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Dimensões e Densidades de Sólidos

Relatório 1, Métodos Experimentais em Engenharia

Grupo 5
Benicio Warwick Khan: 11202021151
Murilo de Souza Preto: 11202130882
Thais Almeida Fernandes dos Santos: 11202021328
Vinicius Joni Machado: 11202020965

Quadrimestre 2023.2
24 de Junho, 2023
1 Resumo
A habilidade de manusear instrumentos de medição analógicos e digitais com precisão é de extrema im-
portância para os profissionais da área de engenharia. Com o objetivo de desenvolver e avaliar a capacidade
de utilizar diferentes equipamentos, este experimento teve como propósito determinar o material de uma
peça por meio de sua densidade. Essa medida foi obtida utilizando os equipamentos de medição fornecidos,
como balança, paquı́metro, régua e micrômetro, e comparada com uma tabela de densidades de materiais
para determinar o material da peça. O Grupo 5, ao realizar o experimento, obteve uma medição de densidade
de 1.50 ± 0, 04 g cm−3 , correspondente, de acordo com a tabela de densidades fornecida, ao material PVC
Rı́gido, o que condiz com o aspecto plástico da peça.

2 Introdução (Descrição Experimental)


Através do experimento descrito neste relatório, propôs-se ensinar a utilização de equipamentos laborato-
riais – como o paquı́metro, micrômetro e balança digital – assim como as incertezas associadas ao manejo
respectivo de cada instrumento e o registro formal dos dados obtidos. Visando, dessa forma, capacitar os
participantes a avaliar incertezas associadas a medições, calcular o volume e a densidade de sólidos, iden-
tificar materiais com base em valores experimentais e desenvolver técnicas para a elaboração de relatórios
técnicos.
Isso foi feito através da determinação do material de uma peça (sorteada aleatoriamente, neste caso
o cilindro oco) e incerteza associada à previsão, pode meio do valor de densidade, que foi obtido pelo grupo
de participantes, recorrendo aos instrumentos de medição fornecidos.

3 Metodologia
Nesta seção serão abordados os materiais necessários para o experimento, assim como a sequência de passos
para a sua realização.

3.1 Arranjo Experimental

A lista de materiais utilizados consiste em: uma peça sólida geométrica - neste relatório, um cilindro oco,
juntamente com instrumentos de medição: balança digital, régua milimétrica, paquı́metro universal analógico
e micrômetro analógico.

3.2 Procedimento Experimental

A parte experimental consiste em várias etapas, divididas em distintos subtópicos de acordo com os instru-
mentos e áreas de conhecimento associadas.
Ademais, as etapas foram ordenadas em um fluxograma, de acordo com a ordem que devem ser
executadas, assim como o objetivo correspondente a cada subgrupo, na Figura 1.

3.2.1 Coleta de Dados

Primeiro, é necessário anotar as caracterı́sticas dos instrumentos a serem utilizados, como marca, modelo,
fundo de escala e resolução, além de determinar suas incertezas instrumentais. Essas informações devem ser
organizadas em uma tabela, por exemplo, Tabela 1: Incertezas do tipo B.
Em seguida, a massa da peça selecionada deve ser medida com uma balança digital, registrando os
valores e suas respectivas incertezas em uma tabela separada, tal como: Tabela 2: Massa da peça.
Após isso, a peça deve ser analisada, identificando as dimensões relevantes para calcular o volume,
utilizando um modelo geométrico.

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Figura 1: Diagrama experimental
Fonte: Autoria própria.

Então, as dimensões devem ser medidas utilizando a régua, o paquı́metro e o micrômetro, com cada
membro da equipe realizando todas as medidas. Os resultados devem ser registrados em uma tabela separada,
que conterá vários conjuntos de medidas para serem utilizados posteriormente – isto é, Tabela 3: Medições
individuais da peça.

