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As mulheres em Memorial do Convento

A minha oral é sobre as mulheres no romance Memorial do Convento.

Vou falar, em primeiro lugar, , da mãe de Blimunda e das mulheres da família


de Baltasar; a seguir, da princesa Dona Maria Bárbara, depois, da rainha e,
finalmente, de Blimunda.

Memorial do Convento é uma obra povoada por mulheres. Elas aparecem


como personagens individualizadas, como elementos do povo, ou como
pertencendo à nobreza.

Sebastiana Maria de Jesus - A mãe de Blimunda

Um quarto de cristã-nova condenada a ser açoitada em público e ao degredo


por ter “visões e revelações”, é a responsável por Blimunda conhecer Baltasar.

Marta Maria

Mãe de Baltasar - é quem recebe o “filho pródigo” e Blimunda em sua casa,


quando estes vão pela primeira vez juntos a Mafra.

Inês Antónia

Irmã de Baltasar, mãe de dois filhos, que sofre a morte do rapaz mais novo,
com pouco mais de dois anos.

Princesa Maria Bárbara

Maria Bárbara Xavier Francisca Leonor Bárbara, filha de D. João V e de


D. Maria Ana Josefa, é outra personagem histórica de Memorial do
Convento. Foi por causa do seu nascimento que o rei fez voto de construir o
Convento de Mafra. foi LHE ENSINADA arte musical pelo músico italiano
Domenico Scarlatti.
Saramago não nos apresenta uma imagem física muito positiva da
princesa ao longo da obra. Quando ela se desloca para Espanha, no cortejo
nupcial, diz-nos que Maria Bárbara tem 17 anos feitos, cara de lua cheia,
bexigosa, mas que é boa rapariga e sabe música... isto apesar de,
historicamente, esta futura rainha de Espanha ser muito culta.

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A rainha

Dona Maria Ana Josefa, a rainha, é uma personagem histórica, embora


aqui seja objeto da criatividade do autor. Como personagem da obra, a rainha
aparece-nos como a procriadora indispensável para assegurar descendência
ao rei, num papel submisso, passivo, sem vontade própria, objecto da vontade
masculina.

Blimunda

Trata-se da figura que mais sobressai na obra, não só por entrar em


todos os capítulos, com excepção dos três primeiros, como também pelo facto
de ser uma personagem extraordinária. Extraordinária porque possuir poderes
de visão fora do normal, extraordinária pela sabedoria que revelam as suas
respostas, e ainda extraordinária pelo amor que dedica a Baltasar, TBM pelo
facto de ser uma mulher com vontade própria, que toma a iniciativa no início da
sua relação com Baltasar, ao perguntar-lhe, mesmo sem o conhecer, que nome
era o dele e ao dizer-lhe, sem rodeios nem ambiguidades que se ele ficasse
em casa dela, no dia em que se conheceram, dormiria com ela.

Conhecemo-la no auto-de-fé, apresentada pela sua mãe que desfila


como condenada e é num auto-de-fé que nos despedimos dela, quando ela
recolhe a última vontade de Baltasar Sete-Sóis.

Em suma, José Saramago apresenta-nos mulheres que representam


classes sociais opostas, o tradicional papel passivo na sexualidade, mas
também a mulher como sujeito do desejo sexual e como sujeito de vontade
própria. Talvez seja esta última característica, que é tão evidente em Blimunda,
que tornam esta personagem a mais fascinante de toda a obra e uma das mais
persistentes na memória dos leitores.

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