 2018


O BELO E O FEIO Como percebemos, os valores sociais e a moralida-
de são indissociáveis daquilo que tem sido definido
como Belo em determinadas sociedades e ao longo
Em adição, esses padrões já foram modificados e adap-
tados de forma a atingir objetivos políticos e ideológi-
cos ao longo da história. Durante guerras, o inimigo é
do tempo, e, da mesma forma, isso também é verda- retratado como monstro, grupos marginalizados e cri-
de para tudo aquilo que foi definido como Feio com minalizados são rotulados como praticantes de bizarri-
A Beleza é um conceito que acompanha o que por sua vez estão intimamente ligadas às
o passar dos séculos. ces e atos repugnantes, os exemplos são inúmeros.
desenvolvimento da sociedade por milênios. A culturas e hábitos das civilizações. De acordo com
mais antiga teoria ocidental de beleza de que se Clarissa Dubeux Barros em A Beleza e a Feiura na
tem registro pode ser encontrada nas obras dos Contemporaneidade (2013), “As atribuições de
primeiros filósofos gregos pré-socráticos, tal como beleza ou de feiura eram devidas não a critérios Bruxaria, satanismo e sadismo são perspectivas históricas que
Pitágoras. Desde então, o significado de o que puramente estéticos, mas a critérios políticos, existiram desde a mais remota antiguidade. Seres diabólicos capazes
torna algo belo passou por diversas alterações, morais e sociais.” de feitiçaria são nomeados no Código de Hamurabi. Causam medo
e são reconhecidos pelo caráter andrógino, misto do humano e de
inumano. (BARROS, 2013)

Para os gregos, a valorização da força


física, da coragem e do heroísmo era
o que definia os padrões de beleza
para os corpos. Homens jovens e
fortes eram soldados e atletas, e
mulheres de pele muito branca e
corpo volumoso consideradas as
mais belas.

Figura 20 - Laocoonte e seus filhos


c. 140 a.C.

Na Idade Média, as representações de nu e culto


ao corpo dão lugar ao recato. Especialmente o
corpo feminino era considerado como “tentador” e Figura 22 - Michelangelo Buonarotti, A Criação de Adão
1508-1515
o conceito de belo estava conectado ao divino, ao
plano espiritual, às virtudes morais. Por questões
morais, as vestimentas eram longas e escondiam os Quanto às artes, a beleza sempre foi catalisadora
corpos. Para serem consideradas belas, as mulheres para a representação de paisagens belas, corpos
medievais deveriam seguir a figura da Virgem Maria. saudáveis e visuais harmoniosos. A ideia da
utilização de quadros como forma de decoração
nos exemplifica como possuir belas obras para se
admirar sempre gerou bem estar e prazer em todos
nós.

18 19
Figura 21- Rogier van der Weyden, Retrato de uma
Dama, (c. 1399–1464)

Figura 23 - Claude Monet, Jardim em Giverny


1900
E O FEIO? Umberto Eco (2007) faz uma distinção daquilo que
é puramente feio por apresentar características
físicas que universalmente geram repulsa (ex.:
odor fétido), e aquilo que remete à oposição
das características da beleza, como falta de
Em um capítulo de seu livro Iniciação à Estética, Ariano
Suassuna (1975) procura a resposta para a mesma
pergunta: por que a arte do feio nos atrai tanto?

Suassuna explica que, por muito tempo, filósofos (dentre


simetria, desequilíbrio entre as partes de um eles, Aristóteles e Santo Agostinho) afirmavam que
todo, entre outros. Além disso, Eco aponta uma a função do feio na arte era unicamente para realçar
Apesar de a beleza ser um elemento de origem terceira e importante manifestação que se dá pela aquilo que é belo. Em outras palavras, acreditava-se que
para inúmeras obras que a humanidade já criou, representação artística de ambos, e é justamente uma obra pode ser considerada bela quando um artista
existem também aquelas obras que surgem não dessas representações que surgem diversas obras alcança uma unidade entre vários elementos da natureza
do universo da beleza, mas sim daquilo que é muito intrigantes. que são belos e feios: mas que os elementos feios servem
considerado feio, repugnante, desprezível. para criar uma valorização dos elementos belos.

O apreço ao Belo na arte é, de certa forma,


universal. As reações de quando apreciamos algo
Porém, Suassuna argumenta:
considerado belo são comuns entre a maioria
das pessoas, e não parece estranho que todos Como se explicaria, então, a Beleza das obras de arte que se baseiam unicamente
buscariam ao máximo experienciar o contato no Feio? Como se explica a beleza, não da Divina Comédia, como conjunto, mas
agradável com essas obras. a daquela parte mais áspera, baseada unicamente naquilo que é sombrio, feio
e repugnante, que é o “Inferno”? No entanto, das três partes do poema imortal
Mas e quanto as coisas feias? Por qual motivo de Dante, o “Inferno” talvez seja a mais bela e forte. Se Dante tivesse escrito
artistas e seres humanos no geral também somente o “Inferno”, seu lugar já estaria assegurado entre os maiores gênios
possuem interesse em explorar esse lado dentro que a Humanidade já produziu [...] (SUASSUNA, 1975)
da arte e da vida no geral?