3.2.2 Cálculo de Densidade e Incertezas Associadas

No cálculo do volume e densidade do sólido, deve-se utilizar apenas os valores obtidos com o paquı́metro
para calcular o volume da peça selecionada. Em seguida, com os resultados do volume e da massa da peça,
deve ser calculada a densidade do material.
Em sequência, devem ser combinadas as incertezas de cada dimensão medida em uma fórmula geral,
com o intuito de determinar a expressão associada ao valor do volume da peça. Essa expressão deve ser
apresentada, assim como o cálculo correspondente.

3.2.3 Cálculos Finais e Identificação do Material

Comparando o valor de densidade obtido com os valores fornecidos na Tabela 6, indique o material que
corresponde a peça, assim como o grau de confiança na identificação correta. Por fim, os dados coletados e
resultados obtidos devem ser descritos em um relatório.

3.3 Cuidados e Detalhes Particulares

Dado o enfoque experimental na obtenção de dados através de equipamentos de medição analógicos, é


importante a repetibilidade da coleta de dados pelos integrantes do grupo, visando minimizar eventos de
erro através da média dos dados.
Isto é, é necessário que os dados sejam obtidos de maneira a minimizar a interferência de fatores
externos, capazes de produzir ruı́dos na leitura dos resultados. Tais fatores externos podem ter origem do
ambiente do experimento ou até mesmo na subjetividade do julgamento próprio na coleta de dados.

3.4 Diagramas de Ishikawa

A fim de explicitar as possı́veis fontes de incerteza para determinação da densidade da peça, foi elaborado
um diagrama de Ishikawa, na Figura 2.

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Figura 2: Diagrama de fontes de incerteza, no formato de Ishikawa
Fonte: Autoria própria.

4 Resultados
Na seção de resultados, estão descritos os dados coletados no dia 16 de Junho, 2023, pelos integrantes do
Grupo 5. Ademais, estão dispostas as expressões matemáticas referentes à conversão das medidas obtidas
em informações relevantes, como a densidade da peça analisada.

4.1 Identificação Dos Equipamentos

Seguindo a ordenação da metodologia, inicialmente obteve-se os dados correspondentes aos instrumentos de


medição laboratoriais, dispostos na Tabela 1.

Tabela 1: Informações de equipamentos e incertezas do tipo B


Fonte: Autoria própria.

Instrumento Marca Modelo Fundo de escala Resolução Incerteza


Balança Shimadzu BL 33200H 3200 (g) 0,01 (g) 0,005 (g)
Régua Acrimet Acrı́lico 300 (mm) 1 (mm) 0,5 (mm)
Paquı́metro Asimeto Aço inoxidável 150 (mm) 0,02 (mm) 0,01 (mm)
Micrômetro Pantec Micrometro Externo 25 (mm) 0,001 (mm) 0,0001 (mm)

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4.2 Medição de Dados Relevantes

Em sequência, foi medida a massa da peça através da balança digital, obtendo os dados para massa corres-
pondentes na Tabela 2. É importante notar que um dos integrantes do grupo não esteve presente no dia das
medições, limitando o experimento a três medidas.
Na Tabela 2, podem ser observadas duas colunas: da esquerda para direita, a primeira coluna indica
o objeto de observação, e a segunda o valor mensurado correspondente.

Tabela 2: Medições de massa da peça (cilindro oco)


Fonte: Autoria própria.

Variável Massa (g)


Medida 1 3,600
Medida 2 3,600
Medida 3 3,600
Medida 4 -
Média 3,60
Desvio padrão da média 0,000
Incerteza tipo B 0,005
Incerteza combinada 0,005
Resultado 3, 600 ± 0, 005

A seguir, após obtenção da massa, restou medir a peça com os equipamentos laboratoriais. Foram
feitas as medidas inicialmente com o paquı́metro (3), em seguida da régua (4) e do micrômetro (5).
Como a peça analisada era um cilindro oco, o grupo identificou que as variáveis interessantes para
obtenção do volume eram: altura, diâmetros interno e externo.

