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Nove livros para entender as big techs que um cientista político deve ler (e não cientistas políticos também)
A era do capitalismo de vigilância, de Soshana Zuboff. Trad. George Schlesinger. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021.
Obra essencial para compreender como o controle sobre os usuários – e, mais, a transformação de toda a experiência humana em
matéria-prima para a extração de lucro – é o fundamento do “modelo de negócios” das empresas de tecnologia.
24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, de Jonathan Crary. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Ubu, 2016.
Ensaio que descreve como, na ânsia por valorização permanente, o capital quer avançar sobre a última fronteira e nos impedir até de
dormir. Escrito no estilo pop da crítica cultural, de Jameson a Žižek, mesclando filosofia e filmes de ficção científica, mas ainda assim vale
a leitura.
A máquina do caos, de Max Fisher Trad. Érico Assis. São Paulo: Todavia, 2023.
Uma longa reportagem que mostra como as big techs, na busca sem limites pelo “engajamento” crescente que produz seus lucros, são
ativas promotoras de desinformação, ódio, conspiracionismo, discriminação e mesmo massacres. Uma leitura assustadora.
Algoritmos de destruição em massa, de Cathy O’Neil. Trad. Rafael Abraham. Santo André: Rua do Sabão, 2020.
Os algoritmos parecem ser os novos senhores do mundo. Seus resultados parecem insondáveis e não permitem contestação, mas por
trás deles está uma programação que serve a interesses bem precisos e reproduz vieses e preconceitos.
Big tech: a ascensão dos dados e a morte da política, de Evgeny Morozov Trad. Claudio Marcondes. São Paulo: Ubu, 2018.
Reunião de ensaios sobre o retrocesso social ocasionado pelas gigantes da tecnologia. A automatização de escolhas e comportamentos,
que as empresas apresentam como solução para nossos problemas, representa uma perda de autonomia dos cidadãos - e a morte de
qualquer possibilidade de democracia. O estilo do autor é meio chato, mas vale a leitura.
Os engenheiros do caos, de Giuliano da Empoli Trad. Arnaldo Bloch. Belo Horizonte: Vestígio, 2019.
O autor apresenta os cérebros por trás dos novos extremismos políticos - gente como Steve Bannon, Gianroberto Casaleggio (“dono” do
Movimento 5 Estrelas, da Itália) ou Arthur Finkelstein (assessor de Viktor Orban), que por, fanatismo ou oportunismo, entendem como
usar as redes para disseminar ódio e caos.
O filtro invisível, de Eli Pariser Trad. Diego Alfaro. São Paulo: Zahar, 2012.
Uma obra já quase “clássica” sobre como a experiência na rede é organizada em forma de “bolhas”. O reforço permanente das opiniões
prévias do grupo e o bloqueio a qualquer informação divergente geram um campo propício ao extremismo e anulam qualquer
possibilidade de debate.
Digital disconnect, de Robert W. McChesney New York: The New Press, 2013.
As grandes corporações da tecnologia são uma ameaça à democracia, por seu caráter monopolístico, por seu controle sobre os usuários
e por sua capacidade de esterilizar o debate público e destruir o jornalismo. Sem tradução para o português, o livro pode ser encontrado
em espanhol.
Comunicações em tempos de crise, de Helena Martins São Paulo: Expressão Popular, Fundação Rosa Luxemburgo, 2020.
Uma análise sintética, mas não superficial, do sistema de comunicações do Brasil e de seu impacto político, tratando tanto de velhas
quanto de novas mídias e com atenção à economia política dos meios.

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