Claude Monet, Jardim em Giverny


1900

20 21
Figura 24 - Tsukioka Yoshitoshi, Picture of the Priest Dainin Killing the Girl
Umegae 1839-1892 Figura 26 - Hieronymus Bosch, O Jardim das Delícias Terrenas
1503–1515

Figura 25 - Tsukioka Yoshitoshi,


The Lonely House on Adachi Moor
1885
Figura 27 - Susano Correia, homem face a face com o abismo, 2018

Suassuna descreve:

Diante dessas ásperas formas de Arte que lidam com o Feio, o contemplador
experimenta um choque, uma espécie de fascinação misturada de repulsa, e a
impressão causada por obras desse tipo é inesquecível. A Arte do Feio como que
nos reconcilia com as contradições, os crimes e a feiura da vida, por apresentar
tudo isso representado num outro universo em que aquilo que é chaga aparece
cicatrizado e domado. (SUASSUNA, 1975)

Figura 28 - Vincent Van Gogh, Velho Na Tristeza


1890

Ou seja, a presença do feio, ou a representação dele na


Suassuna decorre então sobre ideias apresentadas pelo filósofo Edgard de arte, está intimamente ligada à necessidade que temos de
Bruyne, dentre as quais o filósofo afirma que as representações do Feio reconhecer e enxergar nossa realidade com todas as suas
não só servem para fazer o Belo brilhar mais, mas também nos passam
intuitivamente detalhes e visões da realidade que não estamos sempre
formas e desdobramentos.
abertos para comtemplar. Muitas vezes, quando nos deparamos com uma
arte do Feio, sentimos que estamos frente a frente com uma forma mais Não buscamos apenas contemplar o que é belo e bondoso,

22 23
crua e elementar da nossa realidade e reconhecemos o Feio através dela
não como algo que é passível de julgamento ou negação, mas sim como
mas também o que é falha, crueldade e infortúnio.
uma faceta verdadeira e constituinte do nosso universo.
(Seção de Artistas e Obras
do Cap. 2 - O Belo e o Feio)
Artistas que serão apresentados:
- Susano Correa
- Jenny Saville
- Cathy Lu

24
CAPÍTULO

3
Arte Polêmica
Um artista é um
indivíduo extre-
mamente sensível
ao mundo em que
Como ex-aluno da
vive. Os aspectos
Academia Central
políticos, sociais e
艺术家是一个对他 de Belas Artes de
morais da socieda-
所生活的世界极为 Pequim, Zhang
de em que existe
敏感的人。他所 Huan é um dos ar-
moldam quem ele
在的社会的政治、 tistas mais influen-
é como pessoa e
社会和道德方面塑 tes da China. Seu
consequentemente,
造了他作为一个人 trabalho gira em
o que é a sua arte.
的身份,从而塑 torno de explorar a
Toda arte é auto
造了他的艺术。 identidade nacional
biográfica, pois toda
所有的艺术都是自 e pessoal através
obra nasce como
传的,因为每一件 de performances
subproduto da vi-
作品都是作为社会
vência de um ser
背 景 下 人 类经验 的 Ele se mudou para
humano dentro de
副产品而诞生的。 Nova York no final
um contexto social.
因 此 , 选择创 作 被 dos anos 1990, uma
定 义为 “ 有 争 议 ” mudança que, se-
Portanto, artistas
的作品的艺术家, gundo ele, afetou
que escolhem criar
肯定会专注于困扰 a maneira como
obras que serão
他们的社会方面。 ele fazia arte, bem
definidas como
通常,当观看公众 como seu senso de
“polêmicas”, estão
的 道 德 价 值观 和 信 identidade. Com
definitivamente
仰受到质疑时,他 Family Tree, que foi
debruçados sobre
们会感到受到攻击 criado assim que
aspectos sociais
Huan se mudou
que os incomoda.
para os Estados
E, muitas vezes,
Unidos, o artista
quando valores
oferece seu rosto
morais e crenças
como um meio no
do público obser-
qual nomes, histó-
vador são questio-
rias e palavras liga-
nadas, o mesmo
das à sua herança
se sente agredido.
FIGURA 29 - ZHANG HUAN – FAMILY TREE, 2000 cultural são escritas

Huan compartilhou em entrevistas


como a mudança de países o afetou:

“A experiência no exterior me fez entender completamente as circunstâncias em


que o povo chinês está inserido ao viver em um país estrangeiro [...]

28 29
[...] Esse sentimento de ser um estranho nunca foi embora. Eu sou inerentemente
chinês. Isso tornou meus sentimentos e pensamentos mais aguçados.”

(Zhang Huan, em entrevistas para os sites


https://www.artspace.com e www.china-underground.com)
艺术家是一个对他
所生活的世界极为
敏感的人。他所
在的社会的政治、
社会和道德方面塑
造了他作为一个人
的身份,从而塑
造了他的艺术。
所有的艺术都是自
传的,因为每一件
作品都是作为社会 Zhang Huan con-
背 景 下 人 类经验 的 cebeu a perfor-
副产品而诞生的。 mance como uma
因 此 , 选择创 作 被 peregrinação con-
定 义为 “ 有 争 议 ” centrada, fundindo
的作品的艺术家, abordagens orien-
肯定会专注于困扰 tais e ocidentais
他们的社会方面。 da espiritualidade.
通常,当观看公众
的 道 德 价 值观 和 信 Intitulado Hard to
仰受到质疑时,他 Acclimatize, deri-
们会感到受到攻击 vou das dificulda-
des do artista em
se adaptar à Amé-
rica. A obra celebra
a nova liberdade
que ele encontrou
na América filtrada
por suas visões es-
pirituais mais orien-
tais. Como sempre
faz em seu trabalho,
Zhang Huan usa o
corpo como lingua-
gem e como meio. É
a maneira mais dire-
ta de ele se conec-
tar consigo mesmo,
com seus colegas
e com a sociedade.