Tabela 3: Medições de comprimento da peça via paquı́metro


Fonte: Autoria própria.

Variável Altura (mm) Diâmetro interno (mm) Diâmetro externo (mm)


Medida 1 27,10 17,05 20,01
Medida 2 27,08 17,00 20,02
Medida 3 27,10 16,90 20,03
Medida 4 - - -
Média 27,09 16,98 20,02
Desvio padrão da média 0,01 0,08 0,01
Incerteza tipo B 0,01 0,01 0,01
Incerteza combinada 0,02 0,08 0,01
Resultado 27, 09 ± 0, 02 16, 98 ± 0, 08 20, 02 ± 0, 01

Tabela 4: Medições de comprimento da peça via régua


Fonte: Autoria própria.

Variável Altura (mm) Diâmetro interno (mm) Diâmetro externo (mm)


Medida 1 26,50 17,00 20,05
Medida 2 27,50 15,50 20,10
Medida 3 26,70 16,70 20,00
Medida 4 - - -
Média 26,90 16,40 20,05
Desvio padrão da média 0,53 0,79 0,05
Incerteza tipo B 0,05 0,05 0,05
Incerteza combinada 0,53 0,80 0,07
Resultado 26, 90 ± 0, 53 16, 40 ± 0, 80 20, 05 ± 0, 07

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Tabela 5: Medições de comprimento da peça via micrômetro
Fonte: Autoria própria.

Variável Altura (mm) Diâmetro interno (mm) Diâmetro externo (mm)


Medida 1 - 16,12 20,31
Medida 2 - 16,21 20,39
Medida 3 - 16,08 20,26
Medida 4 - - -
Média - 16,14 20,32
Desvio padrão da média - 0,07 0,07
Incerteza tipo B - 0,001 0,001
Incerteza combinada - 0,07 0,07
Resultado - 16, 14 ± 0, 07 20, 32 ± 0, 07

4.3 Cálculo de Volume

Como a peça recebida pelo grupo foi um cilindro oco, os integrantes identificaram que o cálculo do volume
poderia ser feito considerando dois cilindros maciços, um com o raio externo (maior) e outro com raio interno
(menor) da peça: obtendo o volume real através da diferença entre os dois volumes.
Sendo assim, o volume interno poderia ser calculado através da expressão Vinterno = πrint 2 h, onde:

• Vinterno é o volume interno;


• rint é o raio interno do cilindro;
• h é a altura da peça.

Analogamente, o volume externo poderia ser calculado substituindo o raio interno pelo externo, na
expressão matemática anterior, resultando: Vexterno = πrext 2 h.
Operando a diferença entre as expressões, obtêm-se volume real da peça sendo:

2 2
Vreal = Vext − Vint → Vreal = πh(rext − rint )

Utilizando a média dos dados previamente coletados através do paquı́metro, pode-se chegar ao valor
do volume da peça como sendo:

2 2
Vreal = πh(rext − rint ) = π · 27, 09 · (10, 012 − 8, 492 ) = 2391, 174mm3

Assim, o volume obtido para a peça foi 2391, 174 mm3 .

4.4 Cálculo de Densidade

Como a densidade é uma medida que correlaciona massa e volume, é possı́vel calculá-la dado que a massa foi
mensurada por meio de uma balança digital, e o volume anteriormente calculado. Seja a expressão ρ = m v ,
tal que ρ é a densidade, m a massa e v o volume da peça, segue:

m 3.6 g
ρ= → = 0.00150 g mm−3
v 2391, 174 mm3
Todavia é necessário, também, calcular a propagação de incertezas para determinar o grau de confiança
do resultado obtido.

4.5 Cálculo de Incertezas

As incertezas associadas ao cálculo da densidade podem ser categorizadas em duas fontes: imperı́cia e ins-
trumental. A incerteza por imperı́cia resulta do manuseio humano dos equipamentos de medição analógicos.
Enquanto isso, a incerteza instrumental é dependente das limitações dos equipamentos.