FIGURA 30 - ZHANG HUAN – MY AMERICA (HARD TO ACCLIMATIZE),


1999

30 31
Podemos mencionar vários exemplos
de obras de arte que chocaram o pú-
blico na época em que foram criadas,
mas que aos poucos transformaram o
modo de pensar sobre determinados
assuntos. Dessa forma, não é necessa-
riamente o fato de uma obra ser polê-
mica que faz dela importante, mas sim
os questionamentos que a obra carrega.

v 艺术家是一个对他
所生活的世界极为
敏感的人。他所
FIGURA 31 - AI WEIWEI – DROPPING A HAN DYNASTY URN, 1995 在的社会的政治、
Dentre os motivos que levaram a essa 社会和道德方面塑
obra, está uma crítica ao governo au- 造了他作为一个人
Derrubando uma Urna da Dinastia Han,
toritário que estava em regime na 的身份,从而塑
1995 é um uma performance fotogra-
época em que a obra (Urna) foi criada, 造了他的艺术。
fada que mostra Ai Weiwei, um artista
conectando também com as atitudes 所有的艺术都是自
chinês, destruindo um artefato precioso.
totalitaristas do regime Comunista que 传的,因为每一件
A destruição desta obra de arte é exibida governava a China na década de 90. 作品都是作为社会
em uma série de três fotografias em pre- 背 景 下 人 类经验 的
to e branco que mostram Ai derrubando Como reação, a maioria das pessoas 副产品而诞生的。
uma urna cerimonial da dinastia Han de achava que era muito antiético destruir 因 此 , 选择创 作 被
2000 anos (avaliado em U$ 1 milhão) qualquer artefato sob quaisquer circuns- 定 义为 “ 有 争 议 ”
tâncias, mesmo que fosse seu trabalho 的作品的艺术家,
A primeira foto mostra Ai segurando original ou destinado a criar arte. Por 肯定会专注于困扰
o vaso; a segunda mostra no ar e a úl- outro lado, algumas pessoas interpreta- 他们的社会方面。
tima mostra o vaso quebrado em pe- ram a mensagem que ele estava envian- 通常,当观看公众

32 33
daços no chão. Ai afirma que ele, na do destruindo o artefato também como 的 道 德 价 值观 和 信
verdade, destruiu duas urnas no pro- uma demonstração do pouco valor que 仰受到质疑时,他
cesso de criação da obra de arte, mas as vezes damos para a obra de arte. 们会感到受到攻击v
seu fotógrafo não conseguiu captu-
rar o esmagamento da primeira urna.

Devido a esse ato de destruir o artefato


histórico, as imagens tornaram-se mais
valiosas do que o objeto original. O ar-
tefato histórico ficou mais exposto de
uma forma que os métodos tradicionais
de preservação não poderiam expô-lo.
4
Próximos artistas do
Capítulo 3:

-Ren Hang
-Zeng Fanzhi

CAPÍTULO
As Bienais
Obras memoráveis da
AS BIENAIS Bienal de Veneza (incompleto)
Bienal de Veneza
Bienal de São Paulo
Documenta de Kassel

Figura 32 - Bienal de Veneza

La Biennale di Venezia
La Biennale di Venezia existe por mais de 120 anos hões em que são expostos os artistas de cada país.
e é uma das instituições culturais mais prestigia- Hoje existem mais de 80 pavilhões compondo o
das do mundo. Estabelecida em 1895, a Bienal re- espaço de exposição do festival.
cebe mais de 500 mil visitantes em sua exibição
de arte. Além do setor de Artes Visuais, a bienal Em todas as bienais de Veneza, há a entrega de
também organiza exposições de Arquitetura, Cin- dois cobiçados prêmios: o Leão de Ouro, entregue
ema, Dança, Música e Teatro. à melhor obra da mostra internacional, e o Leão

36 37
Desde o começo, os organizadores da Bienal in- de Prata, voltado a artistas promissores. O Juri
centivaram os países a ficarem responsáveis pela para a escolha dos ganhadores é formado por ar-
construção, manutenção e programação dos pavil- tistas e pessoas influentes no cenário artístico de
cada setor.
Obras memoráveis da
Bienal de São Paulo (incompleto)

Figura 33 - Bienal Internacional de Arte de São Paulo - Pavilhão Ciccilio Matarazzo, São Paulo
CC BY 3.0

Bienal Internacional de São Paulo


A Bienal Internacional de São Paulo Portinari, Morandi e Segall tinham obras
foi criada em 1951 pelo empresário expostas. O então diretor de arte do Museu
Francisco Matarazzo Sobrinho e foi a de Arte moderna de São Paulo, Lourival
primeira exposição de arte moderna de Gomes, foi o organizador desse evento
grande porte realizada fora dos polos que tinha a grande ambição de conquistar
culturais europeus e norte-americanos. para São Paulo a posição de um grande
O evento acontece no Pavilhão Ciccillo centro cultural internacional, e, ao obter
Matarazzo do Parque Ibirapuera que foi repercussão extraordinária, pôde colocar
construído em 1954 e concebido por artistas brasileiros em contato com a
Oscar Niemeyer. mais nova produção contemporânea,
estimulando polêmicas e assimilação de
Já na primeira amostra, artistas como
novas linguagens.