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Os dados utilizados para os cálculos provém da Tabela 3, onde já estão ordenadas as incertezas, tanto
por imperı́cia (tipo A, desvio padrão da média) e do equipamento (tipo B). As incertezas combinadas serão
utilizadas para determinar o grau de confiabilidade dos resultados obtidos.

4.5.1 Incerteza Associada ao Volume

Iniciando a determinação de incertezas a partir do volume, destacam-se três variáveis: raio interno, raio
externo e altura.
Tomando as incertezas como variações infinitesimais parciais individuais em relação à função volume,
é possı́vel modelar a expressão:
s 2  2  2
∂V ∂V ∂V
σv = · σrint + · σrrex + · σh
∂rint ∂rext ∂h

Reconhecendo que:

• σα representa a incerteza combinada de uma determinada incerteza α;

• V corresponde à função volume, definida anteriormente;


• rint corresponde ao raio interno do cilindro oco;
• rext corresponde ao raio externo do cilindro oco;
• h corresponde à altura do cilindro oco.

E, realizando as derivadas parciais, chegou-se ao resultado:

• ∂V
∂rext = 2πhrext ;

• ∂V
∂rint = −2πhrint ;

• ∂V
∂h
2
= π(rext 2
− rint ).

Unindo o resultado das derivadas parciais à função para determinar a incerteza, anterior, obtêm-se:
q
σv = 2 − r 2 )σ )2 ≈ 5, 7 · 101 mm3
(−2πhrint σrint )2 + (2πhrext σrext )2 + (π(rext int h

Combinando o resultado de volume com a incerteza associada, obtemos: V = 239·101 ±5, 7·101 mm3 .

4.5.2 Incerteza Associada à Densidade

Similarmente à expressão matemática sugerida para determinar a incerteza associada ao volume, segue a
função para densidade obtida:
s 2  2 r
∂ρ ∂ρ σ 2 m
 σ m 2
v
σρ = σm + σV = + − 2 = 0, 00004 g mm−3
∂m ∂V V V

4.6 Determinação de Material da Peça

Feitos todos os cálculos, obteve-se o resultado de densidade do material como sendo de 1.50 ± 0, 04 g cm−3 .
Em comparação com a Tabela 6, o resultado mais próximo é o do PVC Rı́gido, com densidade correspondente
de 1, 40, próxima à margem de erro esperada.

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5 Discussão de Resultados
O resultado obtido é condizente com a proposta do experimento, estando próximo da medida esperada, dado
o aspecto visual da peça, assim como não identificando outros materiais no alcance da incerteza além do
PVC rı́gido. Durante os cálculos, destacou-se a incerteza referente ao raio interno, sendo quase uma ordem
de magnitude superior às outras medidas.

6 Conclusões
A medição das dimensões e massa de uma peça no formato de um cilindro oco, com aspecto visual de
plástico, através de paquı́metro analógico de aço inoxidável e balança digital, permitiu o cálculo da densidade
do material: 1.50 ± 0, 04 g cm−3 , identificando-o como PVC Rı́gido; por meio de comparação com tabela
fornecida, identificando a densidade de diferentes materiais.

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7 Apêndices
Nesta seção será fornecidos dados satélites ao relatório, tal como tabelas fornecidas para realização do
experimento.

7.1 Dados fornecidos

A determinação do material da peça recebida foi feita a partir da Tabela 6, de possı́veis materiais, listados
de acordo com suas respectivas densidades.

Tabela 6: Relação entre materiais e densidades


Fonte: Quadro fornecido no relatório oficial do experimento.

Material Densidade [g/cm3 ]


Alumı́nio 2,70
Latão 8,93
Ferro 7,87
Cobre 8,92
Acrı́lico 1,19
Polipropileno 0,91
PVC Rı́gido 1,40
Nylon 1,12
Polietileno 0,95
Vidro 2,0-2,9

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