38 39
Picasso, Max Bill, Di Cavalcanti, Brecheret,
Obras memoráveis da
Documenta de Kassel (incompleto)

A Importância das Bienais


Figura 34 - Documenta de Kassel Além de promoverem novos artistas contemporâneos e
impulsionarem a criação de obras inigualáveis, as Bienais
proporcionam um encontro de culturas extraordinário.
Documenta de Kassel No Brasil, a Bienal de São Paulo incentiva a participação da
população local e, em diversos casos, possibilita o primeiro
Documenta é uma exibição de arte A primeira documenta teve participação
contato das pessoas com a arte em si. E não apenas com a
contemporânea que ocorre a cada 5 de artistas considerados influentes na
arte brasileira, mas sim com todo o contexto internacional
anos em Kassel, Alemanha. Foi fundada arte moderna como Picasso e Kandinsky.
que, de outro modo, seria impossível de existir.
pelo artista, professor e curador Arnold Enquanto as edições mais recentes
Bode em 1955 como parte de um evento apresentam artistas de todo o mundo,
Horticultural alemão, com o intuito de sendo muitas obras criadas especialmente É importante ressaltar também que a honesta curadoria e a
aproximar a Alemanha da arte moderna para o ambiente da exposição. relação dos artistas envolvidos com os propósitos definidos
no período pós-guerra, também com o para cada edição são essenciais, uma vez que uma bienal não
intuito de reabilitar obras das vanguardas se trata apenas de uma feira de arte, em que o grande objetivo
modernas que haviam sido censuradas e seria a comercialização das obras.
excluídas dos museus pelo regime nazista.

40 41
CAPÍTULO

5
Arte no Pós Guerra
ARTE E GUERRA A Segunda Guerra Mundial
aconteceu entre 1939 e 1945, e mais de 70 milhões de pessoas foram
Anos antes da Segunda Guerra Mundial, o Hitler afirma que a arte moderna estava su- mortas. Pelo menos 1,1 milhões de judeus mortos em campos de
movimento de arte moderna estava a todo jando a cultura alemã, e que tal arte estava
concentração em câmaras de gás.
vapor na Europa e as artes vanguardistas relacionada à pobreza, à doença e a diversos
já vinham propondo um rompimento com outros problemas sociais que a Alemanha en- O mundo após a segunda guerra mundial é um mundo desolado. Milhões
os valores artísticos vigentes. Porém, como frentava no período. Com isso, a exposição de pessoas perderam seus familiares na guerra e milhões de pessoas
se sabe, uma onda política de autoritarismo reúne cerca de 650 obras entre pinturas, es- foram marcadas profundamente para sempre.
domina governos por toda a Europa e, dentre culturas, desenhos, gravuras e livros, prove-
eles, a Alemanha. nientes de acervos de 32 museus alemães, Nesse contexto, a arte do pós-guerra carrega esse peso e esse sofrimento
O documentário “Arquitetura da Destruição”, consideradas artisticamente indesejáveis e junto comv a reflexão de como as guerras destroem a humanidade.
Peter Cohen, 1989 retrata justamente o co- moralmente prejudiciais ao povo pelo gover-
meço dessa campanha de ódio e preconceito, no nacional-socialista alemão
que começou justamente com a arte.
Começa então o que seria uma violenta per-
O princípio fundamental do nazismo era em- seguição a essas pessoas, e um processo de
belezar o mundo, nem que para isso tivesse censura extremo a todo tipo de arte que o
que destruí-lo. Por se tratar de um artista fra-
cassado, Adolph Hitler junta seus ideais artís-
governo nazista não considerasse “digna da
cultura alemã”. KATHE KOLLWITZ
ticos ao seu objetivo de atribuir, aos judeus
e a pessoas vulneráveis, a culpa pela crise
economica e social alemã. Dessa forma, surge Käthe Kollwitz foi uma im-
a exposição que marca o ápice da campanha portante desenhista, pintora,
“Arte degenerada” foi o termo oficialmente divulgado para
pública do regime nazista contra a arte mo- a arte moderna, difamada com justificativas de teoria racial gravurista e escultora alemã,
derna: a mostra internacional “Arte Degene- durante o governo nazista na Alemanha. O termo “degen- cuja obra reflete uma elo-
rada”. eração” foi emprestado da medicina para a arte no final do
século XIX. quente visão das condições
humanas na primeira meta-
de do século XX. Com traços
de Naturalismo e Expressio-
nismo, Kollwitz traz a classe
operária, fome, guerra e po-
breza como temas recorren-
tes em seu atrabalho.

44 Figura 35 - A Exposição de Arte Degenerada

45
GERHARD RICHTER
Gerhard Richter é um pintor
alemão que cresceu debai-
xo do Nacional-Socialismo e
viveu durante mais 16 anos
debaixo do comunismo da
Alemanha Oriental antes de
se mudar para a Alemanha
Ocidental, em 1961.

Suas obras retratam imagens


de guerra e momentos histó-
ricos de grande violência

FIGURA 36 - MÃE COM O FILHO MORTO, Käthe Kollwitz, 1903

46 47
Figura 37 - FOME, Käthe Kollwitz, 1923
Figura 38 - Gerhard Richter, ‘September’, 2005

CONTINUA
CAPÍTULO
Arte e Design

6
PIET MONDRIAN
ANDY WARHOL
Em suas obras, Andy Warhol
discutiu a reprodutibilidade da
arte a partir do ponto de vista
do processo de massificação da
cultura e do sistema capitalista Ao entrar em contato com o estilo
de produção desenfreada. Ao cubista e a abstração, Mondrian
explorar esse universo o artista caminha para o desenvolvimento
inevitavelmente encontrou das obras pelas quais o artista
seria consagrado.
com aspectos que permeiam
a produção do design, tendo Com grids diversos, geometria
em vista que o mesmo está e cores primárias, a arte de
Figura 41 - Piet Mondrian
intrinsicamente ligado ao ato de Mondrian se aproxima do design
desenvolver produtos que serão por trazer escolhas que definem
Figura 39 - 210 Garrafas de
produzidos e/ou consumidos em Coca-Cola, Andy Warhol, 1962 o equilibro entre cores, equilíbrio
larga escala. esse que pode ser visto como uma
hierarquia visual, pois existem
obras com predominância de
Ao utilizar serigrafia como um dos principais
uma só cor e obras em que a
meios de criação, Warhol permitiu que suas disposição dos tamanhos dos
obras fossem tão reprodutíveis quanto espaços do grid e a disposição
o molde de vidro das garrafas de Coca- de cores são equilibrados e não
Cola, refrigerante difundido mundialmente surge predominância alguma.
e produzido aos milhões. Além disso, a
linguagem das formas chapadas e outros
elementos da Pop Art foram também
absorvidos no design das décadas de 60
e 70, como por exemplo no movimento de
design psicodélico.
Figura 40 - Marilyn, Andy Warhol, 1962

Figura 42 - Piet Mondrian

50 51
CAPÍTULO
Arte e Fotografia

7
CAPÍTULO
Performances

8
A PERFORMANCE
Yves Klein
Maurício Ianês
Marina Abramovic
Orlan
YVES KLEIN
Yves Klein foi um artista impor-
tante e muito influente, consi-
derado por alguns críticos como
precursor da arte contemporâ-
nea e conceitual, assim como
das performances artísticas.
A cor, valorizada pelo artista
francês, impressiona e seduz. Em
uma de suas performances mais
emblemáticas, Klein usou três
modelos como pincéis. Nuas,
elas se besuntavam com tinta
Azul Klein, e carimbavam telas
para formar imagens, tudo isso
acompanhado de uma pequena
orquestra que executava a “Sin-
Figura 44 - Yves Klein, Nice, França
fonia Monotônica”: uma sinfonia
de uma única nota criada por ele
mesmo em 1949.

Figura 43 - Passing Through, Sylvia Palacios Whitman, 1977

Sobre do que se trata a arte de performance, Fernando do Nascimento


Gonçalves escreveu em em seu artigo “Performance: um fenômeno de
arte, corpo e comunicação”:

A performance é uma expressão artística em que o corpo é utilizado como um


instrumento de comunicação que se apropria de objetos, situações e lugares -
quase sempre naturalizados e socialmente aceitos - para dar-lhes outros usos
e significações. Como arte que se ocupa do corpo, atravessou suas distintas
concepções, buscando questionar limites e fronteiras da cultura e do cotidiano
a ele associados em nossa sociedade. Hoje, usando mediações tecnológicas,
promove outros modos de apresentação do corpo, ao mesmo tempo que se

56 57
propõe a repensá-lo, convidando-nos a refletir sobre os novos desafios da arte
e do corpo na atualidade. (GONÇALVES, 2004)

Figura 45 - Antropometria Yves Klein, 1960


Figura 47 - Antropometria Yves Klein, 1960

Figura 48 - Antropometria, Yves Klein, 1960

Figura 46 - Antropometria Yves Klein, 1960 É possível perceber a evolução do comportamento artístico que um dia
iria levar à arte performática até mesmo em artistitas das vanguardas
europeias. Gonçalves cita Pollock e o ato do artista caminhar pelas lonas
Gonçalves explica que o rompimento com o período as vanguardas em que pintava, incorporando o movimento do corpo como parte da
europeias trouxe o termo “arte de fronteira”, usado por Renato Cohen: criação da obra.

O termo é sem dúvida ambíguo, mas designa com precisão a própria natureza Após isso, temos as obras de assemblage e o a consciência do uso de
desta expressão artística que opera quebras e aglutinações, ao mesmo tempo
em que vai situar-se formalisticamente entre dois gêneros, mais exatamente
objetos proveniente da pop art, movimentos esses que acrescentaram
“no limite das artes plásticas e das artes cênicas, sendo uma linguagem híbrida ainda mais a corrente que criaria o elo do surgimento da arte de
que guarda características da primeira enquanto origem e da segunda perfomance.
enquanto finalidade” (Ibid, p.7). (GONÇALVES, 2004)

58 59
MAURÍCIO IANÊS Figura 51 - Zona Morta, Maurício Ianês, 2007

Nascido em São Paulo, seu


trabalho questiona as lin-
guagens verbal e artística,
suas possibilidades expres-
sivas e limites, suas funções
políticas e sociais, muitas ve-
zes propondo a participação
do público em suas ações
para criar situações de troca
onde a linguagem e os seus
desdobramentos sociais en-
tram em jogo. Ianês busca
referências e influências em
filosofia, poesia, crítica so- Quanto perguntado sobre a intesidade e características
cial, literatura e música. de suas performances e a respeito da obra Zona Morta,
Ianês disse:
Figura 49 - Maurício ianês
“Não sei se tenho uma mensagem a transmitir, acho que tenho uma mensagem para
ser construída ali, ao vivo. [...] Quero obras abertas, abertas ao público (nem sempre
interativas, mas que contem com a disponibilidade do público para construir junto
Figura 50 - Zona Morta, Maurício Ianês, 2007 ao trabalho a tal mensagem).
[...] Fico o tempo inteiro pensando que eu estou ali numa conversa, num diálogo
com o público. E é isso o que me faz superar o frio que eu passei neste trabalho, por
exemplo”

– Maurício Ianês, em entrevistas para a revista FFW MAG

O corpo é, portanto, histórico e nasce ligado à cultura. Sua imagem é a de um


artifício cultural que deve estar preparado para o espaço social, na medida em
que “sustenta como matéria a produção de processos de identificação a partir
de suas evidentes marcas visuais que expõem a identidade do sujeito consigo
próprio com o grupo do qual participa e pelo qual quer ser acolhido e
reconhecido (...)” (TUCHERMAN, 1999, p.106). (GONÇALVES, 2004)

60 61
Figura 54 - Ritmo 0, Marina Abramovic , 1970

MARINA ABRAMOVIC
Marina Abramović é uma artista
performática que iniciou sua car-
reira no início da década de 1970
e manteve-se em atividade desde
então. Considera-se a “avó da arte
da performance”. Seu trabalho ex-
plora as relações entre o artista e
a plateia, os limites do corpo e as
possibilidades da mente.

Ritmo foi uma performance divi-


da em 5 partes, das quais a última
(Ritmo 0) se tornou a mais conhe-
cida e polêmica. Nessa obra que O público começou tímido. Brin- parte da obra, iria. Houve uma bri-
durou seis horas, Abramovic ficou cou com a rosa, beijou, mexeu seus ga entre os presentes. Parte deles
parada e sem se mexer e permitiu braços como uma boneca, enquan- se opunha aos que brincavam com
que o público convidado fizesse o to a artista permanecia imóvel. Em a arma. O galerista interviu e jogou
Figura 52 - Marina Abramovic
que quisesse com ela, podendo se- seguida, as pessoas começaram a a arma pela janela. Em seguida, os
rem usados 72 objetos que foram ficar mais violentas. Fizeram cor- participantes continuaram de ma-
selecionados e colocados sobre tes em sua pele, chuparam sangue neira violenta: suas roupas foram
uma mesa. de seu pescoço, até que a arma cortadas, espinhos espetados em
Figura 53 - Ritmo 0, Marina Abramovic , 1970 carregada foi colocada em sua sua barriga.
mão, com seu próprio dedo no ga-
tilho. E Marina continuava imóvel,
tentando descobrir até que ponto
o público, que já havia se tornado

Ao descrever a performance, Abramović disse:

“O que eu aprendi é que se você deixar nas mãos do público, eles podem te matar.
Eu me senti realmente violada. Cortaram minhas roupas, enfiaram espinhos de
rosa na minha barriga, uma pessoa apontou uma arma para minha cabeça e
outra a retirou. Isso criou uma atmosfera agressiva. Depois de exatamente 6

62 63
horas, como eu tinha planejado, me levantei e comecei a caminhar em direção
ao público. Todos fugiram para escapar de uma confrontação presente”
ORLAN
A artista francesa trabalha sobre o
tema do status do corpo, sobretudo
o corpo da mulher na sociedade e as
pressões exercidas sobre ele, sendo
assim muito ligada ao movimento fe-
minista.
Orlan usa então a tecnologia presente
em seu tempo para esculpir seu corpo,
importando-se não com o resultado
final, mas com a reflexão decorrente
de cada uma das performances. Acon-
teceram nove dessas performances
enquanto a artista era operada, entre
1990 e 1993, cada uma delas sendo ba-
seada em um texto filosófico, psicana-
lítico ou literário, em torno do qual gi-
Figura 57 - O Rosto do Século, Orlan, 1990
rava o tema da performance-cirurgia,
sendo a sala decorada de acordo pela Figura 55 - Orlan
artista, que também lia o máximo pos- A respeito da debate dobre o corpo, a beleza e as pressões
sível do texto durante o procedimento. estéticas impostas sobre o mesmo, Gonçalves explica:
Figura 56 - O Rosto do Século, Orlan, 1990
De uma forma mais ampla, Glusberg viu no happening e na body art o
agrupamento de diversas tendências internas que tinham como denominador
comum a proposta de “desfetichizar o corpo humano – eliminando toda
exaltação à beleza a que ele foi elevado durante séculos pela literatura, pintura
e escultura – para trazê-lo à sua verdadeira função: a de instrumento do homem,
do qual, por sua vez, depende o homem” (Ibid, p.43).

64 65
CAPÍTULO
Instalção de Arte
Site Specific

9
INSTALAÇÕES?

Figura 60 - The Souls of Millions of Light Years Away, Yayoi Kusama, 2013

Figura 58 - Uncertain Journey, Chiharu Shiota, 2017


A instalação trata-se de uma categoria
artística projetada para ter um relaciona- A utilização e comtemplação de vários
mento específico, temporário ou perma- materiais e suportes como tinta, pintura,
nente, com seu ambiente espacial em um escultura - e outras formas de criação -
nível arquitetônico, conceitual ou social. faz com que possamos ver as instalações
como um patamar-ultimo da expressão
A Instalação é uma forma de arte que
artística formal.
utiliza a ampliação de ambientes que são
transformados em cenários do tamanho É possível traçar o caminho e o desenvol- Figura 59 - Aftermath of Obliteration of Eternity, Yayoi Kusama, 2009

de uma sala. Pintura, escultura e outros vimento da produção artística humana


materiais são usados conjuntamente para
ativar o espaço arquitetônico. O especta-
dor participa ativamente da obra e, por-
e perceber que nos encontramos em um
período em que já se criaram infinitas no-
vas formas de expressão, e atualmente os
YAYOI KUSAMA
tanto, não se comporta somente como artistas exploram essas mídias trazendo Yayoi Kusama foi incrivelmente inovadora em 1965, quando produziu
apreciador reflexões voltadas para o mundo atual, Infinity Mirror Room - Phalli’s Field. Usando espelhos, ela transformou
mas sempre em contato e referenciando a intensa repetição de suas primeiras pinturas e trabalhos em papel em
Muitas vezes, as ideias por trás de uma
períodos históricos do passado. uma experiência perceptiva.
instalação e as respostas que ela suscita

68 69
tendem a serem mais importantes do que Mas para onde a arte irá a partir daqui? Ao longo de sua carreira, a artista produziu mais de vinte Infinity
a qualidade de seu meio ou de sua técnica. Qual será o próximo movimento artístico Mirror Rooms distintos. Variando de câmaras peep-show a instalações
que trará um novo meio de expressão multimídia, cada um dos ambientes caleidoscópicos de Kusama oferece
artística? a chance de entrar em uma ilusão de espaço infinito. As salas também
oferecem a oportunidade de examinar os temas centrais da artista,
como a celebração da vida e suas consequências.
Figura 61 - Série “Urban Nature”, Naoko Ito, 2008 - 2021

Figura 64 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006

Figura 65 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006

Figura 62 - Série
“Urban Nature”,
Naoko Ito, 2008 - 2021

Figura 63 - Série “Urban Nature”,


Naoko Ito, 2008 - 2021 Figura 66 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006

NAOKO ITO CAI GUO-QIANG


Nesta série, Naoko Ito se concentra em como tentamos domar a natureza. Para sua instalação dramática e impressionante, Cai escolheu “arremessar”
Ao falar sobre a inspiração para essa série, ela diz: 99 lobos de pelúcia realistas em uma parede de vidro. Os lobos empalhados
“Nova York tem muitos parques, mas sinto que o parque é uma natureza falsa. pareciam avançar em direção a uma parede transparente e batendo
Comecei a pensar como, principalmente na área de Nova York, nas áreas implacavelmente com força total contra a barreira de vidro, enquanto o resto
urbanas, como as pessoas se relacionam com a natureza. Como eles a contêm.” dos animais atrás continuavam avançando valentemente e implacáveis.

Nesta série Ito tem fotos e esculturas, mas são suas esculturas que A inspiração para a obra veio a partir do passado sombrio de uma Alemanha

70 71
realmente se destacam. Essas obras criam a ilusão de plantas crescendo pós Segunda Guerra, em que um muro dividia a cidade de Berlin e parte da
através do vidro, mas ao mesmo tempo estão presas dentro dele. população passava por miséria e marginalização.
Além disso, Cai queria retratar a tragédia humana universal resultando em
nosso desejo de mobilidade ascendente e avanço. Os lobos foram projetados
para ecoar o espírito humano de tentar incansavelmente atingir um objetivo
sem compromisso.
REFERÊNCIAS IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Bizantina. História das Artes,
2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-
medieval/arte-bizantina/>. Acesso em 22 Sep 2022.

BIBLIOGRÁFICAS AGENCIA PAPOCA; ARTE ORIENTAL: SUAS CARACTERÍSTICAS, PINTURAS E


HISTÓRIA NA CHINA E NO JAPÃO, 2019. Disponível em: <https://laart.art.br/
blog/arte-oriental/>. Acesso em 24 Sep 2022.
IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Pré-Histórica. História das Artes,
2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na- SEMIS, Laís; Como o conceito de beleza se transformou ao longo dos séculos?
antiguidade/pre-historia/>. Acesso em 20 Sep 2022. 2014. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/3414/como-o-
conceito-de-beleza-se-transformou-ao-longo-dos-seculos>. Acesso em 24 Sep
2022.
IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Egípcia. História das Artes,
2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na-
antiguidade/arte-egipcia/>. Acesso em 20 Sep 2022. CARVALHO, Lu Dias; O BELO NA ARTE. 2020. Disponível em: <https://
virusdaarte.net/o-belo-na-arte-aula-no-2/>. Acesso em 25 Sep 2022.

AIDAR, Laura; Arte Africana: manifestações, história e resumo, 2022. Disponível


SELECT ART; Qual é o papel da Bienal? 2014. Disponível em: <https://www.
em: <https://www.culturagenial.com/arte-africana/>. Acesso em 20 Sep 2022.
select.art.br/qual-e-o-papel-da-bienal/#:~:text=A%20resposta%20é%20
simples%20assim,de%20um%20país%20ou%20região.V>. Acesso em 14 Oct
2022.
MET MUSEUM; Paint Like An Egyptian! 2020. Disponível em: <https://www.
metmuseum.org/blogs/metkids/2020/paint-like-an-egyptian>. Acesso em 21 DESIGN INOVA; O DESIGN DOS ANOS 60, 2011. Disponível em: <https://
Sep 2022. designinnova.blogspot.com/2011/03/o-design-dos-anos-60.html>. Acesso em
15 Oct 2022.
IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Grega. História das Artes,
2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na- ARTER REF; O que é instalação?, 2021. Disponível em: <https://arteref.com/
antiguidade/arte-grega/>. Acesso em 21 Sep 2022. instalacao/o-que-e-instalacao-saiba-tudo-aqui/>. Acesso em 25 Nov 2022.

IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Romana. História das Artes,


2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na-
antiguidade/arte-romana/>. Acesso em 21 Sep 2022.

IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Grega. História das Artes,

72 73
2022. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na-
antiguidade/arte-grega/>. Acesso em 21 Sep 2022.
Figura 27 - Susano Correia, homem face a face
com o abismo, 2018 Figura 48 - Antropometria, Yves Klein, 1960

LISTA DE FIGURAS Figura 28 - Vincent Van Gogh, Velho Na Tristeza


1890

Figura 29 - Zhang Huan – Family Tree, 2000


Figura 49 - Maurício ianês

Figura 50 - Zona Morta, Maurício Ianês, 2007

Figura 51 - Zona Morta, Maurício Ianês, 2007


Figura 30 - Zhang Huan – My America (Hard to
Acclimatize), 1999 Figura 52 - Marina Abramovic
Figura 1 - The Black Stag Figura 14 - Figura Sentada
c. 17.000 a.C. Século 13 Figura 31 - Ai Weiwei – Dropping a Han Dynasty Figura 53 - Ritmo 0, Marina Abramovic , 1970
Urn, 1995
Figura 2 - Left Wall: Second Bull, Below: Kneeling Figura 15 - Sachihongo Mask Figura 54 - Ritmo 0, Marina Abramovic , 1970
Red Cow Séculos 19-20 Figura 32 - Bienal de Veneza
c. 17.000 a.C. Figura 55 - Orlan
Figura 16 - Seated Chief (Mwanangana) Playing Sanza Figura 33 - Bienal Internacional de Arte de São
Figura 3 - Vênus de Willendorf Paulo - Pavilhão Ciccilio Matarazzo, São Paulo Figura 56 - O Rosto do Século, Orlan, 1990
c. 28.000 - 25.000 a.C. Figura 17 - Van Eyck, Casal Arnolfini, 1434 CC BY 3.0
Figura 57 - O Rosto do Século, Orlan, 1990
Figura 4 - Relevo de Nebhepetre Mentuhotep II Figura 18 - O Nascimento de Vênus, Sandro Botticelli, Figura 34 - Documenta de Kassel
e a Deusa Hathor 1483 Figura 58 - Uncertain Journey, Chiharu Shiota, 2017
Figura 35 - A Exposição de Arte Degenerada
Figura 5 - Máscara funerária de Tutancâmon Figura 19 - Susano Correia, “cante para mim”, 2018 Figura 59 - Aftermath of Obliteration of Eternity,
c. 1350 a. C. Figura 36 - MÃE COM O FILHO MORTO, Käthe Yayoi Kusama, 2009
Figura 20 - Laocoonte e seus filhos Kollwitz, 1903
Figura 6 - Jarro da Tumba de Sennedjem c. 140 a.C. Figura 60 - The Souls of Millions of Light Years
c. 1279–1213 a.C. Figura 37 - FOME, Käthe Kollwitz, 1923 Away, Yayoi Kusama, 2013
Figura 21- Rogier van der Weyden, Retrato de uma
Figura 7 - Estela de Aafenmut Dama, (c. 1399–1464) Figura 38 - Gerhard Richter, ‘September’, 2005 Figura 61 - Série “Urban Nature”, Naoko Ito, 2008
c. 924–889 a.C. - 2021
Figura 22 - Michelangelo Buonarotti, A Criação de Figura 39 - 210 Garrafas de Coca-Cola, Andy
Figura 8 - Marble sarcophagus with the Triumph Adão Warhol, 1962 Figura 62 - Série “Urban Nature”, Naoko Ito, 2008
of Dionysos and the Seasons 1508-1515 - 2021
Figura 40 - Marilyn, Andy Warhol, 1962
Figura 9 - Kouros de Anavisos Figura 23 - Claude Monet, Jardim em Giverny Figura 63 - Série “Urban Nature”, Naoko Ito, 2008
525 a.C 1900 Figura 41 - Piet Mondrian - 2021

Figura 10 - Vênus de Milo Figura 24 - Tsukioka Yoshitoshi, Picture of the Priest Figura 42 - Piet Mondrian Figura 64 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006
c. 200 a.C Dainin Killing the Girl Umegae 1839-1892
Figura 43 - Passing Through, Sylvia Palacios Figura 65 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006
Figura 11 - Ática Figura 25 - Tsukioka Yoshitoshi, Whitman, 1977
c. 440 a. C. The Lonely House on Adachi Moor Figura 66 - Head On, Cai Guo-Qiang, 2006
1885 Figura 44 - Yves Klein, Nice, França
Figura 12 - Iniciação ao Culto de Deméter
Figura 26 - Hieronymus Bosch, O Jardim das Delícias

74 75
Figura 45 - Antropometria Yves Klein, 1960
Figura 13 - Augusto de Prima Porta Terrenas
c. 20 a. C. Figura 46 - Antropometria Yves Klein, 1960

Figura 47 - Antropometria Yves Klein, 1960


CAIO OLIVEIRA DE CARVALHO,
2022

Projeto desenvolvido para a


disciplina Histõria da Arte

Professor Lãzaro Moura

Texto diagramado em fontes


Scotch Display e Interstate

Você também pode gostar